Análise | Pikmin 4

Disponível para Nintendo Switch

Pikmin 4 chega como o ápice de uma franquia que começou de uma forma super simples, mas que a cada sequência se aprimorou e refinou, como um jogo de gerenciamento e estratégia, com uma boa dose de bom humor e uma direção de arte encantadora e incrivelmente carismática. Esta nova edição coloca o potencial ao máximo da franquia em uso, em diversos aspectos, num título exclusivíssimo para o Nintendo Switch.

O título foi desenvolvido diretamente pelos estúdios internos da Nintendo, a Nintendo EDP, contando com diversos profissionais de alto calibre que trabalharam nos jogos anteriores da franquia, incluindo Shigeru Miyamoto, criador original da série em si, como Produtor Geral desta nova aventura. Seu lançamento ocorreu no último dia 21 de julho.

Uma novidade importantíssima para esse lançamento, especialmente no mercado brasileiro, é que Pikmin 4 chega por aqui totalmente localizado em português! Uma localização que vai muito além dos últimos títulos que a Nintendo andou localizando por aqui, pois eram jogos mais simples, sem tanto texto. Não é este o caso aqui.

Há uma tonelada de diálogos e adaptações de nomes que foram realizadas para uma adaptação do jogo em nosso português. O resultado é fantástico! É palpável a qualidade do texto das conversas e das adaptações de nomes dos objetos humanos encontrados pelo jogo, mantendo muito do humor que já existe nos termos em inglês presenciados nos títulos anteriores. Vai muito além de uma mera tradução palavra a palavra.

Pikmin 4 mantém a premissa estrutural dos jogos anteriores, entregando um jogo de estratégia em tempo real, em quê o jogador controla um pequeno exército de pequenos seres que precisam carregar itens, derrotar criaturas e remover obstáculos pelo caminho, afim de que o jogador possa explorar livremente uma grande área aberta repleta de segredos.

Tudo isso num sistema de ciclo de dia e noite, onde o jogador precisa terminar todas suas tarefas antes que o sol se ponha, o que leva em média de 13 minutos, pois o período noturno é arriscado demais, pois as criaturas ficam mais ferozes e agressivas. Introduzidas a partir do segundo jogo, também há as cavernas, ambientes em que o cronometro é interrompido e pode-se explorar com mais calma, mas com uma quantidade limitada de pikmins, pelos muitos níveis abaixo do solo.

Resgate a… Brigada de Resgate!

Em termos narrativos não há que se preocupar em ter ou não jogado os títulos anteriores do universo da franquia. Até porque, de uma certa forma, muito interpretativa, Pikmin 4 parece encontrar meios de recriar, sob uma nova perspectiva, a história do jogo original, com o Capitão Olimar se perdendo (novamente talvez) no planeta PNF-404, e conseguindo acionar um SOS interplanetário que convoca uma Brigada de Resgate para resgatá-lo.

Tudo talvez daria certo se a própria brigada não tivesse sofrido um acidente ao adentrar na atmosfera do planeta, ocasionando que todos da nave fossem ejetados para a órbita do planeta, para que pudessem sobreviver ao acidente. O jogador é um novato da frota, que agora precisa reunir toda a equipe, agora perdida pelos arredores de uma região, além de encontrar a própria nave e combustível para que possam voltar a usá-la, enquanto ainda precisa descobrir o que aconteceu com o Capitão Olimar e se ainda é possível salvá-lo!

A linha do tempo de Pikmin 4 parece não se importar muito com os eventos dos jogos anteriores, ainda que faça diversas referências, como anotações de que talvez as aventuras do segundo tivessem sido apenas um sonho de Olimar ou que o problema com a crise de comida do planeta Koppai do terceiro jogo ainda seja uma preocupação futura. Existem pequenas divergências que não parece ter preocupado os desenvolveres, e que talvez seja mesmo mais interessante (ao jogadores veteranos) criar referências e teorias dos eventos passados, do que realmente se preocupar com cronologia em uma nova aventura que precisa servir de entrada para novos jogadores, além de funcionar como uma história própria e independente. Uma decisão bem acertada, a meu ver.

Aqui o Capitão Olimar sofre uma queda similar ao seu acidente original, mas não vê meios de voltar para casa sozinho, acionando o SOS, enquanto nesse meio tempo também encontra formas de sobreviver por conta própria, adentrando em ambientes que nunca explorou no jogo original (como dentro de uma casa), além de fazer amizade com uma espécie de cachorro-criatura, que possui um rabo de folha e duas patas, a qual ele o apelidou de Moss. Com a ajuda desse novo parceiro e dos pikmins, Olimar partiu para áreas até então inexploradas por exploradores do planeta. E apesar do sinal de socorro ter sido enviando ao espaço, Olimar desaparece (ainda mais) das comunicações depois dos eventos iniciais do jogo.

De volta ao jogador, em Pikmin 4 há um sistema de criação de avatar, para que você possa criar seu próprio explorador espacial pertencente a Brigada de Resgate. O menu de criação tem boas opções para dar uma cara única ao seu personagens, independente do sexo. Há algumas opções de corpo, cabelo, rosto, cores e afins. E o resultado é um personagem todo charmosinho que tem bastante expressividade ao longo da aventura. Feito o personagem, agora é hora da missão: resgatar todo mundo que está perdido no planeta!

Logo que o jogador inicia sua jornada irá encontrar Oatchi, o cão-criatura da própria brigada, e ele irá tornar seu fiel companheiro de jornada, obedecendo com lealdade aos seus comandos, tal como os pikmins que logo em seguida também serão encontrados e você aprenderá mais sobre eles.

É interessante que em Pikmin 4 a aventura não tem mais aquele aspecto de jornada do explorador espacial solitário. É justamente o contrário, logo se descobre que existem diversos mini exploradores perdidos pelo planeta, incluindo os membros da brigada e de Olimar. Todos estão ali por diversas razões, dos estudiosos aos curiosos, mas estão perdidos por conta dos perigos do planeta, entre uma outra ameaça que irá se apresentar ao longo da história em si.

Sendo assim, logo o jogador irá se encontrar numa espécie de acampamento de resgatados, com diversos personagens para interagir, cada um com objetivos diferentes nessa base, em sua grande parte com missões secundárias para realizar ao longo da campanha, com muitas tarefas que você já iria mesmo cumprir de forma automática, enquanto realiza os objetivos principais da aventura.

Mas é agradável como existe esse salto de expressividade no universo da franquia. Abrindo palco para muitas conversas e curiosidades que dá uma boa encorpada na lore do mundo Pikmin. É o título com a maior história até apresentada, em uma narrativa que é genuinamente cativante e divertida. Logo o jogador descobrirá que os membros da Brigada possuem diferentes personalidades e são engraçados de forma individual, cada qual com seu charme próprio. Não são apenas NPCs sem graça, não mesmo.

Jogabilidade com novidades

Esta nova aventura num mundo miniaturizado chega repleto de novidades em termos de gameplay. Muito do processo foi refinado e aprimorado, dando muitas novas ferramentas ao jogador, e impedindo que este quarto título passe a impressão de ser mais do mesmo. A fórmula está aqui, a identidade estrutural também, mas é a gama de recursos é muito maior.

A começa pelo cãozinho Oatchi e todas a estrutura de jogabilidade que está em seu entorno. Achei fantástico que o jogador possa montar no companheiro canino e isso faz com que todos seus pikmins subam em seu entorno, condensando assim o exército num único ponto fixo dentro da tela. Parece bobagem isso, contudo penso em como nos jogos anteriores havia todo um cuidado em andar com o personagem fixo, preocupado se os pikmins encostariam em terrenos que fossem lhe machucar ou com inimigos que iniciariam um combate. Preocupações estas que somem quando todo mundo está em cima de uma única montaria.

Claro que se o jogador quiser andar da maneira tradicional, ainda pode, e a massa de pikmin o seguirá na medida em que for possível, sempre se afunilando em pontos, ou tentando evitar terrenos problemáticos (nem sempre irão conseguir, mas irão tentar). A inteligência artificial deles segue bem refinada nesse sentido. E quando você não está montado em Oatchi, ele ganha a função de um super pikmin, atacando inimigos, cavando e levando itens grandes para sua base.

Agora uma das funções mais legais com o cãozinho é seu ataque carregado quando se está montado no mesmo. O jogador segura um botão de ataque até encher uma barra na tela e, ao soltar o botão, Oatchi sairá em disparada, se houver um obstáculo quebrável pelo caminho, ele irá destroçar, seja um muro de barro, sejam vasos, contudo se for um inimigo, Oatchi irá bater nesse inimigo, causar dano e, ao mesmo tempo, irá arremessar todos os pikmins da equipe para cima do inimigo, fazendo todo o grupo começar a atacar o adversário. É muito prático essa tática e o dano nos inimigos é massivo quando isso ocorre.

Esse movimento também causa o fato de que os embates em Pikmin 4 parecem muito mais fáceis do que os dos jogos anteriores, sem uma grande perda de pikmins sendo devorados pelas criatura. Alguns jogadores talvez se incomodem um pouco com isso, mas fiquei com a impressão de que nesta edição, os chefes e grandes embates não possuem a tensão dos jogos anteriores, quando o jogador tinha esse medo de perder seu esquadrão antes que o inimigo fosse derrotado. O combate é muito satisfatório, contudo senti que perdeu um pouco do desafio que edições passadas conseguiam entregar de forma mais pontual.

Outro elemento que colabora muito com essa sensação talvez seja devido a inserção do Pikmin de Gelo, nova classe exclusiva desta sequência. Ao contrário de jogos anteriores, que sempre apresentaram os pikmins bases (vermelho, amarelo e azul) prioritariamente, nesta aventura o pikmin de gelo é inserido na curva inicial da campanha, logo após a descoberta do Pikmin Vermelho (classe de ataque/dano). Estes pikmins podem congelar superfícies aquáticas, além de congelar inimigos alguns segundos após iniciar um ataque.

Estes pikmins são muitos práticos, ainda que o jogador vá demorar muito para encontrar sua Cebola (base que permite criar novas espécies de uma classes específica de pikmin), porém como tem alguns na caverna da área inicial, isso torna sempre possível revisitá-la para conseguir mais alguns caso o jogador os perca em batalha. O ideal é sempre ter uns 30 pikmins de gelo estocados, e andar em grupos de 5 ou 10 deles para congelar inimigos em combates, retirando mais do estoque somente se precisar congelar alguma superfície.

E já que estou abordando novas classes de pikmins, esta nova aventura também apresenta outra classe, esta que irá permitir que o jogador explore os ambientes do jogo no período noturno, são os Pikmins Pirilampos (essa é a tradução oficial da localização). Trata-se de uma classe de pikmins que parecem vaga-lumes fantasmas, que brilham no escuro e que não sofrem danos de elementos como água, fogo ou eletricidade. Trata-se de uma espécie ainda em estudo, mas eles se mostram bem resilientes.

Os Pikmins Pirilampos só podem sobreviver no período da noite, ficando indisponíveis durante o dia, e o jogador passa a ganhar alguns brotos que permite convocar alguns, para o caso de estar explorando algumas cavernas e precisar reforçar sua equipe com mais força. O ponto é que as fases noturnas de Pikmin 4 são uma espécie de modo horda, fugindo do formato da exploração diurna. O jogador descobre uma base de Pikmins Pirilampos, algo semelhante a um cupinzeiro, pois eles não possuem as tradicionais Cebolas-Base, e precisa proteger esse local das criaturas selvagens da noite, que são atraídas pela luz dos pirilampos.

Para isso o jogador precisa coletar uma espécie de pedra estrelar para aumentar a quantidade de pikmins pirilambos de seu exército, enquanto as criaturas estão a caminho da base, para em um segundo momento, proteger o local onde eles vivem. É um modo bem simples, mas genuinamente divertido. Com o tempo o jogador vai se sentindo corajoso a ir explorar cada vez mais longe do cupinzeiro, enquanto aprende a criar faróis de distração, assim como o comando que pede para que Oatchi fique protegendo a base principal.

As fases noturnas são importantes para a progressão da história porque essa base dos pikmins pirilampos produz uma substância que pode curar um mal que começa a acometer alguns sobreviventes que, ao serem encontrados pelo jogador, apresentam estar com o rosto coberto de folhas e desacordados. Somente curando para saber quem são e no que podem contribuir para a rotina do acampamento de sobreviventes. E estes sobreviventes parecem estar sendo infectados por alguém que eles passam a chamar de “Folheano“.

Alguns sobreviventes infectados por folha também passam a fugir do jogador, para dentro de algumas cavernas, a qual lá dentro o desafiam para o que eles chamam de Batalhas Dandori. Dandori é como os Folheanos definem a arte de se organizar estrategicamente e trabalhar de forma eficiente em múltiplas tarefas, que é, de certa forma, a estrutura básica dos jogos da série Pikmin, que lhe convoca para sempre saber gerenciar sua equipe da melhor maneiro possível, poupando tempo e vidas das próprias criaturinhas.

As Batalhas Dandori ocorrem em arenas fechadas e possuem algumas variações de disputas e regras. As mais comum são uma batalha em que dois personagens lideram um número igual de pikmin e deve recolher itens pela área, vencendo quem criar mais pikmins dentro de determinado tempo, enquanto a outra é uma batalha de tempo, em que o jogador precisa recolher tudo e derrotar todos os inimigos da arena dentro de um tempo preestabelecido. Estas batalhas também funcionam a parte da campanha, em uma modalidade de multiplayer local.

Na campanha, a recompensa pela vitória nestas batalhas é o próprio resgate do folheano infectado, com exceção do Folheano principal, que vai seguir fugindo de você até ser o momento de revelar quem é, e do porque estar agindo assim. E dentro do repertório de elementos single player, estas batalhas são ótimas para dar diversidade ao gameplay.

Indo adiante no que diz respeito aos elementos novos de jogabilidade de Pikmin 4, consigo apontar que os ambientes das fases estão bem maiores do que nos jogos anteriores. Nada de reutilizar ambientes, tudo é novo, com muitos elementos visuais inéditos, com uma direção de arte incrível. A dimensão das áreas é tamanha que agora o jogador pode realocar sua base em novos pontos de pouso, conforme for encontrando estes locais explorando os ambientes.

Até mesmo as cavernas estão mais expressivas visualmente, evitando reutilizar cenários, algo comum nos jogos anteriores. Elas estão mais interessantes e dinâmicas, sempre com novos elementos e mecânicas para interagir e explorar, fazendo com que o jogador preste atenção e pense bem em quais classes de pikmins deve levar para dentro delas.

Isso porque agora há uma regra nova: o jogador só pode andar por aí com três classes distintas de pikmins. Ao contrário dos jogos anteriores, onde havia uma limitação numérica, porém não nos tipos, para esta nova aventura, dada algumas facilidades, até já mencionadas neste texto, como a praticidade de Oatchi em sua equipe, parece sensato a  resolução de somente ser possível andar com três tipos de pikmins, seja na superfície ou no subterrâneo.

Quanto aos tipos de pikmins, todos que já apareceram nos três jogos anteriores fazem seu retorno aqui, em algum momento durante ou até mesmo depois de concluído a história principal. Contudo o destaque aqui fica realmente para os pikmins inéditos (gelo e pirilampo), além da trindade clássica. Vermelho segue resistente ao fogo e tem o maior poder de ataque, azul pode explorar ambientes aquáticos, enquanto o amarelo pode ser arremessado mais alto que os demais, além de ser resistência a eletricidade. Contudo o jogador pode esperar encontrar os outros tipos mais específicos, o rosa que pode voar, roxo que carrega coisas pesadas, rocha que quebra estruturas de cristal e até mesmo o venenoso pikmin branco.

As demais mecânicas da fórmula também permanecem intocáveis. O jogador precisa explorar um ambiente aberto a procura de tesouros humanos para coletar, enquanto abre novos caminhos usando os pikmins para interagir e carregar objetos, lidando com qualquer ameaça pelo caminho. Tudo dentro de um tempo predeterminado de 1 dia do jogo, 13 minutos em média, precisando recolher todo mundo para uma área segura antes do tempo acabar, sobre o risco de abandonar todos os pikmins que não estiverem nessa zona de segurança. O diferencial aqui é que além dos tesouros, a busca engloba mais personagens perdidos para o acampamento da Brigada de Resgate, dentro os demais elementos abordados nos parágrafos acima.

Considerações finais

Pikmin 4 é tudo que os fãs da franquia poderiam sonhar em termos de uma sequência de alta qualidade. Um jogo muito bem polido, repleto de ideias, que oferece um salto tecnológico em relação ao terceiro jogo, lançado em 2013, e que acerta em tantos pontos que fica até difícil enxergar a possibilidade do título ter qualquer tipo de problema ou crítica a ser realizada.

Trata-se de uma aventura com a maior narrativa da franquia até então, com muitos diálogos, personagens, expandindo o universo da série, seus elementos, e dando muito cor ao mundo do jogo em si. E tudo isso chega de uma forma maravilhosa ao mercado nacional, já que o jogo chega com uma excelentíssima localização para nosso português. Isso dá uma acessibilidade para um público mais novinho, sendo um título que funciona muito bem para quem está chegando agora e nunca jogou nenhum título da série. É uma fantástica porta de entrada. Fora isso, é uma campanha gostosa de acompanhar, personagens cativantes, diálogos engraçados e situações que compelem o jogador a continuar sua jornada, querendo descobrir ainda mais sobre o mundo e personagens perdidos na aventura.

Visualmente Pikmin 4 é um colírio aos olhos do jogador, provando que ainda que o hardware do Nintendo Switch dê seus sinais de que está ficando cada vez mais distante dos atuais concorrentes, ainda é um console que entrega arte em seus gráficos, que espreme seu potencial de processamento e cria efeitos lindos de luz e reflexos, juntamente com um mundo miniaturizado que encanta a cada detalhe visual apresentado. Tudo é charmoso e encantador. E nada disso compromete a execução do jogo, que não sofre com queda de taxa de quadros ou bugs. O único ponto técnico perceptível nesse aspecto mais negativo, é o tempo da tela de loading, aspecto esse que os outros consoles da atual geração praticamente aboliram nos jogos mais modernos.

Minha única crítica, e ainda assim é um tanto relativa, realmente diz respeito ao fato de que por conta de todas as novas mecânicas, senti que os combates do jogo estão relativamente mais fáceis do que os jogos anteriores, nunca me deixando tenso ou com medo o suficiente diante das muitas novas ameaças encontradas na aventura. Esperava que pudesse haver um pouco mais de desafio nesse sentido. Nada que comprometa a diversão, já que a franquia nunca foi sobre batalhas árduas, mas ainda assim não posso deixar de apontar esse sentimento de desejar que alguns confrontos exigissem mais do jogador.

Na contrapartida, a jogabilidade de Pikmin 4 é uma das melhores na franquia. Os controles são super responsivos e inteligente. Os pikmins ficam separados em grupos para uso, o jogador ao arremessar num obstáculo que precisa de um certo número deles, o botão dá uma pequena pausa na ação quando atinge o número certo necessário, e é fácil separar, chamar, reorganizar a equipe. Andar com todos nas costas do Oatchi também tem toda uma praticidade, especialmente na água, por exemplo, já que o cãozinho pode nadar e assim levar todo mundo que não sabe nadar de um lado para o outro.

Também gosto muito dos ambientes do jogo, todos diferentes entre si, com desafios e áreas distintas. A terceira área, num clima totalmente litorânea (mas é tipo uma caixa de área que tomou chuva), é absurdamente encantadora, algo que nunca vi em jogos anteriores. Além disso, temos áreas internas de uma lar humano, tirando o jogador do mundo no jardim que é sempre muito presente em todos os jogos, e até mesmo aqui. Ter uma área assim é muito legal mesmo. Mesmo que hajam apenas 6 áreas ao todo, o jogador vai levar horas e mais horas para explorar 100% cada uma delas, tamanho é a quantidade de tesouros, cavernas e sobreviventes perdidos em cada uma. São necessários vários e vários dias (do mundo do jogo) para explorar totalmente uma única área.

Ao fim, reforço que Pikmin 4 é o ápice da franquia. Uma enorme aventura, com diferentes mecânicas, propostas de explorar, combater, sobreviver, em meio a uma experiência em que você cria seu personagem, o que lhe dá uma identidade visual, mas sem esquecer o herói que deu cara à franquia. É um título perfeito para adentrar no universo de Pikmin. Uma espera que com certeza vale a pena para ter acontecido.

Galeria

Este slideshow necessita de JavaScript.

Dando nota

Direção de arte absolutamente fantástica, um dos jogos mais bonitos do Nintendo Switch - 10
Localização em português de grande porte, com um belo trabalho nas adaptações dos nomes e nos muitos diálogos presentes na campanha principal - 10
Quarta edição que expande muito as mecânicas e opções de jogabilidade da série, controles perfeitos - 10
Exploração noturna com os novos pikmins é bem divertido, ainda que relativamente limitado, tem potencial para melhorar - 9
Oatchi e pikmins de gelo tornam os combates do jogo mais fáceis do que esperado, é algo a se refletir a respeito - 9
Cavernas e Batalhas Dandori expandem bem a cauda de gameplay da exploração básica baseada em tempo - 10
É o jogo com a maior narrativa da franquia até então, personagens carismaticos e cativantes, formato narrativo que prende e motivo o jogador - 10

9.7

Fantástico

Pikmin 4 atinge o ápice de uma franquia que sempre apresentou exatamente este tipo de potencial para crescer. Esta nova edição chega ao Nintendo Switch repleta de novidades e uma quantidade massiva de conteúdo e situações de gameplay que vão muito além dos títulos anteriores. Sua localização em português chega com um grande diferencial ao mercado nacional e é exatamente o que os fãs estavam pedindo para a Nintendo há anos. Um jogo que serve como porta de entrada para quem nunca jogou, mas que também encaixa de maneira incrível aos veteranos que amam este pequeno mundo em miniatura de estratégia em tempo real. Já pode figurar como uma das melhores produções exclusivas para o Switch.

Isso também pode lhe interessar
Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Dê uma ajuda ao site simplesmente desabilitando seu Adblock para nosso endereço.