Call of Duty: Vanguard talvez seja o mais modesto título da franquia lançado nestes últimos anos, trazendo de volta o cenário da 2º Guerra Mundial no formato de pequenos contos em sua campanha pensado em na experiência single player, enquanto se mantém focado no que os fãs parecem sempre procurar: um belo multiplayer online, além de tentar sobreviver a hordas e mais hordas de zumbis nazistas.
O título é a 18ª edição da franquia, enquanto funciona como o terceiro título desenvolvido sob a liderança do estúdio Sledgehammer Games, que também cuidou de Call of Duty: WWII (2017) e Call of Duty: Advanced Warfare (2014). Tenho que dizer que gosto muito da campanha de Advanced Warfare, para a época em que foi lançado foi uma boa chacoalhada na franquia, enquanto o que me recordo de WWII é seu multiplayer online, que visualmente me impressionou bastante quando lançado.
Dito isso, Vanguard parece vir sem as mesmas pretensões destes dois jogos anteriores da Sledgehammer. Não existe uma reinvenção da atmosfera de Call of Duty, e muito menos elaborar ou recriar mecânicas icônicas em termos de gameplay. Sendo justo, é um título que teve seu desenvolvimento atropelado por uma pandemia, que mandou muito gente trabalhar em casa, quando muito não interrompeu os trabalhos de outros.
Você pode até pensar no Call of Duty do ano passado, Black Ops Cold War, que se saiu muito bem e trouxe um frescor a franquia. Contudo a pandemia só chegou a poucos meses antes de seu lançamento. Seria de se esperar que faltando alguns meses para seu lançamento, tudo já estivesse meio engatilhado. Vanguard foi pego nesse furação faltando mais de um ano e meio para seu lançamento. E certamente sofreu mais por isso.
Seu lançamento aconteceu agora no último dia 5 de novembro, ainda mantendo a transição entre as gerações de consoles, funcionando tanto no Xbox One e PlayStation 4, quanto nos novos consoles, o Xbox Series X|S e o PlayStation 5, com versões com performances otimizadas já para estas plataformas, assim como a tradicional versão para PC. Apenas o Nintendo Switch permanece fora dessa brincadeira.
Contos da Segunda Guerra Mundial
Call of Duty: Vanguard nos leva de volta para os momentos finais da Segunda Guerra Mundial, tendo início em 1945, quando um grupo de soldados de diversas nações são selecionados para uma missão de infiltração em Hamburgo, na Alemanha, afim de descobrir mais sobre um suposto projeto secreto, denominado Phoenix, liderado por um comandante do alto escalão chamado Hermann Freisinger, em meio ao caos do suicídio de Hitler, e de qualquer chance dos nazistas tentar virar o inevitável fim da guerra.
Vale apontar que a trama de Vanguard é totalmente ficcional, ainda que tenha como base locais reais de conflito da Segunda Guerra. Mas os personagens aqui são totalmente inventados, para os propósitos de uma intensidade dramática – o que funciona diga-se de passagem.
A este esquadrão, denominado Vanguard, temos seis personagens: o líder britânico Arthur Kingsley, a sniper soviética Polina Petrova, o destemido australiano Lucas Rigg, o piloto norte americano Wade Jackson, o sargento britânico Richard Webb e o soldado checo Milos Novak. Com exceção de Webb, o jogador irá controlar os demais membros do esquadrão, ao menos uma vez, ao longo da campanha, conhecendo assim um pouco mais de suas histórias.
Novak, por sinal, é protagonista da edição em quadrinhos do jogo, que se passam antes da aventura do game. Infelizmente a HQ permanece inédita no Brasil, sem qualquer anúncio de que virá a ser publicada por aqui por alguma editora até o momento de publicação desta análise.
Na campanha o personagem principal é Kingsley, líder do esquadrão e personagem que irá narrar boa parte da trama, assim como os contos de seus companheiros, apresentando ao jogador quem são e de onde vieram. Isso porque sua equipe é capturada pelos nazistas logo no início do jogo, sendo levados até Berlim para interrogatório. Entre o cárcere e as sessões de interrogatório, a qual não há cenas de tortura explícita, ainda que os nazistas sejam violentos com seus prisioneiros, o jogo vai interrompendo a história principal para criar flashbacks de cada um dos personagens do esquadrão.
Estas voltas ao passado se traduzem em algumas das missões da campanha, que no total possui apenas 9 capítulos traduzidos como estágios. Dois no presente da trama, e o restante em diversos outros períodos da Segunda Guerra Mundial, em diversos locais de conflitos, de uma gélida Rússia, densas florestas, batalhas aéreas no oceano, trincheiras de guerras e um deserto repleto de perigos.
Esteticamente há missões que despertam mais atenção do jogador, enquanto outras jogam tranquilo na clássica fórmula da franquia, de seguir em frente e alvejar qualquer coisa que esteja se mexendo. Gosto, em particular da missão inicial, da invasão a uma locomotiva em movimento, em meio a uma intensa tempestade. Visualmente é uma das fases de maior impacto visual, que na verdade tem uma qualidade superior que pode até destoar um pouco de algumas das missões futuras da campanha. Talvez uma das primeiras fases do desenvolvimento e a que pode melhor ser refinada até a conclusão dos trabalhos da equipe. A menos é o meu palpite.
Não que o restante do jogo seja artisticamente feio, não é. Contudo é algo que os jogadores veteranos da franquia terão aquela sensação de deja vu, ambientes em cenários comuns em jogos de guerra, sem algo que lhe destaque entre tudo aquilo que já foi feito em termo de Segunda Guerra Mundial. Existe aqui aquele sentimento ausência de algo grande, icônico, que um videogame sabe fazer tão bem para ficar marcado na memória do jogador.
Dito isso, talvez um dos momentos mais divertidos da campanha sejam as missões com a personagem Polina Petrova, que também acaba sendo uma das personagens mais marcantes da campanha. Existe um segmento em sua missão inicial que consiste simplesmente em fazer parkour por alguns edifícios de sua cidade natal, com direto a entrar por alguns destes prédios, em meio aos corredores e moradores com seus afazeres habituais, enquanto Petrova segue das alturas o exército pelas avenidas. Tudo isso para culminar em um ataque inimigo, a qual a obriga a voltar pelo mesmo caminho, porém agora em ruínas. É um segmento bem eletrizante.
Também é de Petrova diversos segmentos que vão exigir do jogador habilidades com o rifle de precisão (sniper), incluindo todo um segmento em um prédio em ruínas, a qual soldados andam por todos os lados e o jogador deve escalar para chegar ao último andar para encontrar o chefão principais da missão, em um combate também muito bem idealizado.
Menos impactante talvez seja a missão com Wade Jackson, piloto das forças norte americana. Seu flashback, em grande parte, ocorre no ar, enquanto pilota um jato caçando outros jatos. O gameplay aqui não me impactou como achei que poderia. Este segmento, por sinal, é o único momento do jogo em que o jogador assume o controle de algum veículo. Nada de controlar jipes, tanques ou qualquer outro tipo de veículo. O que é um pouco decepcionante, especialmente em um segmento a qual você deve se esgueirar atrás de tanques que avançam a linha inimiga ou em outro momento em que precisa acertar uma granada dentro de um tanque inimigo. Senti falta dessa flexibilidade de mecânicas que normalmente Call of Duty sempre proporciona em suas campanhas.
O que a campanha de Call of Duty Vanguard ensaia, de uma maneira meio tímida, é o conceito de dar habilidade únicas a certos personagens. Petrova, por exemplo, pode usar uma faca para distrair snipers e com isso conseguir mirar e atirar neles. Kingsley tem uma espécie de foco concentrado, o poder de ver entre as paredes e com isso atirar em diversos personagens de forma automatizada, e em câmera lenta (claro). Rigg pode carregar quatro tipos de granadas, enquanto os demais personagens carregam apenas dois tipos. São pequenos detalhes que diferenciam os personagens, e portanto dão singularidades a cada uma das missões da campanha. Nada mal.
Há também um elemento tático em algumas missões, a qual o jogador pode pedir ao seu pelotão para atacar pontos específicos da batalha. Na prática não notei uma mudança significativa na jogabilidade, no sentido de que o jogador ainda não pode se acomodar em um canto e ficar apenas dando ordens. É preciso partir para cima junto com os companheiros para que essa ordem tática funcione de forma mais eficiente.
No mais, também me impressionou um pouco os elementos destrutíveis de ambos ambientes. Atirar por meio de uma tábua e esperar que a bala acerte o inimigo do outro lado é o mínimo que se pode esperar de um videogame nos dias de hoje. Mas isso é muito visível no multiplayer do que na campanha em si, e daqui a pouco volto a esse ponto então.
Por fim, a campanha de Call of Duty Vanguard é bacana, mas curiosamente curta, bem diferente de algumas edições mais recentes da franquia. Entrega uma história que compele o jogador a prestar atenção e aprender mais sobre os personagens principais. Apesar da perspectiva em primeira pessoa, não há aquela percepção de que você é apenas um avatar acompanhando personagens incríveis. Gosto muito da ideia de assumir o comando deste elenco de heróis.
Contudo, é uma experiência de 6, talvez 7 horas de gameplay. Se você é um jogador que procura apenas a experiência single player, e não procura se aprofundar no multiplayer online, que é o core dessa franquia, pode se decepcionar um pouco com uma campanha modesta e pouco revolucionária.
Aquele belo multiplayer de sempre
O multiplayer online de Call of Duty: Vanguard é provavelmente o local em que os jogadores mais irão passar tempo com este lançamento. É aqui que estão presentes seus maiores pontos fortes e algo valor de durabilidade de jogo. Jogar e competir contra outros jogadores em batalhas simuladas de guerra é o que faz Call of Duty uma das maiores franquias do mercado de jogos eletrônicos.
Dito isso, preciso dizer que não sou um jogador aficionado de Call of Duty. Há aqueles que sabem o nome de todos os mapas, detalhes de todos os modos, sabe de cor e salteado as melhores armas das mais de três dezenas que existem no jogo entre outras especificações técnicas. Bem, não me classifico nessa categoria. Sou para o jogador casual, que gosta de entrar em uma partida e se divertir por simplesmente já estar jogando. Ganhando ou perdendo, alias.
Contudo a fórmula do multiplayer de Call of Duty já é bem conhecida do público, e Vanguard não muita as bases estabelecidas. Temos os clássicos modos de mata mata, sejam com grandes equipes ou pequenas, tem as modalidades de dominação de bases, e agora tem uma em que a base é móvel, o que exige que os jogadores andem com ela pelo mapa, assim como outras que vão misturar estas ideias, entre sobreviver, matar e recolher a medalha de quem morreu, assim como missões de localizar e destruir pontos do mapa.
Como não sou um grande profissional em Call of Duty, os modos que mais me agradam são aqueles com grandes equipes de jogadores. Tem, por exemplo, um modo de 24 versus 24 players, perfeito para novatos que não dão tão habilidosos, porque é sempre fácil encontra outro novato no time adversário.
Contudo me agrada muito que nesta edição da franquia existe um mecanismo chamado Ritmo de Combate, que basicamente é uma opção de Partida Rápida de multiplayer que mistura diversos modos de jogo, lhe encaixando no que estiver precisando de jogadores, iniciando rapidamente qualquer partida, e após encerrado, vai tentar lhe jogar em uma modalidade diferente, afim de manter esse ritmo de diversidade de disputas onlines. Isso é uma dinâmica realmente divertida ao multiplayer.
Esta edição também apresenta uma modalidade Batalha dos Campeões, a qual equipes menores disputam entre si diversas rodadas de vários confrontos. Um modo que exige um pouco mais de destreza dos jogadores e das equipes. Não é uma modalidade para jogadores com o meu perfil, em minha opinião. Trata-se de um modo bem mais competitivo.
Para seu lançamento, 20 mapas foram disponibilizados para o multiplayer, sendo que 16 deles atende as classificações a maioria das modalidades de jogo, enquanto os outros 4 atendem justamente ao novo Batalha de Campeões. E nos últimos dias, um novo mapa, um clássico da série (Shipment) também foi adicionado gratuitamente ao roll de mapas do jogo.
Em termos de progressão, a fórmula também permanece intocável. Conforme o jogador vai participando de partidas e realizando feitos, pontos de experiência vai sendo obtida e isso vai para uma barra de progressão de level. Ao subir de level, novas coisas são desbloqueadas para o multiplayer, como novas classes de armas, novos títulos, skins e acessórios para armas e afins. Isso lhe dá vantagens sobre jogadores de menor nível? Sim, contudo ainda não é algo que vá quebrar ou desbalancear o desafio de quem é nível menor que o teu.
Após os primeiros níveis o jogador passa a poder customizar melhor sua classe de soldado. Quais armas quer iniciar o jogo, tipo de granada, perks e afins. Mas se não quiser, pode escolher dentre seis categorias existentes. As armas também possuem slots de melhorias, feitas por meio de um sistema de armeiro.
Dá para trocar a mira, colocar silenciador, mudar a coronha e cabo (ajudam no recuo), assim como carregador de munição. Isso melhora, consideravelmente, o uso de suas armas prediletas. Contudo, para isso não basta subir de nível, é preciso usar as armas, que também possuem individualmente uma barra de progressão por pontos de experiência.
Tudo isso é criado estrategicamente pensado em meios de manter o jogador entretido no multiplayer, afim de que ele sempre esteja ganhando algo, simplesmente por estar jogando. Você nunca sente que está estagnado, sem receber nenhum tipo de recompensa apenas por jogar. Um dos grandes méritos do multiplayer da franquia, o que faz jus ao seu sucesso.
Nesta edição também estão de volta os Operadores, que já são figurinhas consagradas há alguns anos. Os Operadores são skins de personagens da campanha, entre outros mais desconhecidos, que possuem seus próprios finalizadores e armas preferidas. Também ganham novas skins e outros mimos, por meio de uma barra de progressão. E tem mais, todos estão travados no início. O jogador precisa realizar alguns desafios e feitos, que levam algum tempo, afim de destravar cada um destes personagens.
Particularmente os Operadores não me chamaram muito a atenção nesta edição do jogo. Admito que gostava mais dos Operadores em sua concepção original, quando tinham perks especiais e apelões, salvo engano no Black Ops 4, que tinha ares de guerra moderna e podia realizar algumas loucuras com esse elemento. Os Operadores de Vanguard são apenas personagens normais, que raramente tinham viradas nas partidas do jogo. Acho importante estarem aqui, mas me parece um elemento bem menos expressivo do que já foram quando idealizados pela primeira vez.
Contudo, vale apontar que Call of Duty: Vanguard tem integração total com Call of Duty: Warzone, o modo battle royale lançado ano passado. Operadores, armas e afins, tudo também foi integralizado com Warzone, que deve receber um novo mapa em 2 de dezembro, justamente celebrando essa transição para o mundo de Vanguard, mas ainda mantendo os operadores dos jogos anteriores e outros aspectos de gameplay. Tanto é que ao baixar Vanguard em seu console, ele não habilita Warzone. É preciso um download a parte para poder jogá-lo.
Se são zumbis, melhor que sejam nazistas
Quanto ao Modo Zumbi de Call of Duty: Vanguard, talvez seja interessante começar dizendo que o mesmo foi desenvolvido em grande parte pelo estúdio Treyarch, que junto com a Infinity Ward, a Sledgehammer e a Raven Software trabalham no suporte de desenvolvimento anual da franquia, que com estes estúdio sempre se revezando em certos ciclos, e muitas vezes trabalhando em conjunto um com o outro.
Também é curioso apontar que o mundo zumbi do universo de Call of Duty parece possuir uma trama que se interliga em diverso jogos passados que receberam tal modalidade. A história apresentada em Vanguard, por exemplo, serve como prólogo para o modo zumbi mostrado em Call of Duty Black Ops Cold War (o jogo do ano passado). Se você nunca prestou atenção nisso vai lhe comprometer a diversão nesse modo? De forma alguma!
Isso porque o modo zumbi é muito mais sobre gameplay do que contextualização narrativa. Ao menos é como vejo. Trata-se de um modo horda e sobrevivência, com uma equipe de quatro jogadores online tentando sobreviver a infindáveis hordas de zumbis, enquanto recebem pontos que podem ser gastos em meios para ir se fortalecendo a cada rodada, enquanto os próprios inimigos também se fortalecem. Em Vanguard, o modo zumbi recebeu o nome de “Der Anfang“, e claro, estamos vendo mais uma vez vendo a iniciativa dos nazistas de levantar um exército imortal de soldados mortos… porque sim, é claro.
Tenho que admitir que não sou necessariamente um grande fã dessa modalidade de Call of Duty. Não que seja ruim, mas acho um modo que tende a entregar experiências que se repetem muito rapidamente, sendo fácil se cansar e enjoar do mesmo. Isso porque mesmo que em uma partida você não consiga vencer, mas se manter vivo por um tempo razoável, reiniciar novamente é sempre muito igual, em um ritmo que nem sempre é dinâmico como, por exemplo, roguelikes tendem a ser.
Mesmo assim, digo que gostei do que a Treyarch fez nesta edição do modo zumbis. Isso porque em antigas versões, me lembro de sempre ficar preso a um mapa fixo com caminhos predeterminados por longos corredores em que me obrigava a decorar o enorme mapa para um melhor desempenho nas partidas. Nesta versão, Der Anfang joga os jogadores em uma espécie de sala central, quase um HUB social, a qual portais levam os jogadores a pequenas sessões de sobrevivência pela própria área em si. É uma mecânica muito mais direta e objetiva de ação.
Nessa sala central fica quase tudo que você precisa ter acesso para gastar seus pontos de experiências obtidos pelas ondas sobrevividas. Perks especiais de sobrevivência, comprar novas armas, mais munição, melhorar seu equipamento de defesa e outros buffs temporários. E a sala fica recebendo visita de pequenas hordas de zumbis de tempos em tempos, então a ação também ocorre nela.
Ao sobreviver por 4 ondas, é possível acionar a saída do modo ou então seguir jogando quantas ondas quiser. A ideia de poder encerrar a sessão após quatro missões é interessante, pois se um jogador sair, o time fica desfalcado e dificilmente conseguirá sobreviver por mais tempo. Então encerrar a sessão com uma fuga da sala principal é uma boa forma de finalizar a partida sem que isso prejudique os demais membros do time.
Gosto também do fato da progressão do jogador no multiplayer, e de suas armas, ser em conjunto com o modo zumbi. Você e suas armas sobem de nível jogando aqui ou nas partidas normais de multiplayer. Contudo no modo zumbi dá para subir de nível de uma forma mais eficiente, já que se usa bastante as armas que escolher, assim como dá para eliminar bastante alvos.
As missões do modo zumbi consistem, essencialmente a sobreviver a um pequeno prazo de tempo contra hordas e mais hordas de zumbis (que não usam armas, contudo avança para cima do jogador, sem medo de tomar tiro). Podem ser missões em que seu esquadrão fica preso em uma pequena área, ou então uma missão em que você deve acompanhar uma esfera mística, enquanto ela percorre um caminho estabelecido. Zumbis derrubam munição e outros itens que podem ser coletados.
Para novatos que estão tendo dificuldade com o multiplayer contra outros jogadores, jogar o modo zumbi pode ser uma boa ideia para treinar um pouco a mira e as técnicas de ação e reação, assim como subir de nível alguma arma, afim de poder melhorá-la no modo multiplayer. Existe o desafio, mas é um modo para eliminar uns descerebrados sem grandes dificuldades (inicialmente, claro).
Considerações finais
Call of Duty: Vanguard é mais uma edição de uma série que está aí há tantos anos que é difícil se surpreender. E convenhamos, quem o joga a todo ano, sabe exatamente o que encontrar na edição desde ano. Uma campanha relativamente decente, um multiplayer consagrado que muitos aguardam, além de muitos zumbis para destroçar. Adquirir Call of Duty é basicamente três-em-um hoje em dia. Não adianta gostar somente de uma coisa. O ideal é apreciar um pouco de cada.
No que diz respeito a parte gráfica, tendo-o jogado em um Xbox Series S, tenho que dizer que esperava um pouco mais dos gráficos. Não que sejam feios ou mal feitos, mas fiquei com a impressão de que o título lançado ano passado estava bem mais bonito. Mais uma vez não consigo deixar de pensar que a pandemia tenha atrapalhado um pouco o desenvolvimento deste título. Contudo essa aspecto visual me incomodou mais na experiência single player, pois no multiplayer achei um bom padrão visual para os mapas e para um ambiente totalmente online. Inclusive as partes e coberturas destrutíveis dos cenários.
Call of Duty: Vanguard também conta com uma excelente localização em português, com direito a legendas, menus em português e até mesmo dublagem nos áudios do jogo. Mantendo assim o ótimo padrão que a franquia estabeleceu há anos aqui no mercado brasileiro. Um jogo bem acessível ao público brasileiro.
Dá para resumir a edição 2021 de Call of Duty como uma edição de passagem, ainda sem a possibilidade de uma transição full power para os novos consoles já que o título continua sendo lançado nos consoles da geração passada, mas ainda muito bem otimizado para o poderia dos atuais consoles, sem bugs, texturas carregando na sua cara, telas de loading ou atrasos de performance nos controles.
Uma edição que pode sim ter sofrido um pouco com seu desenvolvimento em virtude da pandemia de 2020, mas que entrega um material satisfatório para o que Call of Duty representa. Tem uma campanha com personagens cativantes momentos, ainda que mais curta que o normal. No multiplayer mantém o formato e a fórmula de sucesso da franquia, mantendo o alto padrão estabelecida, com muitos mapas, modos de jogos, customizações e uma progressão que lhe mantém compelido a seguir jogando. Por fim, mas não menos importante, o modo zumbi, que nesta versão tive a impressão de estar mais direto, dinâmico e objetivo, sem firulas ou elementos que em edições passada me entediaram a jogá-lo.
Call of Duty: Vanguard pode não ser a melhor edição de Call of Duty, contudo está longe de ser a pior. Ela se estabelece em um meio termo, mantendo a qualidade da franquia, contudo com ideias que apenas nadam superfície da crosta de tudo que a série já ofereceu ao longo dos últimos anos. Não dá para esperar inovações todos os anos, é verdade, mas ainda há que se esperar de uma edição que use e abuse do poderia dos novos consoles. Não foi desta vez, entretanto houve justificativa para tal. Talvez apenas quem esteja cansado do formato atual e esperava algo de novo, pode acabar se decepcionando. Já quem é fã, e se diverte com Call of Duty de sempre, pode chegar sem medo. Por sinal, também é um edição bem interessante para quem é novo na área, pois vai encontrar uma boa edição de entrada para a franquia, e se havia essa intenção, foi um movimento certeiro.
Galeria
Dando uma nota
Edição mais contida e modesta em relação as edições dos últimos dois anos - 7.4
Entrega uma campanha interessante, porém curta e objetiva, sem tantos elementos que consagraram a franquia - 7.2
Multiplayer Online segue sendo o troféu de ouro da franquia, muito bem modelado, de fácil imersão e progressão - 9
Modo zumbis soou mais direto e dinâmico, o que resulta em partidas mais ágeis e por consequência, mais divertidas - 8.5
Visualmente não parece aproveitar o poder total dos novos consoles, contudo pode ser apreciado em mais plataformas - 7.9
Boa edição para entrada para novos jogadores, sem exigir demais feedback de jogos anteriores - 8
Melhor aproveitado aos jogadores que apreciem todas as vertentes do pacote (campanha, multi e zumbis) - 8
8
Ótimo
Call of Duty: Vanguard entrega a edição anual de uma franquia que já se consagrou na indústria, e com seus razoáveis motivos. A fórmula se mantém intocável e são poucas as novidades, que não servem para inovar a série. Tudo é bem feito, mas sem nenhum surpresa. A ideia de um jogo, três conteúdo permanece. Campanha, desta vez mais curta, porém ainda divertida. Multiplayer em um de seus melhores momentos da franquia, com boa progressão e repleto de conteúdo. E Zumbis, desta vez mais dinâmico e direto, o que me agradou bastante, tornando as partidas mais ágeis e interessantes. Em meio ao furação pandêmico do ano passado, é uma edição competente, isso não há como duvidar. Só ainda não é aquela edição com cara de novos consoles, que talvez muitos estejam querendo ver.