Análise | Destiny 2 – A Forma Final

Disponível para PlayStation, Xbox & PC

A Forma Final, a última grande expansão para Destiny 2, chegou em 6 de junho de 2024, marcando o capítulo final da saga que se desenrola há mais de 10 anos pelas mãos da desenvolvedora Bungie. Esta expansão monumental oferece aos Guardiões uma experiência desafiadora e gratificante, repleta de novos conteúdos, segredos a serem desvendados e um destino incerto para a humanidade.

A Jornada até aqui

Mas até chegar em A Forma Final, foi um loooooongo caminho. Participei do primeiro beta do primeiro Destiny, ainda no PlayStation 3. Praticamente durante toda uma década, empunhei a Luz (e mais recentemente, a Treva também) sem parar, em todas as expansões e temporadas. Foi uma longa jornada, com altos e baixos.

Durante esse longo período, jogadores vieram e se foram, o jogo foi mais aclamado ou mais criticado, com os planos da desenvolvedora também mudando com o tempo e se adaptando até mesmo com novos donos. Fazer de Destiny um jogo vivo por tanto tempo foi também uma dura batalha para a Bungie e para todos da comunidade.

Minha aventura como Guardião valeu a pena. Foram mais de 1300 horas até o derradeiro confronto com a Testemunha, fechando o arco narrativo da assim chamada Saga de Luz & Treva. Algumas vezes, acho até que tenho um Fantasma aqui do meu lado, de tanto que já me acostumei com o meu no jogo.

Enfrentando um Inimigo Implacável

Em A Forma Final, os Guardiões partem para o confronto final contra a Testemunha, uma entidade poderosa e enigmática que busca subjugar a Luz e impor sua vontade sobre o universo. A jornada leva os jogadores ao Coração Pálido do Viajante, um local até então inexplorado e repleto de mistérios, onde a verdade sobre a história de Destiny será finalmente revelada.

Diante dessa premissa muito aguardada por Guardiões de todo o universo, as expectativas eram as mais altas possíveis, e como a expansão sofreu adiamento de seu lançamento, isso gerou ainda mais ansiedade em toda a comunidade.

A Testemunha foi um inimigo que aos poucos foi ganhando forma durante os anos, um mistério tão insondável quanto o próprio Viajante. Um inimigo que prometia salvação ao mesmo tempo que gelava a espinha de cada um que tinha contato com ela.

Embora somente nos últimos tempos sua presença foi ficando mais evidente, desde o começo minha vontade era enfrentar essa ameaça, e foi muito legal acompanhar toda a maneira como a história aconteceu até A Forma Final.

A Testemunha é um oponente formidável, que impõe medo, dúvidas, promessas e caminhos. E por isso mesmo, teve que ser combatida com muito empenho até o último minuto de sua ameaça.

O Caminho Interior

Um dos destaques dessa última expansão é podermos finalmente entrar dentro do Viajante, um mistério que assombrava os jogadores desde o começo.

Já te contei do cara que tinha o cargo de Vanguarda de Caçadores antes de mim? Andal Brask, ele era o meu mentor.

Ótimo na pontaria, PÉSSIMO nas apostas. Mesmo assim, a gente fez uma aposta amigável sobre o que tem dentro do Viajante.

Eu disse “Não tem nada”. E é claro que o Andal respondeu: “Bom, então eu aposto que tem tudo”.

[risos] “Tudo.” Ah, deu sorte no palpite.

O interior é uma mistura do que tem no exterior. Tem coisas que você vai reconhecer e coisas que não vai.

A forma como a história de A Forma Final se desenrola é um pouco diferente das expansões passadas. Em vez de entregar uma nova localidade para ser explorada, o interior do Viajante só é descoberto aos poucos, criando um fluxo narrativo mais coeso, sem deixar o jogador se desviar muito do que é preciso fazer.

Os cenários dentro do Viajante são belíssimos e provocam imediatas sensações de nostalgia nos jogadores veteranos, uma certa familiaridade incômoda, pois a presença da Testemunha se espalha como uma infecção e parece distorcer cada vez mais as coisas.

Adentrar em lugares como a a velha Torre do primeiro Destiny é emocionante, ao mesmo tempo que parece um lugar abandonado e sem vida, um sentimento agridoce que nos acompanha neste e em todos os outros lugares. A direção de arte trabalhou bem aqui, e os visuais dessa expansão impressionam a cada nova descoberta, junto do trabalho sonoro impecável, com uma trilha sonora poderosa como é de praxe em Destiny.

A atenção aos detalhes nos cenários e a música orquestrada criam uma atmosfera imersiva que complementa perfeitamente a narrativa. Cada local e batalha é acompanhado por trilhas sonoras que intensificam a emoção e a grandiosidade dos eventos.

A expansão também introduz durante a Campanha uma série de puzzles e mecânicas que exigem mais do que apenas apontar e atirar. Estas mecânicas sempre foram comuns em Incursões e Masmorras, e agora estão presentes na campanha, adicionando uma camada cerebral aos combates frenéticos. A combinação de desafios mecânicos e lutas intensas faz de A Forma Final uma das campanhas mais envolventes de Destiny 2, embora também a torne menos amigável para novos jogadores.

Além das novidades em mecânicas, A Forma Final adiciona novos inimigos, os “Horrores”. Os horrores são os servos da Testemunha e essa nova facção chega adicionando cinco novos tipos de inimigos que no geral são mais resistentes do que os outros, utilizam habilidades elementares, e geralmente deixam uma surpresa ao morrerem. Esses novos inimigos não são tão abundantes, aparecendo em quantidades específicas em determinados confrontos, mas geralmente sempre acompanhados de escudos prismáticos e seus campeões/chefes causando bastante dano aos guardiões.

Embate entre Luz e Trevas

Zavala, Ikora, Corvo, Cayde-6 e o Fantasma são os únicos que conseguem entrar no Coração Pálido do Viajante junto do Guardião. A Campanha de A Forma Final é sobre esses personagens, no início espalhados pelo interior do Viajante, e então eles vão se encontrando, se reconectando, se fortalecendo, até que tudo esteja pronto para o confronto final.

O roteiro é muito bem escrito, e em especial para veteranos, é um deleite e entrega muito carinho e respeito pelos personagens, e eu cito como grande destaque o Zavala, mas realmente todos os personagens tem o seu momento aqui. E tem Cayde-6 em um retorno pra lá de especial.

Parece que A Forma Final bebe muito da fonte dos filmes Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato. As emoções bem fortes são uma constante, e todo o clima para a batalha final é bem construído, com direito até a momentos com tropas frente a frente de defensores do Viajante e da Testemunha que partem pra cima uma da outra com o brado de batalha!

Rumo ao final com uma nova classe

A Bungie sempre se preocupou em trazer novidades nas expansões em termos de jogabilidade e personalização, e para A Forma Final não foi diferente, trazendo além de uma nova subclasse, a Prismática, novos supers, movimentos, itens de classe, as capas dos Titãs, marcas do Caçador e votos dos Arcanos, exóticos, e até mesmo, um novo sistema de progressão.

A grande mudança no sistema de progressão é com relação às atividades do game. Ao invés das repetitivas, e muitas vezes monótonas, missões diárias, foi implementado um sistema de Desbravamentos, instrumento astronômico que guia Guardiões até os tesouros do cosmos e lhes permite definir suas próprias trajetórias.

Já falando sobre subclasses, os Guardiões pela primeira vez, podem empunhar Luz e Trevas juntas, usando a nova subclasse Prismática, pois ela combina os elementos de arco, solar, vácuo, estase e filamento. Essa nova subclasse, permite aos guardiões usarem a Transcendência, aprimorando suas habilidades, dano e regeneração, e, além disso, cada classe possui uma granada única que combina efeitos elementais, adicionando maior profundidade na customização da subclasse. Simplesmente sensacional.

Além do Final

O ano de A Forma Final será dividido em três episódios, Ecos, Retorno e Heresia, e esses episódios por sua vez, substituirão as famosas temporadas, e serão o novo formato para atualização da narrativa e do conteúdo do jogo. Esses episódios, que serão lançados a cada seis semanas, conterão novas histórias, jornadas, atividades, armas, mods de artefato, ranques de passe e recompensas.

E claro, temos junto com a nova expansão uma nova Incursão, chamada Limiar da Salvação, tendo a Testemunha como chefe final, e já sendo considerada entre as melhores e mais desafiadoras do jogo, introduzindo mecânicas complexas e divertidas, com muito foco na cooperação e sincronia entre o time. Jogadores experientes e até mesmo aqueles que alcançaram títulos de corrida de Incursão anteriores em apenas três horas gastaram até mais 35 horas tentando concluí-la. A equipe que conseguiu isso primeiro foi a Parabellum, e poucos segundos depois disso, foi mostrada uma mensagem no jogo com Zavala avisando que um esquadrão conseguiu atacar severamente a Testemunha, e que uma nova atividade para 12 pessoas estava disponível para jogar. Incrível.

Uma Jornada Épica Através da Escuridão e da Luz

A Forma Final traz consigo um monumental desfecho para a última década de Destiny 2, brindando e comemorando com a comunidade com muita emoção, e entendo que novos jogadores possam se sentir um pouco intimidados, mas é um ótimo momento para continuar jogando Destiny 2 ou começar a se aventurar nesse maravilhoso universo.

Galeria

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Dando nota

Enredo fecha bem o ciclo de histórias - 9.5
Novidades bem implementadas - 9
Direção artística deslumbrante - 10
Pode ser um pouco intimidador para novos jogadores - 8
Encerra com chave de ouro a Saga de Luz & Treva - 10

9.3

Brilhante

A Forma Final conclui a saga de Destiny 2 de forma magistral, respondendo perguntas que intrigavam os jogadores há anos e revelando segredos há muito guardados. Prepare-se para reviver momentos épicos, encontrar personagens queridos e presenciar um final emocionante que definirá o destino da humanidade.

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