Call of Duty: Black Ops 4 | Tem luz nesse Blackout! (Impressões)
Call of Duty Black Ops IIII está entre nós. E é assim mesmo, com essa grafia curiosa, um tanto provocativa, insinuando de maneira divertida que é um nome que é preciso prestar atenção…
Mas atenção é algo que Call of Duty tem aos montes. Aos milhões, para ser mais exato. Afinal, desde que Call of Duty 4: Modern Warfare (2007) se tornou um dos maiores sucessos daquele ano, ano após ano a série de jogos passou a dominar a preferência da maioria dos jogadores, e vários jogos passaram a tentar bater de frente e alcançar o mesmo prestígio.
Mas agora cá estamos, em pleno 2018, com a maioria dos jogos de tiro mais populares tendo como principal chamativo o modo de jogo Battle Royale. Tão logo essa modalidade de jogo alcançou enorme destaque entre gamers, muitos já se perguntavam quando Call of Duty embarcaria nessa onda.
Battle Royale chegou para ficar!
E é justamente nesse quarto Black Ops que ocorre essa “estréia”. E o que posso adiantar é que foi uma excelente estréia. Devido ao modo como a série lentamente evoluiu durante os últimos anos, não era raro encontrar jogadores que duvidavam que esse modo de jogo pudesse ser legal em um Call of Duty.
Eu particularmente poderia jurar pelo bigode do Capitão Price que essa mistura poderia dar certo. Os modos Battle Royale mais famosos como os de PUBG e Fortnite acontecem em uma mapa gigantesco. Mas os mapas de Call of Duty tradicionalmente são bem pequenos, diferentes daqueles que vemos em séries rivais como Battlefield.
Porém no ano passado Call of Duty World War II já sinalizou que um Battle Royale poderia ser uma adição legal na mistura. O modo War daquele jogo já era algo que procurava um frescor, oferecendo mapas maiores e com objetivos a serem cumpridos pelos jogadores, diminuindo um pouco a insana busca pelo melhor K/D da partida.
Tendo isso em mente, facilmente consigo pontuar que o modo Battle Royale, aqui batizado de Blackout, é sem dúvida nenhuma o grande destaque de Call of Duty Black Ops IIII. Ainda não consegui vencer o modo, minha melhor marca foi ficar entre os cinco últimos sobreviventes, mas para ser justo, nem em Fortnite nem em PUBG eu consegui ficar em primeiro.
De todos os jogos com Battle Royale que pude jogar, foi em Blackout que mais me diverti. Talvez o fato de jogar Call of Duty com bastante frequência (teve épocas onde eu jogava diariamente) tenha me deixado bem mais à vontade, rapidamente consegui me ajustar com o ritmo do modo de jogo, ainda que realmente ele tem um tom bem diferenciado. Mas o coração de Call of Duty está lá, com seus combates rápidos, dinâmicos, onde bobear diante do inimigo é quase sempre fatal.
Jogar Blackout em áreas mais fechadas como um galpão ou um prédio por exemplo, faz tudo soar muito parecido com um Call of Duty tradicional, ainda que raramente não se encontre uma aglomeração de inimigos a não ser na reta final, onde todos que estão vivos tem que disputar um espaço cada vez menor.
Durante uma partida de Blackout o círculo de área segura vai se fechando, a coisa toda fica realmente parecida com uma partida tradicional de Call of Duty, porém a qualquer momento do jogo é divertido enfrentar oponentes, tem um tempero a mais que não consigo encontrar em outros Battle Royales.
Consigo dizer com satisfação que adicionar um modo Battle Royale foi uma tacada certeira da Actvision, e logo de cara já com um mapa de jogo impressionante, 1500 vezes maior do que o mapa Nuketown, muito bonito e variado, e com várias localidades que recriam mapas famosos da série e até mesmo o modo Zombies! É praticamente perfeito e incrivelmente soa como um mapa de Call of Duty deve ser.
O mapa do modo Blackout pode não ser o maior em comparação com mapas de jogos com modos similares, mas funciona e parece que são vários mapas de multiplayer juntos de maneira muito bem pensada. E ainda tem veículos, como helicópteros, barcos e motos para a rápida locomoção. O design de som também merece aplausos, com sons característicos presentes em toda sua extensão, como mosquitos, passarinhos, vento, ruídos elétricos e coisas do tipo.
A cereja no topo desse bolo? É poder jogar com personagens clássicos da série, algo que imediatamente eu quis quando soube que esse quarto jogo teria coisas dos jogos anteriores.
Sem historinha por favor!
Uma das coisas que mais chamou a atenção nas manchetes dos veículos especializados em games, e na sequência entre fóruns e posts em redes sociais internet afora foi a ausência de um modo história em Black Ops IIII.
Eu nunca vi problema nisso, e achava interessante um jogo que fizesse uma mistura esperta entre personagens e itens dos Black Ops anteriores. Afinal de contas, seria muito legal poder ver a fuça do Woods e seus companheiros.
É quase isso que acontece, mas a Treyarch meio que tentou colocar um pequeno modo de história disfarçadamente, com vídeos, dossiês e missões de tutoriais que apresentam os personagens do jogo, os Especialistas. O resultado não me atraiu muito, por mim nem precisava justificar a presença desses soldados, e me decepcionou como Woods foi colocado nisso, porém funciona como tutorial, devo admitir.
Multiplayer raiz continua envolvente.
Um dos grandes segredos da fórmula do sucesso do multiplayer de Call of Duty é que seu sistema de progressão constantemente fornece algo ao jogador. Seja evoluindo a arma, ganhando melhorias, ou novo ícone, a cenourinha inegavelmente sempre funcionou, instigando o jogador a jogar muito para poder desbloquear tudo.
Até assistências contam como uma eliminação caso outro jogador dê o tiro final no seu adversário, assim como acontece em outros jogos como Destiny ou Overwatch. E após as partidas é mostrado gráficos e estatísticas mais detalhados, incentivando o jogador a querer melhorar para ver esses números melhorarem.
Talvez uma das coisas que mais chama a atenção seja que a recuperação de vitalidade do seu soldado não é mais automática, agora após receber dano, é preciso manualmente iniciar o processo de cura. Uma mudança interessante que provoca mais tensão, fazendo o jogador ponderar o tempo todo se vale a pena continuar a travar combate com menos vitalidade, arriscando mais para conseguir uma eliminação em sequência, ou recuar para enfrentar o próximo inimigo com força total.
Eu gostei disso, ainda que por força do hábito eu geralmente me esquecia de me recuperar nas primeiras partidas, só alguns dias depois tudo passou a ocorrer mais naturalmente. Na prática, como o gameplay é mais orientado para a troca de tiros nesse jogo, sempre existe aquela dúvida tensa em escolher se você quer recarregar a arma ou recuperar a vida após um gunfight. São segundos difíceis!
Também gostei de como é possível atirar praticamente a qualquer momento, mesmo durante escaladas ou mergulhos, isso deu um dinamismo muito bom para o andamento das partidas.
Trazer de volta os especialistas também foi uma boa ideia, cada um com suas características, mas sem aquela movimentação envolvendo super pulos e corridas na parede do terceiro Black Ops, essas habilidades especiais deles ficou melhor integrada ao gameplay.
Modos novos como Heist e Control chegam arrebentando, divertidos e envolventes, mas o destaque vai para Heist, no qual você deve jogar com as habilidades dos Especialistas desligadas, os times disputando sacolas de dinheiro, e com isso comprando as armas e equipamentos entre rodadas. Simples e viciante.
Os zumbis continuam vivos e muito bem!
Trazer o Modo Zumbi já é tradição nos jogos Call of Duty, e esse ano eles não ficaram de fora, embora tudo pareça menos assustador e sério ao compararmos com o modo Zumbi de World War II, por exemplo. Mas certamente em termos de tamanho é a maior experiência já vista desse modo.
Sozinho ou com amigos (sempre a melhor opção!) o modo zumbi desse ano vem com duas histórias separadas e em três missões e quatro mapas temáticos: Voyage of Despair (um navio tipo Titanic), IX (Coliseu) e Blood of the Dead (Alcatraz, remake do Mob of the Dead do Black Ops II), além do exclusivo Classified (uma espécie de remake do Five do primeiro Black Ops) para quem tem o passe anual.
O modo não trouxe muitas novidades fora essa temática de mapas mais diferente e mais divertida, mas a boa notícia é que continua desafiador e certamente está mais complexo em termos de opções de armas, itens, e na complexidade dos cenários. O inédito uso de bots é interessante mesmo que a inteligência artificial deles seja meio inconstante. Mas o recomendável mesmo é juntar uma galera e acabar com a raça dos monstrengos, inclusive no novo modo Rush, que é mais simples e direto.
Final Killcam
Se por algum motivo você andou afastado de Call of Duty, considere voltar, e rápido! Com três modos de jogo bem produzidos, a Treyarch merece aplausos e entrega um excelente Call of Duty bem no momento onde muito se fala sobre o início do seu declínio. Bem, não foi dessa vez, a série promete continuar no topo!