Medal of Honor: a ascensão e a queda de uma das maiores sagas dos videogames
Se hoje em dia, as pessoas estão mais do que acostumadas a ver a Segunda Guerra Mundial sendo retratada nos videogames, houve um tempo que isso era uma novidade fantástica. Essa novidade só foi possível por causa do jogo Medal of Honor que chegou ao Playstation 1 fazendo uma verdadeira revolução tanto no enredo dos jogos, quanto nas animações e ambientação, que eram muito avançadas para a época.
O game foi idealizado pelo premiado cineasta Steven Spielberg, que contribuiu de forma considerável para a realização do roteiro do jogo. Spielberg teve a ideia de trabalhar no jogo, após assistir ao lançamento do filme “O Resgate do Soldado Ryan” que foi um marco para os filmes de guerra.
O Lançamento do primeiro jogo em 1999
No game lançado em 1999, o jogador controla o Tenente Jimmy Patterson, um soldado e agente ligado à OSS (é tido como precursor da Agência Central de Inteligência “CIA”), uma organização militar secreta dos Estados Unidos criada durante o período da Segunda Guerra Mundial.
A história do jogo nos leva a realizar inúmeras missões de sabotagem contra a máquina de guerra alemã. Assim como ajudar membros da resistência a combater a tirania dos governos que se instauraram em seus países. Os jogos seguintes seguiram essa mesma linha de enredo, tendo missões que envolviam sabotagem e espionagem, sem haver um confronto armado direto entre exércitos, algo que ia totalmente na contramão dos títulos que eram lançados naquela época.
O game foi muito bem recebido pela crítica e pelos fãs, tendo uma nota média de 9,3 no site IGN, que é um dos mais importantes em relação a crítica especializada de games.
O início dos anos 2000 e a queda na popularidade da franquia
A partir de 2002, a franquia teve alguns títulos que foram produzidos e distribuídos pela Eletronic Arts, o que fez com que ela tomasse outros rumos com relação a parte criativa. A nova geração de games para os consoles da época tiraram um pouco o foco na narrativa e partiram mais para a ação, o que era uma tendência dos jogos daquele período.
A mudança não agradou os fãs mais antigos da saga, pois a identidade dos games estava ficando genérica, quase uma cópia de seu concorrente Call of Duty. A diferença é que CoD já nasceu sendo um jogo de guerra aberta, com foco na ação, algo que Medal of Honor inicialmente não fazia. Fato é que a guinada negativa dada pela saga se deu muito pelo fato de ela não se comunicar mais com seus fãs, o que fez com que muitos abandonassem o jogo.
Todos esses fatores somados à ascensão de outros jogos como Battlefield e Call of Duty, contribuíram para a queda de uma das principais sagas de games de guerra de todos os tempos.
Medal of Honor: Above and Beyond pode significar um recomeço?
Essa é uma pergunta que só o tempo vai poder responder. Mas já é, de certa forma, animador para os fãs ver que o game lançado em 2020 voltou-se um pouco mais para as origens da franquia. Apesar de fazer essa volta às origens, o jogo não foi muito bem avaliado pela crítica, que considerou o enredo como “mais do mesmo”, sem a originalidade que um dia foi a característica principal da saga.
Sabemos que hoje em dia o mercado de games, atualmente, tem uma tendência bastante voltada para o desenvolvimento de jogos online, principalmente competitivos. Os eSports hoje são uma força grande demais para ser ignorada pelas desenvolvedoras. Para se ter uma ideia dessa importância, grandes sites de apostas esportivas como o NetBet Sport já possuem, em seus catálogos, jogos de apostas em eventos de esportes eletrônicos.
Por isso, se Medal of Honor quiser se reinventar e trazer novidade para o seu público, ele precisa aprender a falar a linguagem atual, mas ainda ser capaz de se conectar com a originalidade outrora presente nos jogos da saga. O caminho não é simples, mas nós já vimos algumas franquias “mortas” voltarem com força total e se estabelecerem de novo no mercado.
Todos os fãs dessa saga torcem para que os produtores finalmente acertem a mão, e levem Medal of Honor para o lugar de onde ele nunca deveria ter saído.