A Última Colônia é o terceiro livro da série Guerra do Velho, conforme expliquei recentemente neste post. O livro tem sido minha leitura recorrente nesta últimas duas semanas, e devo dizer que é muito agradável retornar a esse universo fantástico criado pelo escritor norte-americano John Scalzi.
No momento em que escrevo este texto, acabo de ultrapassar o marco das 160 páginas do livro. Originalmente faria este texto quando atingisse as primeiras 100 páginas, mas acabei me empolgando e não consegui parar apenas nas cem primeiras páginas.
A quem se destina esse texto? — Se você conhece a série, leu os dois primeiros livros e já sabe que irá ler o terceiro… vá embora daqui. Não há nada aqui que você precise saber antes de engatar o texto. Agora, se você apenas quer saber um pouco sobre o terceiro livro, e a sinopse oficial não foi o suficiente… ou talvez você não tenho curtido muito o segundo livro – por não ter John Perry, talvez por outros motivos – eu recomendo ficar por aqui mais um pouco. Talvez valha a pena saber o que lhe aguarda nesta aventura.
Não vou revelar grandes detalhes importantes do início do livro, porém àqueles interessados em iniciar a leitura do livro às cegas, sem saber nada, só posso fazer este importante alerta de spoilers. O que será comentando por aqui são coisas menores e superficiais, mas que ainda assim podem ser chamados de spoilers. Esteja avisado.
Se você está lendo A Última Colônia e já ultrapassou a marca das 160 páginas… você está seguro. Nada do que será mencionado por aqui será novidade.
O que estou achando até o momento?
O principal elemento, que mais me chama a atenção, é a capacidade do autor do livro de fugir da fórmula. São três livros muito diferentes entre si. Não é como os anos escolares em cada um dos livros de Harry Potter, para usar um exemplo bem comum. Guerra do Velho (livro 1) é muito sobre descobrir o que há além da Terra, como idosos podem ir para o espaço como soldados. As Brigadas Fantasma (livro 2) o autor tira o protagonista de cena, coloca outro protagonista, traz Jane de volta como coprotagonista, trabalha ainda mais o elemento da ficção científica ao explorar um exército de soldados que são humanos criados em laboratórios e que já nascem adultos e extrapola tudo que o primeiro livro ensaia sobre raças, guerras e transferências da consciência do ser vivo.
Já aqui, neste terceiro livro, Scalzi muda a fórmula novamente. O leitor volta a seguir os passos de John Perry, que não mais é um soldado das forças especiais, e Jane também volta a manter a posição de coprotagonista. E alguns elementos importantes do segundo livro estão de volta, como a adolescente Zoe, agora a filha adotiva do casal. Dentre outros exemplos, posso mencionar Gameranos, Conclave e Obins. O livro faz um ótimo trabalho ao recordar sucintamente o que são ou quem são os sujeitos mencionados. Admito que me ajudou a relembrar alguns fatos anteriores.
Se o primeiro livro era sobre sair da Terra para viver uma Guerra, e o segundo sobre desvendar um mistério e conspiração, o terceiro é sobre se assentar, encontrar um lar. Não é, até o ponto atual da minha leitura, sobre grandes missões especiais ou guerras, mas sobre a ideia de colonizar um planeta. Algo que o autor menciona nos dois livros anteriores, mas só aqui explica adequadamente como isso ocorre na ficção desse seu universo criado.
Leia nossa resenha de Guerra do Velho
Leia nossa resenha de As Brigadas Fantasma
Não é uma trama espacial e não quero dizer mais do que isso porque faz parte importante do plot os motivos pela qual a aventura não toma ares grandiosos como acontece no segundo livro. Basta saber que John e Jane tomam a missão de liderar uma nova colônia. O que eles não esperavam eram os segredos e o quão cheio de problemas os mesmos encontrariam nessa tarefa de colonizar um planeta.
Ainda não tenho como julgar o livro como um todo, então só posso dizer que tenho gostado do que estou lendo. Obviamente não é tão fascinante como o primeiro livro, onde tudo era realmente novidade, entretanto tenho o achado mais divertido do que o segundo livro. Acho que ter John Perry de volta faz toda a diferença narrativa.
Perry é um personagem divertido, com bons diálogos, que sabe lidar muito bem com outros personagens. É um personagem ímpar em relação a todos os outros que estes três livros possuem. Jane é uma personagem forte também, mas sua personalidade pede algo mais ríspido, mais rígido. John é cara das piadas e ótimas tiradas. Ele é propositalmente simpático, especialmente para um idoso que não mais vive em um corpo que corresponda com sua idade.
E até onde li, Scalzi tem conseguido manter a trama em uma boa marcha. Os personagens secundários criados aqui são interessantes, com diversos tipos de personalidades e claramente importantes para amarrar as pontas da trama geral. Além disso a ambientação, dentro de um planeta desconhecido, em quê o leitor vai conhecendo as coisas junto com os personagens é um ótimo fio condutor.
O que mais posso dizer? Há coisas saindo errado, obviamente. Há mortes. Há mistérios maiores. Há humor. Há toda uma proposta de mostrar como o ser humano poderia colonizar outros planetas. Que tipo de problemas encontraríamos? Como ocorreria os primeiros meses e anos? Quais regras e organização deveríamos realizar para ser bem sucedido? E quais os perigos poderíamos encontrar? O livro brinca muito com tudo isso.
Minha previsão é de que devo terminar a leitura de A Última Colônia em aproximadamente duas semanas. Talvez menos (considerando que o ato final sempre me faz acelerar a leitura), talvez mais (se a vida adulta não me deixar seguir o ritmo a qual estabeleci nestes últimos dias). Sei que terminando-o, um novo texto com o veredito final será publicado aqui no site. Enquanto isso, deixo aqui estas impressões iniciais e a recomendação de sua leitura.
Onde comprar? A Amazon é meu lugar favorito para adquirir livros nesse momento. Lá você encontra Guerra do Velho, As Brigadas Fantasma e A Última Colônia, separados ou em um pacote com os três livros. Fica a dica!