Análise | Hogwarts Legacy

Disponível para PlayStation 5, Xbox Series & PC

Hogwarts Legacy é um milagre mágico, que prova em muitos pontos que o universo da magia de Harry Potter não precisa se limitar nos famosos personagens dos livros, podendo se situar com um elenco inteiramente novo no mesmo mundo que conhecemos, em outra época histórica, e ainda soar tão mágico quanto na odisseia do bebê que sobreviveu ao maior bruxo das Trevas de todos os tempos. A mesma Hogwarts, mas diferentes professores, alunos e ameaças. Tudo novo, mas na mesma escola de magia que conhecemos, ensinando os mesmos feitiços e as mesmas poções!

Desenvolvido pela Avalanche Software, e distribuído globalmente pela Warner Bros. Games, foi lançado no último dia 10 de fevereiro para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC. Mas esta é só a primeira janela de lançamento, pois está preciso para 4 de abril a chegada do título para PlayStation 4 e Xbox One. E não para por aí, em 25 de julho será a vez do Nintendo Switch receber o jogo. Vamos torcer para tais datas não sofrerem alterações, pois quando mais consoles, mais acessível o jogo se torna a comunidade gamer.

E falando em acessibilidade, importante dizer que o título está sendo lançado no Brasil com total localização em português, e não estou falando apenas de legendas e menus traduzidos não. Sim, o título chega por aqui com uma dublado em português. E está sensacional a dublagem, respeitando todos os termos conhecidos pelos fãs de acordo com os famosos filmes e os respectivos livros.

Voltando um parágrafo acima, acho interessante já ressaltar o trabalho digno da Avalanche Software, pois toda a equipe de desenvolvimento caprichou pra caramba nesse jogo, principalmente quando se percebe que os últimos trabalhados do estúdio foram jogos para Disney, como Cars 3: Drive to Win e Disney Infinity. Não que tenham sido jogos ruins, mas estão muito longe do sucesso e qualidade que Hogwarts Legacy esta entregando. É um salto enorme para o estúdio. E merecido.

Hogwarts Legacy é um jogo que mistura alguns gêneros, indo do aventura e ação, mas também brincando com elementos de RPG e mundo aberto, ainda que possua uma campanha que apresenta uma curva inicial estritamente linear, levando um bom tempo até largar o jogador mais livre para explorar e brincar nos quintais e arredores da famosa escola de magia.

Bem vindo ao 5º ano!

Hogwarts Legacy trabalha com a premissa de que você (jogador) é o protagonista desta nova aventura, que se passa um século antes dos eventos da história de Harry Potter. E por mais que um século passa não parecer nada no mundo da magia, todos os personagens aqui são (relativamente) desconhecidos diante daqueles que os fãs conhecem dos filmes e dos livros. Não espere, portanto, ver Dumbledore como diretor de Hogwarts. A trama se passa muito antes dele assumir essa função. Apesar de que alguns fantasmas do castelo são conhecidos dos fãs, claro. Além disso, alguns personagens são ancestrais de personagens famosos nos livros, incluindo alguns mencionados nos mesmos.

De volta a trama do jogo, então o protagonista é um avatar criado pelo jogador, podendo ser de qualquer gênero, e com uma interessante gama de opções para customizar e criar o personagem ao seu bel prazer. Contudo você não é uma criança prestes a entrar no primeiro ano da escola de magia, mas um jovem adolescente, prestes a cursar o quinto ano! Logo nos primeiros minutos, fica claro que seu personagem é um grande amigo de um dos professores de Hogwarts, e quando ambos estão à caminho de Hogwarts, são atacados por um enorme dragão, e então tudo começa a ficar estranho!

Seu personagem tem uma habilidade peculiar, muito raro no mundo dos bruxos, que é a de enxergar rastros de Magia Ancestral. Poucos na história tiveram tal habilidade e nem mesmo seu professor sabe como lidar com isso. Logo após o ataque do Dragão, ambos são levados por um portal de magia ancestral para uma pequena jornada de mistério e enigmas, quando fica claro que não são os únicos atrás do que quer que esteja guardado por meio destas chaves e proteções de magia ancestral. Esse prólogo levanta diversas perguntas a qual talvez o castelo de Hogwarts tenha as respostas. Hora de voltar a escola!

Como se trata de uma aventura que se passa muito antes de Voldemorta qual não tenho medo de dizer seu nome, como podem ver – o vilão de Hogwarts Legacy na verdade é um duende que está tentando uma rebelião no mundo bruxo, juntamente com uma aliança com alguns Bruxos das Trevas. Esse duende, conhecido como Ranrok já está estampado nos jornais bruxos, sendo procurado pelas autoridades, quando o jogo inicia, contudo logo fica claro que seja lá o que esse duende deseja, tem a ver com algo guardado por essa tal de Magia Ancestral. Assim você se torna um alvo para os vilões do jogo logo em seu primeiro dia em Hogwarts.

Essa é basicamente a premissa inicial de Hogwarts Legacy. Seu passado não tem muita relevância aqui, você sabe o básico de magia, ainda que esteja chegando a Hogwarts a partir do quinto ano, então precisa aprender ou revisar algumas magias e feitiços básicos. Assim o jogador tem aquela sensação de cenário escolar em que si é transferido para uma nova escola. Vai conhecer os professores e seus colegas de classe e de casa, que pode ser qualquer uma das famosas quatro casas, a depender do que responder ao Chapéu Seletor ou então pedir para ele, caso não concorde com sua decisão.

A dinâmica do jogo será participar de aulas do quinto ano, adquirindo assim novas habilidades e magias, enquanto nos momentos entre aulas realiza tarefas para amigos, explora o castelo, os arredores e também procura por pistas sobre a tal Magia Ancestral e seus rastro deixados no passado por àqueles que um dia tiveram tal dom. Logo se descobre que muito em Hogwarts tem a ver com essa tal Magia que tão poucos podem ver ou interagir, e que parece atrair o jogador para diversos perigos e confusões.

Experiência mágica

Em termos de mecânica de gameplay, Hogwarts Legacy permite um nível de imersão e interação com o mundo mágico de Harry Potter que nenhum outro jogo da franquia algum dia conseguiu entregar. É impressionante o nível de detalhamento em termos de cenografia, nos detalhes e respeito com as premissas do universo, os feitiços, as poções, as personalidades de cada casa, os duelos de magos, tudo segue com bastante fidelidade aquilo que um dia vimos ou lemos nos livros desse encantador universo.

O Castelo de Hogwarts por si só é um imenso ambiente, repleto de pequenos puzzles e segredos que o jogador vai desbravando e descobrindo conforme vai ganhando mais e mais habilidades para interagir com estátuas, espelhos e todo tipo de objeto possível de ser afetado por magia. Andar pelo castelo é absurdamente impressionante, dado o nível de detalhes e escadarias que o mesmo possui, fazendo o jogador cruzar corredores, jardins, andares, torres, inúmeras salas de aulas, além de passagens segredas, Sala Precisa, e todo tipo ambiente que existe no imaginário de Hogwarts. Tanto de dia, quanto de noite, pois o jogo tem um ciclo de dia/noite.

O ambiente dentro de Hogwarts é tão impressionante que o jogo apresenta inúmeros pontos de viagem rápida, realizados com Pó de Flu, para àqueles que não desejam andar pelos mesmos corredores muitas vezes. Contudo, para quem curte o sair a pé explorando, mesmo que sejam ponto e corredores conhecidos, existe um guia mágico na forma de uma borboleta que guia o jogador do ponto A ao ponto B de uma missão, afim de que o mesmo não fique perdido dentro do castelo. Um recurso extremamente útil.

Mas não só o Castelo de Hogwarts se faz presente na aventura. Todos seus arredores também estão presentes no jogo, desde a vila de Hogsmeade até a Floresta Proibida, lar de inúmeros perigos. O jogador pode ir a pé para estes locais, partindo do Castelo, porém mais a frente do jogo toda essa região se abre muito mais quando se ganha a permissão para sair voando com sua vassoura fora dos arredores de Hogwarts. Por sinal, a primeira aula de voo? É tão incrível quanto é no primeiro filme, quando Harry sai para voar e entende a imensidão do local em que ele se encontra. É fantástico o primeiro voo no jogo.

O jogo se abre de uma forma absurda quando se é permitido voar para toda a região de Hogwarts. Pequenas vilas, locais dentro de florestas e grandes lados. Dezenas de atividades opcionais e secundárias, envolvendo colecionáveis e pequenas recompensas estão por todas as partes, incluindo pequenas cavernas com tesouros, grupos de Bruxos das Trevas tacando o terror, Aranhas causando terror e Duendes seguidores de Ranrok causando problemas. É fácil se perder explorando, e esquecer das missões principais do jogo.

Falando em missões o jogo funciona de forma bastante clara e objetiva. A campanha é dividida em capítulos com alguns objetivos principais e o jogador pode cumpri-los na ordem que bem desejar. Isso inclui tanto missões principais quanto secundárias e opcionais, contudo apenas as principais são obrigatórias para avançar pela história. E o jogador ainda pode encontrar missões adicionais enquanto cumpre outras tarefas, adicionando ainda mais afazeres a cada capítulo.

As missões de Hogwarts Legacy normalmente envolvem ir a certos locais, acompanhar cenas de história, interagir com algumas coisas e vez ou outra batalhar contra inimigos. Contudo, no geral, o jogo tem muito deste arquétipo da narrativa cinemática, especialmente em missões principais. Há muitas cenas e diálogos, e não coloco isso como um demérito, porque existe uma imersão de estar ali, participando das aulas, descobrindo os mistérios do Castelo, sendo apresentado a tudo que esse ambiente oferece, em meio a trama mais sombria envolvendo Ranrok e os rastros de Magia Ancestral. Na parte de gameplay, há muito “andar de lá pra cá“, interagir e observar.

Para que as mecânicas não se limitem apenas a andar, vale apontar que o jogador tem em mãos um repertório de feitiços úteis que podem ser usados a qualquer momento e estes interagem com inúmeras possibilidades dentro do ambiente do jogo. Revelio, por exemplo, mostra notas e pergaminhos com curiosidades e explicações do mundo, e estão por toda a parte do jogo, a cada área nova e objetos incomuns que tenham alguma história a ser contada. Accio permite puxar certos itens e objetos para seu personagem no jogo, e há notas voando por toda a parte que precisar ser puxadas dessa forma.

Lumos permite que sua varinha ilumine locais escuros. Levioso levita objetos, podendo ser usado para abrir certos globos de certas estátuas. Reparo como o nome sugere conserta objetos quebrados, podendo reerguer uma ponte ou uma armadura desmontada que possa estar em seu caminho até uma passagem. A lista não para por aí, e é enorme, e vão sendo liberadas conforma a progressão na história – e por isso é tão importante não se perder demais em objetivos secundários inicialmente, pois muita coisa só fará sentido depois de desbloquear muitos feitiços básicos. E como seu personagem não tem uma capa de invisibilidade, pois são raras demais, existe um feitiço para ficar invisível, apenas não chegue perto demais das pessoas ou elas certamente irão lhe notar.

Com exceção do feitiço Revelio, que é ativado pelo D-Pad do controle, os demais feitiços são customizados em uma roda de quatro opções que se ativa segurando um gatilho do controle, e assim se aciona o botão do respectivo feitiço. É bem prático na verdade. E mais a frente, quando o jogador aprende uma mecânica chamada Talentos, que nada mais é do que uma árvore de habilidades, é possível criar mais duas rodas de feitiço que funcionam como um atalho rápido para conjurar mais rapidamente mais do que apenas quatro feitiços.

Também preciso explicar a mecânica de Talentos. Durante o começo da campanha, o jogador vai ganhando experiência e subindo de nível, vai ganhando pontos de experiência, mas eles são são liberados para uso após certo tempo, basicamente quando o mundo se abre e você pode usar a varinha para ir e vir para qualquer lugar. A partir disso o jogo lhe mostra estas múltiplas árvores de habilidade, contudo ele te avisa: não há pontos suficiente para todas as árvores, use com sabedoria seus pontos. Não significa que você só precisa investir em uma árvore, contudo, é preciso ficar atento para onde investir primeiro. Melhorar seus feitiços? Aprender artes das trevas? Atributos gerais? Eficácia em poções? Não dá para ter tudo ao mesmo tempo.

Duelo de varinhas

Enfim chegamos ao combate de varinhas. Tantos aspectos foram abordados, mas ainda há que se falar sobre as batalhas e todo o sistema de combate em si. E em Hogwarts Legacy o combate funciona de uma forma comum a jogos em terceira pessoa: a qualquer momento o jogador pode atirar um projétil de sua varinha. É um feitiço padrão, sem nome específico. Ao acertar inimigos, essa luz causa dano, diminuindo a barra de HP do atingido. Super básico, certo? Essa batalha também ocorre em tempo real, com o inimigo surgindo no mundo do jogo, ao se explorar, e aí você sai “atirando” nele.

O porém é que seu feitiço mágico básico causa muito pouco dano, ainda que se atire repetidamente, mesmo que haja uma mira automática após ela ser travada no inimigo. Aí entra a outra camada das mecânicas de batalha: os feitiços conjurados. Por exemplo, o já mencionado Levioso joga o inimigo para o ar, tornando invulnerável por alguns segundos, enquanto o Accio o puxa até você, também deixando o inimigo momentaneamente atordoado.

Claro que quando o jogo avança, outros feitiços mais explosivos vão surgindo, como o próprio Incendio e Bombarda, que causam dano de fogo aos inimigos. Há até mesmo um que causa dano de gelo, assim como os feitiços proibidos, que o jogador pode aprender caso decida se enveredar pelas Artes das Trevas. Sim, você pode usar o Avada Kedavra e matar imediatamente o inimigo. E há o clássico Expelliarmus, para desarmar a varinha de Bruxos das Trevas que ousarem lhe encarar.

Não só isso, mas há também um sistema de defesa, usando o feitiço Protego. O jogador possui uma espécie de Sensor Aranha para usar a defesa de forma mais efetiva. Um sinal visual na cabeça do personagem indica que alguém está tentando lhe atacar. Basta apertar o botão da defesa no controle para que um campo mágico surja ao seu redor e lhe proteja do ataque, que pode inclusive vir de um ponto cego (porém alertado por esse sistema). Uma defesa perfeita inclusive desengatilha um Estupefaça, criando um contra ataque imediato contra quem lançou o ataque.

Considerando que em muitos combates do jogo haverá múltiplos inimigos, esse sistema de defesa é bem interessante, pois permite que o jogador reaja rápido a diversos ataques, impedindo que o mesmo fique apenas amarrando o botão de ataque e feitiços conjurados. É preciso destreza nessa caso, e é um pouco diferente do tradicional role e desvie, ainda que você também possa fazer isso, pois há um botão de rolagem.

Outro aspecto bem legal desse sistema ocorre (inicialmente) no Clube de Duelo entre os alunos de Hogwarts, pois lá seus adversários usam proteções de diferentes cores, fazendo com que o jogador tenha que usar feitiços específicos para quebrar estes campos de proteção. Um escudo vermelho, usa-se um feitiço vermelho (Incendio). Um escudo amarelo é desfeito por um feitiço amarelo (Levioso). E assim por diante. Mais a frente da aventura, alguns inimigos também passam a usar escudos de cores, o que exige que o jogador tenha em sua roda de acesso fácil de feitiços sempre um para cada uma das três cores existentes.

O grande lance desse sistema de combate é conseguir engatilhar combos, afim de impedir que os inimigos sequer ataquem, pois lança-se um feitiço, deixando o adversário desnorteado, e assim o ataca sucessivas vezes com seu ataque básico, colando logo em seguida um feitiço de outra cor, deixando o inimigo sem reação, e então atacando-o novamente com o básico. Claro que em uma situação com múltiplos inimigos ficam mais difícil fazer isso, mas esse sempre será o conceito.

No que diz a variedade de inimigos, cheguei a ver alguns comentários pela internet dizendo que há uma variedade muito baixa. Sinceramente, não foi a minha impressão pessoal. Acho que para algo dentro do universo de Harry Potter, está dentro do esperado encontrar Bruxos das Trevas, Aranhas e Anões do Mal para lhe atacar em certa frequência. Os alunos também duelam no clube. Há também outras criaturas maiores, como um Troll que parece nas horas iniciais da campanha. Soldados de pedra portanto algumas armas diferentes, usam escudos e atacam de longe e de perto, sendo bem fortes. Dentro desse escopo, entre outras surpresas aqui e ali, acho que é um repertório esperado, ainda que poderia haver outras criaturas mágicas perigosas rondando por aí com mais habitualidade.

No fim, o que precisa ficar claro é que Hogwarts Legacy não é um jogo em que você vá ficar batalham horas e horas seguidas. A jornada da campanha não é isso, ainda que tenha sim bons momentos em que combate é uma exigência de progressão. Mas não pense que vai sair por Hogwarts atirando como um Call of Duty e desafiando qualquer jogador. Estamos falando aqui de um jogo de Aventura e Exploração de mundo aberto, e não de um Shooter em Terceiro Pessoa. Há lutas, mas em uma frequência bem baixa em relação a explorar, fazer tarefas, resolver puzzles e coletar coisas.

Considerações finais

Hogwarts Legacy é tudo isso e mais um pouco. Para os fãs desse universo é uma carta de amor, respeitando toda a base e estrutura desse universo, sem a necessidade de recontar o mesmo conto famoso que conhecemos pelos filmes e livros da franquia. O Castelo de Hogwarts é incrível, toda ambientação, as criaturas, os conceitos de magia, feitiço e poções, tudo está aqui e respeita os conceitos estabelecidos pelo universo da franquia. Para quem não conhece muito bem esse mundo, certamente vai se surpreender, porque funciona com sua bela apresentação do universo da franquia.

Como jogo, o título entrega uma experiência muito bacana, entregando uma campanha single player muito bem estruturada, que se equilibra entre uma boa história, e também um gameplay repleto de mecânicas distintas, dentre a aventura de explorar o famoso castelo de Hogwarts e todos seus segredos, a diversão de incontáveis colecionáveis para caçar, puzzles (ainda que simples) para todos os lados, e uma imensa área aberta repleta de tarefas adicionais para fazer valer o valor de replay do jogo, além, claro, de muitas batalhas mágicas, desde criaturas incomuns até a duelos de varinhas; desarme seus oponentes e os façam rodopiar no ar até serem nocauteados.

Vale apenas se atentar que Hogwarts Legacy é uma experiência completamente single player, ou sejam, para um jogador. O título não entrega qualquer aspecto multiplayer, nada de modo cooperativo, nada de encontrar um amigo para jogar online e voar de vassouras juntos por aí. Por sinal, eis aí uma boa ideia para uma expansão ou sequência. O jogo nem mesmo se aproveita daquele conceito que muitos jogos atuais vem usando, a qual jogadores se permitem deixar rastros no mundo quando estão online, e aí outras pessoas acabam encontrando itens ou batalhas opcionais em spots online. Nem mesmo isso há.

Ao jogadores aqui no Brasil certamente vale novamente elogiar o fato do título estar dublado em português. Dá acessibilidade, e permite que se acompanhe gameplay e diálogos de história de forma simultânea, sem que seja necessário ficar lendo legendas enquanto está tentando matar uma aranha gigante.

Na questão visual, é importante lembrar que nesse momento Hogwarts Legacy está disponível apenas para os consoles da nova geração, PS5 e Xbox Series X|S, o que tornam seus gráficos muito bem feitos, com bons efeitos de luz, sombras, reflexos para todo lado, inúmeros alunos andando pelo castelo, a qual inclusive você pode parar e ver sobre o que estão conversando. Graficamente não é um jogo que me pareceu top da geração, que ultrapassa barreiras não conhecidas, mas é bem competente em ser bonito. Resta saber se tanta gama de intensidade, detalhes e profundidade irão se manter quando as versões para PS4 e Xbox One forem lançados ainda este ano.

Também pude testar o jogo no PlayStation 5, utilizando então o maravilhoso controle DualSense do console. E o jogo utiliza algumas das funções deste controle, desde os gatilhos com pequena pressão, ao som de magia saindo do alto falante do controle e até mesmo a vibração diferenciada. Não é nada que me fez dizer “uau”, mas achei agradável que houvesse tais elementos integrados ao jogo. Acaba que é sim uma experiência diferenciada por conta disso. Quer jogar o título no PS5 vai gostar disso, sem dúvida alguma.

Para concluir, posso afirmar que Hogwarts Legacy já é um dos grandes destaques de 2023. Havia um desafio gigantesco para que um jogo no mundo de Harry Potter desse certo além daquilo que já fora testado e tentado nas últimas décadas, e a equipe da Avalanche Software acertou em cheio, vencendo o desafio. O título entrega o sonho dos fãs, envolvendo em um agradável gameplay e incrível direção de arte. Você realmente se sente em Hogwarts e seus arredores. E nenhuma outra mídia consegue entregar a imersão de estar dentro desse universo, como Hogwarts Legacy consegue. É um feito fantástico, não tem o que se discutir.

Galeria

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Dando nota

Fantástica apresentação e representação do universo originário de Harry Potter - 10
É uma sábia escolha se passar um século antes do famoso conto e trazer personagens totalmente novos - 9.8
Possibilidade de explorar todo o Castelo de Hogwarts e seus arredores, mundo imenso - 9.5
Totalmente dublado em português, com legendas e menus traduzidos - 10
Ótimo sistema de combate, com roda de acesso rápido a feitiços e mecânicas de defesas e contra ataques - 8.5
Direção de arte e gráficos que enchem os olhos com tantos detalhes em todos os cantos do mundo - 9
Toneladas de colecionáveis, puzzles e tarefas e missões secundárias e opcionais - 8.8

9.4

Mágico

Hogwarts Legacy é o sonho de todo fã de Harry Potter. Poder ter a experiência de ir para a famosa Escola de Magia, explorar seus arredores, aprender feitiços e batalhas contra alunos, Bruxos das Trevas e outras criaturas sombrias, enquanto tem toneladas de tarefas em meio a uma trama sombria envolvendo a magia que criou o próprio Castelo de Hogwarts. É incrível. Jogo totalmente dublado em português, ótimos controlas, direção de arte super detalhista, longa cauda de replay por meio de colecionáveis e tarefas opcionais. Pode não inovar dentro de seu gênero, mas tudo que faz, além de sua proposta imersiva, funciona com muita maestria. Já é um dos melhores jogos de 2023, sem dúvida alguma.

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