Análise DLC | The Teal Mask – Pokémon Scarlet & Violet

Disponível para Nintendo Switch

The Teal Mask é a primeira parte da expansão The Hidden Treasure of Area Zero, e foi lançada no último dia 13 de setembro como um DLC para Pokémon Scarlet & Violet, exclusivamente no Nintendo Switch. Uma aventura que chega para todos os treinadores pokémon como uma oportunidade para continuar suas aventuras em Paldea, região da 9ª geração da franquia. Assim como também é uma oportunidade para retomar a sua jornada, caso ainda tenha assuntos pendentes a serem resolvidos. Meu caso, por sinal.

— Antes de continuar, vale apenas mencionar que a segunda parte de The Hidden Treasure of Area Zero, chamada de The Indigo Disk está programada para sair até o final deste ano. Ou seja, esta jornada irá continuar por uma nova história, novos lugares e novos pokémon, até o final do ano, mas por enquanto, vamos descobrir o que há de novo nesta primeira parte dos novos conteúdos programados.

Rapidamente sinto que preciso contar o motivo de ter pausado minha jornada principal no jogo e de ter retornado agora com força total ao Pokémon Scarlet, versão que possuo e utilizei para produção desta análise. Vamos lá, a partir de Pokémon Arceus os jogos da série passaram a ser de “mundo aberto”, onde o jogador pode ir para aonde quiser e na ordem que bem entender. Obviamente há um caminho a seguir, mas ele não é um corredor linear como eram nos outros jogos mais antigos, a qual existia um caminho pré determinado para seguir.

Esse formato é bem diferente quando olha para Pokémon Scarlet & Violet. Aqui você é livre para fazer a sua aventura na ordem que quiser, não tendo um caminho certo ou ordem para enfrentar os Líderes de Ginásios (Gyms) ou enfrentar os Pokémon Titãs (Titans). E foi por conta dessa jogabilidade repleta de livre arbítrio que minhas aventuras acabaram entrando em stand buy por um período considerado.

O mapa de Paldea não é deveras intuitivo, no começo você não pode voar e nem escalar as montanhas, então ficar andando até o próximo destino acaba sendo uma missão que não se encaixava com os tempos curtos do dia a dia (de uma vida adulta) para jogar. Sendo assim por diversas vezes me perdi e acabei enfrentando os Gyms em uma ordem alternativa e que acabou me causando alguns problemas, como meus pokémon praticamente não me obedecerem devido ao nível em que ficaram após algumas batalhas, além de não receber a específica insígnia que permitia que os pokémon níveis mais altos me obedecerem. Por sinal, o Thiago, responsável pela análise do jogo base em seu lançamento, também relatou um perrengue parecido e que consta em seu texto do ano passado, vale conferir.

Mas então a nova Expansão DLC chegou, o que me animou bastante e com isso resolvi fazer um intensivo antes de entrar na área de The Teal Mask! E já vou deixar um aviso: é possível viver as novas aventuras mesmo sem ter terminado todas as missões principais da aventura em Paldea, entretanto recomendo enfrentar os Pokémon Titans e conseguir as “melhorias” para a sua montaria pokémon também é algo a ser considerado, pois o terreno de Kitakami (a área nova) é bem montanhoso. Poder escalá-las e sair planando vai facilitar em muito a sua exploração.

Os pokémon dos treinadores e selvagens vão ter uma equiparação de nível conforme a sua jornada principal. Quando iniciei as aventuras na DLC não havia completado  a jornada principal por Paldea e as batalhas eram contra pokémon no level 12 a 30, nada que me causasse problemas. Então decidi voltar para Paldea e fazer o que deveria ter feito há muito tempo. Aí sim as coisas ficaram deveras interessantes, pokémon selvagens com nível de 50 a 70 se tornaram padrão e as coisas ficaram bem mais interessantes, o treinador que estava adormecido em mim retornou e acho que agora vou tentar completar a Pokédex recuperando o tempo perdido.

Hora do intercâmbio!

Após instalar a expansão, na próxima vez que entramos em Paldea, independente de onde estiver (desde que tenha jogado no mínimo umas 2 horas até que as coisas comecem de verdade), o jogador irá receber uma ligação para voltar a escola e lá conhecer Briar, professora da Blueberry Academy (uma escola localizada na região de Unova), que comenta sobre Jacq ter lhe indicado como um dos alunos selecionados para uma viagem de intercâmbio.

Mais especificamente para para a região de Katamari, uma região conhecida por seus campos pitorescos e seus arrozais, além, é claro, de contar com seu bioma específico de fauna pokémon. Devido a essas diferenças territoriais se comparada às de Paldea, o jogador irá encontrar novos pokémon nunca antes vistos, assim como também rever velhos pokémon já conhecidos que poderão finalmente ser levados para a região de Paldea.

Um lembrete rápido: mesmo quem não adquirir a expansão vai passar, após uma atualização obrigatória, a poder ter esses pokémon que estão voltando no jogo. Seja através de trocas com alguém que os tenham, nas trocas misteriosas ou até mesmo transportando eles do Pokémon Home de volta para Scarlet & Violet. Fica a dica!

A história dessa nova região vai nos levar a pontos turísticos na companhia de dois irmãos, Carmine e Kieran, este último ficará responsável por nos acompanhar até pontos turísticos da região, a tirarmos fotos nesses locais e depois participarmos de um festival. Nos pontos turísticos vamos tomar conhecimento de um Ogro que aterrorizou a região anos atrás juntamente com seu treinador e que três pokémon guardiões morreram, mas conseguiram expulsar esse Ogro, o que os tornou lendários, e aclamados por toda Katamari, como o trio de salvadores. Mas é claro que tem muito mais aí do que estamos conhecendo, e esta trama vai nos levar a reviravoltas, e a captura de quatro pokémon lendários, o tal ogro e ao respectivo trio de salvadores.

Kieran o mais novo da dupla de protagonistas dessa expansão, terá uma história própria focada nele e em sua amizade com o jogador, demonstrando seu desenvolvimento como pessoa, a sua abertura para pessoas de fora (no caso o jogador) e é claro uma forte desconfiança de traição devido a certos acontecimentos da trama aqui orquestrada. No final fica na cara que ele vai acabar se fortalecendo como treinador já que ele deseja se tornar tão forte quanto o jogador, o que nos dá todo um plot twist para sua participação na próxima parte da expansão a ser lançada no final deste ano. Será?

Novos pokémon

Claro que em se tratando de uma expansão, o que os jogadores mais querem sabem é sobre as novas criaturas! Então me permitam falar um pouco dos novos pokémon:

  • Dipplin é uma nova evolução de Applin (aquele pokémon em formato de maça que já possui 2 formas diferentes em Sword/Shield, ele primeiramente será utilizado por Kieran em uma batalha contra o jogador.

  • Poltchageist e sua evolução Sinistcha são novos pokémon ligados a utensílios domésticos que acabam se tornando pokémon, esse especificamente teria surgido com utensílios de uma cerimônia de chá após a morte de seu artesão (esse é o pokémon que recebeu um trailer específico poucos dias antes da estreia da expansão, onde vemos um senhor contando uma história para um grupo de crianças sobre antigas cerimônias de chá).

  • Okidogi, Munkidori, Fazandipiti e Ogerpon são os “lendários” e astros principais dessa expansão, já que especificamente após uma reviravolta na trama descobrimos que os três primeiros podem ser os grande vilões da história aqui contada e Ogerpon é a vítima deles. E isso, é claro, acaba se transformando em toda uma jornada por Katamari para resolver as pendências entre eles, salvando o dia e consequentemente podermos capturar todos eles.

A captura de Ogerpon vai fazer parte da história, e é aquele lance bem Ash Ketchum, onde o pokémon decide ir com você. O trio encrenqueiro, no entanto, somente se torna possível após terminar a jornada e retornar para procurá-los. Obviamente serão as batalhas mais disputadas e difíceis, e vai exigir um pouco de habilidade dos treinadores, imposição de status para facilitar as capturas e, é claro, muitas pokébolas arremessadas para capturar os mesmos. Para os colecionadores de pokémon shiny fica o aviso de que todos esses são skiny lock, então não adianta ficar tentando encontrar eles brilhosos.

  • Ursaluna Bloodmoon, por sua vez, faz parte de uma quest especial que nos é imposta por Perrin, uma fotógrafa pokémon que é descendente de Adaman, conhecido por quem jogou Pokémon Arceus. Podemos falar com ela logo no começo da aventura, mas a missão imposta por ela vai demorar um pouco, já que ela quer que tenhamos 150 capturas na Pokédex de Kitakami.

Quando conseguirmos tal façanha ao falar com ela vamos ter uma jornada a la Pokémon Snap onde devemos fotografar certos pokémon a noite em uma floresta (Timeless Woods) a fim de encontrar a famosa Bloodmoon Best (besta da lua de sangue, em tradução literal). Esta nova forma de Ursaring somente pode ser obtida aqui e conta com uma habilidade também única, a Mind’s Eye que permite a façanha de conseguir atacar pokémon fantasmas com golpes normais e lutadores. O que não acontece normalmente pela fato de fantasmas não possuírem um corpo físico para contato. Não cheguei a experimentar ainda essa quest, mas o simples fato de transformar o jogo em um Pokémon Snap já é algo bem maneiro dentro do jogo principal.

Além dos monstrinhos novos é claro que há mais algumas coisas, preciso mencionar o mini-game onde se deve estourar balões cavalgando Miraidon/Koraidon, onde ganhamos um novo item, o mochi, que aumenta status do pokémon no qual for usado, da mesma forma que as vitaminas fazem (HP up. Calcium etc) usado pelos jogadores do mundo competitivo de pokémon.

O destaque aqui fica para um mochi especial que permite “apagar” os pontos do pokémon, o que é uma mão na roda caso se ganhe algum status em batalhas que não ficaram de acordo com a build para o modo competitivo. Se o jogador conseguir a façanha de terminar esse mini-game no seu nível mais alto, ganharemos um simpático e raro Munchlax Shiny.

Ainda é possivel encontrar perto da cidade o nosso velho conhecido professor Jacq, que também foi dar uma volta em Kitakami e vai acabar por nos presenteando com um ovo pokémon que vai dar um dos iniciais de Sinnoh. No meu caso recebi um Piplup.

Considerações finais

Após passar estas primeiras semanas em The Teal Mask, acredito que mais uma vez temos uma prova de que criar DLCs para pokémon é algo que veio para ficar, assim como foi com a expansão de Pokémon Sword & Shield. Criar áreas novas e entupi-las com o retorno de pokémon antigos ou com alguns novos parece que segue funcionando, tanto para quem quer novidades, quanto para quem quer poder capturar pokémon mais “velhos” novamente e assim recordar de aventuras passadas ao longo dos anos da franquia.

Eu mesmo me animei em poder capturar velhos conhecidos novamente, como os membros da família Poliwag, Vulpix, Gligar, Ariados, Yanmega, Crawdaunt, Leavanny, Arbok, Victeebel, Politoed, HeracrossLucario, Lycanroc, Golem, Houndoom somente para citar alguns. A Pokédex exclusiva da região de Kitamari conta com 200 registros, incluindo, é claro, alguns pokémon que já estão no jogo base e, portanto, na Pokédex de Paldea, mas temos muitos velhos/novos pokémon que não estavam disponíveis até então em Scarlet & Violet.

Ao fim, também é importante relatar que os mesmos problemas encontrados no jogo base continuam aqui, como pokémon aparecendo em locais estranhos, trancados em paredes e etc. Graficamente temos mais do mesmo e a trilha sonora não é aquela coisa fantástica, mas temos músicas específicas para os confrontos e partes mais importantes da jornada.

Não é uma expansão que consegue ir além do que o jogo base já havia demonstrado em seu lançamento, se bem que também é difícil dizer se havia tal intenção nesta expansão. O DLC segue a estrutura do jogo base, enquanto apenas oferece mais do mesmo, com novas áreas, uma nova história, mais pokémon e novas atividades opcionais. Não está reinventando a roda. Mas ainda funciona como um ponto motivacional para retornar ao mundo de Paldea, desta vez mais consciente na estrutura de exploração e progressão desta nova fórmula da franquia.

Dificilmente é um DCL que está completo, até porque existe uma segunda parte neste pacote de expansão, que já está programada para sair e parece que será mais focada em batalhas, incluindo uma novos embates com os irmãos Carmine e Kieran. Pra não dizer mais localidades, novos pokémons, além do retorno de outros tantas criaturas clássicas. Esta primeira parte é uma boa forma de reaquecer seu coração de treinador e se preparar para mais conteúdo que deverá chegar até o final deste ano.

Ao fim, The Teal Mask segue os preceitos estabelecidos nesta nova estrutura de mundo aberto, mas não refina ou aprimora nada do que o jogo base estabeleceu ano passado. O fato é que a franquia tem tentando mudar e modernizar desde que chegou ao Nintendo Switch, um console híbrido que não é portátil o tempo todo. As limitações de hardware estão impondo algumas restrições, claro, contudo a franquia continua em seu auge, crescendo e expandindo suas premissas.

Além disso o formato de expansão DLC parece um rumo muito mais agradável do que o conceito que existia antes, uma terceira versão do mesmo jogo (inserindo pequenas mudanças). Certamente é muito mais divertido continuar sua jornada, dentro de uma mesma região e geração, neste formato.

Galeria

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Dando nota

São poucos novos pokémon na verdade, mas cumprem seu papel de novidade - 7.9
Muitos retornos de antigos pokémon ainda são uma ótima forma de motivar veteranos na série - 8.2
Muitos problemas encontrados no jogo base persistem em sua expansão - 6.5
Nova campanha é curtinha, ainda que funcione para introduzir a nova região - 7
Nova área tem um tamanho considerável, ainda que não muito expressiva - 7.2
Mini-game dos balões e atividade inspirada em Pokémon Snap são boas novidades dentro da DLC - 8
Pokémon selvagens na nova área oferecem bom desafio se você terminou a campanha principal - 8.8

7.7

Bom

The Teal Mask não reinventa a roda e nem melhora os defeitos encontrados no jogo principal, mas funciona como motivação para retornar ao mundo de Pokémon Scarlet & Violet, além de trazer novidades interessantes como o mini game dos balões, novos itens e a missão influenciada por Pokémon Snap, tudo isso dentro de uma nova campanha em uma nova área. Ainda é uma boa forma de manter os jogadores entretidos por sua jornada em Paldea. E esta é só a primeira parte de duas!

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