Análise | Kirby’s Return to Dream Land Deluxe
Disponível para Nintendo Switch
Kirby’s Return to Dream Land Deluxe resgata a tradicional fórmula de plataforma 2D, que originalmente consagrou Kirby ao sucesso, em um pacotão de tantas coisas extras que a campanha principal é só parte de um imenso pacote de conteúdo. Um título originalmente lançado no distante ano de 2011, lá no Nintendo Wii, que retorna agora, exclusivamente ao Nintendo Switch, trazendo todo seu conteúdo original e mais um epílogo totalmente inédito sob o comando de Magolor, logo após os eventos do jogo principal.
Esta nova versão Deluxe foi lançada no último dia 24 de fevereiro, e se encontra totalmente localizada em português, em seus menus e textos de diálogos. Não há que se falar em dublagem, porque os personagens aqui não possuem falas em áudio. O jogo é uma produção da HAL Laboratory, consagrado estúdio que normalmente cuida de todos os títulos do universo de Kirby desde… bem… sempre!
Vale também apontar que o Nintendo Switch possui outro título bem semelhante a este, lançado em 2018, chamado Kirby Star Allies, que também utilizada algumas estruturas bem parecidas, como ter suporte para até quatro jogadores de forma cooperativa na campanha principal, além de também manter o estilo de plataforma 2D. A aventura em questão é inédita, diferente desta que é um resgate de um sucesso do Wii. Então quem curtiu o jogo de 2018, certamente vai curtir este aqui, e vice-versa.
De volta a Kirby’s Return to Dream Land Deluxe, o jogo segue o modelo fases de avanço lateral (side-scrolling), num estilo de plataforma 2D, ainda que com gráficos totalmente 3D. Até quatro jogadores podem se unir dentro da visão de tela única e avançarem juntos pela aventura, a qual Kirby poderá copiar inúmeras habilidades, incluindo algumas especiais que permitirão ativar ataques devastadores que eliminará qualquer adversário na tela, assim como destruirá diversos obstáculos de ambientes pelo percurso. Avance fase a fase, mundo a mundo. É um formato bem tradicional aos clássicos 2D do passado, dentro de uma roupagem visual atual aos games modernos.
Viajante interdimensional
A aventura de Kirby’s Return to Dream Land Deluxe começa quando um viajante espacial e interdimensional colide no planeta Popstar, o planeta em que vive Kirby com seus companheiros (ora vilões). Esta é a primeira aparição de Magalor, que posteriormente vem a se tornar uma figura mais frequente nos jogos do personagem, mas foi neste título sua estreia.
A nave de Magalor se partiu em cinco grande pedaços, espalhando por cinco regiões do planeta de Kirby, impedindo assim que ele siga seu caminho para onde quer que ele estivesse indo. Kirby, juntamente com King Dedede, Bandana Waddle Dee e Meta Knight resolvem ajudar o tal viajante espacial a recuperar as peças de sua nave, acreditando que estão ajudando um náufrago interdimensional. Será?
Grandes narrativas nunca foram o forte dos jogos de Kirby, e não é muito diferente neste aqui. O plot é apenas um meio para o jogo funcionar e ter uma condução mundo a mundo. Mesmo assim, a história funciona e Magalor tem bons diálogos com Kirby sempre que ele traz uma peça perdida de sua nave. Ao final, o ponto de virada da trama também funciona e cria um cenário interessante para a batalha final.
Além disso a história também é uma forma de permitir que o jogador passeie por algumas regiões do planeta Popstar, conhecendo diferentes biomas e enfrentando diferentes desafios. Desde as tradicionais florestas, para o litoral e grandes poços aquáticos, passando por um ambiente mais desértico repleto de ruínas até uma região de inverno e bastante frio, para o topo do planeta, um passeio pelas nuvens de Popstar num mundo com um cenário de fundo realmente estonteante. E mais adiante, o jogador até mesmo dá um pulo para fora do planeta, para uma região mais condizente com final de jogo, com muitos vulcões, meteoros e, claro, rios de lava!
Devo dizer que Kirby’s Return to Dream Land Deluxe é um jogo realmente bonito em diversas passagens, especialmente no trabalho de cenografia e ambientação. O mundo ao fundo do jogo é rico em detalhes, e sombras, reflexos e luz fazem um trabalho incrível em dar vida ao planeta. O trabalho de direção de arte do jogo é digno de elogios, especialmente dentro de uma modelagem gráfica que segue um padrão 3D mais comum, sem nenhum estilo estático diferente como já ocorreu em diversos outros jogos da franquia. Aqui, a intenção era realmente ver um 3D ultra colorido, mais realista, com intensidade nas cores e suas camadas. O resultado é de se admirar.
Engolindo habilidades
Se tem um recurso presente em todo jogo de Kirby é sua habilidade de engolir inimigos, sugando-os com sua enorme boca. Para alguns inimigos específicos isso faz com que Kirby ative certas habilidades especiais, copiando o poder original do inimigo engolido. Esse elemento também está presente em Kirby’s Return to Dream Land Deluxe.
Ao todo estão presentes 24 habilidades para serem absorvidas/copiadas. Destaco para duas novas habilidades criadas especialmente para o jogo original: Mecha e Sand. A primeira Kirby ganha uma armadura robótica e pode disparar lasers e foguetes, porém tive a impressão de que ele fica um pouco lento em relação a outras habilidades. A segunda habilidade é elemental, com uma habilidade de areia, que o permite atacar seus inimigos com diversos golpes envolvendo ondas de areia. Ambas as habilidades são bem úteis e causam um bom raio de dano na maioria de seus golpes.
A versão Deluxe também inseriu a habilidade Festival, introduzida em Kirby Star Allies (2018), a qual Kirby começa a dançar e todos os inimigos em tela se tornam estrelas ou comida. Essa é uma daqueles habilidades com uso único ou limitado, que se esgotam depois de um tempo. Outras habilidades assim são Crash (Explosão) e Mike (Explosão Sonora). Habilidades que aparecem pouquíssimas vezes no jogo, dado o uso único e porque destroem tudo em tela.
Claro que grandes habilidades clássicas estão de volta para esta aventura. Bomb (Bomba), Beam (Raio) e Sword (Espada), por exemplo, são grandes clássicos das habilidades que Kirby sempre irá encontrar em seus games, e retornam aqui em larga quantidade de vezes. Contudo posso apontar algumas das minhas habilidades favoritas para esta aventura? Sempre que possível mantenha habilidades como Spear (Lança) que possuem um ótimo raio de alcance, além de funcionar embaixo d’água, assim como Wing (Asa) para voar em estágios com muitos desafios em plataforma e armadilhas pelo chão. Adoro estas duas habilidades.
Habilidades elementais também estão presentes nessa aventura. Water (Água) tem um efeito visual muito bonito, permitindo que Kirby surfe pelos estágios, mesmo não tendo água por perto. Fire (Fogo) é um clássico e sempre útil para manter os inimigos longe de você, fora que tem um ataque aéreo muito poderoso. O mesmo vale para Tornado (Vento) que deixa o personagem muito ágil e destrói qualquer inimigo que estiver no alcance de suas rajadas de vento. Por fim, não posso deixar de mencionar Stone (Pedra) que permite que Kirby se torne uma estátua indestrutível, e por mais estranho que pareça, é uma habilidade super útil em ladeiras, atropelando o que quer que esteja pelo caminho.
Por outro lado, sempre tem aquelas habilidades que alguns jogadores podem não curtir muito. No meu caso, Needle (Espinho) e Spark (Eletricidade) são duas que não me agradam muito, porque seus ataques pausam a mobilidade de Kirby. Não as acho tão práticas como tantas outras presentes no jogo.
Por fim, só para não deixar de citar, mas tem algumas não muito convencionais que acabam sendo excelentes quando se acostumas com elas, como Parasol (Guarda-Chuva) que tem ótimos ataques e lhe defende de certos projéteis, assim como deixa Kirby levitando no ar. Também gosto muito da Hi-jump (Capa) que permite que Kirby pule em grandes alturas e ricocheteie em inimigos. Perfeito para estágios verticais. E a Ninja também é bem legal e tem alguns estágios construidos perfeitamente para tal habilidade.
Estas habilidades normalmente estão espalhadas por todas as fases do jogo, em grande quantidade. Não é uma habilidade por fase, não. São diversas a cada estágio, e sempre o jogador é incentivado a trocar, especialmente porque as fases possuem algumas engrenagens que precisam ser coletadas para abrir fases extras, e muitas engrenagens estão atrás de obstáculos que só são ultrapassados mediantes certos desafios com habilidades.
Esse dinamismo dá ao jogo um bom ritmo, porque obriga o jogador a ficar mudando de habilidades e ir se acertando a mobilidade conforme é realizado essa troca. Além disso, dá um grande valor de replay, pois é sempre possível revisitar os estágios vencidos e testar o avançar pelo mesmo com alguma outra habilidade, menos ou mais apelona, dado o desafio proposto pelo estágio.
Vale apontar, entretanto, que no multiplayer, personagens como King Dedede, Bandana Waddle Dee e Meta Knight não possuem a capacidade de copiar habilidades que Kirby têm. Contudo cada um dos personagens possuem um moveset próprio para atacar inimigos, que são bem mais eficientes que o moveset de Kirby quando está sem nenhuma habilidade. Por sinal, a versão Deluxe adicionou novos movimentos aos três personagens, baseado no que eles tinham no jogo de 2018 e que a versão original do Wii não possuía.
Claro que se os jogadores quiserem jogar com as habilidades, o multiplayer permite que até quatro Kirbys entrem em cena, cada um de uma cor diferente. O uso dos demais personagens não é necessariamente obrigatório. O que certamente é uma decisão democrática e que torna a experiência no multiplayer mais harmoniosa a todos que vão se sentar lado a lado para esta aventura.
Não posso encerrar esse segmento sem mencionar as Super Habilidades, que é uma mecânica inventada para este título e que promove ataques devastadores de ambientes, eliminando todos os inimigos e abrindo passagens pelas fases. Ao todo são cinco Super Habilidades presentes na aventura (Espada, Fogo, Gelo, Martelo e Raio), adquiridas através de inimigos especiais que surgem em momentos pontuais de alguns estágios. Estas habilidade são temporárias e não podem ser transportadas para fases seguintes.
Na verdade o objetivo destes Super Especiais é que o jogador avance até certo ponto da fase a qual um portal dimensional será aberto se você atingir tal ponto com a Super Habilidade. Dentro desse portal há um estágio especial a qual Kirby deve avançar o mais rapidamente possível porque há uma nuvem tóxica avançando e cobrindo todo o estágio. Ao final do percurso, haverá um chefe especial, uma espécie de ave elemental, que irá lhe entregar duas engrenagens quando derrotada.
Cada Super Habilidade tem uma mecânica diferente. A Espada permite ataques devastadores que podem cortar elementos do cenário. E a cada ataque, a espada em posse de Kirby muda sua aparência, o que é um toque visual muito legal. A Super de Fogo invoca um dragão gigante em chamas, que pode queimar troncos e outros objetos marcados para serem destruídos e assim abrir caminho até o portal da fase extra. Já a Habilidade de Gelo faz com que Kirby vire uma imensa bola de neve, que sai pelos morros das fases demolindo e destruindo tudo em seu caminho. Por fim, os especiais com Martelo e Raio destroem pontos específicos de seus respectivos estágios, o Martelo batendo em pontos no chão, enquanto o Raio pode se mover livremente em qualquer ângulo.
Estas Super Habilidades estão presentes em uma quantidade razoável de vezes ao longo de toda a campanha. Não surgem em todos os estágios, mas estão em todos os mundos, inúmeras vezes. E cada vez que essa Super Habilidade aparece, o estágio é construído de uma forma muito bem elaborada para aproveitar o máximo do absurdo desse poder especial. Não está ali apenas por estar, e sim pela necessidade de utilização pelo estágio em si. Isso é muito legal!
Além da campanha principal
Outro fator que surpreende em Kirby’s Return to Dream Land Deluxe é seu conteúdo além da campanha principal. Talvez tão vasto quanto. A campanha, composta de 7 mundos, tem uma duração considerável, em torno de 37 estágios principais e mais uma dezena de extras desbloqueados a partir das 120 engrenagens coletadas ao longo da aventura, mas isso não é o único atrativo que o título tem a oferecer.
Depois de finalizado a campanha novos modos são liberados. Há um Modo Extra, que basicamente abre uma nova campanha principal, trazendo as mesmas fases, porém modificadas para um nível um pouco mais complexo. Há mais inimigos, mais perigos nesta segunda campanha. Só essa modalidade dá um alto valor de replay ao título, pois entrega o conteúdo principal modificado sutilmente para maior desafio.
Só que tem mais. Há um modo Arena que basicamente é um Modo Boss Rush. Aqui o jogador escolhe uma habilidade e enfrenta uma maratona com os maiores inimigos (subchefes e chefes) do jogo, fragmentado por algumas rodadas, podendo assim mudar a habilidade escolhida e seguindo adiante até derrotar todo mundo, inclusive os chefes novos criados para o epílogo, a qual já irei abordar (aguenta aí).
Para quem gosta de mini games, especialmente para se divertir com familiares e amigos, o título ainda traz uma dezena de mini games competitivos em um modo Parque de Diversões. Até quatro jogadores se reúnem para diversas atividades que vão desde brincar de batata quente (com uma bomba), desafios de tiro ao alvo, memorizar e coletar o item correto, além de atividades de empurrar inimigos para fora de diferentes tabuleiros. Inclusive destaco um mini game que lembrou bastante o saudoso Kirby Air Ride (2003), a qual Kirby e amigos ficam planando em cima de estrelas e tentam empurrar uns aos outros de uma arena.
Todos os mini games são divertidos, e possuem diferentes níveis de dificuldade. A versão Deluxe traz como uma adição inédita pequenas missões que podem ser realizadas pelos diferentes mini games e que colabora com o progresso do jogador nessa modalidade, a qual se coleta carimbos para ganhar itens desbloqueáveis. Inclusive, dentre estes itens, existem dezenas de máscaras de personagens a qual o jogador pode customizar nos personagens, para que eles utilizem enquanto brincam pelo parque e seus mini games.
Indo adiante, então temos o Epílogo de Magalor, grande conteúdo produzido especialmente para esta nova versão. Aqui a aventura continua após os eventos finais da campanha principal. Sem entrar em grandes detalhes dos motivos (para evitar spoilers), mas o fato é que Magalor é lançado pelo espaço sem poderes no final da aventura original, e esta nova jornada é sobre ele tentando recuperar seus poderes mágicos, um passo de cada vez.
Para isso Magalor se encontra preso em um espaço interdimensional incomum, diferentes dos estágios originais do jogo, visualmente mais simples, mas repleto de inimigos e orbes mágicas. Ao coletar estas orbes, Magalor começa a se fortalecer e recuperar parte de seus poderes. Quanto mais orbes, mais poder o jogador irá adquirir até o final dessa mini campanha. Usei o diminutivo porque é de fato um conteúdo menor, de 2 a 3 horas de duração, ainda que isso não seja uma crítica negativa, pois trata-se de um conteúdo extra.
O interessante aqui é de fato esse conceito de um personagem sem poderes que vai se fortalecendo fase a fase, adquirindo novas habilidades e melhor poder de ataque, até que sua restauração completa perto do final da campanha composta de 4 mundos e um chefão final. Para isso o jogador acumula pontos por meio destas orbes e as gasta em uma tela de menu, comprando mais níveis para as habilidades já destravadas do personagem.
No começo da aventura Magalor mal pode pular ou atirar suas esferas mágicas, mas o jogador vai aprimorando até mesmo estas habilidades mágicas. Com o tempo Magalor vai poder saltar mais alto, vai flutuar por um tempo, atirar mais esferas mágicas, conseguirá atirar inclusive para cima, poderá invocar bombas mágicas dentre muitas outras habilidades, incluindo uma barra de especial que quando cheia atira um imenso e devastador raio mágico. A cada mundo, Magalor derrota um chefão e isso irá fazer readquirir um de seus poderes perdidos.
No geral, trata-se de um conteúdo bem interessante e dinâmico. As fases são repletas de desafios envolvendo as habilidades perdidas. Outro elemento importante é manter um combo de ataque sequencial em inimigos, pois isso faz seu multiplicador de combos aumentar e ao final dessa contagem, mais orbes são obtidas ao jogador, o que fará com que assim você possa comprar mais habilidades entre as fases. Há estágios em que se deve proteger um ponto de orbes a qual inimigos ficam atacando, como também pontos de emboscada, quando Magalor fica preso em um trecho da fase e precisa eliminar hordas de inimigos que vão surgindo para atacá-los.
O único pormenor desse conteúdo é que para destravá-lo é preciso terminar a campanha principal. Quem jogou o título original no Nintendo Wii e deseja conhecer o Epílogo inédito nesta versão, precisará terminar o jogo principal mais uma vez antes de destravar esse conteúdo. Não que isso seja um grande problema, mas é uma decisão curiosa colocar um extra tão interessante atrás do comprometimento de encerrar o conteúdo original, já conhecido por alguns fãs. Se não fosse por esse fato, eu mesmo teria experimentado conteúdo em paralelo a campanha, jogando um pouco de cada.
Considerações finais
Kirby’s Return to Dream Land Deluxe é um pacote realmente inspirado de conteúdo. Para fãs do universo de Kirby é um prato cheio. Tem uma boa campanha, tem suporte cooperativo para quatro jogadores, do jeito diversão em família que a Nintendo tanto se empenha em seu, tem modos extras aumentando a dificuldade, tem um epílogo extra inédito que apresenta bons conceitos de progressão de jogabilidades e tem mini games para uma pequena rivalidade saudável e competitiva com os amigos. É tudo e mais um pouco, e faz jus ao termo “Deluxe” em seu título.
Claro que se você me perguntar se existe algum outro jogo desta franquia que merece maior atenção no Nintendo Switch do que este lançamento, serei obrigado a dizer que Kirby and the Forgotten Land é um título que você deveria obrigatoriamente jogar porque reinventa a fórmula tradicional de Kirby. Contudo se você está atrás do modelo tradicional de plataforma 2D, Kirby’s Return to Dream Land Deluxe é onde você deve estacionar e curtir essa viajem.
Para uma obra lançada lá no distante passado do Nintendo Wii, o título quase não demonstra sinais de envelhecimento. Mostrando como os desenvolvedores estavam genuinamente inspirados quando criaram esse título lá em 2011. Até mesmo esse modelo de fases fragmentadas em pequenas porções, com portais que mudam tela a tela não chega a ser um incomodo, pois a transição entre telas é bem ágil e suave, o que é um bom sinal dado o fato de muitos lançamentos recentes no Switch andaram entregando telas de carregamentos um tanto quanto demoradas e incomodas. Para este título, ainda que seja um resgate de uma obra lá do passado, essa transição de telas funciona muito bem para o atual console.
No geral também me surpreendi bastante com a quantidade de fases diferentes e criativas, especialmente para um modelo já tão manjado de plataforma 2D de avanço lateral. Em especial as fases aquáticas, que normalmente não são lá as favoritas desse gênero, mas aqui elas foram muito bem desenhadas. Muitas destas fases aquáticas me lembraram as clássicas e saudosas fases do inesquecível Donkey Kong Country. Outras que também me divertiram e me trouxeram essa boa lembranças de clássicos jogos 2D foram as fases verticais, a qual se precisa avançar subindo, enquanto as especiais, nos portais, a qual o jogador precisa ir avançando sem parar, também oferecem uma tensão bacana, por mais que não sejam lá tão difíceis assim.
Fato é que Kirby’s Return to Dream Land Deluxe tem uma boa dinâmica de fases, mundos, ambientes, situações e uso das mais de duas dezenas de habilidades que existem ao longo de toda a aventura. O jogador nunca está apenas andando e pulando, sem um propósito. Você sempre está procurando uma porta escondida, uma habilidade para trocar, estrelas para ganhar vida, engrenagens escondidas e pela próxima situação singular que cada estágio entrega em sua campanha. É realmente um jogo muito bem produzido. Sem dúvida um dos melhores jogos de plataforma de Kirby.
O Epílogo com Magalor talvez não seja grande o suficiente para justificar a compra do jogo em si, especialmente se você não está interessado em rejogar a aventura de 2011, principalmente porque esse conteúdo só é desbloqueado após o término da campanha, contudo reforço que esse é um título que vale ser revisitado mesmo que você o tenha jogador lá em 2011. Os gráficos deram uma boa repaginada e estão lindos, há modificações sutis aqui e ali em muitos estágios, como mais subchefes, os controles do Switch são infinitamente melhores do que aquela experiência dos Wiimote que o Wii entregava. Enfim, é um jogo resgatado, mas que soa como algo novo quando colocado a prova no Nintendo Switch.,
Entendo que o Nintendo Switch já consta com um catálogo realmente grande de títulos de Kirby. Chega a ser impressionante isso, mas acho que cada obra do personagem tem um propósito, uma dinâmica especial. Kirby’s Return to Dream Land Deluxe chega a ser parecido com o já mencionado Kirby Star Allies (2018), mas ainda assim o achei muito mais completo e interessante. Acredito que a Nintendo fez bem em resgata-lo e apresentá-lo aqui novamente, tornando ainda mais forte a biblioteca do personagem no Switch. É um grande título, a qual sobreviveu maravilhosamente bem uma década após lançado.
Galeria
Dando nota
Visualmente é um jogo muito bonito, ambiente ao fundo repleto de detalhes e muitos efeitos visuais bacanas - 9
Jogabilidade tradicional de plataforma 2D de avanço lateral sobrevive ao tempo e continua divertidíssima - 8.5
Suporte cooperativo para quatro jogadores torna mais um título ótimo para diversão entre amigos e famíliares - 9
Epílogo de Magalor é o principal extra inédito e mesmo não sendo longo, é muito bem feito e interessante - 8.5
Muitos extras, dentre um modo extra, boss rush, muitos mini games competitivos, fases extras e colecionáveis para caçar - 9.5
Totalmente localizado em português, textos de diálogos e menus - 10
Fases muito bem elaboradas, diferentes e muito sábia em usar as muitas habilidades disponíveis nesta aventura - 9
9.1
Excelente
Kirby's Return to Dream Land Deluxe é um pacote fantástico de conteúdo, que vai desde uma excelente campanha single player com suporte multiplayer cooperativo, a diversos mini games competitivos e um novíssimo epílogo com ainda mais conteúdo e desafios divertidos que dão continuidade a aventura original. Visualmente bonito, bons controles e um título que sobreviveu muito bem ao tempo em que fora originalmente lançado.