Análise DLC | Starfield: Shattered Space

Disponível para PlayStation, Xbox & PC

Shattered Space: um novo capítulo na saga espacial

A aventura pelo espaço continua com o primeiro DLC chamado Shattered Space para Starfield, que convida os jogadores a embarcar em uma jornada épica para desvendar os segredos da Casa Va’ruun, uma facção antiga e misteriosa que habita o planeta isolado de Dazra, uma novidade no jogo.

Ao explorar esse novo canto da galáxia, os jogadores se deparam com uma cultura rica e complexa, repleta de rituais ancestrais, crenças profundas e uma história que se estende por milênios.

Na ocasião do lançamento de Starfield, infelizmente não fizemos o review do jogo base. Porém, o jogo sempre estive em minha mira desde seu primeiro anúncio pela Bethesda, já que sou muito fã de ficção científica, e em se tratando de videogame, a franquia Mass Effect (alô Bioware, quero mais Mass Effect!!!) é uma das minhas franquias favoritas de todos os tempos.

Então, nas últimas semanas finalmente passei a me aventurar pelo vasto espaço de Starfield, que hoje em dia está muito melhor do que em seu lançamento. Agradecemos a  FD Comunicação pelo convite para fazermos esse review.

Linha do tempo dos eventos de Shattered Space

A seguir, vou colocar um pequeno resumo dos eventos mais importantes para saber sobre a Casa Va’ruun:

  • 2190 A nave de colonização Archimedes sai rumo ao espaço desconhecido a partir da órbita de Marte. Perde-se o contato durante sua viagem.
  • 2191 A Archimedes chega em território anteriormente não explorado do sistema Kavnyk e ganha o nome de Kavnyk 1-b. Um passageiro de nome Jinan Va’ruun alega ter encontrado algo durante a última dobra grav, que ele então revela ser o Grande Ofídio. Aos poucos, ele passa a ter seguidores devotos.
  • 2193 A colonização de Kavnyk 1-b está em andamento, com Jinan Va’ruun liderando as atividades em vez de, como planejado, o Conselho Colonial. Ele dá o nome de Dazra à nova capital fundada. Como forma de agradecimento, o povo renomeia sua lua como Va’ruun’kai.
  • 2197 O Conselho Colonial de Kavnyk é desfeito, deixando o controle integralmente nas mãos de Jinan Va’ruun. Ele começa a reestruturar a sociedade, agrupando famílias em casas nobres (Ma’leen, Ka’dic, entre outras) sob sua liderança.
  • 2200 Qualquer pretensão de separar a igreja do Estado na Casa Va’ruun é impedida. Todos servem ao Grande Ofídio.
  • 2207 Embora membros da Casa Va’ruun demonstrem preocupação quanto à falta de suprimentos, Jinan Va’ruun encomenda uma série de experimentos de Motor Grav para chegar ao Grande Ofídio.
  • 2230 Quarenta anos após a Arquimedes desaparecer dos Sistemas Colonizados, uma nave aparece no sistema Volii, transmitindo o código de transponder da Arquimedes. Ela se anuncia como a Mourning, capitânia da Casa Va’ruun. São estabelecidas relações diplomáticas com facções e corporações relevantes. Contudo, por debaixo dos panos, a Casa Va’ruun está acumulando informações, armamentos e naves.
  • 2240 Após uma década de civilidade, a Casa Va’ruun corta toda a comunicação com os Sistemas Colonizados de forma abrupta, e assim se inicia a sangrenta Cruzada do Offdio.
  • 2263 Jinan Va’ruun morre. Seu filho, Jarek Va’ruun, assume o controle e acaba com a Cruzada do Ofídio. A maioria dos membros da Casa Va’ruun volta ao planeta, divididos quanto ao seu novo direcionamento.
  • 2270 O irmão gêmeo de Jarek, Jandar, opõe-se publicamente a ele e à nova política de isolamento da Casa Va’ruun. Tensões entre a Casa Va’ruun e a Casa Ma’leen chegam ao limite.
  • 2274 A Casa Ma’leen separa-se oficialmente da Casa Va’ruun, dando origem aos fanáticos da Va’ruun e levando terror ao povo dos Sistemas Colonizados.
  • 2298 Jarek Va’ruun morre. Seu filho, Anasko Va’ruun, assume a função de Porta-voz do Grande Ofídio. 2302 Anasko secretamente inicia um programa de pesquisas focado na tecnologia do Motor Grav. Seus métodos e aplicações são tratados em privado como “não ortodoxos”.
  • 2330 Uma estação estelar da Casa Va’ruun, a Oráculo, aparece nos Sistemas Colonizados transmitindo um pedido de socorro…

O início em meio a uma aventura

As coisas começam, como uma boa história espacial, com a sua espaçonave captando um misterioso chamado de socorro. Este leva você a uma estação espacial abandonada que está cheia de aparições supostamente fantasmagóricas e que ao ser explorada, a sua intervenção acaba por indicar um novo destino desconhecido pela maioria dos viajantes,

Esse novo destino é Dazra, o planeta natal da Casa Va’ruun, aquela seita religiosa que adora uma serpente gigante.

Lá, você descobre que os Va’ruun foram assolados por uma catástrofe, e isso fez com que alguns membros desaparecessem, e outros se transformassem em espectros violentos, além de uma série de outros acontecimentos estranhos e desastrosos dentro e ao redor de sua cidade principal.

Após uma cerimônia que aparentemente converte nosso herói à igreja, seu trabalho se torna resolver o mistério da calamidade e ajudar a Casa a colocar as coisas em ordem novamente.

Mas antes de entrar no cockpit da sua nave para essa nova missão, fica a recomendação da Bethesda que o nível de personagem adequado é 35, embora a avantura já fica disponível logo depois da missão de abertura do jogo.

Um planeta enigmático

Dazra é um mundo alienígena, com paisagens espetaculares e ruínas antigas que contam a história de uma civilização avançada. A atmosfera densa e as tempestades eletromagnéticas criam um ambiente hostil, exigindo que os jogadores estejam sempre preparados para enfrentar os desafios do planeta.

Ao explorar as ruínas da Casa Va’ruun, os jogadores descobrem artefatos antigos, decifram hieróglifos enigmáticos e enfrentam guardiões mecânicos que protegem os segredos da facção.

Cada descoberta revela um pouco mais sobre a história da Casa Va’ruun e seu papel no universo de Starfield.

É interressante notar que muito do apelo de Starfield vem do fato do jogo ser enorme, com mais de mil planetas a serem explorados. No entanto, nessa expansão o jogador fica mais confinado, preso a um planeta mais denso e peculiar, um contraponto inesperado e sagaz na minha opinião, com um jogo que te dá muita liberdade de repente se transformando em uma experiência mais claustrofóbica até.

Uma fé profunda e um destino incerto

A Casa Va’ruun adora uma entidade divina conhecida como “O Grande Ofídio“, uma força cósmica que, segundo eles, guia seus destinos. Essa fé profunda molda a cultura e a sociedade da facção, mas também gera conflitos internos e atritos com outras civilizações.

Os jogadores se encontram no meio de uma crise que ameaça a existência da Casa Va’ruun. Uma força externa, desconhecida e poderosa, está manipulando os eventos e colocando em risco a frágil paz da galáxia.

Caberá aos jogadores decidir o destino da facção, escolhendo entre aliar-se aos Va’ruun ou traí-los em busca de seus próprios objetivos.

A fé, o fanatismo e a tecnologia em Starfield

No jogo, existem três religiões que os jogadores podem se alinhar, cada qual com sua própria característica distinta: Iluminado, Universal e Casa Va’ruun, também conhecida como Abraço da Serpente. Essas diferentes religiões oferecem diferentes vantagens e desvantagens, e claro, a escolha delas é algo pessoal.

No entanto, a religião não é algo muito explorado durante o jogo base, e é nisso que a primeira expansão se destaque, justamente se aprofundando na mais diferente das religiões do jogo.

A expansão Shattered Space de Starfield se concentra na Casa Va’ruun, deixando os jogadores em um universo repleto de nuances, explorando temas complexos e intrigantes dessa religião.

Um dos aspectos mais fascinantes da expansão é a forma como ela interage com questões como fé, fanatismo e o impacto da tecnologia em sociedades antigas, trazendo ao jogador uma oportunida única de reflexão que a maioria dos jogos com tema espaciais normalmente não abordam.

Fica a dúvida se posteriormente veremos algum foco nas outras religiões, embora eu duvide muito que possa acontecer.

A fé e a Casa Va’ruun

A Casa Va’ruun, a facção central da expansão, é profundamente religiosa, com uma fé inabalável em “O Grande Ofídio”. Essa entidade divina é vista como a força motriz por trás de tudo o que existe, e a adoração a ela permeia todos os aspectos da cultura Va’ruun.

A fé desempenha em seus seguidores um papel crucial na sociedade, unindo as pessoas e fornecendo um propósito para suas vidas.

No entanto, é óbvio que a fé inabalável também pode levar ao fanatismo. Alguns membros da Casa Va’ruun interpretam os ensinamentos de forma extremista, levando a conflitos internos e perseguição de outras culturas.

A expansão explora as consequências do fanatismo religioso, mostrando como ele pode distorcer a verdade e levar à violência.

Sim, sempre quando encontro alguém desses religiosos dessa Casa é um momento um pouco mais tenso do que em relação as pessoas de outras religiões.

De fato, é a religião mais diferente e intrigante do jogo, e faz todo o sentido ela ser mais explorada.

A tecnologia e o confronto entre fé e razão

A Casa Va’ruun é uma sociedade antiga, com uma rica história e tradições. Ao mesmo tempo, eles possuem uma tecnologia avançada, herdada de seus ancestrais. Essa combinação de tradição e tecnologia cria uma dinâmica interessante, onde a fé e a ciência coexistem de forma complexa.

A expansão explora o impacto da tecnologia em uma sociedade tradicional. As ruínas antigas da Casa Va’ruun estão repletas de artefatos e máquinas avançadas, que desafiam as crenças dos membros mais conservadores da facção.

A descoberta dessas tecnologias levanta questões sobre a origem da Casa Va’ruun e o papel da tecnologia em sua sociedade.

Depois de terminar essa nova expansão, o tema que fica em mente dos jogadores sobre esse conflito, o choque entre a fé da Casa Va’ruun e a racionalidade “tradicional” dos exploradores espaciais.

Os jogadores, como representantes da cultura humana e personificando o avatar do jogo, são vistos com desconfiança pelos Va’ruun, que acreditam que os estrangeiros querem corromper suas tradições.

A expansão explora as tensões entre fé e razão, mostrando como as duas podem entrar em conflito. Os jogadores devem navegar por esse terreno delicado, tentando entender as crenças da Casa Va’ruun sem comprometer seus próprios valores.

Uma expansão focada

Por ser uma expansão muito focada em aspactos diferentes do jogo em si, essa nova aventura chegou dividindo opinões. Houve muita expectativa em torno dessa expansão, com boa parte da comunidade querendo mais planetas, mais histórias, mais companheiros, naves e coisas do tipo.

E olha, não é como se Starfield fosse um jogo pequeno, pois tem muita, mas muita coisa a se fazer nele, então fico pensando na validade de algumas críticas negativas.

E sim, com a atualização e a expansão, tivemos implementos em disponibilidade de armas e armamentos, trajes, customização, entre outras novidades.

Um dos destaques que chegou junto com a atualização mais recente que chegou praticamente junto com Shattered Space foi um veículo, o REV-8, e com ele agora é possível rodar pelos planetas. Assim como o personagem, a gravidade influencia no controle do carro.

Eu me diverti muito na Lua, por exemplo, com o carro saltando a alturas enormes e flutuando lentamente até atingir novamente o chão. Vale a pena.

Mas o fato da expansão estar focada na Casa Va’ruun, um único local, com um foco maior em exploração e lore do que combates, não foi bem aceita por todos.

De fato, a expansão recebeu muitas críticas, desde sua demora para chegar, até seu escopo diminuto em relação ao jogo. Starfield é um gigantesco universo, e um mero planeta, num primeiro olhar, parece algo pequeno demais para boa parte dos jogadores.

Eu prefiro enxergar pelo prisma que Shattered Space é uma expansão diferenciada, com um ótimo foco em uma parte do lore até então misteriosa no jogo, apresentando uma história intrigante e com uma gostinho de Game of Thrones com suas “casas” disputando entre si o trono.

Também destaco que a expansão apresenta um gameplay mais cadenciado, uma ambientação realmente diferenciada em termos de escopo visual, de fato surpreendendo e não sendo apenas uma mera obviedade, e isso conta muitos positivos para a minha experiência.

Além disso, a expansão funciona muito bem sozinha, ela não altera a história do jogo base, é algo totalmente opcional mesmo, que agrega na compreensão do universo do jogo, mas sim, não faz falta no contexto geral, quem jogar apenas o jogo base não vai ficar com a sensação de algo faltando.

Porém, pelos motivos já citados anteriormente, eu gostei bastante e recomendo ter um pouco de fé nessa pequena e charmosa aventura, que se assemelha muito ao antigo estilo clássico da Bethesda de fazer jogos.

E já fica a vontade de saber se teremos mais expansões, pois com seu rico universo, Starfield é gigante e pode continuar a se expandir.

Agora, com licença que vou acionar o motor de dobra e continuar a explorar!

Este slideshow necessita de JavaScript.

Dando nota

O preço e duração da história podem afastar alguns. - 6
Explora bem a lore e adiciona mais contexto ao culto religioso no jogo. - 10
Direção de arte diferente do resto do jogo e bem atraente. - 10
Uma cadência de jogo diferente que pede mais atenção do jogador. - 8.5
Não afeta o conteúdo já existente. - 8

8.5

Vale explorar

Shattered Space é mais do que apenas uma adição ao conteúdo de Starfield. Ela é uma oportunidade para os jogadores mergulharem mais fundo no universo do jogo, explorando novas culturas, resolvendo mistérios e expandindo seus horizontes. A expansão enriquece a experiência geral do jogador, oferecendo novas perspectivas e desafios, sem comprometer a integridade da história principal.

Isso também pode lhe interessar
Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Dê uma ajuda ao site simplesmente desabilitando seu Adblock para nosso endereço.