A Brasil Game Show 2018 acabou, mas não posso deixar as memórias do evento passarem em branco. Além das impressões do evento, que podem ser conferidas neste link, preciso comentar também sobre os jogos que testei nos dois dias em que estive no evento e as impressões deixadas pelos mesmo.
Havia muitos jogos este ano, mais do que achei que teriam. Com muitos títulos que só devem vir a ser lançados em 2019, enquanto outros haviam sido lançados semanas antes, ou que já estavam em via de ser lançado, durante ou alguns dias após o término do evento. Vou repassar por todos, uns com mais conteúdo para falar a respeitos, enquanto outros nem tanto.
A ordem não é exatamente a ordem em que os testei, mas sim aqueles a qual lembrei de imediato ao montar essa lista. Não é, então, uma ordem dos melhores para os piores. Tenha isso em mente.
Jump Force
No mesmo final de semana em que estava rolando a BGS 2018, também calhou de ser o mesmo final de semana do Beta Fechado de Jump Force, que foi realizado tanto no PlayStation 4 quanto no Xbox One. Estive no evento na quarta-feira, dia 10/10, e na ocasião ainda não tinha tido uma resposta da Bandai Namco se conseguiria ou não jogar o Beta. O evento aconteceu por meio de inscrições no site do jogo, feita semanas antes, e lá dizia que nem todos poderiam ser atendidos dependendo da demanda. No fim tive essa resposta um dia depois, na quinta.
Então como estava no escuro na quarta-feira, sem saber se participaria ou não, logo tratei de pegar a fila, que nem era muito grande (dia de imprensa e VIPs tem suas vantagens), e testar a versão de demonstração que estava presente no evento. Bem mais intimidadora do que o teste realizado no beta em si. Sem explicações sobre controles ou as regras do jogo o resultado só poderia ter sido uma derrota vergonhosa.
Mas ali, dentro do evento deu para entender algumas regras do jogo. Como a barra de saúde ser única para os três personagens escolhidos, o que achei meio ruim. Os personagens são tão legais e dá vontade de jogar com todos, mas com uma única barra de saúde, fica claro que os jogadores não aproveitam o potencial das lutas em times de três personagens. Nem mesmo é vantagem trocar o personagem, pois em outros jogos, como Marvel vs Capcom normalmente se faz isso para recuperar um pouco da saúde do lutador, que foi descansar no banco sem ainda ter tomado nocaute.
Lá joguei em grande parte com o Luffy de One Piece contra o Barba Negra, que também faz parte da série. Percebi que o Barba Negra é um dos personagens mais apelões pela CPU. No Beta, testado alguns dias depois, isso voltou a se tornar presente. O jogo está em desenvolvimento, então ainda não está totalmente balanceado. Acredito que o Barba Negra é um destes personagens que ainda vá ser mexido na forma e na quantidade de dano que seus golpes causam.
Jump Force é, acima de tudo, um jogo bonito pra caramba. Coisa de deixar qualquer fã de mangá e animê emocionado. As expressões e os gráficos realistas são, neste momento, as coisas que mais me impressionaram. Muito mais do que a própria jogabilidade, que ainda não me pareceu estar no ponto exato.
A vantagem do combate é que ele é menos maluco do que os dos antigos jogos de Dragon Ball da série Budokai. Em que os personagens saiam voando e as batalhas tomavam rumos verticais, e muitas vezes com grandes distâncias entre os lutadores, com arenas maiores do que deveriam em alguns casos.
Jump Force é mais contido nesse sentido. Os estágios são relativamente menores e nada de lutador que possa sair voando. Todo mundo luta em solo, e quase sempre com combates mais próximos. Os golpes à distância são fáceis de se desviar e quase não causam dano, obrigando assim que os jogadores fiquem mais próximos entre si.
E mesmo quando há uma distância, existe um comando para se aproximar rapidamente e de forma automatizada do oponente, assim como os especiais, quatro para cada personagens, são ativados com um simples segurar do gatilho com o combo de um dos botões B, X, Y. O botão A mais gatilho fica responsável pelo despertar de alguns personagens, assim como um golpe ultra poderoso que nem sempre se consegue desviar.
Jump Force me causou boas impressões, mas certamente há coisas que o jogo pode melhorar. Especialmente uma modalidade onde cada lutador tenha sua própria barra de saúde. Isso também fariam as lutas durarem mais, com certeza. Na BGS, o teste que realizei foi rapidíssimo. Deixou vontade de voltar pra fila e jogar de novo. Por sorte o beta estava logo ali, há alguns dias de distância.
Devil May Cry 5
Gostaria de ter passado mais tempo em Devil May Cry 5, mas acredito que vi o suficiente no teste realizado na BGS. O suficiente para ver que a franquia se mantém fiel as suas próprias mecânicas e universo. O teste que fiz, no stand do Xbox, fui alertado que teria apenas 5 minutos de tempo para jogar, o que me obrigou a pular as cutscenes da demonstração. Não deu para apreciar a história ou o contexto do que estava acontecendo ali.
A demonstração do título que estava disponível ali era o mesmo que já havia sido mostrado na E3 2018 (ou na Gamescom, não estou muito certo agora), com uma fase em uma localidade urbana, uma cidade em destruição, que culmina em uma grande batalha contra aquele monstrão peludo já revelado anteriormente. Então meio que já conhecia uma parte do que o jogo estava me apresentando.
Senti que essa demonstração de Devil May Cry 5 estava bem semelhante com um segmento também de cidade que existe em DmC – Devil May Cry, o que faz sentido tento em vista que ambos os títulos são as mais recentes investidas na franquia. Só que lamento que DmC não tenha tido uma sequência direta.
Enfim, os controles foram o que mais me impressionaram na demonstração que testei. Tudo respondia muito bem, estava fácil engatar combos e fazer coisas diferentes no jogo. Usar a arma, a espada, uma espécie de agarrão e poder psíquico (que puxa os inimigos para perto do protagonista). Foi legal, mas não deu para sentir nada realmente inovador na série. Talvez haja, mas não se fazia presente nesta versão aberta ao público da BGS.
Devil May cry 5 me pareceu exatamente, para o bem, para o mal, como um Devil May Cry precisa soar. Bom, mas até seu lançamento no próximo ano espero que haja algo no jogo que me surpreenda, e prove que a série está evoluindo, e não apenas seguindo de forma paralela ao que a IP já conseguiu estabelecer.
O que mais posso dizer é que os inimigos continuam grotescos, o combate continua divertido, com combos sendo facilmente engatados, com muita violência explícita contra criaturas das trevas e com ação frenética. Visualmente os gráficos não parecem muito diferentes do último DmC, porém adaptados para o que esta geração consegue aprimorar. Mas o level design me pareceu bem pé no chão, sem que o jogador se sinta impressionado com o ambiente a sua volta. Não mais do que a Platinum Games consegue, por exemplo, com Bayonetta.
Devil May Cry 5 pode vir a ser um jogão, mas pela demonstração, que a Capcom está levando à eventos, fica a impressão de que a série está jogando no ponto mais seguro possível. Sem reinventar ou inovar nada. É o que todos sabem o que Devil May Cry é, em termos gráficos e jogabilidade, e ponto final.
Kingdom Hearts III
Não esperava encontrar Kingdom Hearts III na Brasil Game Show este ano. Sério mesmo. A Square Enix não é muito de mostrar seus títulos da linha japonesa em eventos por aqui. Esperava encontrar Shadow of the Tomb Raider, que acabara de ser lançado, ou até mesmo Just Cause 4 (que por sinal não apareceu), que sairá no final desse ano. Mas não Kingdom Hearts III. Foi uma boa surpresa.
Quanto ao que testei lá no evento, após quase uma hora de fila, foram dois cenários do jogo. Um que se passava dentro do mundo de Toy Story, e que era graficamente fantástico. Me senti dentro da animação da Pixar. E um outro que era praticamente uma batalha de chefe, contra um dos Titãs do clássico Hércules da Disney.
Gostei mais de testar a fase de Toy Story, que era mais aberta e focada em lutas contra inimigos menores. Há todo um seguimento em que se passa dentro do quarto de Andy e na rua frente a sua casa. Logo em seguida o jogo cortava para uma loja de brinquedos, momento este em que a demonstração colocava o jogador em uma espécie de batalha contra robôs em primeira pessoas. Foi divertido.
A demonstração no estágio do mundo de Hércules não me impressionou muito. A proposta ali era demonstrar como o jogador conseguia subir lateralmente nas paredes e enfrentar um gigantesco Titã facilmente, subindo e escalando nele quando necessário. É tudo bem automático, mas não muito fluido nesse momento de escalada. O ideal desse segmento é usar as habilidades especiais do jogo, no caso uma invocação de um trem, que solta fogos de artifícios na cara do grande monstro.
Quanto a jogabilidade, não sei exatamente o que dizer. Kingdom Hearts não tem exatamente o melhor estilo de JRPG que normalmente há para quem aprecia o gênero. É tudo meio que esmagar botões, ainda que haja um menu com magias e itens. O fato é que ali, na demonstração, exceto nos momentos em que o game te alertava que um especial estava habilitado, os combates eram todos vencidos apenas esmagando o mesmo botão.
Mas assim, o game me soou bem natural. Foi fácil se movimentar, foi tranquilo batalhar. Mas certamente o que torna Kingdom Hearts impressionante é realmente o mundo mágico Disney, seus personagens, suas referências. A imersão e interação que o game consegue entregar disso. Kingdom Hearts III tem de tudo para ser um dos jogos mais interessantes de 2019.
Resident Evil 2
Não vou me aprofundar muito nas minhas impressões de Resident Evil 2. Infelizmente não tive tempo e a coragem de enfrentar a fila do jogo no stand da Warner, que estava no evento em parceria com a EA, Capcom e Ubisoft. Acabei testando o game lá no stand das Lojas Americanas, algo que também fiz na BGS de 2017 com o teste do Need for Speed, aquele lançado no final do ano passado.
Lá nunca é o ideal para se testar um novo título, mas estava por lá, não havia ninguém jogando, então resolvi testar os controles do game ali mesmo. Deu para sentir a proposta do remake, mas não toda a imersão e plenitude do jogo. Primeiro porque assim como no ano passado, a Lojas Americanas oferece jogos para demonstração ali, mas nunca fones de ouvidos. E as TVs ficam sem som. Péssimo isso. Mas é que dá para fazer caso você não deseje perdes horas de evento parado em alguma fila.
Resident Evil 2 está visualmente incrível. Imagino que a parte de som também. Joguei um segmento bem curtinho, pois sem som, fica difícil imaginar de onde virão os zumbis, ainda mais em corredores escuros. Estava em uma área inicial, com o Leon dentro da delegacia de Racoon City. Encontrei um policial, que foi dilacerado ao meio por zumbis, e muitas portas fechadas. Os puzzles de Resident Evil 2 continuam, tal qual a obra original. O jogo mistura muito a terceira pessoa e a ação dos jogos mais recentes, com a tensão e o jogo de câmera dos jogos originais, além da progressão feita por resolução de enigmas, o que obriga o jogador e ir e voltar pelos mesmos locais por diversas vezes.
Cheguei a resolver alguns enigmas, a senha de uma das fontes e um cartão de acesso a outra área da delegacia, mas logo morri ao me deparar com os primeiros zumbis. Sem ouvi-los, e com pouca munição, não deu para conte-los. Gostei (e me preocupei) com o fato deles não morrerem com um único tiro na cabeça. E é tenso algumas partes de escuridão completa, ainda mais com o reflexo terrível que estava lá no stand.
Porém foi o suficiente para saber que Resident Evil 2 é um game que todo fã da franquia vai querer revisitar com estes gráficos inacreditáveis, e uma jogabilidade mais moderna, porém seguindo a fórmula clássica da franquia. Sustos e puzzles bem no estilo metroidvania.
The Division 2
Agora se teve um título que me impressionou de forma inesperada foi o The Division 2. A demonstração na BGS foi toda coordenada por um pessoal que estava totalmente treinado para instruir e ajudar os jogadores. A demonstração foi a mesma apresentada na E3 deste ano, em meio aos destroços de um avião. E todo o segmento era realizado com quatro pessoas, que formavam um time que deveriam colaborar entre si.
O instrutor ajudava e indicava quando havia companheiros caídos, a usar alguns comandos e afim. Foi uma experiência muito prazerosa, realizado dentro do stand do Xbox. É bem diferente de outras situações, quanto o quão perdido fiquei com Jump Force momentos antes.
The Division 2 é um jogo de tiro e ação em terceira pessoa. Simples assim, mas tem bastante profundidade em termos de combate. Há também uma pitada de estratégia, pois requer que os jogadores saibam se posicionar em pontos chaves do cenário, a usar de forma cometida sua munição, a qual inimigo atacar primeiro e quando sair de cobertura para recolher os espólios da batalha.
Nosso time chegou ao final da demonstração, mas chegamos a morrer uma vez, bem próximo ao fim, quando a IA do game nos deu uma surra, se posicionando melhor do que a gente e caçando membro a membro do nosso time.
Visualmente o jogo impressiona e a jogabilidade pode sim ser meio confusa. Há muitas opções de controles, comandos e manipulação das armas e acessórios de ataque. No geral não é só mirar e atirar. Porém é natural achar isso sem ter que passar por um tutorial ou curva inicial do jogo. E mesmo assim, foi uma experiência bem divertida. Não joguei o primeiro The Division até hoje, mas sai da BGS na maior vontade de jogá-lo.
My Hero One’s Justice
Lançamento para daqui alguns dias, My Hero One’s Justice também estava presente na BGS deste ano, de forma bem discreta no stand da Razer. Apenas uma máquina e tal. O que achei uma judiação, pois é um título que meu deixou muito impressionado com o quão gostoso é seus controles e combates.
Talvez por se tratar de um jogo com um foco muito grande aos fãs do mangá e do animê em si, e por não ser um título tão famoso quanto um Dragon Ball ou Naruto, mas vai por mim, se você curte estes jogos de lutas de séries da Jump, My Hero One’s Justice não desaponta.
O jogo segue um estilo de arena tridimensional, tal qual Naruto Storm. Os jogadores podem correr para qualquer direção e devem perseguir seu adversário para um confronto mais direto. Dá para pular (e é um comando com pulo duplo muito assertivo no controle) e também atacar a distância. Os personagens são escandalosos e gritam, como se espera que fazem, e usam ataques famosos da série, a curta e longa distância. O golpe de Smash do Midoriya com o dedo é quase um Leigan do Yusuke de Yu Yu Hakusho. É demais!
A Bandai Namco em 2018 está sensacional. Já teve jogo de Dragon Ball, Naruto, Sword Art Online… acaba de lançar um novo SOULCALIBUR e já tem no horizonte um novo título de One Piece e também Jump Force, nada mais justo de apostar em outras séries. Torço muito para que My Hero One’s Justice tenha o destaque que merece e que vá bem nos reviews quando vir a ser lançado em alguns dias. O título merece!
Keen
No stand do Xbox havia uma área meio tímida, escondida entre Forza Horizon 4 e Kingdom Hearts III com alguns títulos indies e também com Cuphead (não notei se era o DLC novo, mas suspeito que não). Lá estavam o brasileiro Dandara, cujo review pode ser encontrado aqui no site, e também outro título de produção nacional chamado Keen.
Desenvolvido pela Cat Nigiri, Keen ainda está em desenvolvimento e deve vir a ser lançado no próximo ano. Trata-se de um game de puzzle em tabuleiro, onde o jogador anda por um tabuleiro tentando eliminar todos os inimigos, sem estacionar próximo a um sem derrubá-lo totalmente.
É um destes jogos em que é preciso pensar antes de agir. Joguei em uma fase que se chamada Floresta das Ilusões, ou algo assim. O objetivo era descobrir como ativar três interruptores principais, segundo caminhos predeterminados e repetindo passagens de um mesmo segmento de fase por meio de rotas alternativas.
É meio difícil de explicar pondo assim em texto, mas posso garantir que é bem divertido para aqueles que gostam de um bom desafio. Não me pareceu um título hardcore, possuindo inclusive um apelo bem infantil com seu visual bem fofinho. Talvez visando um público infantil feminino? Não sei, acabei de pensar nisso enquanto escrevia aqui. Lá na hora isso não me passou pela cabeça. De qualquer forma, vale a pena ficar de olho. Já tem site oficial para quem quiser acompanhar futuros updates do estúdio em torno do título.
Keen também é um título que pode vir a funcionar muito bem em plataformas mobile, o que também deve justificar o estilo visual meio grandão na tela. Não me incomodou isso lá na demonstração, mas lembro de pensar que estava um pouco maior do que precisava ser em um console. Porém, pensando que ao diminuir o cenário como um todo, isso certamente aumentaria a complexidade do tabuleiro a qual o jogador precisa navegar. E talvez até tenha isso em outro momento do game, afinal só vi um pequeno segmento lá.
De fato, é um jogo para se pesquisar mais e acompanhar novidade no futuro. Sempre uma produção nacional, é sempre motivo de orgulho pra gente ver e saber o que está sendo produzido aqui dentro desse Brasil de problemas econômicos. Vale espiar o site oficial.
Mônica e a Guarda dos Coelhos
Falando em produções nacionais, também estava presente na Brasil Game Show este ano o novíssimo, ainda não lançado, Mônica e a Guarda dos Coelhos, atualmente em desenvolvimento pela Mad Mimic Interactive, sendo que esta é uma versão adaptada do sucesso do estúdio No Heroes Here. O jogo deve vir a ser lançado no PC e consoles ainda este ano.
Como ainda não tive a oportunidade de jogar No Heroes Here, pois o mesmo ainda não foi lançado no Xbox One, o meu contato com o jogo da Mônica foi mais impactante (e confuso) do que achei que seria. Gostei do que vi, ainda que tenha levado um tempo para entender suas mecânicas e regras (e no momento em que estava jogando no stand do Xbox não havia ninguém para me ajudar).
Descobri também que o game tem como premissa uma jogabilidade cooperativa. É possível jogar sozinho, mas está longe de ser ideal. Basicamente o título exige no mínimo dois jogadores para acompanhar o ritmo da jogabilidade, que consiste em proteger um castelo que está sendo invadido de ambos os lados.
O jogador tem como recurso canhões que devem ser abastecidos com potentes tiros que causam diferentes tipos de danos e status nos inimigos. Havia, na demonstração que testei, quatro pontos de defesa, divididos entre quatro canhões, cada um especificamente para estes quatro pontos. Um canhão não atira em um ponto diferente do que ele está programado. Para abastece-lo com munição é necessário forjar o item, e também forjar uma peça especial, aqui representado por um Sansão, o coelhinho da Mônica.
Há mesas de construção, a qual o jogador deve levar itens para construir aquilo que deseja. Há também três altares coloridos que criam Sansões diferentes, que precisam ser abastecidos com a munição dentro do canhão para que o disparo possa funcionar dependendo da cor do Sansão. Há um que causa dano, outro lentidão e um terceiro envenena os inimigos.
Foi divertido a demonstração, ainda que tenha jogado sozinho. Em single player o jogador precisa ficar trocando entre dois personagens, o que não se provou ser tão eficiente ou prático quanto é em Overcooked, por exemplo. Mônica e a Guarda dos Coelhos é realmente um título que precisa ser apreciado em multiplayer. Ideal para experiência no sofá, com os amigos ou crianças pequenas. Parece um título que iria me divertir em casa, com o meu pequeno de 6 anos, após explicar todas as regras do jogo para ele. Torço para que título não demore muito a ser lançado.
Ori and the Will of the Wisps
Outro game inesperado nesta Brasil Game Show foi a sequência de Ori and the Blind Forest. O título foi revelado na E3 em junho e havia me esquecido dele. Infelizmente o jogo deve ser lançado somente em 2019, então ainda está meio longe. Uma pena, pois é um título que seria bem vindo a escassa line-up de exclusivos do Xbox One neste ano de 2018.
A demonstração de Ori and the Will of the Wips já apresentava um momento bem redondo do game. Quase dava para sentir como algo completo, muito bem desenvolvido e uma clara evolução em relação ao primeiro jogo. Ori está mais rápido e o game tem como proposta essa agilidade em sua movimentação.
A área que testei era realmente enorme, a ponto de ser praticamente impossível terminar a demonstração ali no stand. Cheguei em um ponto bem longe, em uma área onde precisava colocar chaves para abrir uma ponto. Cheguei até a porta, só para descobrir que teria que voltar por vários locais previamente vencidos para resgatar as chaves que me passaram desapercebidas. Não deu tempo de fazer isso.
Ori agora pode escavar áreas, quase como nadar em areias. Os inimigos estão ferozes e há muitos desafios que consistem em pular rapidamente em paredes e plataformas. Vi bastante gente penando na demonstração, enquanto esperava na fila. Cheguei a achar que estava até mais difícil os controles, mas quando foi a minha vez tudo fluiu muito bem. Talvez por ter jogado o primeiro e não ter tido problemas nesse sentido.
Enfim, é uma bela promessa para o Xbox One em 2019. Não é um daqueles títulos que tem porte de título AAA, está mais na esfera dos jogos independentes (ainda que com o apoio de uma grande empresa), a sequência de Ori promete algo divertido, desafiador e incrivelmente belo, tal qual o primeiro game.
Hitman 2
A sequência de Hitman, desenvolvido pela IO Interactive, também é um dos lançamentos de final de ano que admito estar animado para jogar com toda a paciência do conforto de casa. Na demonstração da BGS, que também era idêntica ao da E3, com a missão no cenário da corrida de Fórmula 1, não tinha como me aprofundar demais em sua jogabilidade.
O que encontrei ali é um game muito fiel a sua versão anterior. Visualmente e mecanicamente. Não havia ali nada que estivesse reinventando as coisas, ainda que o título ande anunciando tais novidades, como a versão Ghost e a premissa de que a sequência terá ainda mais opções e possibilidade de assassinatos do que o jogo anterior.
O que consegui fazer na demonstração que testei foi conseguir a fantasia do mascote (o Flamingo) e entrar na área VIP dessa missão. O tempo para teste de Hitman 2 era mais livre, porém esse é um jogo que não é fácil testar na pressão de que há outras pessoas na fila esperando e no desconforto de não saber o quanto está progredindo ali. Uma experiência guiada por algum assistente também não me interessou, pois eu apenas estaria seguindo um tutorial. Descobrir faz parte da graça do jogo.
O que gostei foi de saber que Hitman 2 está fiel ao que o primeiro Hitman deste mesmo estúdio. Não sei se a ideia de não ser mais uma experiência episódica vai me agradar, pois acho que esse é um game que pode soar cansativo se jogado em formato de maratona. A primeira versão me agradou por me oferecer essa experiência de forma mais pacata, mais lenta. Espero que Hitman 2 me prenda ao me oferecer tudo de uma vez.
LEGO DC Super-Villains
Os últimos dois títulos dessa lista eu joguei na quinta, dia 11/10, quando levei o pequenos Thales para sua primeira BGS. Sobre a experiência de ter levado ele pela primeira vez, a quem se interessar, está em um vídeo que gravei com a minha esposa, falando um pouco sobre como foi estar lá com uma criança pequena, entre outras coisinhas. Dá para conferir lá no canal do Portallos no YouTube.
Quanto ao LEGO DC Super-Villains, lá na BGS testamos em coop apenas um segmento bem inicial do jogo. O game veio a ser lançado essa semana e pudemos jogar um pouco mais no conforto do lar. Inclusive já tem vídeo do início do jogo também lá no nosso canal no YouTube, mostrando a dublagem e toda a missão inicial, assim como a sua história e jogabilidade.
O primeiro impacto que se tem com este novo jogo da LEGO é que trata-se de uma versão bem mais parruda daquela entregue em LEGO Os Incríveis, lançado alguns meses atrás. Os cenários são mais ricos em detalhes, assim como os personagens e seus poderes e habilidades. Isso reflete muito nas mecânicas do jogo, nos puzzles e desafios criados nos estágios.
É até impressionante o quanto isso fica claro logo no começo do título. Acho que LEGO DC Super-Villains tem de tudo para competir pau a pau em termos de qualidade com o LEGO Marvel Super Heroes 2 do final do ano passado. Não dá para dizer com todas as letras isso nesse momento, pois preciso avançar mais dentro do mesmo, mas ele dá essa impressão facilmente.
Spyro Reignited Trilogy
Outro título que testamos na quinta, bem não exatamente eu, mas o pequeno Thales, foi a remasterização da trilogia original dos jogos do Spyro, que deve sair (caso não seja novamente adiado) no próximo mês, em novembro. Não fui eu quem pegou e assumiu aos controles, mas estive todo o tempo ao lado do Thales, dando indicações sobre o que fazer.
A primeira coisa a se dizer sobre esse remaster é que o jogo está tão bonito e incrível quanto o trabalho feito com o Crash Bandicoot ano passado. O visual e os gráficos estão incríveis. E a jogabilidade, vendo meu pequeno assumindo essa função me pareceu responder bem, pois ela não ficou perdido ou tentando fazer algo sem sucesso. Fluiu tudo muito natural, ainda que a gente tenha ficado um pouco sem objetivos na demonstração que testamos no stand do PlayStation. Acho que objetivo era apenas encontrar estátuas de dragões nos jardins do castelo. Não era nada super complicado ou linear. Tratava-se de uma área aberta para explorar mesmo.
O Thales se divertiu caçando baús, queimando ovelhas e pequenos pequenas joias, tal qual ele se diverte pegando moedas em jogos do Super Mario. Tudo bem simples e casual. Não acredito que Spyro Reignited Trilogy vai se provar um game tão difícil quanto os dois primeiros jogos do Crash Bandicoot, no remaster, se provou ser. Parece mesmo um jogo mais infantil, voltado a um público mais jovem. Para nós, velhacos, será um título de nostalgia apenas.
De toda forma, são três jogos, por um ótimo preço. Com certeza irá valer a pena ter na biblioteca de jogos de sua respectiva plataforma. Só vou lamentar o fato de que, provavelmente tal como a trilogia do Crash Bandicoot, esse lançamento não deve vir ao Brasil de forma localizada. Bem ainda não há nada oficial quanto a isso, mas o que testamos lá na BGS estava em inglês, o que certamente dificulta um pouco a compreensão de metas e objetivos por parte dos menores. Esse é o tipo de game que é até um pecado não ter localização em nosso mercado.
E é isso. Claro que não joguei tudo que gostaria de ter jogado. Mas foi uma quantidade admirável, acredito. Se tivesse mais dias, e tempo, gostaria de ter jogado: Call of Duty: Black Ops 4 (que agora já saiu e já estou testando aqui para futuras impressões, tem até vídeo lá no canal do YouTube com gameplay do modo multiplayer), Sekiro: Shadows Die Twice (cuja a fila estava enorme) e Days Gone (só porque não poderei jogar por não ter um PlayStation 4), Ace Combat 7: Skies Unknown (que sai apenas ano que vem), Horizon Chase Turbo (outra produção nacional e que deve chegar ao Xbox One eventualmente) e Marvel’s Spider-Man (que apesar de já ter saído, saiu apenas no PS4 e entra no mesmo caso do Days Gone).
Pra mim essa é uma das partes mais divertidas da Brasil Game Show, e a julgar pela quantidade de pessoas que topam enfrentar filas e mais filas para ficar em frente a um vídeo game por apenas alguns minutos, imagino não ser o único a ter esse sentimento.
Também demonstra a importância do evento, que não se resume apenas a ter jogos já lançados, quem são mais fáceis dos stands conseguir colocar em máquinas. A premissa de ter jogos inéditos, ainda não lançados, e que muitas vezes vão chegar apenas no próximo ano, e dar essa chance do público jogá-los com tamanha antecedência, acaba mostrando o peso e importância do evento. O que justifica ressaltar isso e falar um pouco dos games que puderam ser testados e apreciados na edição de 2018 da Brasil Game Show.
E até a Brasil Game Show de 2019!