One-Punch Man | Arcos da segunda temporada! (Mangá, Vol 8 à 12)
Terminei recentemente a leitura do 12º volume de One-Punch Man, que é a mais recente edição lançado pela Panini aqui no Brasil. Em algumas semanas o volume 13 deve vir a ser lançado, e a editora está chegando bem perto da janela de lançamento dos encadernados no Japão – lá já foram 15 volumes lançados, com a previsão de que o 16º saia em abril.
— Este começo é livre de má digestão por spoilers. Pode ler sem preocupação.
Enquanto isso, a segunda temporada do animê segue sem uma data exata de estreia, apenas mantendo a expectativa que seja lançada ainda em 2018. Foi revelado no final de 2017 que essa nova leva de episódios não seria produzido pelo mesmo estúdio da excelente primeira temporada, a Madhouse. A segunda temporada ficou à cargo da J.C. Staff Production, e ainda não há clips ou teasers para que os fãs tenham alguma ideia se o novo estúdio irá conseguir ou não manter o alto padrão de qualidade que a Madhouse conseguiu na primeira temporada. A ansiedade, preocupações e expectativas são altas entre os fãs da obra.
Nesse ínterim anda valendo bastante à pena acompanhar a jornada de Saitama através do competente mangá feito com argumentos do ONE e arte do Yusuke Murata, dos arcos ainda não animados e que provavelmente irão compor esta nova temporada do animê.
A quem se interessa em saber, a primeira temporada de One-Punch Man é composta pelos arcos até o sétimo volume do mangá, deixando de lado apenas alguns capítulos extras com histórias avulsas presente nestas edições. Aliás foi bem interessante pegar o mangá para ler após ter conhecido a série animação justamente por conta destas histórias extras presentes em muitos volumes. Dá uma certa dose de novidade para quem migra para o mangá sabendo tudo até a sétima edição. Isso porque o trabalho da Madhouse na primeira temporada é primoroso. Praticamente tudo que está no mangá está na animação, incluindo muitos ângulos e cenas reproduzidas com fidelidade das páginas do mangá.
Foi a partir do oitavo volume que comecei a tirar 100% de aproveitamento do mangá. E que delícia! Não sinto sequer falta destes capítulos não estarem animados. Folhear as páginas do mangá com a inacreditável arte do Murata é quase como assistir o animê. Os desenhos parecem vivos, como se mexessem com o passar dos olhos. É incrível.
Claro que não tiro os méritos do próprio ONE na parte da argumentação, responsável pela criação do universo da série e de seus personagens. One-Punch Man tem uma sólida e divertida história por conta de seu criador. Isso é inegável. Murata o faz parecer visualmente incrível, mas porque a construção de roteiro também é fantástica.
Os próximos arcos ainda não animados envolvem o trabalho com outros heróis de ranking S que foram apresentados no arco da Invasão Alienígena (a última parte do animê). Personagens como King, as irmãs paranormais Fubuki e Tatsumaki, Kinzoku Bat e Bang tomam parte da atenção nestes volumes, em que um novo vilão chamado Garou, um discípulo desgarrado de Bang resolve caçar heróis atazanar a vida de toda a Associação de Heróis. E nesse meio tempo Saitama, que é aquele que pode resolver qualquer problema com um soco, está ocupado participando de um Torneio de Artes Marciais, disfarçado usando uma peruca, interessado apenas no prêmio em dinheiro da competição.
Bem, essa foi uma sinopse bem sem vergonha do que se pode esperar que seja o enredo da segunda temporada do animê. Não quis dar qualquer spoiler significativo afim de não estragar a diversão daqueles que aguardam pela animação. Porém, a partir deste ponto, vou comentar um pouco mais a respeito dos capítulos e eventos entre estes volumes do mangá. Siga e lide com possíveis spoilers por conta própria, okey? Fique se acompanha o mangá ou não se importa em saber mais, ou pare por aqui e aguarde a nova temporada do animê, que deve chegar em algum momento deste ano. Ou leia antigos textos nesse link.
A vez dos secundários
Conversa de Mangá – Volumes 8 até 12!
Após a saga da invasão alienígena e do confronto entre Boros e Saitama fiquei preocupado como o mangá iria escalar suas próximas batalhas e arcos. Afinal a coisa foi muito intensa em tal arco e parece difícil superar isso um arco depois. Eis que a solução encontrada por seus criadores foi justamente tirar um pouco Saitama de cena para dar lugar a outros personagens da série.
E esse é um ponto que One-Punch Man parece saber lidar desde o começo, com personagens como Sonic e Mumen Rider, escalando eles para papéis mais importantes na trama e que acabam eventualmente conquistando o leitor. Tudo bem que Sonic continua como um vilão, mas é aquele antagonista que você aprecia toda vez que ele aparece. Foi muito interessante sua participação na reunião de vilões na Associação de Heróis e como o roteiro o tira de cena para dar lugar ao Garou. Foi algo bem pensado e que funcionou.
A introdução dos heróis de Raking S no arco de Boros levanta a discussão sobre a capacidade de cada um ali. E não se são tão fortes quanto Saitama, mas o que eles são capazes de fazer para estarem em tal posição. E tão logo fica claro que existe um muro enorme entre este grupo de heróis e os de classe A para baixo. Não há tantos heróis incríveis quanto achei que haveriam nessa série. O que talvez seja uma boa ideia para que soluções de conflitos não seja resolvidas tirando qualquer herói super poderoso de um deck infinito de cartas.
Claro que não significa que isso não pode ocorrer, afinal o 22º Super Fighter a qual o Saitama está participando deixa bem claro que há pessoas muito fortes por aí e que simplesmente não se interessante em se tornar heróis. Estou achando intrigante a figura do Suiryu no torneio. Não espero que ele seja um oponente difícil para o Saitama, mas certamente espero alguma surpresa vindo desse cara. Algo deve acontecer.
Mas voltando um pouco, pensando nos heróis de classe S, a história do King deve ser a primeira coisa a ser mostrada no retorno do animê. Achei engraçado como esse personagem foi construido, como sendo um grande herói, mas que no final é só um covardão que todo mundo acha ser super forte. Gosto de como ele virou amigo de Saitama e de como esse foi o vínculo para que outros personagens, como a Fubuki, acabasse olhando o Saitama de forma diferente, não antes dela tentar entrar em confronto com o mesmo – enquanto uma batalha muito fanservice fantástico entre Genos e Sonic rolava em segundo plano. E o legal é que o King entra em enrascadas e o roteiro sempre dá uma solução crível para ele não ter seu segredo exposto.
Um outro personagem que me impressionou bastante foi o Kinzoku Bat, que de alguma forma me lembra um personagem que facilmente poderia ter saído do universo de Yu Yu Hakusho (mangá do Yoshihiro Togashi), talvez pelo jeitão do personagem, roupas e corte de cabelo. Acho bacana o design desse personagem, porém o mais fantástico ainda é que ele é um destes personagens que o leitor não acredita que seja tão forte, mas quando o colocado a prova em seu plot contra uma centopeia gigante você facilmente passa a respeitá-lo. Eu gostei muito dessa batalha, ainda que no final ele não tenha necessariamente saído vitorioso. Porém até Garou tirou o chapéu para ele. Excelente.
Voltando ao Garou. Tem sido um vilão interessante, que tem crescido pela bordas destes múltiplos arcos que vem ocorrendo quase que simultaneamente dentro do mangá. Há uma invasão de monstros, o torneio de artes marciais, Garou caçando heróis (e a sua batalha contra o Tank Top Master também foi empolgante) e esse novo vínculo do Saitama com outros heróis. E mistérios permanecem no mangá, como o caso do Genos e do ciborgue que ele segue querendo encontrar.
Como disse, cheguei a me perguntar se One-Punch Man teria realmente gás para continuar cheio de ação e coisas malucas, se as batalhas iriam continuar com essa tensão e imensidão e se haveria mais a se mostrar depois de tudo que é criado na primeira fase da série que se encerra no arco de Boros e que bom que a resposta para estes questionamentos é: sim! O humor se mantém, as batalhas continuam épicas e os novos personagens são tão bons quanto todos os outros já apresentados na série. E isso demonstra um grande talento do envolvidos em sua produção para não deixar a peteca cair.
O mais interessante é que estes arcos e histórias mais recentes tem sido criadas de forma expansivas, ou seja, não estão na webcomics original a qual apenas o ONE lança neste site. Obviamente ele tem trabalhado com o Murata e toda a equipe do mangá para alongar alguns argumentos da história original do mangá digital, o que tem funcionado, ainda que dê a sensação (ao menos eu tenho tido) de que a condução da narrativa não é tão acelerada quanto era nos sete volumes iniciais do mangá.
No geral a trama tem desacelerado, criando mais momentos, trabalhando mais as coisas, ao invés de apenas ir jogando ideias e resolvendo elas muito rápida. A trama tem ficado complexa, com maiores proporções, enquanto o enredo está sabendo lidar com mais eventos e situações acontecendo simultaneamente. O que pode ser uma boa justamente para a produção dessa segunda temporada animada, pois há mais respiro e vírgulas que permitem que os episódios rendam um pouco mais. Afinal a primeira temporada tem apenas 12 episódios para 7 volumes do mangá. Não é um bom rendimento (ainda que talvez seja isso que a faça tão intensa).
Bem, não sei o que devo aguardar dos próximos volumes de One-Punch Man. Sei que não estou com pressa para a finalização das atuais trama. O torneio tem sido divertido, Garou deve partir para combater um novo herói de Ranking S, aquele vestido de cachorro chamado Bankenman e os monstros que estão invadindo as cidades agora possuem um líder revelado. Tudo parece estar indo bem. Resta apenas a dúvida se no final de tudo será o Saitama que irá resolver alguns destes conflitos e também se vou gostar se isso se concretizar. Não nego que gostaria de ver as tramas sendo concluídas sem o recurso do Saitama chegar no último segundo do arco e solucioná-lo com um único soco. Mais ei, o mangá tem esse nome por um motivo, certo?