Análise | Super Bomberman R 2

Super Bomberman R 2 teve seu lançamento no último 12 de setembro, chegando aos consoles da nova e também da “velha geração” – PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S, Switch – nos lembrando de que a Konami não se esqueceu de um de seus mascotes mais conhecidos. Pode não parecer, mas o primeiro Super Bomberman R foi lançado em 2017, já faz um tempo, não? Lembrando que a sequência também chega localizada com legendas para o nosso português do Brasil, um grande acerto para dar acessibilidade a um público mais novinho conhecer o explosivo mundo de Bomberman.

Uma curiosidade é que Bomberman está comemorando seu 40º aniversário agora  em 2023, o que faz com que ele seja mais velho que eu e que muitos dos seus jogadores atuais. A  jogabilidade clássica de Bomberman por si só não precisa de explicações muito longas e não conta tampouco com uma história complexa que se arraste por vários jogos ao longo de vários anos. Na verdade sempre foi e, provavelmente, sempre será um jogo de ação onde a simplicidade de colocar bombas e explodir os inimigos é a premissa necessária para se divertir. Pode ser um conceito deveras simplista, e talvez (de certa forma) até ultrapassado, mas ainda funciona.

Aqui os jogadores encontrarão um modo história e um modo online. Mas me permitam dizer uma coisa que ficou bem óbvia para alguém que normalmente joga seus jogos sozinho: Super Bomberman R 2 foi concebido para ser experimentado como um jogo multiplayer. Daqueles que jogamos enquanto fizemos uma festa com nossos amigos em nossa casa. É aquele lance de sentar ao lado no sofá da sala e partir para a batalhar enquanto grita coisas indignas uns para os outros, enquanto se explodem e caem na gargalhada.

As batalhas se desenvolvem em uma arena no formato de uma grade 13×11 vista de cima para baixo e o objetivo é simplesmente ser o último Bomberman sobrevivente. Como já deve de ter dado a entender, o seu objetivo e a forma de sobreviver é retirar seus adversários de cena, explodindo os mesmos, na medida que vai colocando bombas pela arena. Lembrando que podemos dar socos ou chutar as bombas. Os socos arremessam a bomba na sua frente, o que pode causar um breve período de paralisia caso a bomba acerte seu oponente na cabeça durante seu voo. Chutar a bomba vai reposicionar a bomba em linha reta e a explosão da mesma pode acabar acertando seu oponente, que não vai estar preparado para uma bomba deslizante em linha reta.

Claro que podemos acabar nos explodindo nessa loucura toda, e é aí que mora a diversão e também a loucura de se jogar um jogo assim com a galera. Você não consegue prever o que eles farão, da mesma forma que seus movimentos e bombas podem lhe surpreender. Acabar ficando preso entre bombas ou nos cantos da tela pode acontecer (e vai acontecer), pode acreditar em mim. Ganhar uma rodada é parcialmente o produto de uma boa destreza, de uma pitada de sorte e na capacidade de tentar traçar estratégias a fim de acabar enganando seus oponentes. As arenas, por sua vez, não são sempre iguais, já que contam com paredes que podem ser destruídas com bombas, então a área de jogo sempre está em constante modificação, o que serve para  manter você e seus adversários obviamente, sempre alerta.

Modo história (campanha)

O  enredo do deste modo gira em torno de Bomberman e sua família (uma curiosidade é que todos os irmãos do Bomberman são identificados e nomeados como cores) enfrentam uma ameaça em nível interplanetário. Uma nave gigantesca chamada de Lua Negra, que parece ser um perigo em nível galáctico. Em cada planeta visitado, o objetivo é fazer amizade e também proteger as pequenas criaturas chamadas de Ellons dos terríveis invasores Lugin.

Os Ellons acabam ajudando a equipe de Bomberman na defesa de sua base que é constantemente atacada pelos invasores interplanetários. Em cada planeta temos um mapa composto por 15 áreas e devemos encontrar o máximo de Ellons possíveis, sendo que o total de cada planeta são 100. Alguns estão presos em torres, outros cercados por inimigos e alguns somente vão dar as caras quando concluirmos “desafios” que em sua maioria consistem em destruir estruturas com um número X de bombas, derrotar todos os inimigos e coisas do tipo. Em algumas áreas temos portões fechados que necessitam de quantidades cada vez maiores de Ellons para serem abertos.

A base de Bomberman e sua família pode ser reestruturada, como uma battle tower podemos reposicionar armas e apetrechos que vão atrapalhar os inimigos no avanço contra a base. Essa personalização pode ser feita sempre que quisermos e isso vai facilitar ou dificultar a defesa da mesma nos ataques dos inimigos. Coloque estruturas em locais inadequados e sofra as consequências de sua própria ação defensiva equivocada.

Conforme exploramos os planetas e suas 15 áreas procurando pelos Ellons, vamos adquirindo dinheiro que vai aumentando o nível do Bomberman. Vamos então, a cada novo nível, ter upgrade de algumas das características, seja na velocidade, no alcance da explosão das bombas e mesmo o aumento da quantidade de bombas que podemos soltar ao mesmo tempo.

Multiplayer da galera

Aqui há um número até que razoável de modos para escolher. O Duelo por Grau (que conta com um sistema de temporadas, semelhante aos battle royale como Fortnite e Fal Guys), Grand Prix (onde duas equipes de 3 lutam para coletar o máximo de cristais ou explodir o maior número de oponentes), Battle 64 (modo com 64 oponentes) e Standard (a típica experiência de jogar até que sobre apenas 1 Bomberman vivo, modo este para até 16 jogadores).

É possível ficar jogando o Duelo por Grau para alcançar uma classificação mais alta o que consequentemente vai lhe fornecer moedas que podem ser gastas na lojinha do jogo, para a compra de títulos, imagens de avatar, novos personagens/skins para o Bomberman, incluindo de vários personagens de jogos da Konami, até mesmo de certo caçadores de vampiros e um tal de Solid Snake, acessórios, skins de bombas e muito mais. Você vai ficar preso algumas várias horas se decidir coletar tudo o que é oferecido.

Mas o que acaba ficando um pouco chato é que as partidas do Duelo por Grau são definidas em apenas 2 opções por hora, então se quiser um tipo específico de partida vai ter que esperar e ir conferindo as opções liberadas a cada hora.

Na opção Sala de Controle ainda existe a opção de criar partidas privadas e jogar offline localmente com seus amigos, inclusive existe a de definir as regras da disputa como bem entender dentro das possibilidades existentes.

Há também no menu um Editor de Mapas, que nada mais é que um editor de fases, onde temos a opção de criar nossos próprios mapas para jogar tanto online quanto offline. Há inicialmente 30 modelos pré prontos e podemos adicionar vários tipos de obstáculos, armadilhas, esteiras, canhões de bombas e etc, conforme acharmos necessário. Na parte online deste editor podemos ver os mapas mais populares e podemos inclusive votar nos estágios, dando um “curtir” nos que forem de nosso agrado. Não sou muito de bancar o construtor em games, mas para quem curte, eis uma oportunidade de colocar seus dotes de construtor a prova.

Considerações finais

Graficamente Super Bomberman R 2 apresenta lindos sprites super coloridos com cada um irmãos de  Bomberman, sendo representados com características coloridas únicas que os diferem do irmão famoso. Mas além da cor, cada um deles conta com características de humor, age de forma diferente, e tem sentimentos demonstrados por suas caras e bocas.

Só que na jogabilidade todos os personagens agem da mesma forma que o irmão mais conhecido, largam bombas e explodem as coisas. Já musicalmente temos uma repetição das músicas, embora sejam trilhas bem animadas, que irão acabar grudando em nossa cabeça justamente por sua repetição.

Mesmo com o poder apresentado pelo PlayStation 5, versão usada para esta análise, o título apresenta telas de loading que nos tomam de 10 a 20 segundos para carregar e nos levar a próxima ação, mesmo que seja uma simples volta ao menu anterior, isso acaba sendo chato e cansativo com o passar das horas de jogo, sem dúvida isso poderia ser otimizado.

Trata-se de uma sequência que aprimora levemente a experiência do título anterior, sem reinventar ou mexer demais na fórmula criada pelo primeiro jogo de 2017. Certamente jogadores irão se decidir por tê-lo apenas pela diversão de se jogar com os amigos naquele caótico multiplayer de sofá que adoramos realizar em festas e ou na interação da família após um dia de trabalho árduo e cansativo. Já ter o primeiro não retira o apelo da sequência, que traz mais arenas e melhores modalidades online, além de uma nova campanha com uma nova história envolvendo os personagens desse universo tão icônico. Essa modalidade single player está aqui, e você pode até acabar gastando algumas horas envolvido na brincadeira,  contudo acredito que o lado que deve ser mais explorado é o multiplayer, seja ele online ou offline.

Galeria

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