Star Wars – Os Últimos Jedi | Luz. Escuridão. Um Equilíbrio. (Crítica)

Já podemos considerar uma tradição que o final de ano venha acompanhado de um novo filme de Star Wars, e dessa vez temos o oitavo capítulo dessa saga: Star Wars – Os Último Jedi. Então, antes de mais nada, se não foi ao cinema assistir, vá lá e depois volte, pois falaremos dele sem segredos. E os segredos desse filme, por sinal, foram bem guardados, os trailers não acabaram por revelar muito, então muitos como eu antes de assistir estavam cheios de pensamentos e teorias na cabeça, e ser surpreendido foi muito bom, ajudando na minha estima com esse novo novo capítulo.

Isso não vai ser do jeito que você pensa.

Embora eu goste mais de Rogue One do que o Episódio VII, Star Wars é uma das minha sagas prediletas, e minha parcela de empolgação estava bem elevado durante o transcorrer da projeção, embora podemos começar afirmando que esse filme é muito mais longo do que deveria ser. São mais de duas horas e meia que acabaram por serem mais cansativas do que eu gostaria, inclusive em dado momento, quando Finn estava em busca do especialista em códigos, dormi brevemente.

Posso dizer que Finn foi algo que que não gostei, a participação e o propósito dele no filme acabaram sendo vazias demais, embora a adição de Rose ao seu núcleo tenha sido legal. Finn continua muito perdido, sem função na história, poderia muito bem ter continuado se recuperando em êxtase lá na ala médica que seria melhor.

Pela primeira vez eu tenho algo pelo que lutar.

Já o amigão de Finn, Poe, carrega um fardo interessante no filme, tendo que assumir um papel de liderança dentro da (muito enfraquecida) Rebelião e tendo ações que acabaram por frustrar suas expectativas. É um belo retrato da impulsividade que temos quando jovens, mas Poe nunca conseguia enxergar com clareza os caminhos e os cenários à sua frente. Para mim foi um dos mais interessantes personagens do filme, pois dá pra sentir que tudo o que passou está moldando-o em um líder que no futuro será muito importante.

Rey sem dúvidas é a grande estrela do filme. Não em atuação, mas em atenção, pois esse seu início de jornada estava cercado de expectativas quanto á sua origem, a qual achei bem honesta e interessante, se desvencilhando de qualquer amarra, permitindo que ela seja um grande livro em branco para que sua história seja contada. Ainda que me irrite a insistência dela em estabelecer um vínculo com Kylo Ren, ela é muito inocente e boazinha ainda, mas nesse filme finalmente começa a nos mostrar um potencial que pode elevar ela a patamares nunca antes alcançados por nenhum Jedi.

Eu preciso de alguém que me mostre meu lugar nisso tudo.

Do outro lado temos o Ren, que assim como Rey, começa a tomar um caminho próprio e quase sem amarras, pois um único elo com o passado ainda vai acompanhar, e deu sinais de que ainda não é capaz de se desvencilhar de sua mãe assim como fez com o seu pai. Embora o roteiro meio bobamente tente gerar um espelhamento dele com a Rey, ele no fim acaba sendo um personagem mais interessante, trágico, imprevisível e com um poder bruto que ele já não quer mais conter. Nesse filme ele acaba se tornando meu personagem favorito dessa nova saga.

É interessante notar como esse reinício de Star Wars foi desenhado como uma primeira trilogia de despedida, aonde Han, Luke e Leia vão se despedindo cada um de cada vez. É claro temos certos elementos antigos que podem ser mantidos por muito tempo, como os maquinários, robôs, e personagens não humanos como o Chewie. E foi realmente especial rever aquele Mestre Yoda de raiz, novamente nos ensinando muitas coisas, dando propósito ao seu mais querido pupilo.

O maior professor o fracasso é.

Todos os conceitos como o da Força estão sendo remodelados e ganhando novos aspectos, com o intuito de levar Star Wars adiante como algo com mais novidades para uma nova geração de fãs, com bem mais competência do que os filmes dos episódios I, II e III.

O roteiro de Os Últimos Jedi coloca três núcleos como destaque. O primeiro é Rey e sua busca por Luke, Poe e a resistência rebelde atacando e tentando se desvencilhar da Primeira Ordem que começa a caçar toda a Rebelião, e Finn procurando um meio de parar essa perseguição da Primeira Ordem. No final tudo converge para uma batalha final, claro, mas desses núcleos o do Finn foi lamentável, me deu sono e de quebra fez eu meio que passar a achar ele um personagem que deveria ser descartado. Foi horrível ele ser capaz de derrotar a Capitã Phasma, e ela novamente foi muito mal aproveitada.

Está na hora dos Jedi acabarem.

A perseguição da Primeira Ordem aos rebeldes também é bem chatinha, especialmente se levarmos em conta que tem um elemento que eu não me lembrava de ser importante em nenhum outro filme: combustível. Claro que algo alimenta a propulsão e os sistemas das naves, mas ficou uma clara impressão que esse elemento só foi colocado aqui para encher linguiça e postergar as ações da Rebelião.

Faria bem ao roteiro se toda a situação da perseguição fosse encurtada, embora o fato da Rebelião estar bem enfraquecida, e no fim ser quase aniquilada possa render frutos no futuro adicionando coisas novas. A impressão que eu tenho é que esse capítulo deveria ter sido mais intimista, mas para o bem ou para o mal existem certas coisas de Star Wars que todo Star Wars precisa ter. Existem muitos momentos legais no filme, embora no quesito luta eu acho que ficou devendo. Fora a cena de Rey e Ren lutando juntos, nem a luta final entre Luke e Ren se salvou. Mas fica promessa de que nos próximos filmes a coisa vai melhorar, só depender da cada lado conseguir reforços de peso para que duelos não fiquem restritos a Rey e Ren. Vamos lá, eu quero ver mais sabres de luz brilhando!

Nós somos a fagulha que acende o fogo que queimará a Primeira Ordem.

Mesmo sendo um tanto quanto arrastado, o visual do filme é muito bem planejado e compensa certos momentos de monotonia. Algumas sequências foram bem filmadas e coreografadas, em especial aquelas vistas na ilha onde Luke está recluso, ainda que o CGI por vezes destoe muito. O diretor Rian Jonhson conseguiu imprimir uma certa identidade visual ao filme, mas já sabemos que o próximo capítulo será novamente dirigido por J.J. Abrams. Mais lens flares à vista!

Deixe o passado morrer.

Para mim, ao final desse episódio dei-me por satisfeito. Não encantado, apenas satisfeito. Muita coisa foi perdida aqui, mas para que muitas outras coisas possam ser encontradas, então aceito de bom grado. Aos poucos Star Wars está se desvencilhando do passado e nos entregando muitas coisas novas, evoluindo para uma nova geração. É muito bom termos um novo capítulo dessa saga de maneira tão frequente, mas Star Wars não é mais aquele evento esperado por longos anos. Agora temos a certeza de que todo Dezembro estaremos lá naquela galáxia distante. Virou um bom hábito.

Em homenagem a eterna princesa Carrie Fisher.

A duração do filme e alguns eventos chatinhos
Efeito Nostalgia bem presente
Expandindo conceitos da Força e personagens
Belos visuais e efeitos especiais
É Star Wars sim!

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One Comment

  1. Gostei da crítica. Por mais que tenha achado divertida a aventura do Finn, o filme não muda se tirar a missão dele, o que é pouco triste.
    E noto que não consigo avaliar star wars de maneira racional, para mim as duas horas e meia passaram voando e eu queria mais filme kkkkkk
    E amei a cena do Luke no final, quando terminou eu queria dar um abraço no Mark Hamil

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