Análise | Mario Strikers: Battle League
Disponível para Nintendo Switch
Mario Strikers: Battle League leva o tão amado futebol para os campos elétricos dos estádios do Reino dos Cogumelos, para partidas no melhor estilo vale tudo, com pancadaria, itens de trapaça e armaduras de combate. Porque disputas esportivas com Mario & Cia possuem essa tendência de serem bem doloridas a todos seus competidores, o que se torna diversão para nós, jogadores.
O título foi desenvolvido pela própria Next Level Games, que também foi o estúdio que criou e cuidou dos dois primeiros títulos dessa série, Super Mario Strikers (2005/GameCube) e Mario Strikers Charged (2007/Wii). Trata-se de uma série esportiva com o Mario que retorna após um hiato de 15 anos. É realmente bastante tempo. Seu lançamento aconteceu no último dia 10 de junho, de forma exclusiva ao Nintendo Switch.
Este novo Mario Strikers chega em solo tupiniquim com localização em português, mais um dentre alguns títulos, como Mario Party Superstars e Nintendo Switch Sports, que tem sido lançados aqui no Brasil, ao longo dos últimos meses, inteiramente em nosso idioma. Vale apontar, contudo, que a localização ocorre somente nos menus e textos explicativos, já que o jogo não possui qualquer narração em áudio – o que faz falta na hora do Gol, admito – enquanto que as poucas falas clássicas dos personagens permanecem com suas vozes originais em inglês.
Brutalidade futebolística
Mario Strikers: Battle League é uma saudável competição cinco contra cinco nos moldes de uma quase tradicional partida de futebol. Muitas vezes vai soar parecido com futebol, até pelo menos você notar que personagens como Wario e Donkey Kong parecem não estar muito acostumados com as regras, e portanto, saem pelo campo com a bola em uma das mãos mesmo, e dane-se. Ainda é futebol, do jeitão deles.
Já deu para notar que o padrão esportivo aqui segue o humor dos demais jogos esportivos do Mario. Não adianta chegar aqui esperando um padrão técnico de um Fifa, com física realista e trocentas estatísticas de times e jogadores para gerenciar. Battle League vai na contramão disso tudo, optando por um estilo altamente arcade para entregar divertidas partidas de futebol, nas modalidades mais simples e casuais possíveis. Perfeito para quem não é fã de jogos realistas de futebol, e adora uma competição de zoeira e trapaças em família.
O conceito é tão descontraído que o simples ato de roubar a bola de um adversário é realizado com uma voadora no peito do indivíduo, jogando-o longe, ou até mesmo para ser eletrocutado na cerca elétrica que rodeia o estádio (porque claro, é mais seguro assim). Você acha que chegar com um pé de voadora em um jogador é exagero? Bem, a investiga carregada, para um roubo de bola mais eficiente, é feito com os dois pés direto no peito do seu oponente, o que garante que ele vai demorar um pouquinho mais para levantar após esse amigável roubo de bola.
Brincadeiras à parte, Mario Striker segue essa DNA comum nos jogos de competição de Mario. Um exemplo são os itens de trapaça, que surgem dentro do campo sempre que alguém marca um gol, ou então quando uma investida de roubo de bola acerta alguém. São as famosas caixas de itens dos jogos da série Mario Kart, e estas contém os famosos cascos de tartarugas, cascas de banana, explosivos bob-ombs, cogumelos e até mesmo a tão querida estrela de invencibilidade. Colete-as, acumule até dois itens em um inventário e use-os quando achar conveniente.
Ou seja, bater, e bater forte, faz parte da dinâmica do jogo. Claro que da mesma forma que se bate, também é possível se esquivar das investidas, obtendo assim um pequeno turbo na aceleração com a bola, ou desacelerando um pouco o adversário, afim de que se possa carregar um chute mais potente direto ao gol.
É dessa forma que se conduz o ritmo das partidas de 4 minutos: se você está com a bola, quer evitar tomar porrada a qualquer custo, e então realiza as fintas e passes de bola, o que não impede de alguém sem a bola tomar uma porrada e cair no chão (o que não é falta por sinal), e quando se perde a bola, é você quem vai pra cima, como um trator, de todos os demais jogadores adversários em campo.
Novidades da edição
Mario Strikers: Battle League apresenta algumas mudanças na fórmula da série em relação a seus antecessores. A mais chamativa talvez seja em relação a como funciona o elenco do jogo e das construções dos times em si. No dois jogos anteriores haviam personagens chaves, que eram considerados capitães, enquanto outros secundários compunham o restante do time.
Por exemplo, Mario sempre foi um personagem capitão, enquanto Koopas, Toads ou Shy Guys sempre encaixavam dentro do restante do time em campo. Mario e outros capitães possuíam chutes especiais, enquanto estes outros personagens não. Com isso em mente não era possível colocar, por exemplo, Mario e Luigi em um mesmo time, pois ambos eram capitães de seus próprios times. Contudo Battle League aposentou esse conceito de personagens maiores e outros menores, tornando mais livre construir times com todo o elenco presente nesta edição.
Há 10 personagens no total desta edição: Mario, Luigi, Wario, Waluigi, Toad, Yoshi, Peach, Rosalina, Bowser e Donkey Kong. Os times são compostos de 5 jogadores, incluindo o goleiro, que nesta edição ficou no papel do personagem chamado Boom Boom. Com isso em mente, cabe ao jogador escolher quem serão os outros quatro personagens que irão atuar livremente pelo campo. E assim Bowser, Mario, Wario e Rosalina podem, assim, compor uma mesma equipe.
Sem essa divisão de personagens menores, existente nas edições anteriores, é possível sentir uma certa sensação de esvaziamento no elenco do jogo atual. Sem contar que é possível sentir algumas ausências até importante ao elenco feminino, como Daisy, Toadette e, até mesmo, Pauline (de Super Mario Odyssey). Claro que as garotas podem acabar entrando em atualizações gratuitas, como a Nintendo fez com Mario Golf: Super Rush, a qual vários personagens foram adicionados nos primeiros meses pós lançamento. Sabe outro personagem bem comum nestas reuniões esportivas e que ficou de fora aqui? Bowser Jr. Ou seja, é realmente um elenco bem enxuto. E opções não faltam… Diddy Kong, Shy Guy, Koopa Troopa, King Boo.
Um fato interessante: Toad e Yoshi são os únicos personagens que podem ser selecionados mais de uma vez. Isso porque são personagens que existem em mais de uma unidade no universo de Super Mario. Então é possível fazer um time só de Toads, ou só de Yoshis. Ou então selecionar outro personagem e completar o resto da equipe com estes dois. É meio que um resquício do antigo sistema de sidekicks dos jogos anteriores.
Outra mudança, e desta vez uma adição interessante, feita em Mario Strikers: Battle League, diz respeito aos equipamentos que podem seu adquiridos e customizados em cada um dos 10 personagens presentes no jogo. No total são seis kits de acessórios, que podem formar um set próprio ou ser misturado com os outros kits presentes no jogo. Estes acessórios são para quatro partes do corpo: cabeça, braços, pernas e tronco.
Pense que cada personagem tem seus próprios atributos, dentre força, velocidade, chute, passe e técnica. Um personagem pode ter mais força e menos técnica por exemplo, assim como um outro pode ter melhor chute, mas não ter velocidade. Os equipamentos servem para mexer nestes atributos, tirando de um e colocando em outro. Um set próprio, por exemplo, focado em velocidade, pode deixar um personagem com este atributo no máximo, a qual cada equipamento vai tirar um ponto ou dois dos demais atributos.
Essa customização é bem interessante dá uma camada interessante de complexidade ao jogo, especialmente se o jogador deseja montar equipes e times específicos focados em certos atributos, ou talvez deixar um personagem com alguma vantagem maluca em detrimento aos demais. Um bom exemplo disso é colocar o set de velocidade no Waluigi, que já é um personagem com alta velocidade. Tê-lo em campo, para correr como bem entender, é uma vantagem enorme em um time adversário que não tenha nenhum outro personagem equiparável.
O revés desse sistema é que estes equipamentos precisam ser adquiridos com moedas do próprio jogo. E a melhor maneira de ganhar moedas é jogando no Modo Copas, que é o principal o modo single player, mas que também pode ser jogador localmente com mais quatro jogadores. Já volto a mencionar com mais detalhes esse modo, mas antes preciso terminar o raciocínio das moedas para os equipamentos.
Cada equipamento custa 100 moedas e sendo que cada set tem 4 partes, é necessário 400 moedas para fechar um set para um único personagem específico. Sim, o equipamento é por personagem. Então um capacete de atributo força custa 100 moedas para cada um dos 10 personagens. Ou seja, são 1.000 moedas por um capacete para que todos possuem o mesmo acessório. Afinal, quantas moedas são necessárias para ter todos os equipamentos, para todos os personagens?
Vamos à matemática. 5 sets de 4 partes cada dá um total de 20 acessórios para um único personagem. São 10 personagens, então são 200 acessórios. Cada peça custa 100 moedas, vezes 200 peças, dá um total de 20.000 moedas. E então tem o sexto set, liberado após completar todas as copas, e nesse, cada peça custa 300 moedas. 4 partes deste set, vezes 10 personagens, vezes 300 moedas… total de 12.000 moedas. Some com a outra conta e num total o jogador precisa de 32 mil moedas para comprar todos os equipamentos.
O problema é que ganhar moedas não é muito fácil. Cada copa lhe dá 400 moedas (apenas na primeira vez que se vence). São 6 copas, o que lhe garante 2.400 moedas. Fazer o tutorial do game lhe garante 800 moedas (fica a dica). O modo difícil das copas, rende 1.000 moedas na primeira vitória de cada copa, e então temos mais 6.000 moedas. Bem, é o suficiente para ter alguns equipamentos, mas ainda estamos longe da meta final. Percebe como isso é um pouco chato? E não ajuda muito descobrir que uma partida online rende apenas 20 moedas (e 10 moedas adicionais se você estiver jogando com alguém).
Enfim, toda essa contabilidade apenas para dizer que é muito interessante o sistema de customização de equipamentos. Dá uma outra camada de construção de personagem dentro da proposta do jogo, contudo é um sistema que tem uma grande barreira para ser aproveitada em sua totalidade. Exige tempo, muito tempo, do jogador para minerar moedas em um jogo que não tem tantos modos assim, apenas o Modo Copas, as partidas Online e as disputas de temporadas de clubes. Não há exatamente um modo campanha com história, ou modo carreira (tão comum em jogos de esporte). As modalidades de Battle League são realmente bem simples.
E então volto ao Modo Copa. Aqui o jogador participa de uma chave de torneio que consiste em três partidas para se chegar à vitória, com direito a uma quarta partida caso perca a primeira, num sistema meio que de repescagem. É uma modalidade bacana, mas muito simplória. Cada copa meio que é focada em um tipo de atributo de personagem, mas a sensação é que todas são bem semelhantes. É diferente das copas, por exemplo, de um Mario Kart, a qual se consiste em apresentar diferentes pistas ao jogador. Aqui não tem isso, não tem estádios próprios para cada copa, ou regras especiais. São apenas partidas baseadas em atributos, sendo que no modo normal, a CPU não é nem um pouco complicada de ser vencida, o que escala um pouco quando um modo mais difícil é desbloqueado vencendo o normal.
Inclusive é possível sentir falta de algumas modalidades extras, como sei lá, mini games ou partidas especiais, baseada em alguma história ou sei lá… modos com estádios exclusivos e diferenciados. Dar ao Modo Copas a sustentação inteira para o single player é um grande peso para o título, especialmente ao se pensar que para ativar o conteúdo online é preciso ser assinante do serviço online pago da Nintendo. Mesmo que fora o online o jogador ainda vá ter o multiplayer local como parte do pacote, ainda assim é um conteúdo offline bem limitado.
Chute ao gol
Deixando de lado as características mais técnica de conteúdo do jogo, e novidades da edição, e indo direto para a ação e controles em si, Mario Strikers: Battle League é um título bem tranquilo de se aprender como jogá-lo, na mesma contra partida que movimentos mais complexos devem satisfazer os jogadores mais exigentes.
O básico é simples. Pense nos quatro botões principais do controle, ABXY. Um botão (A) é sempre o botão de chute ao golpe, seja só apertando-o ou segurando para carregar o chute, o que é muito mais eficiente para tentar fazer a bola atravessar o goleiro automático do jogo, que é bem competente no limite do razoável e portanto não é qualquer bola que ele vai deixar entrar na rede.
Um botão bem simples é o X, que serve exclusivamente para usar os itens de trapaças coletados em campo. É possível usar um item estando ou não com a bola. E se pode armazenar até dois deles, contudo não é possível selecionar qual usar primeiro.
Outros dois botões, B e Y, são os botões que servem para passar a bola para os outros jogadores do time. Um faz o passe com a bola rasteira, enquanto o outro faz um passe aéreo. O passe de bola nem sempre será preciso e certeiro, tudo vai depender de usar o analógico para dizer a direção e para quem chutar, e pode sim, um jogador adversário entrar no meio do lance. No geral o passe vai funcionar, mas não fique muito confiante e passando ininterruptamente a bola, pois as chances são maiores de alguém roubar sua bola ou de que seu time não consiga posicionar antes da bola chegar.
Além do passe aéreo, o botão Y tem outra função quando não se está com a bola, que é fazer a investida de roubo de bola, a tal voadora no peito do adversário. Se você segurar o botão, a investida será mais forme e eficiente se você atingir seu alvo. Personagens grandes são mais resistentes contra personagens menores, ou seja, Toad não pode dar uma investida básica que derrube o Bowser, mas uma investida carregada pode funcionar.
Investidas não são imbatíveis, o jogador com a bola pode fazer uma finta e desviar desse ataque, e isso é feito com bumper direito (R). Não é o botão mais confortável do controle, admito, porém também é possível fazer uma finta mexendo o analógico direito do controle, o que pode ser um pouco melhor. Já o bumper esquerdo (L) permite a troca manual de personagem em campo, caso prefira usar o modo manual.
Outros botões úteis são o ZR (gatilho da direita) que permite uma curta corrida em campo, e que não é infinita. Se utilizar demais o personagem ficará cansado e se tornará lento por um curto período de tempo. Já o ZL (gatilho esquerda) segurando com o Y ou com o B permite um chute de bola livre, com uma mira surgindo no campo para que você lance a bola no local apontado. ZL + B chute livre rasteiro, ZL + Y chute livre aéreo.
Estes são os controles gerais de Mario Strikers: Battle League. Se você achou um pouco complicado, não se sinta assim, pois ao iniciar o jogo pela primeira vez, um longo e muito bem detalhado tutorial explica passo a passo de cada um dos comandos do controle. É sim um tutorial demorado, porém valioso para se entender em detalhes as possibilidades dentre as mecânicas e controles do jogo.
Um último ponto a se mencionar são os superchutaços, que são chutes especiais, que param a ação da partida para exibir uma animação de um super chute que em as chances de ser indefensáveis são bem grandes. Um gol de um superchutaço equivale a dois gols por sinal. Mas os superchutaços tem algumas condições para serem realizados. Não dá para usá-los a qualquer momento.
A primeira condição é o surgimento de uma orbe de energia em campo, muito parecido com a orbe que permite os ultra golpes especiais da franquia Super Smash Bros. O time que coletar essa orbe vai brilhar por algum tempo em campo, indicando que qualquer personagem em posse da bola, e que esteja presente no campo adversário, poderá realizar o chutão. E não se preocupe se a orbe surgir longe de você, pois um personagem do seu time, controlado pela CPU, que estiver próximo ao local em que ela pousar em campo, normalmente tentará pegá-lo.
Energizado pela orbe, agora é hora de se preparar para o superchutaço. A primeira regra é ter espaço livre para tal, pois é necessário carregar o chute (A) até que o poder se ative. Nesse tempo, um jogador adversário poder vir com uma investida e interromper o especial. Então abra uma janela de oportunidade, se afaste de seus adversários e engane se possível, fingindo chutar e cancelando o chute com uma finta e então passando para alguém do time livre.
Quando o superchutaço for ativado, o tempo desacelera, tudo ficará em câmera lenta e aqui duas situações irão ocorrer: o jogador do chute terá que pressionar o botão A duas vezes dentro de uma barra que terá um indicador se movendo. Acertar o ponteiro dentro do campo azul indicará um chute indefensável, enquanto o campo laranja ou preto reduzirá as chances e fará o goleiro agarrar a bola (e aí a chance percentual de gol diminui consideravelmente).
Porém nesse meio tempo entre acertar o ponteiro na barra de eficiência do chute, teu adversário ainda poderá tentar cancelar o superchutaço! Sim, pois a tela desacelerou mas não parou por completo, então em campo se ele estiver vindo com uma investida pra cima de você, ou usado algum item, ainda é possível lhe acertar e cancelar o especial. Contudo, uma vez que tenha entrado a animação do superchutaço você está salvo e nada mais poderá cancelá-lo, e sua eficácia vai depender apenas de você ter acertado (ou não) o ponteiro da barra nos dois indicadores azuis.
Cada personagem tem seu superchutaço e todas as animações são incríveis. E causam diferentes efeitos em campo. Peach por exemplo, deixa todo mundo meio apaixonado com seu chute, então Waluigi causa um trilha de espinhos, amarrando o goleiro, enquanto Luigi causa um tornado em campo e Mario e Bowser tacam fogo em tudo. Todos os personagens possuem animações muito bem idealizadas, como Wario usar a bunda para seu especial ou a Rosalina colocar a bola em órbita antes de chutar ao gol.
Considerações finais
Mario Strikers: Battle League é um grande retorno de um título que fez enorme sucesso lá no passado, há mais de uma década na geladeira da Nintendo e que felizmente conseguiu ser resgatado para o versátil Nintendo Switch, trazendo novidades e um gameplay certeiro a sua proposta de diversão no melhor estilo dos jogos esportivos de Mario & cia.
As mudanças realizadas na fórmula funcionam e são interessantes, deixando de lado personagens menores em detrimento de deixar todos os personagens participarem de qualquer time selecionado, sendo capitães ou não, e com todos podendo realizar seus chutes especiais e indefensáveis. O sistema de equipamentos também são ótimos para àqueles que curtem customizar e mexer nos atributos de sua equipe, permitindo que o jogador mexa no balanceamento dos personagens e criem suas próprias táticas na hora da competição.
Já a vantagem de ter um jogo assim no Switch se traduz em seu multiplayer local, que permite que até oito jogadores (oito joy-cons) joguem partidas de quatro contra quatro, enquanto no online esse número reduz um pouquinho, com partidas com até quatro jogadores online, em partidas dois versus dois.
O modo online de Mario Strikers possuem dois formatos, sendo mais básico um para partidas rápidas, o famoso Quick Play, e também um modo clubes, que terá temporadas e sistema de ranking. Este último é bem interessante, porém terá que se provar nestes primeiros meses de lançamento do jogo. Isso porque é uma modalidade que consiste em reunir alguns jogadores dentro de um clube (grupo) e que passam a jogar e pontuar em conjunto, afim de que ao final de uma temporada de partidas, possam subir juntos em um ranking.
Clubes também ganham uma espécie de tokens, moeda própria, que permite customizar algumas coisas dentro de um ambiente virtual, como seu próprio estádio (somente o dono do clube faz isso, membros apenas votam no que gostariam para o clube). Partidas online pelo clube pode reunir até quatro membros online para disputar contra outro clube. Mas isso significa que todos precisam estar online ao mesmo tempo, pois não há matchmaking com desconhecidos para fechar o número de jogadores, ainda que você possa disputar contra outros clubes sozinho mesmo. Cada clube admite até 20 jogadores individuais. Clubes podem ser abertos a qualquer jogador ou fechado, com um administrador admitindo ou não novos membros.
Soa uma ideia legal, mas como disse, ainda é preciso ver como essa modalidade irá se comportar em nossa região dentro destes primeiros meses. Se haverá uma comunidade ativa, e clubes sempre online jogando. Gosto da ideia, mas acho que para incentivar jogadores, talvez a Nintendo devesse criar um sistema de recompensas como ocorre com as partidas online do Nintendo Switch Sports, que dá itens de customização estéticos para usar nos avatares dos jogadores. Será que apenas tokens e ranking são o suficiente para segurar uma comunidade ativa? É o que descobriremos em alguns meses.
Mario Strikers: Battle League não é um título perfeito, isso fica claro quando olhamos que no single player há uma certa carência de modos que segurem o jogador a longo prazo, além de um elenco de personagens bem contido nos principais medalhões da casa. Além disso o título aposta forte em seu multiplayer, seja no local para oito jogadores, seja nos aspectos online que promete temporadas para que clubes joguem e subam em placares globais. É um título para se divertir com amigos em um final de semana, e não um em que você vai querer abrir todos os dias para jogar algumas partidas (bem, talvez o faça nas primeiras semanas), mas verdade seja dita, não é meio assim com quase todo jogo de esporte do Mario? Poderia ser mais? Poderia, mas o que ele entrega é justamente o que normalmente deveríamos esperar.
Contudo preciso admitir que estou muito contente com o retorno dessa série. Jogos de futebol não chegam nem perto dos meus gêneros favoritos em videogames, contudo Mario Strikers é uma exceção, pois a brincadeira aqui é levada muito mais para uma área arcade e descontraída do que na tecnicalidade que os jogos mais sérios possuem. É um jogo leve, divertido, engraçado e descontraído. As partidas são rápidas, as combinações permitem variações na jogabilidade, me deixando com diversas tentativas para montar a melhor equipe. E mesmo depois de dezenas de partidas, para escrever essa análise, ainda vibro e abro um sorriso sempre que dou um superchutaço ao gol.
Galeria
Dando nota
Retorno de um belo título de esporte com Mario & Cia - 8
Boa apresentação, visualmente é encantador, com efeitos visuais que deixam as partidas empolgantes - 8.5
Elenco de lançamento é bem limitado, com perceptíveis ausências - 7
Aspecto single player é extremamente carente de conteúdo, Copas não são suficientes - 6
Título brilha na parte multiplayer, local para 8 jogadores e online para 4 jogadores - 8.8
Ótima jogabilidade, estilo arcade, de fácil assimilação - 8.5
Equipamentos dão liberdade de customizar personagens ao gosto dos jogadores, mas custam muitas moedas - 8
7.8
Golaço
Mario Strikers: Battle League bate um bolão quando se percebe que é um título pensado em uma experiência multiplayer, local e online, deixando a desejar quanto ao conteúdo single player, que ainda existe, mas é bem escasso. Trata-se de um retorno de uma série em hiato há mais de uma década, que volta com novidades em sua fórmula, trazendo melhor flexibilidade na hora de montar seu time e até mesmo na customizações dos atributos dos personagens. E é um futebol no melhor estilo Super Mario, seguindo uma jogabilidade bem arcade, e naquele jeitão de que trapaças são bem vindas, com itens para bater nos adversários e super chutes que, por serem mais legais, valem gol em dobro!