Editorial | Retornando após uma repentina pausa

Talvez você tenha notado que o site deu uma pausa em seu conteúdo há umas duas semanas. Ou talvez não tenha reparado, afinal, talvez você estivesse em alguma rede social com gatinhos e pessoas dançando, ou então no YouTube, vendo a mesma coisa, além de trailers e vídeos sobre trailers. — Ei, não estou julgando, eu possivelmente estive fazendo a mesma coisa, afinal, essa é uma das formas de resumir a atual internet.

Claro que sites como o Portallos, pequenos (mesmo) e independentes, ainda existem por aí e fazem parte de um pequeno grupo de resistência favorável  ao antigo meio de consumir de conteúdo na web. No meu caso, é mais sobre gostar do processo de escrever e falar de coisas que me agradam, do que necessariamente falar sobre cada uma das milhões de notícias que saem diariamente no mundo do entretenimento. Há enormes portais no Brasil que já fazem essa cobertura mainstream. O que me deixa livre para pontuar apenas aquilo que acho bacana e interessante neste espaço.

Enfim, para resumir a novela e não entregar um longo texto, as últimas semanas foram complicadas por uma série de motivos: tantos pessoais com a vida real, com alguns problemas de dores (com coluna e lombar) que gerou visitas a médicos, quanto a quantidade de reviews que acabei escrevendo de setembro pra cá, que me gerou aquela sensação de esgotamento nos últimos dias. A gente vai ficando velho e o tempo vai acelerando de uma maneira impressionante que o pique de antes prega algumas peças na gente. Sacanagem.

Mas as coisas estão se acertando essa semana e o conteúdo vai retornar. Perdi a chance de falar em tempo real de vária coisas maneiras que rolaram nestas últimas semanas. Dentre elas:

• The Game Awards 2021

A premiação desse ano trouxe vários anúncios maneiros, desde Alan Wake 2 a Sonic Frontiers, além de um incrível gameplay de Senua’s Saga: Hellblade 2 com total cara de crossover (não oficial, claro) com Attack on Titan. Foi uma premiação bacana, ainda que admita que dormir na reta final e só fui conferir o resto da premiação no dia seguinte.

Mas posso dizer uma coisa? Mesmo com tantos anúncios de novos games, ainda não consigo sentir aquele gostinho de nova geração? Ainda esperava um salto maior nos aspectos técnicos de tantos games, e muitos ainda tem a mesma cara, o mesmo jeito de pensar, dos atuais jogos da geração Xbox One e PlayStation 4. Claro, tem exceções, Forspoken é bem impressionante, por exemplo. Contudo, tudo tem uma certa carinha de “hum, nós já vimos isso“.

Pegue, por exemplo, a próxima expansão de Destiny 2, apresentada no evento. Essa versão da franquia da Bungie já deu! Quem acompanha, está adorando fazer as mesmas coisas desde sempre, mas como porta de entrada a novos jogadores, é uma confusão. É preciso um Destiny 3 para abrir a próxima geração…

• Conteúdos Paramount+

Outro post que estava preparando antes da pausa repentina era sobre a Paramount Plus Brasil, serviço de séries e filmes por streaming a qual me rendi recentemente por conta da nova série (revival), Dexter New Blood, que se passa 8 anos após aquele final insosso da série original.

Ainda devo voltar aqui para falar sobre Dexter, o primeiro episódio é fantástico na parte do narrador silencioso. No geral estou achando a série um pouco previsível, nada surpreendente, mas ainda é muito divertido acompanhar a mente psicopata de Dexter. Os novos ares da série, além da personagem Debra retornando como aquele grilinho na mente de Dexter, é maravilhoso.

No que diz respeito ao serviço da Paramount Plus, o conteúdo não é tão rico quanto uma HBO Max ou Netflix, mas preciso admitir, está um tanto melhor do que o Star Plus da Disney, que é uma vergonha na frequência de novos conteúdos. Não me surpreenderia ser o Star+ eventualmente fosse descontinuado.

Na Paramount vale muito a pena dar um olhada em conteúdos como o já mencionado Dexter New Blood, além de Yellowjackets, uma série sobre um acidente aéreo envolvendo um time de futebol feminino, a qual a trama se passa em um presente a qual algumas estão vivas e relembram os horrores do acidente. Rolou canibalismo entre outras coisas a qual a série mantém certo mistério. É realmente uma trama envolvente.

Também achei muito maneiro o especial de South Park Post Covid, que foi produzido como um filme em dia partes, sendo que somente a primeira parte foi lançada nesse momento, com o final sendo liberado até o final do mês. Ver as quatro crianças da série já adultas (pois foi o tempo que demorou para a pandemia acabar na série) é realmente bem diferente. O filme brinca com padrões impostos pela pandemia entre outras coisas. É bem legal ver todo o elenco da série mais velho. E o gancho para a segunda parte é tão bom que mal posso esperar pelo seu lançamento.

Além disso, o serviço estou essa semana o intrigante Los Enviados, com uma trama de mistério e religião que me deixou curioso. A série tem como um dos protagonistas o ator Miguel Ángel Silvestre, de Sense8. Além disso tem a minissérie (6 episódios) Two Weeks To Live, com a atriz Maisie Williams, de Game of Thrones, a primeira temporada do bizarro O Despertar das Tartarugas Ninjas (é ruim, mas ainda assim é curioso), e também a nova série animada dos Smurfs (que não é incrível, mas tem aquele feeling da minha infância).

O que não consegui espiar, mas devo olhar assim que surgir um tempo, é o filme de ficção científica Infinite, além de Star Trek Discovery. Ah, e é também da Paramount a quarta temporada de The Handmaid’s Tale, que também devorei e uma única semana.

Enfim, não é um serviço que deve manter de forma permanente (peguei na promoção de 3 meses por R$ 9,90 cada), mas devo voltar vez ou outra para conferir seus conteúdo. É o serviço que também será a casa da nova série live-action de Halo em 2022.

Pontos negativos? Posso dar dois: não tem um aplicativo para consoles, sendo que lá fora ele tem para o Xbox. Não adianta baixar o app na loja US, pois ele não vai funcionar com o IP da nossa localidade. Além disso, ao contrário do que ocorre lá fora, pelo que pude apurar, o serviço aqui na América Latina ainda não tem divisão de perfis. Separar o que está assistindo com os membros da família então é bem chato nesse sentido. Além disso, ter um perfil só para criança não é possível. Zoado.

• Only Murders in the Building (Star Plus)

Reclamei mais acima sobre como o conteúdo do Star Plus está bem ruim aqui no Brasil, mas não posso deixar de elogiar Only Murders in the Building, que já encerrou sua primeira temporada. Uma das melhores coisas que assisti em termos de série este ano. Adorei como a trama foi construida, e seu mistério. O trio principal, os atores Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez estão perfeitos em seus personagens.

Curioso que não é uma produção Star, e sim do Hulu, que é um serviço de streaming dos Estados Unidos que não tem por aqui, e nem sequer pretensão de expandir para outros territórios. Na verdade o serviço atualmente é da Disney, mas tem algumas coisas de contratos e burocracias que ainda impedem a casa do rato de assimilar o serviço por completo. Por isso o conteúdo da Hulu segue sendo licenciado de forma independente mundo afora, sendo possível encontrá-los em diversos serviços por aqui, desde HBO Max a Netflix.

Quanto a outros conteúdos do Star… bem, admito que gosto que tenha Castle e Bones completinho por lá, contudo com tanta coisa inédita para assistir, fica difícil achar tempo para estes clássicos. Tem então as animações para adultos, dentre a nova série do M.O.D.O.K., Solar Opposites e até mesmo Crossing Swords que são legais, mas sinto que falta certa genialidade que antigamente encontrávamos facilmente em animações como Simpsons, Futurama, Family Guy e American Dad. Hoje em dia é tudo muito apelativo e pouco criativo. Não sei, posso apenas estar sendo saudosista ranzinza.

De toda forma, se não estivesse rachando o Star Plus com um amigo, certamente já teria cancelado o serviço por falta de novidades semanais. Nem se compara com os conteúdos que entram semanalmente na HBO Max, que qualquer diz volto aqui só para falar a seu respeito.

Enfim, provavelmente teria outros assuntos para ficar mencionando e comentando por aqui. Tem muita coisa que andei jogando que ainda não virou review por aqui, como Halo Infinite, tem coisas que ando lendo e que também dá vontade de escrever a respeito, como Jujutsu Kaisen e Chainsaw Man, ou livros, como ter terminado a leitura de 1984 e estar lendo Fim da Eternidade de Asimov…

Assunto não me falta, o que falta é tempo mesmo! Em todo caso, estou de volta, sem pausa nestas últimas semanas de 2021. Nos próximos dias ainda estarei acertando o ritmo, mas oficialmente estou contente de estar novamente escrevendo por aqui. Sinto falta destes papos mais soltos e aleatórios. Preciso voltar a fazer isso mais vezes…