Análise | Baten Kaitos I & II HD Remaster

Disponível para Nintendo Switch

Baten Kaitos I & II HD Remaster traz de volta duas belíssimas joias perdidas no tempo de uma franquia que até hoje não encontrou meios e formas de retornar ao mundos dos videogames, originárias de um estúdio que trocou de mãos alguns anos atrás, e que atualmente trabalha nos também incríveis jogos do universo de Xenoblade Chronicles para a Nintendo, a Monolith Soft.

Esta remasterização, lançada no último dia 15 de setembro, exclusivamente para o Nintendo Switch, contém duas obras primas da geração do Nintendo GameCube, sendo Baten Kaitos: Eternal Wings and the Lost Ocean (2003) e Baten Kaitos Origins (2006), sendo que este último foi lançado no Japão com um nome tão grande quando seu antecessor: Baten Kaitos II: Beginning of the Wings and the Heir of the Gods – e convenhamos que é maneiro o título gigante, ainda que pouco prático. Ambos os jogos nunca haviam sido relançados, e portanto estavam presos na excelente (e que tem sido aos poucos resgatada) biblioteca de belas pérolas do Nintendo GameCube.

Ambos os títulos foram originalmente desenvolvidos pela Monolith Soft, na época um estúdio pertencente a Bandai Namco, em parceria com a independente tri-Crescendo, estúdio japonês de Eternal Sonata, Fragile Dreams e que ajudou a co-desenvolver alguns Tales of (como Zestiria, Berseria e Arise), entre diversos outros JRPGs. Em 2007 a Monolith Soft foi adquirida pela Nintendo, que assim criou o universo de Xenoblade Chronicles, enquanto a Bandai Namco manteve pra si a IP de Baten Kaitos, o que justifica o fato dela ser a distribuidora global desta HD Remaster.

Vale apontar que tal como os jogos originais, Baten Kaitos I & II HD Remaster não possui localização em português. Ambos os títulos rodam com localização em inglês, enquanto todo o áudio do jogo está em japonês. Curioso que apesar de originalmente ambos os título possuírem áudios de vozes em inglês, estes arquivos não foram resgatados para esta remasterização, optando por se manter apenas a opção da dublagem original em japonês.

Restaurando duas fábulas clássicas

Quanto a HD Remaster, o cuidado com a portabilidade, remasterização, entre outras funções extras para o lançamento deste pacote, com o primeiro e segundo Baten Kaitos, ficou a cargo de uma desenvolvedora japonesa chamada Logicalbeat. Portanto, não espere nenhuma adição de ideias que poderiam ser inseridas pelos criadores originais, mas que talvez não puderam realizar na época em que os títulos originais foram criados. Nada do material original foi alterado. Houve muito respeito por todos os elementos originais, o que é o certo a se fazer quando se é um estúdio terceirizado cuidando de obras tão icônicas.

Por ser uma remasterização, Baten Kaitos I & II HD Remaster mantém muito da fidelidade gráfica dos jogos originais, apenas atualizando-os para a alta resolução dos monitores atuais, portando a tela para widescreen, sem esticar o jogo, além de manter estável a taxa de 30 quadros por segundo. Algumas texturas foram refeitas, modelos tridimensionais dos personagens foram refinados e estão mais bonitos, além de que todo o design de menus e layout sofreram uma reforma completa, porém sem a perda da identidade do modelo original.

A única coisa que me incomodou um pouco nesta questão de refinamento gráfico, foi o efeito de nuvens e névoa, muito mais presente em Baten Kaitos I, que ficam se movimento em algumas partes do cenários em determinados locais. Na versão original era um efeito muito sutil, e que nesta versão remasterizada parece chamar demais a atenção e destoa um pouco com o resto da arte original da ambientação. Um elemento que parece que não casou muito bem com o conceito da arte original.

Alias, Baten Kaitos I & II, vem de um período em que os jogos ainda mesclavam muito 2D com 3D, então apesar do personagem se locomover de uma maneira tridimensional, todo o ambiente é estático em 2D, o que hoje em dia pode ser considerado muito charmoso e é até uma ideia mais sensata de design inteligente, do que quando o jogo tem um orçamento mais modesto e não consegue investir num ambiente tridimensional de qualidade. A opção de ambientes 2D para ambos os títulos criam cenários riquíssimos em elementos e composição de detalhes. É um jogo lindo quando se está tentando parece bonito, enquanto nas masmorras e ambientes de confronto, o foco é nos encontros com inimigos e pequenos puzzles de cenários. É uma Direção de Arte extremamente competente para sua época e que funciona até os dias de hoje.

Em termos de gameplay, a remasterização também trouxe alguns elementos extras que não existiam na experiência dos jogos originais, afim de não aparentar ser muito datada em comparação aos muitos JRPGs da era atual. Há diversas opções que podem ser ligadas ou desligadas, como permitir que o jogo faça as batalhas por você (auto-battle), além da opção de desligar encontrar aleatórios ou até mesmo o sistema de one kill hit (eliminar inimigos com um único golpe). Também é possível acelerar as animações das batalhas tornando-as 3x mais rápidas, além de que os jogos tem função de salvamento automático para cada nova tela que o jogador se movimentar, o que é bem eficiente pensando que nos jogos antigos, nem sempre podia se salvar a qualquer momento.

Num aspecto geral, posso dizer que é uma remasterização muito competente, especialmente porque está sendo vendida num preço realmente bacana para um pacote com 2 jogos por 1 único preço, na loja digital do Switch a coleção está custando (no momento da publicação desta análise) R$ 265, o que é um valor bem atraente para uma geração em que lançamentos estão chegando (e ultrapassando) a faixa dos R$ 350. Além disso, em termos de portabilidade, em nenhum momento tive problema com bugs ou outros problemas técnicos que pudessem diminuir a experiência original de ambos os títulos. É difícil pensar que um remake conseguisse manter o charme original do design que ambos os jogos possuem. O que significa que remasterizar foi uma excelente ideia em termos de manter a fantástica qualidade da Direção de Arte de ambos os títulos.

A baleia e o oceano perdido

O mundo de Baten Kaitos parte de um princípio de um mundo em que um grande Deus do Mal, chamado Malpercio, surge e como consequência de tal evento, todo o oceano do planeta desaparece, tornando o habitat praticamente inabitável, o que força a humanidade a migrar para os céus, em ilhas flutuantes. Com o tempo, a humanidade adquire asas, que podem ser utilizadas para pequenos voos temporários.

Não apenas isso, mas no mundo de Baten Kaitos, há magia por toda a parte, e os humanos aprendem a utilizar cartas mágicas chamadas magnus para armazenar todo tipo de elemento, desde água, fogo para até mesmo alimentos e objetos, de frutas para roupas, espadas e acessórios. Poderosas magias também podem ser invocadas destas cartas, a qual o jogador irá utilizar para batalhar e assim como utilizar para itens de suporte.

Em Baten Kaitos I o jogador irá conhecer um jovem chamado Kalas, que parte em uma missão de vingança contra aquele que matou seu avô e seu irmão, enquanto somos apresentados as regras desse universo, e como as pessoas vivem nesse mundo sem oceano, a qual baleias são como lendas em que todos ouviram falar, mas nunca conheceram tal animal. Apesar de uma história de vingança parecer clichê, Kalas é um personagem genuinamente interessante, que a princípio não se importa com nada além de si próprio e sua vingança.

A história de Kalas tem uma guinada quando ele salva uma jovem chamada Xhelha, que é emboscada por uma criatura numa floresta e perde seus amigos, e mais adiante, nas entranhas desta mesma floresta, ambos encontram e derrotam uma entidade que mais tarde descobrem ser um dos cinco selos que mantém aprisionado o grande mal Malpercio, dando início a um novo apocalipse. Outras forças estão se movendo para que Malpercio seja liberado novamente no mundo, e então ambos se veem dentro de uma grande trama para impedir que isso aconteça.

O que é interessante, nesse primeiro momento, é que Kalas não parece ser um personagem que se importe com nada disso. Ao salvar Xhelha, ele saqueia os amigos mortos da moça, numa completa falta de empatia, e até mesmo quando o rei acaba metido nessa encrenca e pede para que estes improváveis heróis os ajudem a salvar o mundo, Kalas recusa, alegando que a única coisa que lhe importa é sua vingança. Contudo sua vingança parece estar se entrelaçada com os responsáveis pelo fim do mundo, então há conveniência em Kalas se unir a estas pessoas que querem impedir o fim do mundo. E sim, claro que eventualmente Kalas irá mudar seu jeito de ser, porém acho muito bom como o protagonista inicialmente tem essa insensibilidade a tudo e todos.

Baten Kaitos II se passa vinte anos antes da aventura de Kalas, e tem como protagonista um outro jovem chamado Sagi. Diferente do jogo original, onde há uma jornada de fantasia para impedir o fim do mundo, o prequel tem uma construção um pouco diferente, sendo uma trama mais política. Nela Sagi é membro de um exército imperial enviado para uma missão muito além de suas capacidades e culpado de um assassinado a qual não cometeu, se tornando um foragido da lei que agora deseja limpar seu nome e descobrir uma conspiração que se move pelas sombras.

Nessa aventura o mundo de Baten Kaitos ainda está em construção e evolução, e existem certos conceitos de uma civilização que se sente dividida entre uma revolução industrial para guiar a sociedade, contra uma mudança que parece ser mais natural, movida ao poder da magia existente nesse mundo, mas que ainda não é bem vista por àqueles que desejam se manter no poder. E Sagi está no meio deste conflito de idealismo, metido nas rodas da engrenagem que deixarão o mundo no ponto em que os jogadores encontram no primeiro jogo.

No prequel o jogador revisita locais do primeiro jogo, assim como também conhecem versões mais jovens de personagens da aventura anterior, dando novas perspectivas ao mundo a qual os jogadores conheceram. Alias, em ambos os jogos o próprio jogador desempenha um papel interessante para ambos os protagonistas, que são guiados por um espírito que funciona como avatar, participando de pequenos diálogos que brinca com essa quebra da quarta parede. É um elemento bacana que dá um certo encanto enquanto não faz o velho clichê de você ser o herói da aventura.

Entre os enredos de ambos os jogos, tenho que dizer que apesar da maturidade da trama de Baten Kaitos II, ainda me senti mais empolgado pela história de Baten Kaitos I, e talvez por justamente ter achado o protagonista muito mais complexo e interessante, com uma apresentação de mundo muito mais direcionado a fantasia em si do que os conceitos militares que abrem o segundo título. Ambos parece boas histórias, mas certamente a trama do primeiro jogo ainda é mais icônica e curiosa após duas décadas de seu lançamento.

Cartas mágicas

Em termos de jogabilidade ambos Baten Kaitos funcionam com elementos de sistema baseado por turnos utilizando a utilização de cartas. Há muitos jogos independentes hoje em dia que utilizam-se de combate por cartas, contudo vale apontar que não era um sistema tão comum assim 20 anos atrás, o que parece indicar que o sistema utilizado para estes clássicos é um dos pilares do passado que influenciou e consolidou tal subgênero nos RPGs da era moderna.

Entretanto a jogabilidade não é idêntica entre os títulos. Baten Kaitos I utiliza um sistema clássico de batalhas por turnos, a qual o combate ocorre de forma mais pausada, com o jogador tendo todo o tempo do mundo para pensar e criar estratégias para combinar suas cartas e montar combos com o que dispõe em mãos para cada rodada. Além disso, cada membro da sua equipe no primeiro jogo tem suas próprias cartas e seu próprio deck, o que significa que a cada turno, cada um terá seu próprio set de cartas para utilizar.

Esse esquema muda em Baten Kaitos II, que mantém parcialmente a estrutura de turnos, mas resolve adotar um esquema de confronto em tempo real, a qual o tempo da batalha, quando iniciado, nunca é interrompida, o que obriga o jogador a decidir mais rápido quais cartas selecionar, ou então seu turno é encerrado sem que o mesmo possa usar qualquer carta, enquanto os inimigos seguem atacando também em turnos que nunca são pausados. É um sistema que põe muito mais pressão e dificuldade as batalhas, exigindo pensamento mais rápido do que o tradicional esquema de turno que pausa o confronto.

Outra mudança grande no combate de Baten Kaitos II é no que diz respeito a montagem dos decks, que comportam muito mais cartas do que nos decks individuais do jogo anterior, mas em contrapartida todos os personagens da sua equipe compartilham um deck único. Isso pode parece mais simples, mas ainda me sinto dividido quanto a isso, pois os personagens ainda tem seus próprios turnos, mas é preciso que o jogador se atente que existem cartas que somente certo membro da sua equipe pode utilizar, o que limita seus turnos quando as cartas disponíveis não são as que este personagem podem utilizar. Turnos ruins podem ser bem mais frequentes aqui do que no jogo anterior, e algumas rodadas azaradas podem colocar toda a batalha a perder.

Como sou um jogador das antigas, que viveu o mundo dos primeiros Final Fantasy, vivo dizendo que tenho muito mais apreço pelos clássicos elementos das batalhas de turno dos RPGs das antigas, então não é surpresa nenhuma quando digo que gostei muito mais do sistema de batalhas do primeiro Baten Kaitos em relação ao segundo, que opta por algo um combate com mais ação e ininterrupto. Ambos os sistemas são válidos, mas pessoalmente o primeiro me encantou muito mais.

O deck único do segundo jogo limita um pouco o combate, enquanto as próprias cartas parecem mais genéricas em relação ao primeiro jogo. Não é surpresa que enquanto o primeiro Baten Kaitos possuem seis personagens para compor sua equipe de três personagens, cada com com cartas e habilidades únicas em decks individuais, em Baten Kaitos Origins há apenas três personagens que compõe a equipe do começo ao fim e que vão compor um único deck. Mas é claro que o jogador pode montar decks diferentes para situações distintas, mas ainda assim, não sei, não fiquei tão motivado a criar e mexer nas cartas quanto na primeira aventura.

Independente de qual sistema vai agradar este ou aquele jogador, ambos os sistema se baseiam em cartas numeradas para criar combos, assim como cartas que são equipadas por algumas rodas, como cartas de defesa, enquanto cartas de ataque expiram com o uso imediato. Em cada turno o jogador precisa pensar se deve equipar uma carta para perdurar alguns turnos ou então usar cartas de ataque obedecendo uma ordem crescente numérica para criar combos. Há também cartas itens, como de cura ou atribuição de status, como veneno ou dormir, que ao serem usadas encerram seu turno e não permitem que sejam criados combos de cartas.

O número de cartas usadas em cada turno vão aumentando conforme o jogador vai subindo de nível em ambos os títulos, assim como o número de cartas que vão compor seu deck. É curioso apontar que Baten Kaitos I tem um estranho sistema de level up a qual o jogador deve ir até uma igreja para subir de nível, não acontecendo em tempo real as batalhas, bem similar ao conceito das fogueiras em jogos como Dark Souls, enquanto em Baten Kaitos II o nível ocorre em tempo real ao ganha das experiências ao fim dos combates, limitando o conceito da igreja apenas para expandir o número de cartas no deck.

Em ambos os jogos o jogador irá visitar diversos ambientes de vilas, florestas e cavernas. Em ambos existem pequenos puzzles que envolver armazenar itens como água e fogo para interagir com adversidades do ambiente ou realizar pedidos de habitantes. É uma forma interessante de interagir com o mundo, ainda que nem sempre você vai adivinhar o que fazer com aquele objeto armazenado em seu inventário, que tem um limite de coisas que pode carregar. Muitas vezes tive que escolher descartar itens em detrimentos a novos achados, porque não tinha mais espaço e não descobri o que fazer com os itens anteriormente encontrados.

Inimigos são mostrados no mundo do jogo, o que permite que o jogador decida pelo confronto ou fuja dos mesmos. E entrar e sair de certos locais não reseta inteiramente os inimigos da área, que vão retornando aos poucos. O que é bom porque o retorno instantâneo de inimigos, além dos encontros aleatórios, era elemento comum destes JRPGs mais antigos e apenas servia para segurar o jogador por mais tempo em certas áreas.

Na parte de progressão, senti que Baten Kaitos I tem um senso de avançar pela história muito mais objetiva e direta, sem que o jogador se sinta menos perdido no que deve fazer e com quem interagir. Baten Kaitos II não tem tamanha preocupação, obrigando que o jogador interaja com todos os personagens de uma área até que ative um evento de história que faça a mesma avançar para uma próxima etapa. É um pouco irritante nesse sentido sendo que em certos locais os NPCs não tem tanta coisa para lhe dizer que justifique conversar com todo mundo. Entendo que tem quem goste, mas sei lá, nunca tive tanta aptidão para tamanha socialização.

Num aspecto geral, ambos os jogos são clássicos JRPGs em sua essência mais pura. Ambos entregam um vasto mundo fantástico, com muitos conceitos criativos e os personagens protagonistas de ambas as aventuras são ricos em personalidade de histórias de fundo que motivam os eventos de suas jornadas. Enquanto a jogabilidade entrega o formato clássico de turnos que ainda funcionam. O sistema de cartas é diferente e coloca um pouco de tempero nessa situação, a qual o jogador ficam dependente de construir bons decks e torcer por boas rodadas de cartas nos turnos das batalhas, se adaptando conforte as cartas são entregues.

Considerações finais

Baten Kaitos I & II HD Remaster são obras atemporais que ainda permanecem incríveis quanto eram quando foram originalmente lançadas. A decisão de manter os aspectos irretocáveis da obra em detrimento a um completo remake me parece muito bem acertado pelo fato de ambos os títulos nunca terem sido lançados fora do saudoso Nintendo GameCube. Uma remasterização é mais do que adequada para reapresentar estes clássicos a uma nova geração de jogadores.

Quanto a qualidade da remasterização, não tenho muitos deméritos para serem colocados na mesa. Visualmente os gráficos honram as obras originais, ainda que estejam um pouco mais polidos e limpos do que as texturas que tinham um aspecto mais sujo dada as limitações de 20 anos atrás. Tirando um efeito tridimensional de nuvens mais sólidas do primeiro Baten Kaitos, todos os demais efeitos, de sombra, luz, líquido me agradaram bastante, fora que o conceito original de demonstrar as expressões faciais dos personagens dentro das caixas de diálogos em texto funcionam muito bem em relação aos bonecos 3D destes personagens. Entretanto é questionável a retirada da dublagem em inglês existente no jogo original.

A coleção roda muito bem no Nintendo Switch, sem engasgos ou travamentos, com uma boa taxa de quadros (30) para o padrão de ambos os clássicos. É um jogo maravilhoso de se jogar em modo portátil, ainda que também vá muito bem quando inserido no dock e experimentado em uma TV de alta resolução. Além disso, trata-se de duas obras sendo lançadas juntas, pelo preço de um único jogo. Títulos que individualmente podem perdurar mais de 100 horas cada, para aqueles que desejam cumprir todas as atividades principais e secundárias de cada título, mas que em média, para jogadores mais velozes, duram na média de 50 horas cada.

Também é bacana que cada Baten Kaitos tenha seu próprio gameplay, tornando ambos experiências diferentes, mesmo que isso crie uma discussão de qual sistema é melhor, batalhas de turnos mais pausadas com decks individuais para cada personagem ou o sistema de batalhas de turnos em tempo real, onde o tempo não pare, e o deck seja único para todos os membro da equipe. Certamente há opiniões para ambos os estilos.

Além disso, esta é uma grande oportunidade para a comunidade de fãs do universo de Baten Kaitos se apresentar ao mundo e provar para a Bandai Namco que a companhia deveria der uma nova chance a esse universo, ainda que sob as mãos de um novo estúdio, ou até mesmo em parceria com a Nintendo e a Monolith Soft. Pensar que essa coleção poderia se desdobrar em novas chances da existência de um terceiro Baten Kaitos seria o sonho de muitos fãs desse universo. E considerando que vivemos numa era em que as empresas tem dado muitas chances a obras do passado, com base no forte senso nostálgico do público, acho que é uma esperança muito plausível. Mas para isso, esta coleção precisa alcançar novos públicos, assim como ter o apoio de seus fãs. Qualidade para tudo isso, certamente há. Então parta nessa jornada além céu e descubra os segredos do oceano perdido e para onde a humanidade irá depois disso.

Galeria

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Dando nota

Remasterização que mantém fidelidade com a Direção de Arte dos antigos clássicos, bem adaptado as novas resoluções - 8.8
Mundo fantástico, que compelo o jogador a querer saber mais de sua mitologia, personagens cativantes - 9.2
Mecânicas de batalhas baseadas em turnos com cartas mágicas que possuiam um belo diferencial à época - 8.5
Baten Kaitos I tem como ponto forte seu protagonista e jogabilida de turno clássica, é um JRPG mais tradicional - 9.5
Baten kaitos II tem uma narrativa política conspiratória, enquanto sua jogabilidade tem elementos de ação em tempo real - 8.2
Remasterização traz várias funções de acessibilidade, para quem achar o ritmo das batalhas lento - 8
A falta da dublagem original em inglês parece uma das poucas perdas deste resgate histórico - 6.5

8.4

Nostálgico

Baten Kaitos I & II HD Remaster é uma tremenda oportunidade de revisitar duas obras primas da era do Nintendo GameCube, num pacote único e exclusivo para o Switch. A remasterização consegue manter grande fidelidade para com a Direção de Arte de ambas as obras, enquanto a jogabilidade de batalhas por turnos com cartas trazem um belo diferencial entre JRPGs. O pacote ainda traz diversas opções de acessibilidade para dar ritmo a quem encontrar lentidão na antiga jogabilidade. Vinte anos se passaram, mas o universo dessa franquia continua fantástico e muito interessante, com personagens cativantes em duas aventuras que compelem o jogador por suas jornadas.

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