Fire Emblem Warriors: Three Hopes leva os jogadores de volta à academia monastério Garreg Mach, lar das casas de Blue Lions, Golden Dee e Black Eagles em meio a uma nova ameaça e novas batalhas. O título chegou no último dia 24 de junho para o Nintendo Switch e abrange a mistura de gêneros de RPG, ação, estratégia, aventura e hack & slash misturado com o clássico estilo musou.
A Koei Tecmo, utilizando a engine Omega Force, se juntou novamente com a Nintendo e a Intelligent Systems para criar mais um jogo temático do gênero Musou. Digo novamente pois no finalzinho de 2020 tivemos Hyrule Warriors: Age of Calamity, com a mesma pegada, porém baseado no universo de The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Desta vez o universo atingido por essa parceria foi mundo criado em Fire Emblem: Three Houses lançado lá em 2018, também para o Nintendo Switch, e que acumula vendas superiores a 3 milhões de unidades até o momento.
Uma curiosidade é que o roteiro de Fire Emblem Warriors: Three Hopes também foi escrito por Yuki Ikeno, responsável também pelas histórias de Fire Emblem: Three Houses e de Hyrule Warriors: Age of Calamity, o que convenhamos é bem legal, pois coloca alguém que entende do universo a qual será expandido, além de já ter lhe dado a experiência para a mudança entre o gênero de jogabilidade entre os títulos.
Contudo, essa também não é a primeira vez da franquia Fire Emblem no gênero musou, pois tivemos um outro título, chamado de Fire Emblem Warriors lançado em 2017, lançado tanto para o portátil Nintendo 3DS quanto para o Nintendo Switch. Admito que tive a oportunidade de jogar e finalizar a versão do Switch há um tempo atrás e gostei muito da experiência.
Fire Emblem Warriors: Three Hopes não é uma sequência direta do primeiro Fire Emblem Warriors, funcionando portanto sem qualquer correlação ao título anterior. Para dar uma lembrada, o primeiro Fire Emblem Warriors nos colocava em um reino totalmente novo, onde através de portais heróis provenientes de Fire Emblem anteriores, com destaque para os de Fire Emblem Fates (o mais recente título da série na época) apareciam e davam auxílio aos protagonistas em sua jornada.
Nessa nova empreitada, estamos diretamente no mundo de Fire Emblem: Three Houses, o que limita as opções de personagens que estão presentes neste mundo, estando de volta ao mundo de Fódian. Porém isso não significa que estaremos presos à história já contada no título anterior.
Regras de um musou
Provavelmente você deve saber o que são jogos do gênero musou, pois eles já estão por aí há algum tempo, apesar de nem sempre abraçarem franquias famosas. Originalmente era e continua sendo o pilar principal da série Dynasty Warriors, mas nos últimos anos recebeu reforços importantes sendo a base dos jogos da série One Piece: Pirate Warriors e também dos títulos Hyrule Warriors. Nesses jogos você controla um personagem por vez e deve enfrentar dezenas/centenas de inimigos que causam problemas pela grande quantidade simultaneamente.
Jogos desse gênero caracterizam-se pela grande abundância de inimigos mais fracos (as buchas de canhão), enquanto se explora o mapa, recolhendo itens e realizando ações específicas como ativar pontes, derrubar barreiras ou outras coisas. Desafios maiores, como capitães/generais/monstros surgem para que possamos dominar postos avançados (as bases), que por sua vez vão diminuir o aparecimento de novos inimigos e nos fornecerem recursos ou permitirem o acesso a outras áreas do mapa, onde teremos outros confrontos e encontramos os verdadeiros chefes do local, justificando toda a batalha anterior e geralmente finalizando a missão/fase.
Mas antes que você diga “então é somente sair derrubando inimigos aos montes e conquistar postos avançados”, saiba que a graça e o desafio desse gênero moram no fato de sempre ficar mais difícil completar os desafios pelo caminho e de não recebermos melhorias gratuitamente. Por exemplo, para melhorarmos atributos teremos que subir de level e encontrar armas mais poderosas, ou com possibilidades de evolução que facilitem o progresso na aventura. Fases mais avançadas trazem inimigos consequentemente mais fortes, então subir o nível de seus personagens sempre se torna necessário.
Derrotar um determinado tipo de inimigo com um personagem que tenha fraqueza contra eles pode render itens especiais ou ações específicas que vão abrir alguma cena extra ou nos presentear com situações posteriores a ela. Utilizar determinado personagem próximo a outro também pode render uma maior confiança entre os dois e desencadear ajudas deste personagem em momentos de maior necessidade. São muitas mecânicas escondidas e que somente se mostram para quem explora esse gênero mais a fundo.
Os títulos musou apresentam sempre um grande número de personagens jogáveis, cada um com um estilo de luta diferente, o que instiga o jogador a trocar e testar todos nas mais variadas situações. Essa premissa se torna essencial, pois sem a troca/experimentação de novos personagens, a jogabilidade acaba ficando repetitiva rapidamente. Para dar uma guinada no ritmo, trocar de personagem é a chave aqui.
E é neste elemento que muitos musous da atualidade se destacam. Trocar de personagem no meio da batalha e lutar em várias frentes ao mesmo tempo se torna algo essencial para o progresso.
Fire Emblem combina com musou?
Mas é claro que combina, o gênero caiu como uma luva perfeita para histórias envolvendo a temática de guerras e calamidades, onde o número de vítimas facilmente atinge os contadores de centenas ou milhares. Aqui será o jogador que vai fazer o número de vítimas subir às alturas. Por outro lado, a sua derrota não vai vir somente se o seu personagem cair em meio a batalha. Ela pode vir de várias formas, seja por um inimigo conseguir realizar uma ação específica contra seu grupo, ou a derrota de certos integrantes de sua equipe. As causas de derrota e de vitória variam, mas geralmente eliminar as bases e o inimigo principal resolvem a situação.
Os integrantes da sua equipe são controlados pela inteligência artificial do jogo e vão fazer o arroz com feijão deles de forma funcional. Você ainda pode através de um menu dar ordens específicas para eles, como ir até determinado local e enfrentar quem estiver por lá, ou você pode com o simples pressionar de um botão, trocar de personagem e partir com outro membro de sua equipe para a ação instantaneamente.
Essa mecânica se torna estratégica para administrar vários perigos no mapa de forma simultânea sem ter que levar o personagem diretamente para a fonte do problema. Controle um e vá a um ponto, enquanto você luta, ordene a outro que se aproxime de outra área e assim que ele chegar lá, assuma o controle e faça a sua parte. É uma praticidade, além de ser uma legítima estratégia, para a vitória de qualquer missão. Não fique preso somente a um único personagem jogável.
De volta a Fódlan e a escolha de uma casa
Fire Emblem Warriors: Three Hopes se passa também no mundo de Fódlan, o mesmo de Fire Emblem Three Houses, apresentando entretanto uma história que podemos descrever como uma história paralela. Para quem não sabe ou não se recorda Fódlan divide-se em 3 nações: o Império de Adrest, o Reino Sagrado de Faerghus e a Aliança de Leicester, mas temos também um território neutro nesse jogada, que é o Monastério de Garreg Mach um local sagrado onde funciona uma Academia de Oficiais onde as três nações enviam seus herdeiros para receberem educação e treinamento
Aqui o jogador começa sua aventura com um personagem desconhecido, chamado inicialmente de Shez (mas o jogador é livre para escolher o nome e o gênero de seu personagem). Shez faz parte de um grupo de mercenários a serviço de Berling, rival dos mercenários de Jeralt. Sua missão era enfrentar o famoso Byleth (aqui conhecido também como Ashen Demon).
Note que Byleth é ninguém mais, ninguém menos que o protagonista de Fire Emblem Warriors: Three Houses, e assim como no jogo citado, podemos escolher o gênero de nosso antagonista. Após ver seus amigos serem massacrados e no meio de seu aparente fim, Shez estando a beira da morte é salvo pelo chamado de uma entidade mística conhecida como Arval, que misteriosamente lhe dá poderes capazes de fazer frente ao poder de Byleth. Mas a luta não se conclui nesse embate.
O destino age novamente e enquanto Shez tenta entender o poder que despertou, o surgimento de Arval em sua mente (uma espécie de “assistente mental”) e o porquê dos grandes poderes do implacável Byleth. Rapidamente Shez se depara com o já conhecido trio das famosas três casas da academia do monastério de Garreg Mach: Edeglad von Hresvelg, Dimitri Alexandre Blaiddyd e Claude von Riegan.
Após algumas intempéries, o jogador irá conhecer o tal monastério, que é a sede de duas distintas entidades, a Academia de Oficiais e a igreja de Seiros, e Shez acaba se tornando membro da academia, além dos líderes de cada uma das três casas acabam se tornando nossos colegas. Porém todos sabem que você é um mercenário, então a sua ajuda sempre é bem vinda nas horas de batalha.
Edeglad, Dimitri e Claude possuem cada um o seu “grupinho”, que são outros jovens da mesma região/reino que eles e, portanto, todos agem de forma a proteger seus “líderes”. Alguns eventos de Three Houses permanecem intactos aqui e outros têm suas mudanças, mas uma coisa que não muda é a necessidade de se ver somente um dos lados da história, e para tanto, logo o jogador terá que escolher o caminho que irá seguir no restante de sua jornada.
Esta escolha se dará conforme a casa escolhida: a Black Eagles House (o caminho Scarlet Blaze) a Blue Lions House (o caminho Azure Gleam) ou a Golden Deer House (o caminho Golden Wildfire). Embora certos pontos da trama sejam os mesmos independente da escolha do jogador, cada caminho apresenta locais diferentes assim como companheiros de batalha distintos. Devido a achar o grupo de apoio melhor preparado, escolhi seguir caminho com Dimitri e os Blue Lions.
O objetivo do jogador, além de sobreviver a inúmeras batalhas, será proteger seus companheiros, decidir o melhor a se fazer em cada batalha, definir estratégias, mudá-las para rapidamente tomar novos rumos e obviamente fortalecer-se para que com o desenrolar das batalhas possamos continuar em busca de Byleth para o grande ajuste de contas.
Além da versão de 2017
Quando se levanta a questão se o que temos aqui é mais do mesmo dentro do gênero do título, dá para dizer que há muita coisa que é de senso comum em jogos musou. Não tem como fugir disso. Temos a evolução por level dos personagens, a opção de trocar de armas, criar nível de afinidade com os companheiros para ganhar bônus nas batalhas, poder escolher com quem vamos para as batalhas entre vários personagens diferentes e fazer atividades extras como cozinhar itens e juntar recursos para aprimoramento de armas, armaduras e estruturas (que consequentemente vão ampliar as opções de treinamento para os guerreiros).
A diferença entre este Fire Emblem Warriors e seu antecessor de 2017 é a possibilidade de mudar a classe dos personagens. No primeiro título da série, tínhamos personagens com classes diferentes e estes ficavam “presos” nelas por serem suas características principais, como exemplo posso citar que Ryoma é um mestre de espada e Camila uma cavaleira Wyvern. Esse fato exigia então que você usasse o guerreiro conforme a sua classe para realizar tarefas específicas.
Aqui em Three Hopes podemos trocar a classe do guerreiro, o que permite uma evolução mais específica dele além de unir técnicas de diferentes classes em um mesmo personagem. Mas para mudar para algumas classes mais específicas torna-se necessário se tornar mestre em 1 ou 2 classes anteriores em uma árvore que possui inúmeras ramificações. Ao mudar de classe o guerreiro pode aprender novas técnicas e utilizar novos equipamentos, o que se reflete até na mudanças no visual do mesmo na tela de seleção. Após tornar-se mestre em uma classe torna-se possível utilizar armas específicas com um ranking maior o que vai levar a causar mais dano nos inimigos. Algo interessante é que a mudança de classe se reflete nas vestimentas padrão do personagem também.
Para se tornar mestre além da experiência em batalha, podemos treinar com um parceiro no campo de treinamento disponível no hub do jogo (outra novidade) o que além de melhorar o nível da classe escolhida melhora o relacionamento entre os parceiros de treinamento, sendo que alguns tem até um bônus dependendo de com quem estão treinando. Mas este treinamento somente pode ser feito com pontos obtidos após o final de cada missão (fase).
Outro diferencial que temos aqui é que podemos ir recrutando novos guerreiros importantes em momentos chave, onde inclusive surgem nas opções de batalha a tática de tentar persuadir determinado guerreiro a entrar no seu lado do embate, o que vai fazer com que o mesmo integre seu grupo em futuras batalhas.
Batalhas quantitativas
A jogabilidade aqui será a mesma que a de outros jogos musou, seja dos mais famosos para os fãs da Nintendo, como Hyrule Warriors: Age of Calamity e Fire Emblem Warriors ou dos mais antigos a seguir esse esquema como nos jogos da série Samurai Warriors. A estratégia a ser tomada sempre vai ajudar ou dificultar a sua vida nas batalhas.
Nas batalhas é a mais pura pancadaria desenfreada, igualzinho em jogos mais frenéticos como One Piece Pirate Warriors. Bata em tudo que se mover em seu caminho e que possa receber seus golpes, e não preocupe com aliados, pois estes não sofrem danos por seus ataques. A quantidade de inimigos sempre vai ser maior do que você consegue ver, chegando facilmente a soma das dezenas em áreas pequenas.
Cada personagem vai contar com as características de sua classe e suas armas, como o espadachim tendo que chegar junto aos inimigos para causar dano, os arqueiros podendo atacar de longe, os magos causando danos colaterais em vários inimigos e os cavaleiros chegando montados em seus cavalos causando alvoroço em meio aos inimigos. Após uma quantidade de danos causados ou itens adquiridos pelo caminho, poderemos usar alguns golpes especiais que vão limpar a tela de inimigos, ou causar pelo menos danos consideráveis em inimigos mais resistentes, como os chefes de área, por exemplo.
Entre uma batalha e outra, dar uma ida ao acampamento se torna a decisão certa a ser tomada, pois é lá que podemos atualizar ou trocar armas (conforme o nível as armas, estas podem ter características distintas, como dar vantagens a seus usuários, ou até mesmo deixando novos golpes disponíveis). É aqui, aliás, que se faz mudança de classe e os treinamentos em duplas, já mencionados anteriormente.
Em jogos musou temos missões, ao invés de fases, e é desta mesma forma que as coisas funcionam aqui em Three Hopes. A campanha é toda dividida em capítulos, e cada capítulo, por sua vez, é subdividido em missões, uma sendo a principal que se realizada avança para o próximo capítulo, e as missões secundárias, onde podemos adquirir itens como armas e recursos como materiais para upgrades de estruturas e dinheiro, pois assim como é no mundo real, aqui ter dinheiro também facilita as coisas. Podemos inclusive usar de dinheiro para subir o nível de personagens mais fracos.
Cada uma dessas missões vai render pontos de estratégias que podem ser utilizados na missão principal de cada capítulo. Podemos utilizar esses pontos para determinar uma ação específica, como tentar recrutar um personagens ou fornecer tochas em uma situação de nevoeiro, por exemplo. Nunca poderemos escolher todas as opções disponíveis, então saber qual escolher será parte da estratégia aqui.
Aproveitando, para quem coleciona os amiibos da Nintendo temos uma notícia boa, eles podem ser escaneados aqui também, 5 por dia, e vão liberar itens extras para ajudar um pouco. Obviamente amiibos temáticos de personagens da série Fire Emblem fornecem itens mais valiosos. Possuir um save de Fire Emblem Warriors também vai trazer alguns extras para o jogador.
Fire Emblem em sua essência pode levar a morte de personagens durante a sua jornada, mortes permanentes. Se ao final de uma batalha algum personagem cair ele não estará de volta na próxima vez. Mas aqui podemos escolher se essas mortes serão mesmo permanentemente ou se ao jogar em um modo mais ‘casual’ teremos personagens revividos no final de uma batalha. Os puristas em Fire Emblem sem dúvida, zombarão dessa opção, mas a alegria dos jogos modernos é que não existe uma escolha certa aqui e cada um pode jogar do jeito que preferir.
Respeito ao mundo original
O visual de Fire Emblem Warriors: Three Hopes segue totalmente a linha da direção de arte do título que inspirou esse spin-off. Houve um grande respeito na ambientação, arte visual, roupa dos personagens e tudo mais. É o mesmo mundo, os mesmos personagens, então não faria sentido destoar de Fire Emblem: Three Hopes, que foi um título de grande sucesso quando lançado.
Inclusive, graficamente, em termos de números de inimigos e a forma como o jogo se comporta, a engine soa muito como foi apresentado recentemente em Hyrule Warriors: Age of Calamity, o que talvez seja um indício de que este é o ápice do que pode ser feito dentro das capacidades do Nintendo Switch. O que de nenhuma forma é um ponto negativo, pois o jogo consegue entregar belos cenários e batalhas massivas contra dezenas de inimigos.
A dublagem realizada neste lançamento segue o padrões e as mesmas vozes de Fire Emblem: Three Hopes. O título conta com cenas dubladas em determinados momentos da história, mas infelizmente o game não possui a localização em nosso idioma, apesar de contar com várias opções de idioma para serem selecionadas. As músicas por vez são todas releituras de Three Houses, desta vez feitas por Himoru Akaba, também responsável pelas trilhas de Hyrule Warriors: Age of Calamity e Persona Strikers. Um grande talento, sem dúvida alguma.
Considerações finais
Chegando aos momentos finais desta análise, posso dizer que Fire Emblem Warriors: Three Hopes é um lançamento que pode ser aproveitado por diferentes nichos de jogadores, e com muito sucesso. Amantes de Fire Emblem vão se sentir em casa, tanto os que jogaram o Warriors anterior, quanto os que jogaram a primeira entrada no universo de Three Houses. Os primeiros por já saberem como funciona as coisas, e os segundos por já conhecerem a região de Fódlan e seus famosos habitantes. É um título que dá um clique rápido e satisfatório aos fãs.
Para quem está fora do mundo de Fire Emblem e não entende nada desse universo, o título faz o necesário para contextualizar as coisas. Você aprende o que precisa desse universo e de seus personagens, o suficiente para se importar se eles vão ou não morrer de forma permanente pela aventura. Quem já está habituado com o gênero musou vai se sentir em casa, pois são mecânicas de conhecimento básico a todo fã destes títulos da Koei Tecmo.
Graficamente Fire Emblem Warriors: Three Hopes não apresenta problemas e, ao longo da minha experiência no modo TV, não o vi engasgar em nenhum momento ou sofrer congelamentos, mesmo com muitos inimigos na tela. Já no modo portátil, notei que o jogo sofre mais para rodar lisinho, com pontuais momentos em que há uma pequena lentidão, mas coisa rápida e sem muito caos.
Infelizmente ainda não foi dessa vez que tivemos um título da série Fire Emblem em português, e fica uma ressalva de que pelo menos poderíamos ter legendas em nosso idioma, o que iria aproximar mais jogadores do nosso país a jogar esse título e facilitaria o desenrolar da história e todas as opções disponíveis. Trata-se de um jogo com muitos diálogos, muitas explicações, então se estivesse em nosso idioma, certamente faria total diferença em termos de acessibilidade para com o público brasileiro. É preciso seguir com esse puxão de orelha na Nintendo, ainda que títulos mais leves e casuais estejam chegando localizados.
Estipular quanto tempo Fire Emblem Warriors: Three Hopes vai durar na mãos de cada jogador é algo impossível, mas existem inúmeros fatores que justificam o prolongamento da aventura, as missões secundárias podem ser jogadas novamente inúmeras vezes dentro da campanha, seja para fortalecer ainda mais sua equipe, seja para farmar itens que são encontrados pelo cenário. Dá ainda para jogar um New Game Plus que vai permitir carregar o progresso conquistado anteriormente, além dos desbloqueios que vão ajudar ainda mais na próxima jornada.
Não se esqueça de que há três casas para escolher inicialmente, o que por si só, já possibilita jogar o jogo três vezes caso o jogador queira experimentar todas as possibilidades. São três construções narrativas, personagens próprios de cada casa, então é uma proposta que incentiva seu valor de replay.
Fire Emblem Warriors: Three Hopes não está exatamente reinventando a roda, seja do gênero em si, seja da estrutura estabelecida nos últimos títulos desenvolvidos pela Omega Force, mas certamente refina mais a experiência que surgiu lá em 2017, no primeiro Fire Emblem Warriors, enquanto se aproveita da bela roupagem que a franquia recebeu quando Three Hopes foi lançado tempos atrás. Funciona como um spin-off, funciona como um musou. Entrega, ao fim, exatamente o que se espera de sua proposta.
Galeria
Dando nota
Apresentação empolgante, com ótimas cenas animadas, o pecado é não possuir localização em português - 7
Universo de Three Hopes entrega uma aventura bem imersiva, e casa perfeitamente neste spin-off - 9
Primeiro Warriors já provou que musou combina com Fire Emblem, e aqui isso novamente se prova correto - 8.5
Boa dinâmica de gameplay, aposta em estratégias de equipes, gerenciamento de equipamentos, diferentes classes etc - 8
Ótimos mapas de áreas, com vários caminhos e trocas em tempo real de personagens com diferentes estilos - 8.2
Apertar de botões de um hack & slash pode cansar alguns jogadores - 7.5
Com três caminhos é um título que se for bem explorado possui um alto fator replay - 9
8.2
Ótimo
Fire Emblem Warriors: Three Houses é um ótimo spin-off de um universo tão encantador criador em sua obra original, e funciona muito bem dentro do gênero musou. A experiência é sempre harmoniosa, com uma ótima história, personagens cativantes e mecânicas que impedem certa repetição inerente ao estilo de gameplay. Com uma jogabilidade aperfeiçoada, caminhos alternativos, diversos personagens, pontuais novidades, o título cumpre sua proposta e entrega exatamente o que se pode esperar do projeto.