O tempo passou – mais rápido do que normalmente notamos – e agora em agosto a Game Informer já está completando 12 edições (1 ano) de publicação no Brasil. A publicação marcou sua estreia na Brasil Game Show do ano passado (que rolou em setembro ao invés de outubro, data tradicional da BGS), com sua primeira edição sendo distribuída gratuitamente para todos que visitaram o evento, uma iniciativa realmente louvável (e muito rara de se acontecer dentro do mercado nacional) da Editora Europa.
Foi justamente por conta disso que passei a adquirir mensalmente a revista aqui na banca da minha cidade, passando a colecioná-la e a indicá-la para todo mundo que conheço e que curte games. Antes disso sequer me lembro quando foi a última vez que adquiri uma revista de videogames. Provavelmente foi em algum momento pré-internet, lá pelos fins da década de 90…
Nunca fui muito fã de revistas de videogames. Muito menos um colecionador ou leitor voraz delas. Comprava eventualmente quando precisava de algum detonado de um jogo que possuía e queria saber todos os segredos do mesmo.
O que me despertou a atenção nesta versão que está sendo publicada por aqui da Game Informer é o fato dela ser uma tradução na íntegra da mesma revista publicada nos Estados Unidos. E sem atrasos. A edição desse mês é a mesma que está à venda na terrinha do Tio Sam (aos assinantes ela até sai algumas semanas antes, mas até aí tudo bem).
E não se trata de uma revista de dicas e detonados, e sim de uma revista de reportagens, análises e previews de jogos. A Game Informer é famosa lá fora por trazer diversas vezes materiais exclusivos antes mesmo de alguns grandes portais de jogos norte americanos. Não faz mal que parte desse conteúdo caia na rede assim que a revista chega em mãos dos primeiros assinantes, pois ao fim todo mundo acaba sabendo que a exclusiva veio dela.
As reportagens de capa normalmente ocupam mais de 10 páginas da revista, cobrindo futuros lançamentos com todos os detalhes possíveis. É algo realmente completo e bem feito. Para quem gosta de acompanhar as novidades do mercado de games, é uma das melhores e maiores revistas em publicação no mundo todo. É uma revista onde o leitor encontra opiniões e reflexões em gerais a respeito do mercado. Não é apenas uma revista que publica apenas notícias.
Claro, nem toda edição é fenomenal. A própria edição de agosto, dedicado quase que inteiramente a E3 2017 não contém muita coisa exclusiva ou que os jogadores que acompanharam a cobertura online não tenham visto. Mas é uma daquelas edições que está cobrindo cota. Não dava para deixar passar o maior evento do ano.
E mesmo assim existem indicações de jogos dentro dela que muitos sites sequer derem atenção. Então mesmo que todos os blockbusters estejam na contagem dos 50 principais games do evento, ainda há espaço para aqueles que não receberam muito atenção e que vale a pena procurar saber mais futuramente. Diferente da edição do mês passado, dedicada a Assassin’s Creed Origins, que consegue cobrir tudo aquilo que foi revelado sobre o game e trazer novas informações a seu respeito.
Outro ponto legal da Game Informer são as entrevistas com os profissionais da área. Desenvolvedores e estúdios, que dão sua visão a respeito de seus próximos lançamentos ou do mercado de games como um todo. O fato da revista ser produzida nos Estados Unidos ajuda e muito a acessibilidade de tais entrevistas e bate papos.
E veja bem, não estou querendo desmerecer as revistas de videogames que são produzidas no Brasil, a própria Editora Europa produz algumas dos principais títulos a venda nas bancas do país. De fato não tive qualquer curiosidade de comprar elas para poder comparar com a Game Informer. Nesse ponto preciso ser bem honesto: não tenho como comparar e não sei dizer que algumas das revistas produzidas por aqui seguem a mesma linha de conteúdo e editorial da Game Informer (espero que sim). Apenas aconteceu de ganhar a primeira edição e ser suficiente para me convencer de que deveria continuar adquirindo-a todo mês. Simples assim.
É uma revista bonita de ser olhar, de folhear, de ler (o texto é ótimo). Talvez haja outras assim em publicação no Brasil, mas não me sinto compelido a ficar comprando outras e procurando. Se alguém quiser me indicar uma para comparar, sinta-se a vontade para fazer nos comentários ou mandar um e-mail lá pela página de contato do site.
A única coisa que me deixou chateado em relação a versão nacional da Game Informer aconteceu há umas três edições atrás: a tal da sobrecapa com chamadas.
Tradicionalmente a revista é famosa lá fora por suas lindas capas, normalmente sem qualquer tipo de chamada ou poluição visual. Elas estavam chegando assim ao Brasil até a edição de número 9, porém a partir da décima edição a Editora Europa passou a lançar a revista com a tal sobrecapa com chamadas (uma poluição visual de doer os olhos, outro motivo pelo qual não gosto das atuais revistas de videogames em publicação no Brasil).
Tudo bem que há aqueles que vão dizer “é só uma sobrecapa, basta jogar fora e problema resolvido“. Pois é, talvez. O que me deixa chateado é a ideia de que o leitor brasileiro precisa desse tipo de poluição visual para achar atrativo uma revista de videogame nas bancas.
Atualmente por conta disso a atual Game Informer precisa ser lançada lacrada em plástico em banca, impedindo que alguém veja em uma banca e folheie seu conteúdo. Antes da sobrecapa a revista não vinha lacrada. Qualquer um podia pegar, abrir a revista e ver o índice e o conteúdo que vinha dentro da edição. Agora isso não é mais possível, restando apenas a opção de olhar seu conteúdo através da sobrecapa.
Não sei se isso é tão legal assim. Eu mesmo jamais compraria a Game Informer como ela vem saindo em banca se já não tivesse a conhecido previamente, antes dessa mudança na forma como ela é vendido. Talvez se alguém me mostrasse, mas jamais a pegaria lacrada sem pode abrir e ver seu conteúdo, como visualmente ela é uma revista bonitona. E olha que a sobrecapa dá uma ideia totalmente errada, porque até mesmo dentro da revista ela segue uma linha editorial com uma direção de arte limpa, sem poluição desnecessária. Há um capricho até mesmo nisso.
Enfim, é por estas e outras que sigo mostrando a revista por aqui e indicando. Já que não se pode mais folhear ela nas bancas, ao menos posso mostrar um pouquinho como é a revista por aqui. Lá no Grupo do Portallos no Facebook já teve leitores que foram na minha onda e compraram a revista e não se arrependeram, então isso certamente me incentiva a continuar dizendo por aqui o quão legal é continuar acompanhando a revista.