Forza Motorsport 7 | Variedade com qualidade! (Impressões)
Sempre que um novo game da franquia Forza é lançado fico impressionado como esse novo título acaba sendo um sucesso em seu segmento. É uma franquia que tem conseguido sobreviver ao tempo mantendo qualidade enquanto vai se aperfeiçoando a cada edição.
Acho uma pena que eu nunca tenha tido a oportunidade de testar o primeiro Forza Motorsport, aquele lançado lá no primeiro Xbox em 2005, pois a minha jornada pelos consoles da Microsoft só se iniciou mesmo a partir do Xbox 360, e na franquia aqui em discussão foi com Forza Motorsport 2, lançado em 2007. Tenho curiosidade até hoje de testar o primeiro Forza, para ver o quanto de sua origem ainda está presente nos games mais recentes da franquia.
Foi um game que recebeu excelentes notas quando lançado, o que certamente fez com que o título não morresse ali em sua primeira edição como tantas outras IPs que a Microsoft investiu no passado e nunca mais se interessou por novas sequências. Com o recém lançamento da retrocompatibilidade dos games do primeiro Xbox é de se esperar que em algum momento esse Forza Motorsport possa vir a ser retrocompatível (já que esse não está na lista inicial de 13 títulos) e quem sabe até volte a ser vendido digitalmente na Microsoft Store. Seria interessante ver isso acontecer.
Mas chega de falar do passado e é hora de voltar ao presente, pois Forza Motorsport 7 o título em foco como um dos grandes destaques da rodada na plataforma do Xbox One.
Aprendendo com Horizon
Uma das primeiras impressões que tive ao jogar as primeiras horas de Forza Motorsport 7 foi a sensação de ver o quanto a série spin-off Forza Horizon parece ter influenciado a mais recente edição de Motorsport. Afinal a cada edição a série Horizon tem ganhado maiores e melhores notas da crítica especializada, enquanto vai conquistando mais fãs na comunidade de jogadores. Horizon tem crescido enquanto em algumas edições recentes de Motorsport – talvez com um maior ênfase na quinta edição – existiram algumas discussões sobre a estagnação da série principal de Forza.
Claro que essa discussão talvez tenha acontecido por causa da transição entre gerações. Forza Motorsport 5 foi o primeiro título da franquia nessa geração e possivelmente o que teve um processo de desenvolvimento mais apertado e acelerado em relação as edições que vieram antes e até mesmo depois. Forza Motorsport 6, por exemplo, recebeu uma melhor recepção, ainda que na minha percepção o fato deste ter saído entre um Forza Horizon 2 e Forza Horizon 3 o tenha feito parecer menos relevante e interessante do que de fato o game ainda é.
E veja bem: é fácil entender porque a série Horizon tem conquistado os jogadores, pois é uma série de corrida com um estilo arcade com um modo de exploração em mundo aberto, com todo um estilo jovem, ambientado em meio a um festival, com muitas trilhas sonoras divididas em diversas rádios e um senso de liberdade para jogar como o jogador bem desejar.
Já a série Motorsport sempre foi mais pragmática. Ia dizer “engessada”, mas essa com certeza é uma palavra errada. Durante muitas de suas edições foi considerado uma das melhores séries de corrida em estilo simulação dos videogames. Simulação quer dizer que os controles, a física do ambiente e dos carros seguem um formato muito realista, sem facilitadores e concessões que o estilo arcade traz aos jogadores inexperientes no gênero. Na simulação o jogador precisa se preocupar em frear no momento certo, não entrar em alta velocidade em curvas, ficar atento para o carro não perder o controle com qualquer batida leve, entre outros aspectos do mundo real das corridas de automobilismo. Cada carro, cada classe, cada tipo de terreno influência o desempenho do jogador dentro das corridas.
Tudo isso parece excelente para jogadores veteranos ao gênero, e se encontra presente em Forza Motorsport 7, mas é um pesadelo para jogadores novatos ou que não sejam aficionados pelo estilo. Talvez por isso Forza Horizon venha a cada edição ganhando mais seguidores. Porque era, até então, mais maleável que a série Motorsport.
É justamente esse o ponto que senti que a Turn 10, estúdio da série Motorsport, parou para olhar o trabalho da Playground Games, estúdio responsável pela série Horizon, e resolveu aplicar um pouco do modelo à Forza Motorsport 7. Significa que dentro dos games da série Motorsport que joguei – o que de cabeça posso apontar a segunda, quarta e sexta edição – senti que a sétima edição é a mais acessível em termos de controles amigáveis.
Não me envergonho em dizer que sou péssimo com games de corrida focado no estilo de simulação. Não os odeio, porém sinto um enorme desafio de aprendizado com estes jogos, a ponto de chegar naquele estágio na qual me sinto cansado e estressado com esse modelo de jogo. São games que preciso jogar com uma grande atenção, o que me deixa tenso de um jeito que o jogo acaba ficando menos divertido do que gostaria que fosse.
Sei que a série Motorsport tem um histórico de trabalhar essa dificuldade com jogadores menos experientes. Por isso acho importante, e interessante, que exista em todos os jogos da série a função de rebobinar em tempo real alguns segundos da corrida quando se deseja corrigir um erro. Afinal errar uma curva nesse estilo de jogo normalmente significa nunca mais recuperar a posição em que se encontrava. Rebobinar e consertar o erro acaba sendo a melhor de forma de se manter competitivamente dentro da corrida, enquanto também é uma forma de aprender com o erro, tornando mais natural entender a física da corrida no estilo de simulação.
Rebobinar é uma opção válida em Motorsport 7 e quando estou jogando em single player isso acaba sendo de grande utilidade. Melhor do que isso só o atual sistema de assistências presente no game, que está bem mais agradável do que suas edições anteriores. Estas assistências não fazem Forza Motorsport 7 se transformar em um game arcade, entretanto chega bem próximo, tornando a jogabilidade bastante acessível para todos os tipos de jogadores.
Porém deve ser tomar cuidado com isso, pois o sistema de assistência pode chegar até mesmo ao cúmulo de fazer o carro desacelerar automaticamente na hora certa para fazer uma curva. Se não prestar muito a atenção sequer se percebe que o game está fazendo isso automaticamente para o jogador. Felizmente essa é uma opção bem extrema e pode facilmente ser desligada sem comprometer as assistências mais moderadas. O jogador pode configurar facilmente o jogo para uma experiência suficiente para manter um equilíbrio entre a simulação e um quase arcade.
Tornar o game mais competitivo e acessível para todos os tipos de jogadores não foi a única coisa que parece ser influência de Forza Horizon: o modo carreira de Forza Motorsport 7 é talvez o melhor modo campanha/carreira de todos os Motorsport que já joguei.
Denominada Copa de Pilotos Forza, essa modalidade é dividida em seis campeonatos, onde em cada um se divide entre outros torneios menores, aqui chamados de exibições, na qual cada um pertence a um estilo e categoria de veículos e disputas automobilísticas.
Inicialmente o jogador tem acesso somente a um campeonato, sendo obrigatório vencer alguns torneios (não precisa vencer todas as modalidades dentro do mesmo campeonato) para atingir um determinado ranking de pontos que destrava o próximo campeonato.
Dentro de cada campeonato há diversos tipos de estilos e corridas. Há corridas com caminhões (Fórmula Truck), de Fórmula 1, com carros antigos, super veículos modernos, carros de tração em quatro rodas e assim por diante. Com isso o jogador tem a sensação de estar sempre disputando os mais diversos tipos de corrida com os mais diferentes tipos de veículos, o que cria um ritmo e dinâmica que torna tudo muito difícil de enjoar.
Além destes torneios, também existem em cada campeonato pequenos desafios individuais e especiais, que dão aquele gostinho de diversão e brincadeira que também parecem vir como uma inspiração das loucuras que podem ser encontrados na série Horizon. Um ótimo exemplo é um desafio que consiste em dirigir uma limusine enquanto tenta derrubar pinos de boliche gigantes para marcar a pontuação estipulada para vencer o evento.
Não que todos sejam assim. Em outro destes eventos especiais participei de uma corrida que consistia em vencer um adversário em uma prova de resistência de 27 voltas em um circuito que me tomou aproximadamente 60 minutos para ser finalizado. Também participei de um outro que simulou um pouco das origens das corridas de automobilismo, com aqueles antigos veículos que parecem charutos com rodas, que alcançavam altíssimas velocidades, mas que eram extremamente perigoso aos pilotos.
Com essa boa dinâmica de estilos, corridas, eventos especiais e carros a Copa de Pilotos Forza é pra mim uma das melhores atrações de Forza Motorsport 7. É aqui que boa parte dos jogadores que gostam de single player irão passar boa parte do tempo. É uma modalidade que rende dezenas de horas de diversão fácil.
Acelere no multiplayer
Claro que qualquer título de corrida precisa obrigatoriamente de um modo multiplayer sólido e consistente, e felizmente Forza Motorsport 7 faz um ótimo trabalho nesse aspecto, trazendo diversas modalidades de provas e disputas que atendem aos mais diversos gostos.
Basicamente há todos os tipos de corridas para serem disputadas online. Também existe a possibilidade de jogar em tela divida para dois jogadores, mas é um recurso presente apenas na versão de Xbox One, ficando de fora da versão de Windows 10 no PC. O sistema de multiplayer possui diversas divisões, para as mais diferentes classes de carros e algumas que até misturam classes de diferentes eras do automobilismo.
Há diversas playlists dentro do modo multiplayer que dividem como as corridas irão acontecer, como por exemplo, se os jogadores irão podem colidir seus veículos com outros competidores ou se a corrida vai funcionar sem tais colisões, assim os jogadores meio que ficam transparentes quando estão perto de bater uns nos outros, o que evita as batidas propositais ou acidentais.
Isso, de bater ou não bater, achei um ponto interessante do multiplayer. Inicialmente fiquei meio intrigado em como correr pelas corridas de multiplayer do game. Sendo corridas de automobilismo com um toque de realismo, será que deveria fazer ultrapassagens na qual poderia bater em outros jogadores e fazê-los perderem a direção? Não me parece muito ético isso, ainda que o game crie situações onde jogadores inexperientes acabem eventualmente fazendo isso.
Eu mesmo tive uma situação onde estava tentando uma ultrapassagem e bati de um jeito em um jogador em que o fiz sair da pista em uma situação em que seu veículo chegou até mesmo a dar piruetas no ar antes de acertar nos pneus de proteção da pista. Não sei o quão bravo esse jogador ficou comigo, mas me senti ligeiramente mal por ter feito isso.
Porém logo percebi que o multiplayer é um pouco de terra sem regras. Tem jogadores que não batem, tem aqueles que fazem de forma acidental e tem os espertinhos que dão um empurrãozinho na traseira do adversário para que o mesmo perca a direção do veículo. Vale tudo, desde que não se jogue como um jogador faria em um Burnout, tentando dar takedown em todo mundo, até porque não é essa a proposta do título.
Não nego que jogando no multiplayer, houve batidas acidentais, mas também rolaram algumas batidas propositais, daquelas em que chego à curva mais rápido do que deveria e me utilizo de outro veículo adversário para me parar lateralmente no meio da curva e assim continua sem sair da pista e fazer a ultrapassagem. Não fui o único fazendo isso, ainda que seja perceptível que os primeiros colocados são aqueles que jogam de forma certa, seguindo as vias e fazendo curvas perfeitas, sem necessário apelar para a agressividade. Não existe punição dentro das corridas por bater ou jogar de forma agressiva, o que significa que o game permite isso.
Como entendo que existam aqueles que curtem fazer as corridas pela tecnicalidade das curvas perfeitas e aceleração no tempo exato achei importante ter essa lista de corridas onde as batidas são impossíveis de serem realizadas.
Outro detalhe legal no multiplayer é que o jogador não precisa ter o carro da modalidade específica em sua garagem, entretanto se tiver e puder correr com esse veículo as corridas também geram créditos que permitem comprar novos veículos ou caixas de modificadores (já irei destrinchar isso), enquanto o sistema de progressão continua permitindo subir de nível. Assim o multiplayer também funciona para um meio para seguir progredindo seu nível de piloto dentro do jogo, o que é importante para o single player.
Progredindo como piloto
Ao iniciar Forza Motorsport 7 o jogador é convidado a customizar seu piloto, que agora pode ter alguns uniformes bem interessantes. Gostei da ideia de correr com um smoking, por exemplo. Só é uma pena que os trajes mais legais são aqueles que saem na sorte das loot boxes que estão presentes no game e que já irei explicar mais a respeito.
O caso é que Motorsport 7 também não conseguiu fugir no novo padrão para ganhar dinheiro com videogames: as microtransações por meio de itens aleatórios escondidos em caixas. Dentro desse sistema de caixinhas o jogador irá encontrar carros, trajes de pilotos e modificadores. Estas caixas podem ser compradas com dinheiro de verdade ou aqueles que se ganha jogando o game, aqui chamados de CR (Créditos).
CR se obtém jogando e disputando corridas. Não se faz necessário chegar em primeiro para ganhar créditos, mas é claro que quanto melhor for a qualificação, maiores são os valores de CR obtidos. Esse dinheiro virtual serve para dois fins: comprar novos carros ou comprar as caixas de itens, sendo estas caixas existem em diferente preços, indo das mais baratinhas de itens comuns até mesmo as caixas lendárias, na qual algumas vezes custam tão caro quanto carros de alto valor dentro do game.
Deixando de lado as caixas de maiores valores, a caixa básica que custa somente 20.000 CR (dá para obter esse valor disputando duas ou três corridas) é uma ótima opção para quem desejar adquirir mais crédito e desafios dentro do jogo. E sim, você gasta CR para fazer mais CR, eu percebo a ironia da coisa, mas funciona, fazer o quê.
Isso porque essa loot box de baixo preço contém cartas de modificadores de corridas. Elas desligam assistências, obrigam o jogador a disputar corridas com um tipo específico de câmera, exigem que se faça ultrapassagens ou curvas perfeitas durante a corrida e também geram recompensas só porque choveu ou anoiteceu em meio a uma corrida. Após cumprir tais metas a carta é descartada (às vezes dá para usá-la duas ou três vezes) e uma nova precisa ser colocada dentro do slot das que estão ativas para as corridas. Podem ser usadas até três cartas por corrida. E ela só é descartada (considerada consumida) se o jogador cumprir o desafio da carta.
Estes modificadores são interessantes porque dão outro ritmo a certas corridas, sendo que também lhe gera créditos para comprar novos veículos ou mais cartas. Porém é importante se atentar aos tipos de modificadores, que podem ser comuns, raros, lendários e assim por diante, sendo que quanto maior for o valor da carta, mais difícil será cumprir seu objetivo. É por isso que a caixa mais barata eventualmente é a mais interessante, pois são os modificadores normais, fáceis de serem realizados. De que adianta comprar uma caixa de modificadores lendários e não conseguir cumprir os objetivos ali presente?
Indo adiante, como forma de progredir em Forza Motorsport 7 o jogo traz um sistema de progressão tanto do jogador como piloto quanto da sua categoria de carros. Competir e chegar em boas posições de corrida lhe rende créditos e experiência como piloto. A cada novo nível como piloto é possível escolher entre três tipos de recompensas: um carro, um traje de piloto ou créditos dentro do game.
Ganhar novos carros melhora seu nível dentro da categoria de carros. Pode se ganhar novos carros fazendo alguns eventos especiais no modo campanha, comprando carros para torneios que exigem certos tipos específicos (e na qual você já faça parte da categoria) ou escolhendo ter um carro ao subir de nível. A cada novo carro, ganha-se uma determinada quantidade pontos que fazem o jogador subir de nível da garagem. Ao chegar no nível 5 se tem acesso a todo o catálogo de 700 carros que existem dentro de Motorsport 7.
Para chegar ao nível máximo da categoria de carros levei em torno de umas 6 ou 7 horas de jogo. Não é tanto assim se for ponderar que Forza Motorsport 7 tem aí umas 30 ou 40 horas fáceis de modo carreira sem enjoar. Quando atingi o nível 13 do meu piloto já havia atingido o nível 5 da minha garagem.
É por meio desse sistema de progressão de piloto, garagem, créditos e modificadores que o jogador tem a sensação a todo instante de que está sendo recompensando de uma forma ou de outra dentro do game.
É um sistema que talvez só deva incomodar um segmento de jogadores veteranos da franquia. Aqueles que gostam apenas de certos tipos de carros ou que se dediquem especificamente a certos modelos. Motorsport meio que obriga os jogadores a serem maleáveis, testarem e comprarem diversos carros diferentes antes de abrir toda a categoria de carros. Mas de novo, não entendo como isso pode ser um problema, especialmente porque é uma progressão que ocorre em maior evidência somente nas primeiras horas de jogo.
Faça chuva ou faça sol, cuidado na pista!
Não dá para escrever sobre Forza Motorsport 7 e não elogiar ou enaltecer o quão bonito o game é, rodando muito bem no Xbox One, sem queda de frames e com um inteligentíssimo sistema de clima dinâmico.
É sério, é incrível começar uma corrida debaixo de um sol de rachar a cabeça e de repente perceber que no meio da corrida o tempo está fechando até chegar ao ponto de cair um temporal!
Mas não é somente um efeito visual, pois a chuva forma poças de água na pista que influenciam na física do jogo. Assim o carro que passa com o pneu no meio de uma poça em alta velocidade derrapa e pode facilmente perder o controle em virtude da mudança de terreno. A primeira vez que isso aconteceu comigo me deixou arrepiado.
Correr de noite é outra sensação incrível. Em certas pistas não se consegue enxergar nada, exceto as luzes dos carros a sua frente ou um ou outro indicador de trajeto em certos lugares. É assustador acelerar um carro a 150 km por hora e do nada perceber que a pista acabou e só tem uma curva à frente. Em corridas noturnas olhar o mapa no canto inferior à esquerda é quase que obrigatório.
Também fiquei impressionado com a neblina, que também pode vir sem muito alarde no meio de uma corrida, não precisando necessariamente durar até o final dela. Ver o clima sendo alterado em meio às corridas do game é algo que dá imersão e causa aquele fator do inesperado. É muito legal mesmo. Esse sistema já havia sido utilizado ano passado em Forza Horizon 3, porém faz muito mais sentido estar sendo usado aqui no realismo da série Motorsport.
Some isso ao fato de que Forza Motorsport 7 tem uma quantidade gigantesca de pistas e circuitos. Li em um release antes do game ser lançado que seriam mais de 200 combinações de pistas divididas em mais de 30 ambientes. Admito não ter contado para ver se é realmente tudo isso, mas passando pela seleção não me pareceu ser uma mentira. É realmente incrível a quantidade de ambientes e variações presente em alguns deles.
O jogo realmente tem uma gama enorme de pistas, sendo algumas baseadas em pistas reais, outras vindo dos games anteriores (como o cenário do Rio de Janeiro que veio de Forza Motorsport 6) e também novas pistas, como aquelas apresentadas dentro do ambiente de Dubai.
Por sinal, a pista principal de Dubai é excelente, com trechos onde o jogador pode acelerar em alta velocidade, porém há o risco de ser pego de surpresa em trechos onde a areia invade a pista.
O fato é a ambientação do game deixa o jogador sem fôlego a todo o momento. Seja uma corrida no sol, na neblina, com variada intensidade de chuva, à noite ou até mesmo na neve. É sempre interessante, e as vezes surpreendente, como como tudo isso reflete na ambientação ao redor do circuito, isso quando não reflete na própria física da pista.
Considerações finais
Tenho que admitir que não sou tão fã da série Forza Motorsport quanto sou dos games de Forza Horizon, porém Motorsport 7 soube me conquistar. Estava esperando uma experiência bem similar à sexta edição da série e me surpreendi com o quanto a Turn 10 mudou a acessibilidade do título, tornando-o mais próxima de Horizon.
Gostei do modo campanha, da variedade de situações dentro das corridas e também da sensação de estar sempre sendo recompensando e conseguindo comprar novos carros. Gosto da ideia da existência dos Drivatars, onde os competidores utilizam carros de amigos da minha lista do Xbox, ainda que esse sistema não consiga me convencer de que estes carros dirijam como jogadores reais, entretanto ver um carro que leva o nickname de um conhecido me faz querer ultrapassá-lo, então de uma forma ou de outra acaba funcionando.
O multiplayer também está mais divertido do que nas edições anteriores. As partidas são encontradas rapidamente, ainda que me incomode um pouco que muitas vezes o sistema lhe coloque em um grupo que já está correndo e se faz necessário esperar até a corrida acabar para entrar na disputa. Não vejo mal em esperar, pois as corridas muitas vezes não demoram mais do que seis ou sete minutos, mas o game poderia me deixar assistir a corrida enquanto espero terminá-la ao invés de me deixar em uma tela estática que mostra apenas quantas voltas falta para a corrida ativa terminar. Não vejo motivos para que não deixar os jogadores em espera assistir a corrida sobre a perspectiva dos outros competidores.
De qualquer forma o multiplayer oferece a mesma variedade que todo o restante do game possui, e isso é realmente muito importante.
O catálogo de carros é enorme, mais de 700, com outros que devem ser lançados via pacotes de DLCs pagos, os ambientes e pistas são vastos, baseadas em circuitos famosos, diversos países e dos mais diferentes jeitos. E o sistema de clima dinâmico funciona em quase todos estes ambientes, o que é ainda mais impressionante.
Há aqueles que vão reclamar do sistema de microtransações, mas independente de ser chato essa coisa do game ficar induzindo as pessoas a gastarem dinheiro real, a boa verdade é que só gasta quem quer e quem pode. Em nenhum momento me senti compelido a gastar dinheiro de verdade com loot boxes, sendo que o jogo dá CR o suficiente para o jogador gastar um pouquinho com as caixas mais baratos desse sistema, sem comprometer a grana que esteja guardando para comprar aquele carro super caro do catálogo do game.
Ao fim, para os amantes do gênero, mas mais ainda para aqueles jogadores que sempre procuraram uma porta de entrada à série Forza, Motorsport 7 parece ter conseguido atingir um ápice que particularmente não estava esperando. É uma sequência superior a anterior e que vale muito à pena ser experimentado.
Que delícia de review! Parabéns!