Por todo lado, Realidade Virtual está além dos videogames
Realidade Virtual vira uma das ferramentas mais disputadas em todos os segmentos de serviços no mundo
A aplicação da Realidade Virtual em vários setores já é uma realidade – o maior uso, é, sem dúvidas, no segmento de games. Mas grandes varejistas, montadoras, empresas da área médica e educação já usam esses recursos para o desenvolvimento de uma experiência mais imersiva para seus clientes.
Especialista em educação tecnológica e CEO da escola Manaós Tech for Kids, Glauco Aguiar, explica que a Realidade Virtual é uma tendência inevitável para a Quarta Revolução e que, por conta disso, a tecnologia vem sendo implementada no ensino e em outras áreas além do entretenimento: “A imersão proporcionada pela Realidade Virtual torna possível o aprendizado mais natural, dinâmico e significativo. Imagine aprender línguas estando virtualmente em outro País? Já no ensino da medicina, os treinamentos cirúrgicos ganham um grau de realidade nunca visto antes. Hoje, existem poucos médicos habilitados para realizar cirurgias robóticas, e como escalar isso se o robô mais utilizado, custa cerca de R$ 7 milhões? Logo, é mais viável fazer uma simulação com o auxílio de VR. Existem startups auxiliando na cura de traumas e possibilitando pessoas com deficiência motora a terem experiências antes inimagináveis. Com tantas possibilidades, realmente não é um mercado que podemos ficar de fora ou ser apenas consumidores”, ressalta o especialista e educador.
Para o desenvolvedor de Realidade Virtual, Guilherme dos Santos Novak, que tem uma empresa que possui vários laboratório voltados para a criação de experiências em VR focados na educação, saúde, arte e entretenimento, o mercado no Brasil vem mostrado iniciativas muito interessantes neste segmento tão promissor: “As tecnologias de ponta associadas à VR e AR poderão tornar os produtos mais acessíveis e portáteis. Isso tudo sem contar com a contribuição inevitável das demais tecnologias adjacentes à Realidade Virtual, como: inteligência artificial, protocolos de transmissão de dados 5G e biotecnologias que seguirão evoluindo no futuro”, projeta Novak.
Hoje é possível, inclusive, jogar em um cassino online com Realidade Virtual. Na Betway você encontra diversas modalidades de jogos, que vão do Blackjack até o póquer, roleta e caça-níqueis. Essa pode ser uma boa forma de treinar antes de entrar em um cassino e apostar em uma viagem, por exemplo.
Recentemente, uma empresa gigantesca do varejo mundial, Walmart, passou também a investir na tecnologia. Em mais de 4 mil pontos de venda, os funcionários passarão por treinamentos e entrevistas com o uso de óculos imersivos. A ideia é fazer também seleção para novos contratos e promoções de cargos internamente. Eles recriaram uma loja onde situações são simuladas e os funcionários, a partir daí, começam a tomar decisões que podem mudar o curso da história. Tudo fica gravado para uma análise posterior dos gestores e do departamento de RH.
De acordo com a gerência de Relações Humanas da Walmart – que efetivamente possui impacto importante dentro das questões empregatícias nos EUA – o uso da Realidade Virtual é somente um dos novos pontos no atual processo seletivo da empresa. “Não se trata de uma aplicação tecnológica desqualificadora em modo algum, e jamais é utilizada para demitir um funcionário, mas sim para casos de contratação, treinamento e promoção”.
Outra empresa gigantesca que recentemente adotou a tecnologia é a automobilística Volkswagen – desta vez, com experiências para os clientes. Desenvolvedores criaram uma concessionária, nos moldes das que podemos visitar no mundo real, para Realidade Virtual. Os possíveis futuros clientes, com auxílio do óculos, poderão não só entrar nos carros e comparar modelos, como escolher acabamentos de interior e até, dirigir, virtualmente, carros com potências diferentes.
“Estamos reinventando uma operação que era a mesma há 60 anos. Agora, o carro passou para dentro da tela touch ou para o tablet, que vai até a casa do cliente”, afirmou Fábio Rabelo, gerente executivo de Digitalização e Novos Modelos de Negócios da Volkswagen América do Sul.
Para a empresa, também é uma boa. Precisa-se de menos espaço para esse tipo de estrutura, menos vendedores e menos carros. Os custos diminuem bastante. Essa também é uma tentativa de modernização, em um momento de salto tecnológico na indústria. A parceria acontece com a IBM e 84 concessionárias virtuais estão sendo criadas. Hoje a montadora possui mais de 500 pontos de venda no Brasil.
— post criado em colaboração com Stephen Shaw