Destiny 2: Renegados | Mudou para melhor! (Impressões)
A vingança é aqui e agora! Cayde-6 está morto e tudo muda em Destiny 2: Renegados. Esse é o plot inicial da abertura do segundo ano de Destiny 2, com a expansão Renegados. É, de certa forma, a resposta da Bungie para o morno lançamento do título ano passado.
O mais importante de dizer é que Renegados não se trata apenas de uma nova campanha. O pacote vem recheado de novidades, dentre novas atividades, novos modos de jogo e uma reestruturação completa do sistema de armas, progressão, itens e armaduras que compõem Destiny 2.
É a prova máxima de que a Bungie ouviu o feedback da comunidade, que não amou as mudanças realizadas em comparações ao primeiro game. Eu mesmo discuti um pouco disso no review que fiz do jogo, ano passado. Basicamente dá para dizer que Renegados é tudo que a comunidade gostaria que Destiny 2 tivesse entregado em seu lançamento original. E a frase “antes tarde do que nunca” se encaixa aqui da maneira mais positiva possível.
Para aqueles que tinham dúvidas se deveriam adentrar no mundo de Destiny (aonde diabos você esteve nos últimos anos que ainda não fez isso?), este é, sem dúvida alguma, o melhor momento para se juntar aos Guardiões e defender o Viajante. Antes que uma nova aventura surja no horizonte. Renegados faz por Destiny 2 o que O Rei dos Possuídos fez pelo primeiro Destiny. E não, não se preocupe em jogar o primeiro Destiny. O passado é passado. Esqueça isso.
O pontapé de uma nova jornada
Renegados tem tanto conteúdo que o melhor é começar falando de sua nova campanha e enredo. É importante terminar os capítulos de história para conseguir ver toda a dimensão daquilo que a expansão tem a oferecer, pois algumas coisas só são destravadas progredindo pela nova campanha.
E o evento principal disso todo mundo foi alertado antes mesmo da expansão ser lançada: Cayde-6 é assassinado nos momentos iniciais da nova trama. Algo que, por sinal, eu gostaria de ter descoberto jogando ao invés de ter visto nos trailers pré lançamento do título.
Mas tudo bem, há algumas surpresas interessantes neste ato inicial da campanha, alguns momentos memoráveis com o Cayde e a reação tanto de Zavala como Ikora a sua morte, além de voltar a ver meu Guardião dizendo algumas palavras, momentos após o próprio Cayde retornar uma velha piada sobre este protagonista-guardião ser sempre tão calado. É genial.
A campanha de Renegados é também dinâmica no sentido de que a Bungie aprendeu a intercalar narrativa, por meio de ótimas animações CG, com ação e missões de campanha entre outras atividades espalhadas no retorno da Orla Emaranhada ao universo da série. Um local novo, com essa pagada de continuidade (mas não necessariamente sendo), inspirado nos eventos ocorridos no primeiro game, que dá sumiço a Mara Sov, Rainha dos Despertos.
A jornada de Uldren Sov, o vilão da nova expansão, é tão louca e insana quanto aos eventos que causa tudo isso, com a prisão dos anciões sendo o palco de uma fuga em massa. E parte das novas atividades da expansão tem a ver com estes fugitivos, que não são uma nova classe de inimigos, mas atuam, muitas vezes, de forma diferente das atuais raças previamente conhecidas do jogo.
Há inimigos usando escudos (não os de energia, mas um escudo mesmo, literalmente), um tipo estranho que corre em sua direção como uma barata que explode com a aproximação, um outro que queima tudo ao redor quando avança para cima, fora os rebeldes com armas que causam um considerável dano aos Guardiões menos atentos. Todos estes tipos criam novas situações, novas batalhas. Não é nada 100% novo, mas é o suficiente para soar revigorado.
Meu único lamento no que diz respeito ao modo campanha é a falta de opção para jogar novamente determinados capítulos. A Bungie criou uma playlist dentro da parte de assaltos online para jogar missões de história na dificuldade heroica, o que é legal, mas ainda é tudo muito aleatório (não dá para escolher exatamente o que quer jogar). Eu gostava da opção que existia no primeiro Destiny de jogar qualquer capítulo da história de qualquer campanha direto nos mapas, algo que não ocorre mais na sequência. Curioso que com os Assaltos, estes foram adicionados nos mapas do jogo e agora podem ser selecionados e jogados de forma específica pelos jogadores.
A Orla Emaranhada
Destiny 2: Renegados dá origem a novos locais para o jogador visitar e com isso novas atividades, novas jornadas, novos personagens. E a Orla Emaranhada é uma das maiores áreas que o game recebe desde seu lançamento. Nem se compara com Marte ou Mercúrio das expansões anteriores. É realmente uma nova área muito turbulenta, repleta dos novos inimigos, eventos públicos, caçadas contra fugitivos, jornadas, patrulhas e setores perdidos. É o pacote completo, mas bem mais recheado do que provavelmente qualquer um esperava que fosse ser.
Gosto em particular de um dos novos personagens que toma conta dessa área: o Aranha. Primeiro que a voz desse personagem ganhou uma excelente versão dublada em nosso português. Posso estar enganado, mas ele é dublado pelo Eduardo Borgerth, que é responsável pela voz do Ciborgue em Os Jovens Titãs. O Aranha acaba soando como um Ciborgue do Mal, meio daqueles bandidos malandros, mas estrategistas. Ficou animal. Adorei mesmo tal personagem. Tem boas linhas de diálogos e um papel importante na trama. Não substitui a perda de Cayde-6 no segmento de boas falas e humor sagaz, mas certamente é uma boa adição ao elenco atual do jogo.
Quanto as novas atividades, a Bungie conseguiu criar algumas coisas interessantes e bem diferentes do que até então existia dentro do game. Os eventos públicos que consistem em eliminar ou prender novamente um fugitivo da Prisão dos Anciões (e para este último é preciso ativá-la no modo heroico) é realmente bem divertido, ainda que não seja necessariamente muito difícil. Gosto também de terem feito uma nova variação da extração de Lúmen, onde um ponto precisa ser protegido e não para de chegar fugitivos para lhe atacar.
Também foi inteligente dividir todos o segmentos da Orla Emaranhada com todas as classes de inimigos existente no universo atual da série. Cabais, Possuídos, Despertos, Vex, basicamente dá para encontrar todos pelas regiões da nova área, além é claro dos fugitivos da prisão que estão sempre em guerra com outras classes e raças. O Aranha nesse caos tenta ser o manda chuva da área, então ele tem contratos de caça de alvo valiosos e boas recompensas para os Guardiões que estejam dispostos ao trabalho. Se você vai ter que eliminar mesmo essa galera que está causando confusão, que aproveite então os espólios que o Aranha quer lhe conceder, certo?
Há também um novo assalto que vale o elogio, pois ele é uma versão mais fácil do antigo modo da Prisão dos Anciões, que se fazia presente no primeiro Destiny. O jogador volta à arena que disputava esse modo no jogo anterior e combate hordas de inimigos ali, enquanto também desativa minas. É muito bom esse assalto pela nostalgia em si.
Terminando a campanha, há uma nova área, que também é uma área de patrulha, novas atividades e eventos públicos, veja só. Inicialmente até pensei que a Cidade Onírica seria apenas um HUB de encontro de Guardiões, como a (esquecida) Chácara e a Torre dos Guardiões. Ledo engano. Trata-se de uma grande área de mais eventos. Novos eventos, por sinal. Há um evento público inacreditável ali, onde não imagino um Guardião sozinho dando conta, enquanto há também um novo modo Agravamento que parece uma versão diferente e mais difícil daquele visto em Marte, na expansão A Mente Bélica.
Mas assim, a Cidade Onírica é uma surpresa. Descobrir mais sobre ela, seus segredos e contratos que a Petra tem ali para lhe entregar faz parte da recompensa ao jogador por finalizar mais uma etapa do progresso de Destiny 2. Vale a pena descobrir tudo isso e mais um pouco quando chegar por lá.
Arsenal meleável
Outra mudança trazida por Destiny 2: Renegados, e muito provavelmente a melhor mudança que o jogo sofreu até então, é o novo sistema de armas, refeito do zero e misturado com o que era bom no primeiro jogo com o que deu certo aqui na primeira versão da sequência. Basicamente abriu-se as pernas para possibilidades em torno dos tipos de armas primárias, energéticas e potentes.
Lembra como Escopetas e Rifles de Precisão deixaram inicialmente de serem armas secundárias para só usarem munição roxa, e portanto se tornarem armas potentes? Uma porcaria. Mas esqueça isso! A nova divisão, primária, de energia e armas potentes é a nova configuração do jogo, mas com o diferencial que isso não mais distingue tipos de armas. Há Rifles de Precisão, por exemplo, que podem ser primárias, de energia ou potentes. O mesmo vale para quase tudo, exceto os lança granadas ou lança foguetes, que por motivos óbvios, que seguem sendo apenas armas de munição potentes.
Mas é muito bom que essa mudança tenha acontecido. É sensacional ter um rifle ou escopeta agora setado como armas comuns, de munição branca, enquanto também podem ser armas de munição verde, a qual são atribuído as três classes de energia do jogo: solar, vácuo ou arco.
E ainda não mencionei a melhor nova arma do game, na minha opinião é claro: o arco! E admito, não imaginei que um arco e flecha pudesse realmente combinar com esse arsenal maluco que Destiny já possui. Como um arco poderia competir com um fuzil de energia? Pois é, mas funciona perfeitamente bem. É gostoso atirar, causa um dano considerável nos inimigos, e é melhor para mirar do que com uma canhão de mão.
No PvP, disputando no Crisol com outros jogadores, é possível que o arco não seja a melhor, mais rápida e mais mortal arma para se usar, mas pra mim se mostrou mais eficiente do que esperado. Dependendo do arco, dois tiros elimina boa parte dos jogadores. E se você estiver ao lado de um jogador com uma outra arma, como um fuzil automático, o arco é ainda mais eficiente, já que parte da vida ou escudo do adversário já foi pro saco.
Eu realmente gostei do arco inicial, que uma das missões de campanha já entrega ao jogador, a qual flechas explodem com o impacto. Subi seu nível para acima do level de todas as minhas armas e tem sido ele a minha arma principal do game até então. Seja no Crisol, Assaltos, Artimanha ou na progressão da Campanha. Se tornou meu novo favorito, que até então eram de certos canhões de mão ou alguns dos fuzis de batedor que o jogo possui.
Ainda nas mudanças, o sistema de subir o nível de luz das armas mudou um pouco nessa versão. Ficou mais complexos e chato. Talvez porque, se for pensar, do jeito que estava antes era muito fácil ficar com a mesma arma e ir subindo-a de nível apenas desmontando as armas não desejadas. Agora é preciso de núcleos de obra prima (a qual o Aranha vende por um preço nada amigável) e itens de extração de outras áreas e planetas do jogo. Tornou-se mais complicado subir o nível de armas, mas como disse, em contrapartida é uma decisão justa.
A mesma regra vale para as peças de armaduras. Isso significa que acabei precisando aposentar o meu set do Complexo da Devastação, que tinha comigo desde o início do lançamento original do game. Agora estou usando o que sair e for de maior nível. Não me preocupando com a estética. Ao menos por enquanto. A boa é que agora há uma aba no menu do game que lhe mostra as armaduras já encontradas e dá a possibilidade do jogador de a construir via menu. Tendo os materiais necessários, é claro.
Acredito que com todas essa reestruturação de armas e armaduras, Destiny 2: Renegados tenha encontrado um ótimo balanceamento e uma fórmula a ser seguida daqui em diante, sem novas grandes mudanças. Ficou ótimo assim.
Seu registro e triunfos
Falando em mudanças, outro ponto muito bom, que torna algumas coisas bem práticas no jogo é esse menu de Triunfos, que registra insanamente tudo que o jogador fez ou ainda tem que fazer no universo do jogo. Todas as missões, atividades, objetos secretos (incluindo fantasmas), assaltos, modos no Crisol, armas e armaduras encontradas. TUDO mesmo.
Não é exatamente uma meta que você quer ter no game a título de algo saudável para se correr atrás, mas é um elemento divertido, que dá sensação de que você está sempre progredindo, sempre fazendo algo pela primeira vez ou encontrando algo que sequer sabia que poderia ser encontrado. Os triunfos rendem pontos quando cumpridos, como uma espécie de raking.
E outra vantagem é a que mencionei mais acima: armas e peças de armaduras já encontradas podem ser reconstruidas novamente por esse tracking que os triunfos fazem. Custa materiais e nunca será construido no seu atual nível de luz, mas é uma boa opção para quem está procurando especificamente uma arma ou pedaço incompleto de armadura.
Artimanhas é diversão inesperada
Outra novidade que não pode ficar de fora destas impressões diz respeito ao novo modo Artimanha, que não é um modo de Crisol (PvP) e nem de Assalto (PvE), mas exatamente uma mistura de ambos. Oito jogadores competem em dois times de quatro para ver quem consegue derrotar um chefão do jogo primeiro.
Para isso é preciso coletar fagulhas deixadas por inimigos derrotados. Ao fazer isso se enche uma cápsula (tem que levar a fagulha até a cápsula, pois se morrer antes de fazer isso elas são perdidas). Encha o suficiente e invoque um chegue, chamado aqui de Primitivo (um inimigo grande da classe dos Possuídos).
A grande pegada é que os times ficam atrapalhando uns aos outros. Pode-se mandar inimigos para o campo adversário, impedindo que os mesmos depositem seus fagulhas enquanto não derrotar os inimigos enviados, assim como portais se abrem de tempos em tempos, permitindo que um jogador invada o campo adversário, podendo assim eliminar Guardiões do time inimigo.
É um modo em que se está constantemente correndo contra o tempo. Sempre de olho em fagulhas para se coletar, em inimigos para abater, na invasão dos jogadores e em como derrotar mais rapidamente o chefe final. São duas rodadas, vence o time que pontuar em ambas ou se empatar é realizado uma terceira rodada de desempate.
Artimanha é excelente. Uma das melhores ideias da Bungie para Destiny desde a Prisão dos Anciões no primeiro game. Minha única ressalva é que gostaria que os chefes finais fosse mais interessantes, quanto sabe não fossem sempre Possuídos. E por mais que sejam quatro mapas nessa modalidade, o mapa Emerald Coast (aquele presente na prévia) sai mais vezes do que gostaria que saísse. Talvez um patch eventualmente possa consertar isso (ou é muito azar meu ficar caindo nesse mapa toda hora que vou jogar esse modo).
Considerações finais
Não acho possível mencionar aqui, neste texto, tudo que Destiny 2: Renegados tem a oferecer. Claro que vez ou outra, sempre vou continuar retornando para falar mais a respeito do game e como o mesmo tem progredido. Devo inclusive continuar mostrando mais segmentos de gameplay lá no nosso canal do YouTube, justamente para complementar visualmente estes textos de impressões.
O importante aqui é frisar que a Bungie conseguiu. Renegados é a melhor versão que poderia desejar que a sequência de Destiny pudesse finalmente ser. É um pacote recheado de novidades, com uma forte reestrutura em todas as mecânicas que não agradaram a comunidade quando o game foi lançado ano passado. Foi ousado e ambicioso fazer isso, mas acabou sendo fantástico terem feito. Os fãs ganharam um jogo melhor por conta disso.
Gostei da nova campanha, ainda que ela não acrescente muito ao gancho final deixado pelo final original da campanha de Destiny 2. O que dá a entender é que o enredo continua costurando aquilo que vai ser o futuro da série, o que eu sinceramente espero que não venha somente a ser respondido em Destiny 3. Que 2019 tenha uma nova expansão parruda tal como Renegados se provou ser.
Não vou dizer muito neste texto a respeito da nova incursão, pois como sempre menciono em todas as minhas impressões em torno de tudo que ocorre no mundo de Destiny, faço parte daquele percentual que não as joga. Não gosto do fato de não terem matchmaking (ainda que todo mundo discorde de mim) e não sou fã do esquema “tenha amigos e marque um horário onde todos fiquem por horas disponíveis para jogar as incursões“. Sou bem chato com isso, mas não tiro pontos do jogo por adotar isso. As incursões tem seus méritos e tem uma porrada de gente que adora elas. Pra mim é só uma pequena parte do conteúdo que infelizmente me daria mais trabalho do que diversão para realizar. Mas Destiny 2: Renegados tem uma incursão novo e o chefe final dela é extraordinário (sei porque vi no YouTube).
E no geral, na boa, Destiny 2 tem conteúdo para todos os gostos, para tudo quanto é lado. Tem para quem gosta de história, para quem curte explorar e caçar segredos, para aqueles da cenourinha, de minerar armas e itens novos, tem sólidos modos multiplayer, como os Assaltos e Crisol e tem os eventos e atividades. Destiny 2 é um destes games que impressiona por satisfazer uma grande gama de diferentes tipos de jogadores.
Destiny 2: Renegados coloca a franquia de volta aos trilhos. Cria muito conteúdo, muda todo um sistema de armas que não agradava os jogadores, traz novas super habilidades que são tão legais quanto as que já existiam no jogo. Permite novos níveis de luz. Tem novos eventos e atividades que não soam como reciclagem de coisas que já existiam. E tem uma das maiores áreas que regiões que o jogo poderia receber. São surpresas para todos lados. É basicamente o relançamento do jogo novamente em 2018. E vale o preço de um novo game, com tudo que ele já oferecia em 2017, mas adicionando uma porção extra e recheada de novidades. É esse o Destiny 2 que sonhava, e é o que me foi entregue agora. Que venham novos eventos sazonais e novas expansões. Destiny 2 finalmente entrou nos eixos daquilo que a comunidade esperava do game. Junte-se aos Guardiões!
Cara, parabéns pelo texto.
Sempre tive vontade de embarcar nesse mundo, desde o primeiro Destiny. Mas nenhum amigo meu tem interesse de jogar ele, nem o 2.
Aí te pergunto, dá pra se divertir e por um bom tempo com o destiny 2 jogando sozinho?
Vlw.