Nesses últimos dias, estive bem ocupado jogando Trials – Rising, e surgiu forte aquele saudosismo dos meus primeiros anos jogando videogame. Tempos mais simples e já distantes onde reinava meu saudoso Dynavision, (um dos melhores clones nacionais de Atari 2600) e seus jogos com temáticas diversas e poucas “telas” de jogo. Ou dependendo do jogo, só de uma única tela!
Dentre os diversos temas de jogos disponíveis, o tema “Moto” nunca me interessou tanto quando o tema “Carro“, e eu pelo menos sempre encontrei mais diversidade e quantidade em games estrelados por carros. Adorava jogar Enduro, Grand Prix, Pole Position, entre outros, mas um jogo de moto era difícil de se achar. Até tinha o bacana Motocross, mas só fui conhecer ele anos mais tarde…
E é assim até os dias de hoje, jogos de moto nunca tiveram um título extremamente popular, mas se tem um game que consegue me levar de volta ao passado e me dar sensações daquela época, é um jogo de moto, e pode ser qualquer um da série Trials. É uma série de jogos bastante acessível e fácil de se entender como se joga. Nada de se preocupar com dezenas de comandos, com inventários de centenas de itens ou mundos para salvar. É só se acomodar no sofá e jogar de boa.
SIMPLES E ATRAENTE
Trials – Rising é o sexto game da série, que começou bem modesta no começo do ano 2000. Um simples browser-game, mas que aos poucos foi sendo melhorado e conquistando seu lugar, com sua vibe sendo mantida e criando uma identidade própria, conforme podemos ver no vídeo a seguir.
Dentre os tantos sucessos atuais da Ubisoft (a maioria deles focados em jogos com narrativas enormes e mundos de jogo complexos) erroneamente pode-se ter a impressão de que a série Trials não seja tão relevante para ela ou para o público, porém Trials para mim pelo menos é um dos produtos mais interessantes do catálogo da Ubisoft, e esse novo jogo só fortalece essa minha linha de pensamento.
O jogo anterior dividiu um pouco a base de fãs da franquia, e claramente Rising dá alguns passos atrás para reconquistar os fãs que se afastaram, sem deixar de mostrar um vigor novo, em especial quando tem uma boa novidade como por exemplo, fazer com que dois jogadores comandem uma moto simultaneamente, o que é muito divertido, porém pode acabar com amizades! Afinal de contas, em busca da volta perfeita, Trials é daqueles jogos que pode fazer nosso sangue ferver até conseguir dominar uma pista!
Trials – Rising continua a nos instigar a jogar controles na parede, a xingar e gritar depois de errar um salto depois da vigésima tentativa seguida de avançar pela fase. Não é nada fácil conseguir concluir o percurso logo de cara, é aquele jogo que vai te desafiar e que você vai ter que entender qual a melhor maneira possível para superar cada obstáculo da fase.
A jogabilidade continua muito boa e acessível, privilegiando quem se dedica a entender como a física se aplica no jogo, não bastando apenas decorar a fase. Essa característica é um dos destaques do game. Tem horas em que estou jogando e percebo que estou errando, e a culpa é só minha. Algumas vezes chegou a surgir um começo de irritação, e nessas horas é bom dar um tempinho no jogo e fazer outra coisa. E quando você finalmente acerta a manobra, faz o ângulo certo, consegue equilibrar a moto, é só alegria e vem aquela sensação boa, de que foi a sua habilidade que te fez avançar, bem ao estilo dos jogos de antigamente.
Claro que facilidades modernas ajudam, como o save point lhe devolver na pista sempre no último checkpoint. Imagino que se toda vez que falhássemos, nós tivéssemos que começar a fase do começo, teríamos muito mais controles quebrados e amizades desfeitas por aí! Aprender a controlar o equilíbrio da moto é fundamental, esses checkpoints generosos são interessantes até que se domine a melhor maneira de passar pela fase.
EVOLUÇÃO DA SÉRIE CONTINUA
Posso destacar ainda o cuidado com a parte visual. Trials – Rising é um jogo bonito, o mais bonito da série. Há um cuidado com a modelagem dos objetos, e toda a parte de customização da moto e do piloto valoriza muito quem jogar bastante. Claro que há loot-boxes, mas felizmente para itens cosméticos. Esse sistema de distribuição de itens dentro do jogo tem sido alvo de muitas polêmicas, e eu gostaria que fosse abolido de vez.
O design geral das fases é bem interessante, com interações divertidas e surpreendentes. Como a ideia é percorrer diversos países, as provas usam isso ao seu favor com louvor. Uma das primeiras fases, bem ao estilo Hollywood, é uma das que mais curti. Essa variação nos ambientes da fase estimula o jogador a querer avançar no game e quebra um pouco a monotonia, já que é normal repetir as fases para conseguir uma boa pontuação.
A interface continua esquisita e lembrando jogos de celular, se tem algo que eu gostaria de mudar é toda a organização dos objetivos do jogo, a navegação pelos menus não é muito intuitiva, mas a boa notícia é que dá pra se acostumar depois de algum tempo. Mas anote esse meu pedido de melhoria, Ubisoft!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Trials – Rising continua a respeitar as origens da série, com sua física algumas vezes maluca e divertida de se dominar. Mesmo que muitas vezes não estamos competindo com jogadores reais e sim com fantasmas deles, isso funciona como um bom estímulo para melhorar a performance. É um jogo desafiador sem ser muito chato, que dura na medida certa, ideal parta aquelas partidas rápidas, e recomendo essa nova aventura pelo mundo em quatro rodas!
Dando uma nota
O visual mais bonito da série - 7.5
Variedade de temas e design das fases - 8.5
Modo história poderia ser mais caprichado. - 5.5
Loot-Boxes não atrapalham, mas são desnecessárias. - 5.5
Desafiador, boa pedida para quem gosta de se superar. - 9
7.2
Bom
Desafiador e fácil de jogar, é uma boa escolha para jogadas rápidas, com visuais interessantes! Quem já era fã vai se sentir em casa, e novatos podem aproveitar e curtir o game que continua bastante acessível.