Análise | Mario + Rabbids Sparks of Hope

Disponível para Nintendo Switch

Mario + Rabbids Sparks of Hope é a prova factível de que uma sequência nem sempre precisa apenas ser maior e melhor para superar seu antecessor, mas que refinado e aprimorado pode ser ainda mais fantástico e oferecer uma experiência impressionantemente superior, o que é caso desta nova aventura tática no Reino dos Cogumelos com os insanos coelhos da Ubisoft.

Seu lançamento aconteceu no último dia 20 de outubro, exclusivamente no Nintendo Switch, sendo uma sequência direta de Mario + Rabbids Kingdom Battle, lançado lá no distante ano de 2017, também para o mesmo console. Ambos foram desenvolvidos pelos estúdios de Milão e Paris da Ubisoft, contando com trabalhos adicionais de diversos outros estúdios da empresa ao redor do mundo. Ainda que com parceria com a Nintendo, é a própria Ubisoft responsável pela distribuição global (publisher) do mesmo.

Cabe aqui uma grande observação. Apesar de Kingdom Battle ter sido lançado apenas com idioma inglês, Sparks of Hope está chegando ao Brasil (e mundo) totalmente localizado em Português do Brasil em suas legendas e menus! Dada a quantidade de textos, diálogos e menus que o jogo possui, este é um fato incrível ao jogador brasileiro, que pode contar com uma extensa aventura do Mario em nosso idioma. Parabéns a Ubisoft pela iniciativa de localizar a sequência, mesmo que não o tenha feito em seu antecessor.

Para quem está chegando agora, Mario + Rabbids é uma série de dois jogos pertencentes ao gênero de estratégia tática por turno, semelhante a XCOM. Aqui o jogador se encontra em uma arena de batalha tática, a qual anda por casas e precisa atirar ou golpear inimigos posicionados nesse tabuleiro, enquanto coberturas servem para lhe proteger dos ataques adversários. Você controla uma equipe de personagens, que possuem ações limitadas por turnos. Finalizado o turno de cada membro de sua equipe, é a vez da CPU mexer os inimigos, que vão atacar sua equipe com os mais diversos movimentos, estando próximos ou distantes.

Esta não é a primeira vez que Mario se encontra em um jogo que tem semelhanças com jogos de RPG. Séries como Paper Mario, Super Mario RPG e Mario & Luigi já apresentaram aos jogadores batalhas estáticas baseadas em turnos. O diferencial destes para Mario + Rabbids é a questão da mobilidade, de andar por um tabuleiro, assim como entregar um sistema de shooter tático, a qual coberturas e estruturas podem impedir ataques de ambos os lados em conflito.

Galaxy + Rabbids

Há vários elogios que podem ser feitos a esta sequência, mas se tem um elogio que merece destaque é sua apresentação. Na decisão de caminhar com a franquia para aspectos do universo de Super Mario Galaxy, ao levar a aventura para o espaço, quando Mario & Cia são invadidos por uma misteriosa criatura interplanetária, trazendo consigo as famosas Lumas, porém em uma versão/fusão delas com os Rabbids, denominadas Sparks, já que esta é uma das características da série, a qual no primeiro título os coelhos passam a se fundir com elementos do mundo de Super Mario ao usar uma invenção maluca que já nem mais é lembrada aqui na sequência (só aceite que o universo da série mistura tudo que tá ótimo).

Logo uma Luma Rabbid (Spark) avisa Mario, Luigi, Peach e seus alter egos Rabbids, que a princesa Rosalina está desaparecida e os reinos em planetas próximos estão sendo invadidos por essa entidade chamada Calamita. Heróis como são, o sexteto resolve partir para os confins do espaço para encontrar Rosalina e ajudar aos reinos invadidos. Ao longo da jornada, diversas Sparks serão libertadas e estas irão auxiliar os heróis concedendo-lhes poderes para enfrentar o exército de Calamita, que também é composto de Rabbids malvados, assim como Goombas e outros inimigos típicos do universo Super Mario.

A aventura de Mario + Rabbids Sparks of Hope é composta por uma visita a diversos planetas, cada qual com um clima próprio, em que o jogador poderá explorar de uma forma livre, ainda que haja uma caminho linear a ser seguido dentro das missões principais. Nesse espaço a ser explorado, logo se descobre que uma gosma preta invadiu pontos chaves do planeta, que altera seu clima, causa transtornos ou simplesmente bloqueia a passagens importantes afim de resgatar personagens presos em certos locais. Os tentáculos negros, como são chamados, preciso ser expurgados, por meio de uma batalha tática, claro. Uma vez vencido, estes locais são restaurados e não mais se infectarão.

Cada planeta representa um mundo dentro do jogo, ou seja, o jogador irá encontrar diversas atividades, principais e secundárias, podendo completar ou não 100% destes objetivos, até resolver ir para o próximo planeta. Os tentáculos da Calaquita representam as missões principais, contudo há também missões secundárias em caminhos alternativos, que inclusive até podem ser mais difíceis do que os confrontos principais. Ao explorar o mundo o jogador pode encontrar itens de batalha e inimigos, e como em jogos de RPG, ao se jogar em um inimigo, tem início uma batalha (de menor escopo) contra um grupo dos mesmos. Moedas também estão espalhados por todos os planetas e podem ser coletadas para se comprar itens ou restaurar o HP de todos seus personagens antes de iniciar uma batalha.

Com o avançar do jogo, Mario & Cia recebem habilidades extras no segmento de exploração destes planetas, que não impactam as batalhas em si. Isso é feito por meio de um robôzinho que seja a equipe. Ele podem passar a quebrar paredes escondias, mover blocos ou então ganhar um sensor que rastreia por elementos escondidos pelo cenário, como escadas ou pontos. Dá um nível bem interessante ao gameplay fora dos combates.

Os planetas sem si são relativamente grandes, precisando até mesmo de um mapa para que o jogador não se perca ao explorá-los. Nesse mapa é mostrado diversos pontos de interesses, como missões onde é possível encontrar novas Sparks, assim como batalhas secundárias e, é claro, a bandeira que demonstra a missão principal de progressão da campanha. Os planetas são tão grandes, com cavernas e pontos de acesso interno, que há diversos checkpoints espalhados, e cada um destes pontos de controle se tornam um ponto de acesso de viagem rápida para quando o jogador não quiser caminhar demais para ir de um ponto a outro.

Visualmente posso dizer que Mario + Rabbids Sparks of Hope me encheu os olhos, pois o jogo é impressionantemente bonito, para os padrões do Nintendo Switch. O jogo arrasa na questão dos detalhes, das texturas, do riquíssimo número de elementos para os objetos em cena. O layout de mundos planetas segue um conceito muito semelhante ao vibrante Super Mario Galaxy, ainda que não possuam aqueles aspecto de mundos com curvaturas de pequenos planetas. Como os mundos são maiores, esse efeito de curvatura não é feito aqui. Contudo, sonoramente o título traz diversas faixas de trilha de Galaxy, assim como pequenos efeitos de som. Dá para bater uma certa nostalgia quando o jogo emula esse sentimento dessa clássica aventura originalmente lançada no Nintendo Wii.

Claro que isso também não impede o jogo de ter elementos e personagens próprios da série. Há trilhas musicais originais e próprias criada para o título. Também desperta bastante atenção ao design de personagens, totalmente dominado pelos mais diversos tipos e tamanhos de Rabbids, que formam um rol único e marcante para a construção narrativa da campanha principal. E muito legal que agora eles falem um pouco, sim (!!) deram vozes a alguns Rabbids mais importantes na trama, como aqueles que compõe o elenco jogável. São algumas frases curtas e pontuais, mas certamente cresce em muito a empatia que o jogador passa a sentir por eles.

Também faço elogios aos novos personagens Rabbids jogáveis, como Edge, uma personagem Rabbid bad-ass original do jogo, que usa uma enorme espada giratória e possui habilidade de atingir vários inimigos dentro de uma linha reta de ataque. Contudo, mais incrível ainda é a Rabbid Rosalina, toda tediosa e que gera incríveis momentos hilários na história, sempre inexpressiva e desinteressada com tudo que está acontecendo. Mas é uma ótima personagem de batalha, pois consegue congelar inimigos com seu tédio e pode atacar destruindo as coberturas pelo cenário.

Combate refinado

Na parte da jogabilidade está uma das maiores evoluções desta sequência de Mario + Rabbids, pois muitas mecânicas foram aprimoradas em relação ao primeiro jogo, tornando a experiência do jogar muito mais dinâmica, orgânica e agradável ao jogador. Há ritmo, é divertido, é simples e intuitivo. Olhando hoje para Kingdom Battle, se percebe o quanto havia pelo que melhorar nessa estrutura de jogo.

A primeira e mais significativa mudança é que sai a grade fixa de movimentação pelo tabuleiro. No primeiro game, os jogadores controlavam um pointer na tela, que indicava para onde o personagem iria se mover ou qual ação tomar. Em Sparks of Hope esse pointer foi completamente eliminado. Agora o jogador anda livremente com o personagem, dentro do raio limite de seu turno. Muito mais prático, mais intuitivo.

A regra agora é simples, depois de atirar ou usar um especial, seu personagem não pode mais andar. Porém antes de executar tais ações, ande e se posicione a vontade. Inclusive os movimentos que não gastam pontos de ação, como usar um aliado para saltar dentro do tabuleiro ou dar uma investida (uma rasteira) nos inimigos, pode ser feito livremente, sem ter o risco de ficar preso sem poder se movimentar. Só tomar cuidado que o salto te leva para frente do seu raio de movimento e quanto seu personagem pousa, o raio de movimento é muito menor. Alguns personagens inclusive podem destravar habilidades que os permitem dar duas investidas ou dois saltos, antes de começar a gastar os pontos de ação.

Para Sparks of Hope os personagens que estavam presentes no primeiro jogo também fora remodelados, e agora possuem armas novas e que com efeitos muito mais interessantes. Mario, por exemplo, ganhou uma arma dupla, podendo executar dois tiros em uma ação, inclusive em dois inimigos distintos, basta estar no raio de alcance. Rabbid Peach ganhou um rocket lancher, uma arma que dispara mísseis que são lançados verticalmente, alcançando inimigos distantes e até mesmo em coberturas, pois os mísseis passam por cima das barreiras. Já Luigi é um arqueiro, podendo acertar inimigos bem distantes, um personagem super útil para a retaguarda.

A adorável princesa Peach e Rabbid Mario são personagens que podem atacar múltiplos inimigos, mas exigem certa proximidade para com eles, e ambos podem acertar, ainda que os mesmos estejam em coberturas. Peach utiliza seu guarda-chuva, enquanto Rabbid Mario usa duas luvas muito potentes para socar o ar. Rabbid Luigi, o personagem que menos utilizei, por ter achado menos interessante, usa uma espécie de frisbee (disco) para acertar diferentes inimigos, contanto que o disco possa ir ricocheteando nos mesmos.

Dentre as novidades estão as Sparks, a fusão das Lumas com os Rabbids. Ao longo da campanha o jogador vai encontrando diversas destas estrelas camaradas, e cada uma oferece um poder especial aos personagem a qual o jogador a equipar. Estas habilidades envolvem adicionar danos elementais, como fogo ou gelo, as armas dos personagens. Elas também podem oferecer habilidades de proteção como escudo ou então serem utilizadas para atacarem diretamente os inimigos, como uma que pode invocar meteoros ou outra que adiciona uma onda de veneno. Cada jogador pode equipar duas Sparks, e elas ainda podem subir de nível conforme o jogador vai as alimentando com aquelas estrelinhas coloridas (estrelitas) que foram apresentadas e se coletam em Super Mario Galaxy.

Além das Sparks equipáveis, cada personagem possui um especial próprio. Peach Rabbid pode curar parcialmente aliados próximos ao raio de sua habilidade, enquanto outros personagens têm habilidades de caça vigiada, entrando em estado de alerta e atacando o inimigo em seu próprio turno caso eles andem dentro do raio de visão do herói ou em caso de atacar alguém do grupo. Mario, Luigi e Rabbid Mario, por exemplo, ativam esse poderoso estado de alerta. Tanto o especial, quanto as habilidades das Sparks consomem um ponto de ação e quando utilizadas podem levar de dois a três turnos para serem recarregadas.

Falando em pontos de ações, estes definem o turno do jogador. Cada personagem de sua equipe, no geral composto por três personagens, possui dois pontos de ação. Lembre-se que nem toda ação gasta um destes pontos. Se mover por exemplo, não gasta. Assim como saltar com a ajuda de um companheiro ou realizar uma investida rasteira no inimigo. Estas ações sequer impedem que o jogador siga se movimento. Usar uma habilidade de Spark, por outro lado, consome um ponto de ação, mas ainda permite que o jogador ande dentro de seu raio de movimento. Já ativar uma habilidade única do personagem ou simplesmente atacar, além de gastar um ponto de ação, também interrompe o movimento do personagem em seu turno.

O jogador pode alternar entre os personagens o quanto quiser enquanto seu turno continuar ativo. Uma vez que se gaste todos os pontos de ação de todos da equipe, o turno encerra automaticamente, contudo é comum que você faça todos os movimentos desejados e ainda lhe sobre pontos de ação (já que só pode se atacar uma vez por turno com cada personagem) e você não queira usar uma Spark ou uma habilidade (por estar fora do alcance do inimigo, por exemplo). Aí nestes casos, deve-se passar o turno ao adversário manualmente.

Entendido estas funções básicos, fica claro que a melhor estratégia de jogo é posicionar os personagens individualmente antes de impedir seus movimentos. Faças as investidas, use os Sparks que ativam melhorias coletivas, e depois salte e se proteja, para então atacar ou usar uma habilidade especial. Seja cauteloso, como por exemplo, gastar todos os pontos de ação de um personagem e bloquear de se movimentar, e depois perceber que precisaria que ele andasse para um outro local ou então se aproximar de um personagem para ativar o salto. Faça tudo que se precisa fazer com todo mundo, e só depois disso ataque e fixe seus personagens no tabuleiro.

Também cabe explicar que cada personagem tem sua própria árvore de habilidade. É possível aprimorar essa árvore ganhando níveis de experiência ao vencer batalhas. Todo mundo da equipe ganha por igual, incluindo personagens na reserva, que não estão sendo usados pelo jogador. O que é uma boa, pois impede que um fique muito fraco e acaba não sendo utilizado pelo jogador por conta disso. Cada nível se concede um ponto de habilidade para cada personagem. Dentre as opções da árvore estão aumentar o campo de movimento, melhorar a barra de saúde, ter uma investida ou salto extra a depender do personagem, aumentar o dano crítico das armas, assim como seu alcance e assim por diante. É possível sentir a progressão de seu personagem com esse sistema, se fortalecendo enquanto os adversários fazem o mesmo.

A respeito de recuperar vida, isso só é possível em algumas condições. Rabbid Peach tem tal habilidade especial, porém sua recuperação é somente dentro de um raio de alcance em combate e a recuperação é parcial. Tirando essa situação, cada personagem tem um espaço em sua árvore de habilidade que lhe permite recuperar um pouco de HP ao final de cada batalha. Itens que recuperam saúde também podem ser encontrados ou comprados, e ao se utilizar em batalha gastam um ponto de vida e um personagem não pode usar um item em um aliado somente em si mesmo. E, por fim, pode se recuperar totalmente a saúde dos personagens sempre ao começo de uma batalhas, pagando com moedas coletadas pelas fases (as mesmas utilizadas para comprar itens). Esta última opção, contudo, vai ficando cada vez mais onerosa com as vezes utilizadas e ao avançar pelo jogo, o que também lhe permite encontrar mais e mais moedas.

Quanto aos inimigos estes, em geral, são os já conhecidos Rabbids, e na dificuldade normal, o jogo não oferece uma dificuldade tão agressiva assim, com inimigos que vão sim saber se posicionar e sempre atacarão, contudo dificilmente irão prever o movimento do jogador, a ponto de serem espertos o bastante para protegendo de um especial ou habilidade de Sparks. Normalmente os inimigos jogam atacando, nunca preservando suas posições ou na defensiva. Há inimigos de várias classes, dos que atiram em médio alcance, aos snipers, aos que também tem visão de caçado e atacam no turno do jogador, mas talvez os mais perigosos sejam os grandões, que avançam ferozmente pelo campo adversário e causam dano massivo se o jogador deixá-los se aproximar demais, atacando múltiplos heróis ou causando danos de status, como congelamento, impedindo assim que se movam por um turno. Há também inimigos que saltam obstáculos e se teleportam. É uma variedade interessante para o gênero tático. Desde os que atiram a distância, aos que tentam lhe tirar de cobertura.

Faço também elogios as arenas de combate. O jogo tem boas arenas, mais diversificadas do que no jogo anterior. Diversos campos apresentam verticalidade, com o jogador ou os inimigos podendo tomar posições em diferentes níveis de altura, com coberturas que podem ser destruídas depois de alguns ataques e cenários com diversos elementos visuais que embelezam o espaço da batalha. Tudo muito agradável e condizente com os mundos apresentados pelo jogo. Talvez num ou outro caso, de inimigos no cenário que ativam batalhas extras os cenários se repitam um pouco, mas nas missões principais e secundárias, a construção das arenas são muito bem elaboradas.

Alias, as missões nem sempre envolvem eliminar todos os inimigos do campo de batalha. Até nisso o jogo dá uma variada, com missões em que se faz necessário sobreviver por alguns turnos, enquanto inimigos não param de chegar ao tabuleiro, assim como missões em que se faz necessário ir do ponto A ao ponto B, lidando com os inimigos em seu encalço. Em outras é preciso eliminar obstáculos ou certos tipos de inimigos, além do tradicional objetivo de eliminar todos os inimigos que surgirem.

Antes de iniciar cada batalha, há uma tela de preparação. Nela é possível mudar toda a sua equipe, mudar os Sparks, gastar pontos de habilidade e até mesmo recuperar totalmente o HP da equipe. Somente após a preparação é que a batalha ocorre. É um bom momento para planejar e pensar quem da sua equipe tem melhores vantagens com os inimigos da batalha e ao terreno proposto.

Considerações finais

Mario + Rabbids Spark of Hope é uma sequência que impressiona por sua tremenda qualidade e por todo o capricho que a equipe que o desenvolveu teve para refinar toda a experiência criada pelo título anterior. Souberam olhar para o jogo original e decidir que dava, e muito, para melhorar a experiência com sua jogabilidade. O resultado é um jogo mais natural, com melhor ritmo, com melhor dinamismo.

Inclusive a exploração nesta sequência me pareceu mais natural, mais divertido. O jogo original sempre me deixava meio perdido em um mundo conectado, com objetivos que nem sempre eram claro para aonde ir e explorar, especialmente quando deixava o título de lado por alguns dias e voltava para jogar depois. Era difícil me lembrar do que estava fazendo e para onde deveria ir.

E na sequência a explorar é pontual. Cada planeta tem seu layout, e é fácil antes por ele, graças um mapa muito bem informativo. Mesmo que segredos fiquem escondidos até que o jogador chegue perde uma zona com uma missão secundária secreta. Realizar estes objetivos secundários ainda garantem moedas planetárias, que podem ser usadas para comprar skins de armas e itens exclusivos na lojinha. Além disso os planetas são ricos em viva, com personagens, NPCs e inimigos, andando e com diversas coisas acontecendo ao redor do ambiente.

Reforço também os elogios quanto a localização, trazendo todos os diálogos e explicações de menus em nosso português. Ficou sensacional a localização. Somam-se isso ao belo trabalho de som, com trilhas originais e algumas reutilizadas de Super Mario Galaxy. Inclusive é adorável que o robô que conduz a narrativa agora tenha sido dublado e tenha uma voz, pois no jogo original tudo era apenas texto, sem áudio de falas. Até mesmo os Rabbids falam algumas coisinhas. É um capricho super bem cuidado nessa parte de som.

De crítica só tenho uma: as muitas telas de loading, que mesmo que durem poucos segundos, surgem aos montes por toda a experiência de jogo. Entrar na tela de heróis, para equipar Sparks ou ver suas habilidades gera uma tela de loading. Sair de um ambiente e entrar em outro, idem. Antes da tela de preparação, tem loading, ao trocar sua equipe, tem loading, ao começar a batalha, tem loading, ao sair da batalha, tem loading. É notável que o Nintendo Switch começa a dar sinais de que seu hardware está chegando a um limite de elementos que consegue processar.

Dito isso, no contraponto, o jogo é impressionantemente lindo. Graficamente superior ao jogo anterior, com planetas belíssimos, com diversos planos de ambientes, estações climáticas, muitos objetos e personagens em cenários, com luz, reflexo, sombra e efeitos de líquidos dignos de um jogo de Super Mario. É um dos mais bonitos do console quando se pensa nos jogos do universo Super Mario. Tem ambientes amplos, tem muitas cutscenes, todas muito bem animados. A direção de arte está de parabéns.

Ao fim, Mario + Rabbids Sparks of Hope se torna facilmente um dos melhores títulos do Nintendo Switch lançado em 2022, especialmente dentre os títulos em torno do universo de Super Mario. É verdade que o console teve fortes concorrentes em termos de qualidade ao longo deste ano, como Xenoblade Chronicles 3, Live a Live ou até mesmo o recém lançado Bayonetta 3 (review aqui em breve)… se bem que pessoalmente também tenha gostado demais de Kirby and the Forgotten Land.

Importante também dizer que talvez você seja um dos poucos que não apreciou muito bem a proposta desse gênero quando Mario + Rabbids Kingdom Battle foi lançado há alguns anos, especialmente no que diz respeito as mecânicas mais engessadas de gameplay. Se estiver nesse grupo tenho que recomendar que dê uma espiada em Sparks of Hope, pois a jogabilidade foi remodelada e refinada de uma forma que tornou muito mais agradável a experiência de gameplay. Além disso todos os aspectos gerais foram aprimorados, desde a construção do universo e suas narrativa, a apresentação do jogo, localização em português, gráficos, som. Tudo está muito mais interessante, mais divertido. A Ubisoft está de parabéns e não tenho dúvidas de que, dada a qualidade da sequência, a franquia deve, em algum momento futuro, continuar para um terceiro título.

Galeria

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Dando nota

Uma nova aventura, desta vez baseado no encantador mundo de Super Mario Galaxy - 10
Todas a mecânicas foram aprimoradas e refinadas, está muito mais dinâmico e intuitivo o controle das batalhas - 10
Graficamente o jogo está um arraso, um dos mais bonitos jogos do Mario no Nintendo Switch - 9.5
Sistema de exploração está mais solto, com melhor ritmo, mais divertido - 9
Personagens tiveram armas aprimoradas, assim como os novos personagens são sensacionais - 9.5
Telas de loading são muitas e incomodam um pouco, ainda que sejam rápidas - 7.5
Muitas atividades secundárias garantem uma longa cauda de replay - 9
Totalmente localizado em português, e há muitos diálogos e textos - 10

9.3

Excelente

Mario + Rabbids Sparks of Hope é uma sequência digna de atenção, pois sua estrutura de gameplay sofreu importantes melhorias que tornou a experiência muito melhor do que para com a obra original. Além disso sua nova abordagem, baseada em Super Mario Galaxy, trouxe ainda mais charme a proposta. Há novos personagens, novas mecânicas por meio das Sparks, visualmente está muito mais bonito, além da entrega de um título totalmente localizado em português. Ter ou não jogado o título anterior não faz diferença, podendo o jogador partir para esta aventura sem qualquer preocupação. Sem dúvida um dos melhores jogos do Mario deste ano!

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