Análise | The Last of Us Part II Remastered

Disponível para PlayStation 5

The Last of Us Part II Remastered é mais uma edição, de um grande jogo da biblioteca da marca PlayStation, que pode gerar questionamentos sobre a necessidade de tê-lo, caso você já tenha vivenciado a experiência do jogo em suas versão anteriores. Isso é verdade. Por outro lado, quem ainda nunca teve a oportunidade de jogá-lo… digo que sim, está a melhor edição possível, e é altamente recomendado que você o faça!

Esta edição, lançada no último dia 18 de janeiro, é, no momento de publicação desta análise, exclusivíssima para o console PlayStation 5, mas futuramente o PC também deve ser agraciado com esta versão, tal como a Sony tem feito com todos os grandes títulos que tem desenvolvido e lançado via console.

Quem possui a versão do jogo no PlayStation 4 pode adquirir a nova versão digitalmente por um preço reduzido na loja digital do console, apenas R$50 (U$10), o que normalmente é o valor médio de um DLC em qualquer jogo que trabalhe com esse formato de conteúdo adicional.

“E vale esse preço?” Já vou me adiantar e dizer que sim, pois não se trata apenas de uma versão graficamente aprimorada, mas existem conteúdos e um modo extra que por si só já vale esse tipo de cobrança. Existem jogos no atualmente mercado que cobram muito mais por meros conteúdos cosméticos, e o que se está entregando aqui em The Last of Us Part II Remastered está muito acima de mera perfumaria.

The Last of Us Part II foi lançado originalmente em junho de 2020, ainda no PlayStation 4, tendo sido desenvolvido pela Naughty Dog, que também cuidou desta remasterização completa para o PlayStation 5. A versão do jogo para PS4 já havia recebido um upgrade de melhoria para o PS5, contudo esta nova edição vai ainda mais além – sem contar os novos conteúdos bônus – e finalmente equipara em qualidade com a versão definitiva de The Last of Us Part I, lançada para o PlayStation 5 e PC.

The Last of Us Part II Remastered chega ao PlayStation 5 com a mesma qualidade de localização da versão do PS4, mantendo a ótima dublagem em português, e todo seu conteúdo de menus e textos devidamente traduzidos e legendados em nosso idioma. Por mais que fosse óbvio apontar isso, sigo com a opinião de que é muito importante ressaltar os trabalhos localizados em nosso mercado, tendo em vista que ainda existem empresas e jogos que chegam por aqui sem nenhum trabalho de localização. Nesse aspecto, a Sony Interactive Entertainment tem respeitado muito esse elemento em seus grandes lançamentos. Elogios então merecem (e devem) ser feitos.

Outro adendo importante: tal como aconteceu quando escrevi a minha análise de The Last of Us Part I e expliquei que na ocasião era meu primeiro contato com o jogo em si, o mesmo ocorre aqui. Pois é, até cheguei a adquirir a versão de The Last 2 do PS4, mas acabei postergando sua experiência justamente na esperança de que a Sony lançasse uma versão definitiva do título para o PS5, o que felizmente ocorreu.

Então você precisa levar em consideração que esta é uma análise de como é a experiência de The Last of Us Part II pela primeira vez, sem qualquer bagagem ou comparação que a versão anterior possa passar aos jogadores que a vivenciaram. Este é o meu primeiro contato com a obra, o que me impede de realizar comparações. Tudo aqui, é uma surpresa!

A boa condução de um roteiro

De cara, a primeira coisa que precisa se enaltecer sobre The Last of Us Part II é a forma como o roteiro foi construído, usando características normalmente encontradas em filmes e produções de sucesso em uma outra mídia diferente dos videogames. Por mais que existam pessoas que usem esse argumento como um demérito, acho um engano pensar assim. Videogames podem transitar entre outras mídias de entretenimento e cultura, e criar uma experiência que emocione e vai muito além do mero jogo eletrônico.

É claro que para criar esse efeito, certas concessões são realizadas, como um uso grande de cutscenes e momentos em que você precisa parar de jogar para então apreciar o que está acontecendo ali com os personagens. E isso só não é mais impressionante porque tudo em The Last of Us Part II é pensado e planejado para acontecer, não dando ao jogador nenhum poder de decidir aspectos da narrativa.

Dou um pequeno exemplo: na cena final do capítulo do hospital com Ellie, quando a tela trava em uma dura decisão de apertar o botão, para torturar/matar uma personagem, não cabe ao jogador decidir é possível ou não continuar com a violência da cena. Você precisa apertar o botão (mais de uma vez) para que a história dê seu desfecho e o jogo possa prosseguir. Não há arrependimentos, não se dá ao poder do jogador mudar nada ali roteirizado. Não existem caminhos alternativos.

O próprio final tem um pouco dessa dura realidade. Você não pode escolher o desfecho de um personagem, ainda que o tema do jogo seja sobre um ciclo de ódio e vingança, o jogador, por conta própria, não pode escolher desistir ou ir adiante com seus atos. Não é uma obra que cabe dois finais. É o final escolhido por seus criadores e ponto final. Quer você goste ou não. No meu caso, adorei.

Não estou dizendo que isso (tirar qualquer escolha) é errado, contudo, quando se tem uma obra que namora entre mídias, tendo como foco uma mídia de imersão e interação, fico tentando a pensar se não se faz necessário dar ao jogador a possibilidade de mudar pequenos atos dentro de uma trama, especialmente em uma a qual a trama é tão forte quanto The Last of Us Part II se mostra. E é uma trama realmente ame ou odeie. Personagens importantes morrem, enquanto àqueles que sobrevivem são quebrados psicologicamente, das maneiras mais cruéis possíveis. Não há que se romantizar finais felizes num mundo pós-apocalíptico. Há maldade demais espalhada por aí. A entrega é um final propositalmente pensado em deixar um gosto amargo no seu paladar.

Dito isso, voltando um pouco, acredito que o roteiro desse jogo tem uma condução narrativa digna de um Oscar. Pena que videogames não recebem esse prêmio, não? A forma como a Naughty Dog escolheu contar a história, em dois momentos distintos, duas protagonistas, duas perspectivas, e o momento em que cada uma destas histórias ocorrem e como se entrelaçam é digna de aplausos. Fiquei arrepiado quando lá pela metade do jogo Ellie sai de cena de uma forma tão dramática, que simplesmente só queria saber o que ia acontecer ali, mas de repente sou arremessado num furacão de consequências de tudo que até então eu (como jogador) havia causado. “Porra!

As inserções de flashback que intercalam o presente da história são pontualmente importante e essenciais para que esse roteiro funcione tão bem. O jogo não lhe conta tudo, e não porque é sacana, e sim porque existem elementos narrativos no passado que têm uma importância aumentada quando são apresentadas no momento certo. O capítulo do aniversário, por exemplo, só é tão tocante porque ocorre um pouco depois do impacto da violência e morte que dá plot a todo o ciclo de vingança que a história clama como ponto central.

O mesmo ocorre com a cena da festa e do beijo entre Ellie e Dina, que foi uma das primeiras coisas que o estúdio mostrou, dois anos antes do jogo se lançado, mas que você progride por toda a aventura e a cena nunca acontece. E quando ocorre, a última frase da Ellie nessa cena, não mostrado nas peças promocionais, vem como um soco no estômago. Você não espera isso, e o jogo lhe engana, tentando que essa cena justifique o estado emocional da jovem protagonista. Mas então, mais a frente, quando necessário, o desfecho desse momento que abre o jogo, lhe dá uma pequena pontinha de esperança, aquele fio de luz que explica o final por si só. É maravilhoso como estas inserções entre passado e presente entregam uma obra fabulosa.

Não basta ter uma boa história. Saber contá-la é tão importante quanto. E The Last of Us Part II entrega uma das melhores forma de contar uma história sobre perda, sobre o ciclo do ódio e sobre o desejo de vingança. De uma forma que não tem como esperar por finais felizes, ainda que o jogo te engane sobre isso algumas vezes.

Frenesi da jogabilidade

Quanto se deixa de lado um pouco o aspecto cinematográfico de The Last of Us Part II Remastered, sobra espaço para se admirar a ótima fórmula criada pela Naughty Dog lá na franquia Uncharted e que também é amplamente usada aqui. Não necessariamente é um “copia e cola“, porém tem bastante influência por conta de ambas as obras pertencerem ao mesmo estúdio.

Trata-se de um estilo de gameplay focado na exploração de amplos ambientes e combate em terceira pessoa, contudo o que muitas vezes tira o fôlego do jogador são os momentos de ação frenético em trilhos, que conduzem a jogabilidade numa pegada também cinemática, o que The Last of Us Part II faz muito bem em pontuais momentos, especialmente quando é inserida a ação por meio de perseguições em veículos ou a cavalo. São momentos realmente espetaculares, mesmo roteirizados e com uma jogabilidade limitada, porém altamente imersiva e divertida.

No que diz respeito as comparações com a jogabilidade do primeiro jogo, The Last of Us Part II faz um certo salto evolutivo de qualidade do refinamento técnico dentre a fórmula assim estabelecida. Então os ambientes onde existem conflitos estão muito mais elaborados, com diferentes possibilidade de abordagem furtiva, para fugir ao ser descoberto e com mais esconderijos, incluindo muita verticalidade, já que há diversas situações de prédios abertos e níveis de andares onde o confronto vai acontecer.

Inimigos estão mais espertos, são mais agressivos, especialmente o grupo denominado Cicatrizes, e vão sair dos seus trilhos habituais com bastante frequência caso notem qualquer coisa estranho no ambiente, seja movimentos, seja um inimigo derrotado na surdina pelo jogador. E uma vez que eles percebem que há um invasor na área, vão continuar procurando por um bom tempo até desistirem, indo para todos os cantos do cenários. É bem impressionante o quão persistente os inimigos humanos são quando estão atrás de algo.

Já os infectados, fiquei com a impressão que estes brilham um pouco menos em comparação com o jogo anterior, mas tem um pouco desse efeito de não mais serem novidade. Além disso, para a sequência há apenas dois novos inimigos dessa classe, sendo um deles um chefe que aparece mais perto do fim do jogo, enquanto o outro é um brutamonte gasoso. Os confrontos normalmente possuem um desafio muito menor do que com os inimigos humanos, que são mais organizados e inteligentes. Os infectados tendem a voltar mais rapidamente aos seus caminhos padronizados e te esquecem bem mais rapidamente. Quase nunca há um elemento surpresa quando se tratam destes confrontos. Vá com calma e na surdina, e quase nunca vão oferecer muito risco.

Além disso, existem certos refinamentos técnicos na jogabilidade dessa sequência. Inimigos que te arremessam, que sobem em caixotes, elementos que são destruídos pelo cenário, uma gama muito maior de animações quando o confronto é mano a mano, quando se toma dano por diferentes meios, etc. Estes pequenos detalhes dão um toque bem mais realista nos elementos reativos do combate. Fora isso a sequência também tem muito mais elementos de plataforma, saltos necessários para o avanço do ambiente, e é um salto muito realista, com muito peso e impacto ao ser realizado.

Avanços também podem ser percebidos no que diz respeito as árvores de habilidades e senso de progressão que o jogo dá por meio da melhoria das armas em si. Além de trazer novas armas, todas possuem partes de aprimoramento que as tornam mais letais e melhores de serem utilizadas. E a sensação do uso de armas de fogo por aqui é muito boa, ainda que me irrite um pouco em como alguns inimigos podem ser esponjosos enquanto não se consegue meter uma bala direto na cabeça.

E esse elemento, de aprimorar habilidades e armas, funciona perfeitamente para justificar ao jogador o ato de explorar tanto os grandes ambientes do jogo, que além de servir para a reposição da munição, que é muito bem balanceada (você nunca tem balas por demais, porém quase nunca fica zerado de estoque), mas também porque é essencial coletar remédios para seu menu de habilidade, assim como parafusos para a melhoria das armas. É recompensador explorar, mesmo quando pode se provar um pouco cansativo.

Claro que a bem verdade é que quem jogou o primeiro e amou a jogabilidade, não tem razões para não gostar do trabalho que o estúdio fez para a sequência, escalando o confronto a novos ambientes, ainda maiores, recheado de opções, com inimigos mais brutais, mais reações inteligentes, novas armas e situações que vão te colocar a prova de sobrevivência, enquanto mantém o mundo interessantíssimo de ser explorado, sempre recompensando o jogador que explorar cada cantinho visivelmente criado para tais fins.

Extras de uma Edição Remasterizada

Agora se você é um dos muitos que já jogou esta sequência, quando lançada em 2020, talvez agora deva estar pensando se The Last of Us Part II Remastered vale a sua atenção em 2024, e no PlayStation 5. E esta é uma resposta que vai depender de alguns fatores, mas em particular se você está procurando uma chance de retornar ao universo da franquia, e talvez não precise mais de toda a experiência cinemática de seu bem estruturado roteiro. Se você está aqui pelos extras, certamente a nova edição vai agradar aos fãs e veteranos desse universo.

Primeiro porque não é preciso comprar o jogo num preço de lançamento mais uma vez. A Sony agiu bem ao permitir a atualização para quem possui a versão do PS4 por míseros R$50 (U$10). Posso afirmar com todas as letras de que o conteúdo inédito vale o investimento. Se você ainda mantém a conta digital em que o adquiriu ou a mídia física do PS4, está dentro do grupo que pode pagar o preço reduzido pela nova edição.

O mais bacana é que o save é progressivo, então dá para levar entre as edições e continuar a campanha de onde parou, ou talvez jogar novamente a campanha, já com todos os modificadores liberados desde o início, caso já tenha encerrado a história na versão do PS4. Jogar tudo novamente utilizando algumas trapaças parece ser bem interessante.

Além disso a nova edição oferece aos jogadores a chance de jogar toda a campanha do jogo com um áudio comentário dos desenvolvedores, contando toneladas de histórias de bastidores sobre tudo que foi planejado para o jogo, e até mesmo que foi pensado, mas ficou de fora. Curiosidades e conhecimentos, e quem sabe pistas, sobre coisas não explicadas nesse universo. Uma função bem legal para os fãs que amam esse universo.

Fora isso há três estágios que foram eliminados da versão final do jogo, e que aqui podem ser experimentados, ainda que em estado de inacabados, ou seja, não finalizados em alguns aspectos, como animações ou diálogos. Os comentários também podem ser acionados aqui e o jogador aprende mais sobre a decisão de tê-los deixados de fora, sobre as situações de cada pedacinho e conceitos que foram reutilizados em outros momentos da campanha finalizada. É bem legal poder experimentá-los e entender a importância de deletar estágios afim de criar melhor ritmo ao jogo e sua narrativa.

Também não poderia ficar de fora desse tipo de edição uma coleção de artes conceituais do jogo, skins para usar nos personagens e uma imensidão de filtros de telas para se usar na campanha. Há até mesmo um modo livre para tocar violão, que já existe em alguns momentos da campanha, e que aqui funciona de forma isolada, num sistema bem intuitivo de notas musicais que impressiona demais, até mesmo para quem não entende nada da habilidade de tocar instrumentos musicais.

Agora certamente o melhor extra desta edição é o modo inédito chamado Sem Volta. Nesta modo retira-se todos os elementos narrativos do jogo e entrega ao jogador somente sistema de combate de The Last of Us Part II envolto em elementos roguelike, ou seja, se morrer, recomeça tudo do zero novamente.

O modo é puro combate, dentro dos ambientes encontrados na campanha, que funcionam como arenas, com diferentes inimigos a cada rodada, inclusive com classes e tipos que não são encontrados nesse ambiente quando visitado na campanha. Vença cada um das três ondas de inimigos, e vá avançando num mapa de arenas, até conseguir enfrentar o chefão final da rodada.

Equipamentos mudam a cada início de acordo com o personagem utilizado, enquanto o jogador irá habilitar novas habilidades e armas para conseguir ir avançando cada vez mais nas partidas. Jogue com diferentes personagens e skins, e progrida combate a combate. Para quem gosta das batalhas do jogo, certamente irá se divertir aqui por horas até conseguir desbloquear tudo que o modo tem a oferecer.

E a vantagem do modo Sem Volta é o quanto ele é viciante no sentido de seguir jogando para desbloquear todos os personagens e seus setups, além de novos desafios, novas skins de armas, novas modalidades dentro do jogo, afim de ativar modificadores, fora que ele pode ser apreciado em diferentes níveis de dificuldade.

A tensão do modo Sem Volta funciona muito bem, ainda que a cada rodada o jogador não encontre tantos inimigos por vez, e a rodada demonstra quantos são, é sempre tenso saber que os inimigos surgem no mapa já lhe procurando e lhe caçando. Há modalidades que se faz necessário uma abordagem mais furtiva, enquanto em outros o confronto tem a pressão de um tempo no relógio, assim como o jogador pode escolher o caminho em um mapa a qual quanto mais difícil a próxima arena, maior sua recompensa se vencida. É genuinamente um modo bem pensado.

Considerações finais

The Last of Us Part II Remastered é a melhor edição que você pode querer para um dos mais impressionantes jogos da biblioteca do PlayStation, que chega ao PlayStation 5 aproveitando todo o potencial do console. Traz todo o conteúdo original da sequência, aprimorado (ainda que muitas vezes isso seja quase imperceptível dada a qualidade que o jogo já se encontrava no PlayStation 4), além de extras (satisfatoriamente) interessantes, que certamente valem o pedágio de R$50 cobrado para quem já possui o jogo.

Como não joguei a versão do PS4, fica muito pouco difícil comparar graficamente as edições. O que posso apontar é por meio de vídeos e pesquisas que realizei pela internet, que demonstram sim que houve pequenas melhorias aqui e ali, muitas vezes texturas no cenário ao fundo com melhor resolução e um trato ainda maior com luzes e reflexos no ambiente. Visualmente o jogo é muito parecido, e não deve ser um fator de decisão para migrar entre versões.

Há outros pontos, muito mais positivos, que devem ser considerados ao invés dos gráficos, como a performance, por exemplo. A nova edição roda muito bem em 60 quadros por segundo, e basicamente isenta de qualquer loading, a qual tudo carrega de imediato em tela, fora que tem todo o suporte ao Dualsense, com seus gatilhos adaptáveis, que a versão do jogo no PS4 não proporcional a mesma imersão tátil. O resultado é genuinamente um jogo com cara do potencial a qual o PlayStation 5 pode oferecer nessa geração.

A trama, pra quem ainda não conhecia, e isso pode estar acentuado com o fato da série live action da HBO Max ter sido um sucesso e uma segunda temporada estar em produção, a qual a história irá retomar justamente ao iniciar o segundo jogo, é muito oportuna de ser experimentada nesse momento em videogame, cuja a experiência cinematográfica não deixa em nada a desejar com o de qualquer produção em seriado ou cinema.

E mesmo que você conhece tudo, já tenha tido a experiência, e seja um fã desse universo, esta nova edição vem repleta de conteúdos adicionais, de três estágios que não foram para a versão final, a um modo que enaltece o sistema de combate do jogo, criando cenários de horas de inimigos e diferentes formas de lidar com estas ameaças, diante dos equipamentos aleatórios que se recebe no começo de cada partida.

Mesmo que não seja uma experiência multiplayer, o modo Sem Volta, é um grande parquinho de combate, que vai testar as habilidades de adaptação de cada jogador que resolver se aventurar por ali. O conceito de recomeçar a cada derrota funciona bem, dentro de um sistema que encontra meios de recompensar o jogador por meio de novos personagens que possuem seus próprios benefícios e desvantagens dentro do modo, que é fortalecido por um inteligente sistema de desafios e recompensas, que vão fazer com que a cada nova partida, haja uma nova sensação, um novo e tenso combate, como são os mesmos na campanha.

Sei que vão dizer que o PlayStation 5 merece novos jogos, e não vou discordar disso, contudo, não acho ruim fazer essa busca nos sucessos do passado e condicioná-los ao potencial a qual este console tem. Mesmo não parecendo, estamos diante de uma nova geração de consoles, com novas pessoas chegando a plataforma, e porque não apresentá-las ao que há de melhor nesse ambiente. E depois de todo o trabalho que foi realizado com o remake do primeiro jogo, faz todo sentido que The Last of Us Part II ganhasse o mesmo tratamento. E que ótimo que foi assim.

A bem verdade é que se você se deu por satisfeito com o jogo em sua versão de PlayStation 4, à época em que a experimentou, está tudo ótimo e maravilhoso. Não se sinta mal por isso. Se não tem vontade de retornar a este momento deste universo, tudo bem. The Last of Us Part II Remastered não vem com essa intenção, sendo justamente o contrário. Esta edição busca quem ainda deseja conhecer a obra ou quer matar a saudade, com algum aperitivo novo, alguma coisa legal, que justifique vivenciar mais um pouco dessa jogabilidade tão bem refinada, de mais curiosidades do desenvolvimento e claro, reviver esta excelente campanha banhada um tratamento digno de um filme hollywodiano. E está ótimo assim! Não é para todos, mas é fantástico para quem o quiser.

Galeria

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Dando nota

Edição que aproveita todo o potencial do PlayStation 5 e do controle Dualsense - 10
Campanha fantástica que mistura a experiência de videogame e cinema - 10
Jogabilidade segue a fórmula do primeiro, mas está muito mais refinada, atenta a pequenos detalhes - 10
Combates estão mais agressivos e desafiadores, ambientes maiores e mais interessantes - 10
Árvore de habilidades e aprimoramento de equipamentos são uma ótima recompensa a exploração do mundo - 10
Trilha sonora incrível, somada a fantástica localização e dublagem em português - 10
Extras inéditos da edição justificam o preço pela atualização e servem muito bem aos fãs desse universo - 10

10

Fantástico

The Last of Us Part II Remastered é uma edição perfeita para quem nunca experimentou esta sequência de sucesso, que agora é relançada aproveitando todo o potencial do Dualsense e do PlayStyation 5, enquanto apresenta uma ótima quantidade de extras inéditos, de fases perdias, histórias de bastidores, a um novo modo roguelike com foco em combate e jogabilidade. Quem se satisfez com a versão de PS4 não tem a obrigação de revisitar novamente a obra, contudo quem tiver a vontade, pode fazer num preço reduzido, e encontrará novos desafios e combates, assim como extras suficientes para verdadeiros fãs deste universo.

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