Análise | Two Point Hospital

Disponível para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch & PC

Two Point Hospital é um impressionante título, que utiliza bom humor para nos explicar o quão difícil é gerenciar um complexo hospitalar em um mundo repleto de especializações e doenças. Seu desenvolvimento ficou a cargo da Two Point Studios, estúdio britânico fundado em 2016, que tem como sócios-fundadores dois dos principais diretores criativos da extinta Lionhead Studios (de Fable): Mark Webley e Gary Carr. O estúdio foi adquirido pela Sega em maio de 2019, que aqui neste lançamento também cuidou da distribuição global do título.

Outra curiosidade interessante de se apontar é que Two Point Hospital é um sucessor espiritual de Theme Hospital, um jogo para PC lançado em 1997, e que viria também a aparecer no primeiro PlayStation um ano depois. Theme Hospital também teve o envolvimento de Webley e Carr em sua produção, quando os mesmos ainda trabalhavam na Bullfrog Productions, estúdio da Eletronic Arts a qual Peter Molyneux (o criador de Fable) fundou antes de decidir sair e abrir a Lionhead Studios, a qual na época acabou levando consigo parte de sua equipe, como Webley e Carr. — Observação: só para concluir, Peter Molyneux atualmente também possui seu próprio estúdio, a 22cans Ltd, mas que não tem qualquer envolvimento no jogo desta análise. Comentei apenas pela oportunidade da informação.

Two Point Hospital foi originalmente lançado em 2018, porém exclusivamente no PC. O jogo voltou a ganhar os holofotes recentemente porque chegou aos atuais consoles do mercado no último mês de fevereiro. Sendo assim, o PlayStation 4, Xbox One, também seus respectivos sucessores (via retrocompatibilidade) e o Nintendo Switch foram agraciados com esta obra tão aclamada no PC. E detalhe: o jogo agora está completamente localizado em português, textos, menus e explicações que se fazem necessário para você se tornar o melhor administrador de hospitais do mundo.

Abrindo um hospital

Tenho que admitir que jogos do gênero gerenciamento e simulação de eventos não são exatamente a minha praia. Não que me desagradem, mas normalmente não estão no grupo que mais despertam a minha atenção. Dito isso, Two Point Hospital me impressionou e fisgou de uma maneira a qual não estava esperando. Coisa de um único estágio do jogo me prender por 3 horas seguidas e mal sentir o tempo passar. Foi inesperado.

A proposta do título é simular a criação do zero da inauguração de um novo hospital, tendo em mão um generoso orçamento afim de sempre poder iniciar com o básico necessário para começar a ganhar dinheiro com consultas e tratamentos de doenças. Após esse ponto, se faz necessário ganhar dinheiro para expandir território, contratas mais empregados, investir em treinamento e pesquisa, além de construir novas salas de diagnósticos e tratamentos. Ao ciclo de cada mês (o que no jogo converte em rapidíssimos minutos), é preciso pagar sua folha de pagamento, bancar custos, e tomar cuidado para que se houver prejuízo que o mesmo não chegue ao patamar de ter que fechar seu hospital por falência.

Tudo começa por uma área (terreno) determinada a qual se precisa respeitar seus limites físicos e se atentar ao básico da arquitetura, como não colocar uma porta virada para uma parede, bloqueando a passagem de quem irá ir e vir pelo cômodo. Corredores devem ter espaço para empregados e paciências andarem, além da necessidade de pensar no conforto de todos, pacientes precisam de bancos e funcionários de uma sala de descanso, com sofá, talvez um café para se manterem mais ativos entre outras coisas. Vasos de plantas, por exemplo, tornam o ambiente mais agradável de deixa as pessoas menos angustiadas. Máquinas de lanches e bebidas também são importantes para todos, pois fome e sede é um constante na rotina hospitalar. E não só isso, mas certos tipos de bebidas e lanches podem ser mais ou menos suscetíveis que as pessoas queiram usar um banheiro. E fila de banheiro com gente com dor de barriga não é um bom sinal. Não se assuste se eventualmente alguém evacuar em algum canto do hospital. Isso acontece.

Ou seja, estes detalhes de elementos específicos que lidam com o ambiente ao redor e de como as pessoas irão agir dentro do hospital é tão importante quanto a montagem mais básicas das próprias salas especializadas. Porém isso não torna estas salas menos importantes, pois sem elas nada funciona. O jogador deve, por exemplo, montar uma recepção, a qual também deve contratar um assistente de recepção. Essa pessoa irá atender o paciente que chega ao hospital, o indicando exatamente para aonde ir.

Normalmente um paciente passa primeiramente na Clínica Geral, então é preciso construir essa sala logo em seguida. Uma sala, um paciente. Conforme o jogo avança você logo vai descobrir que é preciso abrir uma ala inteira de Clínica Geral, que irá tentar diagnosticar os pacientes, sem que haja a necessidade de exames mais apurados. Mas se o médico, a qual você contrata para gerir essa sala, não souber, ele poderá submeter o paciente a outras salas, como a sala de diagnósticos, ou a de fluidos (exame de sangue), ou até mesmo a psiquiatria. Durante estes cenários, ainda se está buscando a doença de certos pacientes, para só aí ser realizado o tratamento. E aí entra o próximo conjunto de salas a serem construidas.

Salas de tratamentos podem ser gerenciadas por enfermeiros, ou em algumas ocasiões mais específicas por médicos também. Há salas como de farmácias, a qual o enfermeiro irá tomar conta de uma máquina que produz os medicamentos. Também existe salas para aplicação de injeções, ou salas que curam especificamente certas doenças, como o de pacientes que estão doentes com os mais bizarros tipos de enfermidades. Há aquelas que sofrem quando suas cabeças se tornam lâmpadas, ou quem sabe uma panela entalada na cabeça? Psiquiatria pode curar complexos de pessoas que se tornaram mímicos (que não é uma doença na vida real, mas tudo bem, é pela piada), ou pessoas que estão sofrendo de um mal em que as transforma em palhaços (literalmente). Além, o jogador também vai precisar criar grandes salas de enfermarias e ortopedia. Na enfermaria inclusive há duas situações, o de pacientes que aguardam um diagnóstico (estão em observação) e aqueles que já foram diagnosticados e estão em tratamento.

Deu para entender a estrutura básica de como abrir um hospital? Claro que conforme o jogo avança, mais salas, mais situação e cenários complexos vão surgindo. Os hospitais podem passar a receber muito mais pacientes do que você irá dispor de salas e empregados para atender em todas. E aí há um índice de insatisfação geral pela demora, as pessoas passam a ficar mais tempo no hospital e demoram mais a pagar por tratamentos, e o seu fluxo de caixa vai murchando. E mais construções, aquisições de terrenos, mais empregados, mais equipamentos, mais salas, mais itens que melhorem a segurança e o humor dos pacientes vão exigir mais dinheiro. talvez você chegue ao ponto em que pedir um empréstimo bancário seja melhor do que ficar aguardando seu caixa voltar ao positivo. Afinal, é preciso investir para ganhar dinheiro.

Gerenciando o caos

Todo esse processo de construir ambientes e contratar pessoal necessário para manter seu hospital nos leva ao segundo ponto de Two Point Hospital: gerenciar em tempo real toda uma infraestrutura repleto de problemas e pequenos contratempos a qual decisões precisar ser tomadas. E é nesse ponto em que as coisas tendem a esquentar e dar o desafio a qual muitos vão esperar.

Ter um hospital bem montadinho não é tão simples quanto isso possa parecer. Primeiro porque uma das primeiras lições do jogo é que tudo acontece em tempo real, enquanto se está construindo e expandindo áreas que necessitem para diagnosticar e tratar novas doenças que são constantemente descobertas. E aí entra um dos segredos que levei algum tempo para aprender: pause o tempo quando você realmente precise pensar e planejar uma nova área no hospital. Basta um clique no analógico para que isso aconteça. O jogo vai congelar, todo mundo ficará imóvel e a passagem do tempo será interrompida.

A princípio, nos primeiros hospitais, parar o tempo me soava como trapaça, mas depois entendi que não é bem assim. O jogo lhe dá esse mecanismo porque eventualmente as coisas vão sair muito do controle e muito das metas de objetivos de cada hospital é elevar seu valor econômico no mercado, o que torna necessário que os pacientes se sintam bem dentro do mesmo, e para isso planejar o ambiente vai muito além de apenas montar salas para tratamento e diagnóstico. Aí entra um pouco da estratégia e de descobrir um pouco dos segredos do jogo, que nem sempre o mesmo irá lhe contar.

Pacientes podem se sentir entediados, com fome, sede e até mesmo evacuar no meio do hospital se não houver banheiros suficiente para atender a demanda de vasos sanitários disponíveis. Até mesmo ar condicionado e aquecedores eventualmente serão necessários para que a temperatura do hospital esteja sempre em níveis agradáveis. E aí vai o jogador montar banheiros com pias e secadores, vários vasos, pensar em plantas, que tornam o ambiente mais agradável, em cestos de lixos em todos os lugares com banheiros ou máquinas de alimentos e bebidas, caso contrário a galera vai jogar o lixo no chão mesmo, uns porcões. Quadros aumentam o nível das salas médicas, bebedouros são legais para saciar a sede da turma, e as máquinas de lanches tem de vários tipos, mas tem sempre que estarem posicionadas em ambientes oportunos para que as pessoas as usem. E não se esqueça de bancos, porque ninguém quer ficar esperando uma consulta médica em pé por horas ou dias. Sim, os pacientes podem passar dias nos hospitais, entre o atendimento, ao diagnóstico e tratamento.

E então entre um segundo aspecto muito importante para gerenciar esse caos que não ocorre dentro do consultório médico: é preciso contratar zeladores para cuidar do hospital. Muitos zeladores, a depender do tamanho do hospital. Esse tipo de funcionário é pau para toda obra. Um zelador vai regar plantas, pois elas morrem, vai recolher o lixo das lixeiras, pois elas se enchem, vai fazer a manutenção em todas as máquinas dos hospitais, pois elas podem inclusive pegar fogo e explodirem, e posteriormente são estes que vão fazer o upgrade para que as máquinas sejam ainda mais rápidas e precisas em seus diagnósticos.

Zeladores também são muito bem em caçar fantasmas. Isso mesmo! Veja bem, pessoas vão morrer dentro do seu hospital. Isso será inevitável em algum momento, não haverá como evitar. Uma pessoa morre quando se demora muito a ser atendida, quando se erra um diagnóstico ou quanto simplesmente o tratamento não surte efeito. Pode acontecer. E quando alguém morre dentro do hospital, existe uma chance dessa pessoa virar um fantasma, que fica assombrando os corredores, fazendo todo mundo entrar em pânico e sair correndo para todo lado. Isso é um problema para a satisfação e alegria de seus pacientes. Então um zelador com a habilidade de caçar fantasma irá aspirá-lo para seu aspirado. Problema resolvido. Aí ele ainda vai limpar todo o ectoplasma que a entidade talvez deixe pelo chão do hospital. Zeladores são importantes!

Hospital ou escola?

Outra camada interessante de gameplay de Two Point Hospital diz respeito a como o jogador vai lidar com os empregados contratados para o hospital. Sim, porque não basta apenas construir um hospital bonitinho, cheio de salas e especializações, se você não tiver empregados o suficiente para manter tal estrutura. Médicos, enfermeiros, assistentes e os já mencionados zeladores entre neste escopo do jogo.

E tal como a vida real, estes empregados também pode estar satisfeito ou não com seus empregos. Eles precisam descansar, e para isso uma sala de empregados se faz necessário. Considere colocar uma máquina de café expresso por lá, pois isso os deixam com cafeína nas veias e mais dispostos a trabalhar por maiores turnos. Além disso, de tempos em tempos eles precisam ser valorizados… monetariamente falando. Salários ruins geram empregados insatisfeitos, com altas chances de largarem mão e pedirem a conta. Então, um hospital grande provavelmente terá uma folha de pagamento inchado. Funcionários felizes são aqueles que ganham bem, aceita que dói menos.

Mas não só isso, empregados também merecem promoções e com isso podem apreender novas atribuições e habilidades. Um médico da clínica geral pode aprender, por exemplo, psiquiatria, e assim também poderá atender no consultório psiquiátrico. Mas não precisa ser uma habilidade que mude sua especialização, estas atribuições também pode melhorar o trato com pacientes ou sua eficácia em diagnosticar doenças. O grande desafio é que um médico pronto para aprender algo acaba precisando de um curso de treinamento, e para isso, obrigatoriamente irá se ausentar de suas funções por dias. E aí a sua escala de funcionário ficará em déficit. Ou você terá que contratar alguém temporariamente. Decisões, decisões.

Empregados que são promovidos ganham novos slots para que possam aprender coisas novas. E isso é feito por meio de uma sala de treinamento dentro do próprio hospital. Só que os dois elementos mais doloridos dessa mecânica de jogo está atrelado a ausência dos empregados na rotina do hospital, mas também ao fato de que existe um alto custo para estes cursos de treinamento. O jogador tem duas escolhas: procurar outro empregado dentro do hospital que vai ensinar um outro empregado, ou até mesmo um grupo, e essa é a opção mais econômica, entretanto faz com que mais gente ainda fique sem trabalhar, ou então contratar alguém de fora, e um NPC vem ensinar a sua equipe ou profissional escolhido. Mas o custo disso não é barato não. Haja orçamento.

Desafio bem dimensionado

Entretanto, conforme a progressão do jogo vai exigindo, os novos hospitais vão sempre começar com uma folha de pagamento muito básica, com empregados que não são profissionais em muitas coisas. Isso exige que o jogador se prepare para esse programa de promoções e novas atribuições, que por tabela farão o hospital crescer ainda mais. Contratar e demitir temporários para não ficar desfalcado talvez seja uma estratégia inevitável.

Tudo isso serve para mostrar o nível de monstruosidade que o jogo atinge no aspecto de gerencialmente de um hospital. Desde a construção, contratação, ambientação agradável, especializações, tratamento, eficácia de diagnósticos, trata com pacientes e promoções de empregados atrelado ao custo de sua folha de pagamento. É muito impressionante as camadas e dimensões que o jogo toma, e como isso não é tão complicado quanto possa estar soando.

A progressão vai funcionar em um sistema de prestígio que cada hospital irá ter, a qual se obtém por meio de missões que definem a fase de cada hospital, sendo que cada um pode vir a ter três estrelas (e depois uma quarto, ainda mais difícil irá surgir). Esse sistema de missões irá enquadrar pequenos desafios, como curar um x número de pacientes, aprimorar salas, deixar um certo percentual de satisfação na rotina hospitalar etc. Uma missão de prestígio, que lhe concede uma estrela, terá vários destes desafios amarrados a essa meta de progressão.

Para os mais profissionais, há ainda desafios online, criados pela comunidade do jogo, que adicionar toneladas de desafios extras dentro da campanha principal do jogo. É um bom desafio para quem estiver achando os desafios básicos demais. Não são desafios obrigatórios, mas estão lá e são interessantes.

Uma vez conquistado uma, duas ou três estrelas para um hospital, o mapa central do jogo irá abrir um novo hospital, em uma nova região, para que o jogador possa ir até lá recomeçar sua estratégia, porém mediante novas doenças, novas salas, novas ideias.

Sempre tomando cuidado para não gasta demais, pois o tempo passa rapidamente dentro do jogo, e a cada ciclo mensal, seus custos vão ser debitados de seu fluxo de caixa. Com isso há o lucro e o prejuízo. E tudo bem ter prejuízo em certos momentos, porém se chegar em 300 mil negativos, aí a partida se encerra e você perde essa gestão, podendo optar por reiniciar de um ponto de save ou recomeçar tudo novamente. Então fique sempre atento. Caso esteja perto da falência, talvez seja uma boa ideia pausar o tempo, fazer um empréstimo e reformar a estrutura de seu hospital, pois algo nele não está dando certo. Até mesmo aumentar o preço das consultas e tratamentos é possível, mas isso não fará seus pacientes felizes após certo tempo.

Considerações finais

Após algumas semanas com Two Point Hospital o que posso dizer é o título um monstro dentro do gênero da simulação e gerenciamento de situações e cenários. Admito que não sou especialista dentro desse gênero, mas o ponto aqui é a gama de opções que existem dentro de suas mecânicas, atrelado a acessibilidade de público, que pode ir dos veteranos aos causais. O meu filho, de 8 anos, pegou para jogar e o jogo conseguiu ser super acessível a ele. Pelo menos nas primeiras horas, antes das coisas ficarem complicadas demais para sua percepção. Só que ele se divertiu bastante até esse ponto da dificuldade.

O que trouxe para esta análise é bem a infraestrutura básica do título, sem arranhar demais sua complexidade que avança conforme o jogo vai ficando mais difícil e novos recursos vão sendo apresentados. Porque sim, novas mecânicas e elementos nunca param de ser apresentadas. É um jogo com muitos menus, dentro os quais só fuçando mesmo você vai acabar aprendendo a mexer, e aí descobrirá recursos valiosos, como aumentar o número de enfermeiros para cuidar de uma enfermaria, mexer com os preços dos atendimentos, delimitar áreas em que funcionários podem trabalhar e muitos outros recursos valiosos.

Além disso o jogo tem um visual muito agradável para qualquer tipo de público. Funciona muito bem com crianças, assim como adultos. Não é gore, com sangue ou coisas do gênero, a qual alguns podem não se sentir bem. O tom bem humorado dita bem esse mundo, que dá uma realidade da rotina hospitalar, mas sem soar até mesmo desrespeitoso com o tema. As doenças bem humoradas e os tratamentos malucos tiram um pouco do peso que esse mundo hospitalar de fato pode ser, especialmente hoje em dia, a qual enfrentamos uma pandemia terrível. Em Two Point Hospital, as coisas são leves, mas nunca sem desrespeitar esse mundo hospitalar. E lembrando que o título está em português, o que torna muito acessível acompanhar descrições e explicações de suas mecânicas.

Quanto aos controles, tenho que admitir que podem soar intimidante no começo, mas é só questão realmente prematura mesmo. Já na primeira hora de jogo é possível entender boa parte dos comandos, além de ser uma ótima adaptação ao que são os controles de um jogo assim no PC, a qual o pointer do mouse certamente faz uma grande diferença. Claro que em alguns momentos vai rolar alguma dificuldade para apontar um lixo no chão ou selecionar um paciente ou médico, mas nada que seja tão frustrante a ponto de soar como algo ruim. Dado a complexidade de tudo que está acontecendo em tempo real, chega a ser compreensivo que o analógico do console não seja tão certeiro quanto o ponteiro do mouse. Dito isso, o trabalho de adaptar a um controle de videogame é de se elogiar.

E não se engane, Two Point Hospital é um jogo que consome seu tempo num piscar de olhos. É um título gigantesco, e isso já o jogo base, sem considerar suas expansões pagas, também disponível neste lançamento de console. É um jogo em que sento no sofá e não sinto o passar das horas. Houve uma sessão em um certo final de semana que joguei mais de 3 horas sem qualquer interrupção e mal vi o tempo passada, tamanho era a imersão em que estava para gerenciar esse hospital a qual estava aprendendo a mexer com a área de ortopedia. É realmente algo muito incrível um jogo que lhe deixe tão entretido assim.

Alguma dicas que posso dar antes de encerrar esta análise? Já mencionei sobre pausar o tempo, não tenha medo de fazer isso ao iniciar um hospital, entretanto também é possível acelerar o tempo caso você esteja tentando alguma meta que não exija muita intervenção, como curar certo número de pacientes. Fique de olho nos corredores do hospital, no fluxo de pessoas. Faça com que as pessoas possam circular tranquilamente pelo hospital, para não frustrá-las. Empregados com funções demais podem se sentir sobrecarregados e não trabalhar na área em que você deseja que eles se foquem (como pesquisas médicas). Para casos assim, o ideal é ir até as atribuições desse empregado e tirar funções deles. Aumento ou diminua preços conforme necessário (mais dinheiro ou mais pacientes felizes). Um última dica legal: sempre que seu hospital estiver muito cheio, vá até a lista de pacientes e faça você mesmo o diagnóstico, redirecionando-os para os devidos tratamentos. Afinal, se uma pessoa com roupa de palhaço ou uma panela na cabeça está na fila de diagnóstico, não tem porque você o deixar esperando, a doença é visível e você pode mandá-lo para tratamento sem medo de errar. Seja um bom gestor, um hospital feliz é um hospital eficiente.

Galeria

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Dando uma nota

Altamente imersivo, nem se percebe o passar das horas - 9
Gameplay repleto de opções e mecânicas, nunca complicado demais - 9
Localização em português torna o título bem acessível a diferentes públicos - 9.5
Dificuldade vai escalando com a progressão da campanha - 8.5
Bem adaptado ao uso de controles para consoles - 8.5
Muito conteúdo, diversas construções, tipos de doenças e tratamentos - 9
Fica caótico com o tempo, e para isso é preciso repensar estratégias - 8.8

8.9

Incrível

Two Point Hospital é um jogo de gerenciamento que realmente impressiona em diversos aspectos, desde sua imersão, a facilidade a qual se utiliza o controle para navegar por tantos menus e selecionar itens em tela. O bom humor do jogo ao lidar com doenças nonsense dá um toque diferente, se soar sério demais (e ninguém precisa disso em tempos de pandemia). E há um alto toque de estratégia, de parar e pensar em certo ponto da progressão em novos hospitais no que deve ser feito de diferente para que o mesmo funcione e não vá a falência. Um título realmente muito singular e criativo.

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