Jogando… Crackdown 3 Wrecking Zone Technical Test
Título será lançado no Xbox One e Windows 10 em 15 de fevereiro
Esteve acontecendo, desde o dia 7 de fevereiro, alguns testes de stress de servidores para Crackdown 3, que chega ao Xbox One e Windows 10 na próxima sexta-feira. Estes testes foram realizados em datas específicas e em uma janela de 2 horas seguidas para cada sessão. O Twitter oficial do game foi bem útil nestes últimos dias, trazendo as informações de datas e horários.
Puderam participar destas sessões todos os membros do Inside Xbox, cujo o download da demonstração foi liberada dentro do app do programa. Eu tive a oportunidade de testar um pouco do jogo no último domingo, em uma das duas sessões realizadas no dia 10 de fevereiro.
Os testes foram realizadas em um modo chamado Wrecking Zone – ou Área de Demolição, já na versão localizada em nosso idioma. Essa modalidade consiste em embates de dois times, de cinco jogadores de cada lado, onde os jogadores deveriam pegar a badge do adversário eliminado para contar pontos. O time que recolher 25 medalhas primeiro vence a partida. Regras bem claras, objetivas e até bem simples.
Somente um mapa foi disponibilizado nestes testes realizadas. Um chamado Zona de Apagão, a qual não consigo dizer se haveria uma característica singular dentro dele. Na verdade a lembrança que tive foi realmente do mundo dos jogos anteriores da série. As cores futuristas, brincando muito com o estilo neon, entre rosa, roxo, preto e azul. Prédios sempre muito altos e uma jogabilidade muito focada na verticalidade, um dos pontos altos da série em termos de mobilidade.
É um mapa que me deixou curioso para saber se haverão outros, algo que admito não ter ido atrás pesquisar. Imagino que há algumas variações dentro da estrutura do mundo de Crackdown que permite isso, zonas mais litorâneas, com parques de diversão, ou com estruturas mais largas de prédios, com graças praças centrais. Tudo isso é bem característico da série. Porém, por enquanto, só tomo conhecimento do mapa mostrado aqui nesta postagem.
Nesta modalidade não havia inimigos controlados pela inteligência artificial do jogo. Nem ao menos veículos para serem usados. Não significa que não seja algo que possa a vir a ter eventualmente. Porém aqui nos testes só haviam jogadores contra jogadores. Sem outras surpresas ainda não reveladas pelo jogo (que por sinal, muito pouco se sabe, já que muito pouco foi mostrado).
E menciono tudo isso porque como fã da série é algo que realmente me deixou curioso. Entendo que o objetivo era testar os servidores, o matchmacking para encontrar partidas, as muitas regiões do mundo, lentidão e afins. Mas é inevitável que o jogador também esteja analisando aquilo que o jogo está lhe mostrando.
Na questão da parte técnica não vi grande problemas. Até cheguei a transmitir quase uma hora de partidas em nosso pequeno, humilde, mas sempre cheirosinho, canal no YouTube. O vídeo pode ser encontrado mais abaixo deste texto, caso sinta a curiosidade de assistir o jogo rodando. Eu inclusive até achei que mandei bem, ficando em segundo lugar em todas as partidas em que participei, sendo que o time em que estava ganhou todas. Não perder é sempre gratificante.
O que o jogador teve como opção de personalização foram alguns personagens, tantos masculinos quanto femininos, incluindo aquele baseado no ator Terry Crews, que chegou bem tarde no desenvolvimento do jogo para ter um charme necessário. Havia também a disposição de algumas das armas do jogo, tanto primária quanto secundária, e duas habilidades especiais, uma que dava um animal impulso vertical e outra que criava um sem graça escudo defensor ao seu redor. Não preciso dizer qual habilidade especial mais gostei, certo?
Outro ponto sobre os personagens: ao menos aqui não existia sistema de progressão de nível. O que é estranho, já que esse é um elemento que é pensado para incentivar o jogador a continuar jogando a mesma coisa de forma repetitiva. Não faria mal um sistema assim que no decorrer das horas liberassem coisas cosméticas, novas skins, armas, trajes e afins.
Por último, vale dizer que o ponto alto dessa modalidade, está centrado em seu próprio nome: Área de Demolição, ou seja, tudo no cenário pode ser destruído. “Tudo” com um pontual “virgula”, pois está mais para a sensação de que qualquer coisa é destrutiva. Mas é realmente muito difícil vários prédios virem a desabar e a partida acabar com um mapa plano e uma cidade completamente destruída.
O que achei?
Quanto a questão do ambiente destrutivo, vi pontos altos e pontos baixos. Primeiro que não é aquela destruição magnífica que os jogadores virão na primeira apresentação de Crackdown 3. Preciso dizer que já vi a série Battlefield destruir seus próprios cenários de uma forma muito mais bonita e convincente.
A destruição cria prédios parecendo queijos suíços, cheio de buracos. Porém não há exatamente uma física realista a ponto de derrubá-los facilmente. É uma brincadeira marota dos desenvolvedores, mas certamente não está no potencial desejado inicialmente. Talvez seja, e muito provavelmente é, algo que esta geração de consoles não aguente processar. Até porque tinha essa história do poder da nuvem de processar tudo isso para que o jogo desse conta. Um projeto lá do início do Xbox One que não foi tão à frente quanto se desejava.
Mas é sensacional pular como um foguete, cair em cima de um prédio e ir estourando ele de cima até embaixo, desejando pegar o adversário que está lá no meio dos andares tentando pegar outros jogadores em partes inferiores. É demais fugir de alguém mirando em você dando um impulso horizontal que quebra a parede à sua frente.
A única coisa que esperava que tivesse peso era os destroços. Paredes quebram, pedaços dos prédios desabam, mas nada disso parece causar dano aos jogadores próximos. Parece que é tudo isopor, sabe? Poderia ser diferente. Inclusive os destroços desaparecem após alguns segundos que ficam imóveis. A verticalidade do mapa muda, mas a parte inferior, o chão, que poderia estar repleto de entulho, não.
Não fiquei decepcionado, mas também não fiquei impressionado como gostaria de ter ficado.
Na questão da mobilidade do personagem, isso sim não tenho do que reclamar. Esta do jeito que todo fã ama na franquia. Talvez os personagens estejam mais leves, eu me lembro de um Agente bem pesado no primeiro, daquele que dava impacto ao pular e aterrissar. Mas não me incomodou.
Pelo contrário, gostei muito de como os saltos e impulsos são generosos e absurdos. Os personagens meio que quase voam pelo cenário. Não há lugar em que não se consiga alcançar. Isso pra mim é sensacional. Não tem nada mais frustrante do que dar mobilidade extra humana a um personagem e ele travar em um prédio inalcançável.
As armas também seguem bem fieis ao jogos anteriores. Adorei o fato de que a mira pode ser travada nos jogadores adversários, tal qual é no modo single player da série. Isso faz com que os jogadores precisem decidir entre contra atacar ou se esgueirar dentro de uma parede ou nas laterais do prédio afim de quebrar a mira travado do adversário.
Ao fim, Wrecking Zone me pareceu ser um modo multiplayer interessante e divertido. Não dá para dizer nesse momento se será duradouro. Acho que precisaria de alguns elementos adicionais, como veículos, sistema de nível e progressão do jogador, itens cosméticos e muitos mais mapas. A física do sistema de demolição também não faz jus ao que foi prometido. Mas no fim, é uma ideia legal para a série.
Claro que, certamente não é por conta dessa modalidade que os interessados devem querer adquirir o game. Crackdown, quando lançado lá em 2007, era muito mais sobre ser um jogo de mundo aberto com muita verticalidade, e poderes absurdos. Um modelo que foi copiado ao longo dos anos por outras franquias, que até fizeram coisas tão legais ou até melhores. Acho que o que Crackdown 3 precisa entregar é um modo single player tão memorável quanto o jogo original. Este é o modo que ainda paira muitas dúvidas e que não foi revelado em sua plenitude.
Felizmente os donos de Xbox One estão há poucos dias de terem todas estas respostas, com o lançamento do jogo tanto com sua versão para compra física e digital, quando aos assinantes do Xbox Game Pass no mesmo dia de seu lançamento. Isso por si só já é motivo mais do que suficiente para querer testá-lo e ver por conta própria o que o título terá a oferecer. Admito estar bem curioso.