Baseada na graphic novel de Brian K. Vaughan e Pia Guerra, publicado aqui no Brasil pela Editora Panini, a adaptação em série live-action de Y: The Last Man estreou ontem nos Estados Unidos, através da Hulu, produzido em parceria com a FX. Simultaneamente, veja só (!), a série também chegou na mesma data aqui no Brasil pela Star+. Aí vi vantagem!
Tal como aconteceu lá fora, foram disponibilizados por aqui os três primeiros episódios, como novos episódios chegando ao serviço todas as segundas-feiras. Os episódios já contam com dublagem e legendas em português.
Sinopse oficial – Y: The Last Man conta a história de um mundo pós-apocalíptico no qual um evento cataclísmico dizima todos os primatas com cromossomo Y, menos Yorick Brown, homem cisgênero e seu macaco de estimação. A série de dez episódios acompanha os sobreviventes neste novo mundo enquanto eles lutam com seus esforços para restaurar o que foi perdido e a oportunidade de construir algo melhor.
Todos os episódios da temporada são dirigidos por mulheres, além da produção também contar com um time feminino de peso, incluindo ambas as diretoras de fotografia, a designer de produção, a figurinista, a diretora de elenco, as editoras, a coordenadora de dublês/cenas de ação e muito mais. A série é produzida pela FX Productions e desenvolvida para televisão por Eliza Clark, que atua como showrunner e produtora executiva ao lado de Nina Jacobson e Brad Simpson, Mari Jo Winkler-Ioffreda, Brian K. Vaughan e Pia Guerra. Coleman Herbert é coprodutor executivo, e Nellie Reed e Anna Beben são produtoras.
O que dizer do… primeiro episódio? *sem spoilers
Do três episódios lançados, só tiver tempo para ver o primeiro. Os demais devo assistir com mais calma ao longo dessa semana, enquanto o quarto só deve vir na próxima segunda (dia 20). Primeiro tenho que dizer que não acompanha a Graphic Novel que deu origem a série, então pra mim é tudo 100% novo, sem conseguir comparar os materiais e o formato da adaptação.
Achei interessante a premissa da história, assim como seu início, em uma clima bem semelhante ao livro/filme “Eu Sou a Lenda“, com um protagonista vagando por uma cidade vazia tomada por uma tragédia que muda a forma como o mundo irá funcionar a partir de então. Mas essa percepção logo é quebrada minutos depois, quando se descobre que essa cena ocorre um dia depois do “mundo colapsar”.
O primeiro episódio trabalha justamente a narrativa do dia anterior em que o evento apocalíptico ocorreu. O que de certa forma até é interessante, pois é apresentado os sinais de algo está errado e à caminho. Uma sensação bem diferente, por exemplo, quando se olha o primeiro episódio de The Walking Dead, quando o mundo já acabou e o protagonista tem que lidar com uma nova realidade já na apresentação da série. Aqui essa consequência é o gancho para o segundo episódio.
Contudo, o telespectador acaba descobrindo um grande elenco de personagens, em sua grande parte de mulheres, o que faz sentido dado o contexto da série, e qual a posição delas em uma sociedade prestes a ruir. Todas com personalidades fortes e interessantes, diga-se de passagem. Mais do que o aspirante a “mágico/escapista” e seu macaco…
No geral, achei o primeiro episódio morno. Se não fosse a iminente tragédia, já alertada nos primeiros minutos do episódio, talvez o piloto não funcionasse muito bem. Há muitos momentos de cotidiano dos personagens, para um piloto de mais de 50 minutos. Você já sabe que a vida dessas pessoas irão mudar drasticamente. então talvez esse vislumbre de como era antes do mundo acabar, funcionasse melhor lá pra frente, como normalmente os seriados fazem, no clássico estilo Lost.
O que senti falta aqui, já que a narrativa do piloto tratou de contar o mundo pré apocalipse, foi um segmento dedicado a uma narrativa científica, algo que também sempre senti falta em The Walking Dead. Ninguém fala sobre vírus, doença ou algo vindo no horizonte. Espero que esse seja um assunto que a série consiga tratar eventualmente. Achei curioso a premissa de uma doença que ataque o cromossomo Y, presente apenas nos seres de sexo masculino, sem distinção inclusive do tipo de ser. O primeiro episódio mostra vários animais diferentes sofrendo desse mal… como assim um vírus pula entre diferentes animais, e no homem, dessa forma? Cientificamente me deixou curioso a ideia…
Enfim, saio desse primeiro episódio intrigado, animado pelo segundo episódio. Curioso para ver aonde essa história vai ser levada. Não achei o protagonista masculino interessante, sua irmã, por exemplo, é uma personagem bem mais cativante. Mas veremos… vale seguir acompanhando!