Análise | Call of Duty: Black Ops 6
Dispon[ivel para PlayStation, Xbox & PC
Call of Duty: Black Ops 6 é sétimo título da série Black Ops e o vigésimo primeiro da franquia Call of Duty, servindo como uma sequência direta de Black Ops Cold War (2020). O jogo foi lançado no dia 25 de outubro de 2024, para PlayStation 4, PlayStation 5, Microsoft Windows, Xbox One e Xbox Series X/S, e também está disponível para assinantes do Xbox Game Pass, inclusive em modo via nuvem!
Como esperado, o jogo tem 3 grandes atrativos na forma de modos de jogo: Campanha, Multiplayer e Zumbis.
Black Ops é uma sub-série da longa franquia Call of Duty, que cativa jogadores por mais de 14 anos, tecendo uma narrativa complexa que abrange décadas. Com o lançamento do Black Ops 6, muitos jogadores, novatos e veteranos, estão ansiosos para entender a linha do tempo e poderem assim se situar melhor o cenário da história do game.
Ao longo de sua história, a série explorou eventos históricos significativos, incluindo a Guerra Fria e a Guerra do Vietnã, entrelaçando conflitos do mundo real com narrativas fictícias para criar uma experiência envolvente.
A introdução de personagens marcantes como Frank Woods e Alex Mason permitiu que os jogadores desenvolvessem uma conexão emocional mais profunda com a história, ao testemunharem as lutas, perdas e triunfos desses personagens em vários títulos ao longo dos anos.
As intrincadas reviravoltas na trama e os arcos dos personagens, como as memórias assustadoras de Woods e as batalhas psicológicas de Mason, aumentam a profundidade da narrativa, tornando-a não apenas um jogo de tiro, mas uma experiência baseada na história.
Black Ops 6 se passa na década de 1990, após os eventos de Black Ops, Black Ops Cold War e Black Ops 2. Para entender o contexto, e lembrando que os jogos 3 e 4 não seguem essa linha narrativa, vamos revisitar brevemente a linha do tempo da série:
- Black Ops (década de 1960): Frank Woods aparece pela primeira vez durante a Invasão da Baía dos Porcos, onde ele e sua equipe estão envolvidos em uma operação secreta contra Fidel Castro. A missão leva à captura de Alex Mason, que passa por lavagem cerebral pelos russos como parte do Programa Numbers.
- Black Ops Cold War (década de 1980): A narrativa muda para a Guerra Fria, onde Mason, Woods e Jason Hudson se unem para frustrar o espião soviético, Perseus. O trio descobre uma trama envolvendo bombas de nêutrons roubadas destinadas a cidades europeias.
- Black Ops 2 (1986 e além): Situado no final dos anos 1980, Mason está aposentado, mas é chamado de volta à ação quando Woods é capturado. Esta parcela mostra sua batalha contra o Cartel Menendez, culminando em tragédia quando Woods sofre ferimentos que o confinam a uma cadeira de rodas.
- Black Ops 6 (década de 1990): A última aventura é centrada em um Woods agora em uma cadeira de rodas, que treina uma nova geração de agentes enquanto luta contra o trauma de seu passado. Alguns outros personagens também retornam, incluindo Russell Adler e Helen Park.
E para aqueles que querem se aprofundar nessa história toda, o que vale muito a pena é assistir o vídeo do Hayashii onde ele conta tudo!
O insigante mundo da espionagem e seus segredos
Black Ops 6 entrelaça magistralmente as linhas do tempo intrincadas de seus antecessores, criando uma rica narrativa que envolve os jogadores em um enredo envolvente.
A evolução de personagens amados como Frank Woods e Alex Mason fornece profundidade emocional ao jogo, pois suas experiências passadas moldam significativamente suas ações e motivações atuais. É de doer o coração ver Woods sem poder sentar o dedo do gatilho.
As interconexões entre eventos passados e presentes aumentam as revelações e reviravoltas dos eventos, permitindo que os jogadores apreciem os relacionamentos complexos que se desenvolveram ao longo do tempo.
Com a inclusão de flashbacks emocionantes e cutscenes bem dirigidas e produzidas, os jogadores vivenciam uma jornada repleta de ação de alta espionagem, momentos dramáticos, e claro, a ação furtiva também encontra muito destaque.
Notavelmente, os jogadores encontrarão decisões cruciais que impactam a narrativa, aumentando a vontade de rejogar as missões. A integração de personagens novos e antigos serve para enriquecer o enredo, criando um cenário excepcional contra o qual a ação se desenrola.
À medida que a franquia continua a evoluir, Black Ops 6 chega e se destaca como uma prova da capacidade da série de envolver e cativar, prometendo uma jornada memorável para jogadores novos e veteranos.
A mistura de nostalgia com conteúdo novo coloca Black Ops 6 na vanguarda dos jogos de tiro em primeira pessoa, tornando-o um jogo obrigatório para fãs que buscam as últimas notícias e experiências sobre jogos, e mantêm a franquia como uma das mais relevantes dos últimos anos.
Black Ops 6 explora vários temas principais, incluindo lealdade, traição e os impactos psicológicos da guerra. A narrativa se aprofunda em como os relacionamentos pessoais afetam as decisões dos personagens, especialmente em relação a Frank Woods, que luta com o peso de suas ações passadas.
O jogo também destaca a importância da mentoria, enquanto Woods treina uma nova geração de agentes enquanto lida com suas cicatrizes emocionais. Além disso, as consequências da traição são centrais, particularmente com o personagem de Russell Adler, que deve navegar pelos desafios de confiança e lealdade enquanto descobre conspirações mais profundas. Esses temas criam uma experiência de narrativa profunda e envolvente.
Uma Guerra Nada Fria
Um dos aspectos que torna a série Black Ops tão interessante é justamente essa dinâmica da história de lidar com personagens e tramas que nos causam desconforto, desconfiança e curiosidade. Mistérios e revelações são uma constante, e isso mantêm a atenção do jogador sempre em alta.
Isso se reflete na jogabilidade e na maneira como progredimos nas missões. Mais do que nunca, em Black Ops 6 temos missões bem-organizadas, que convidam o jogador a experimentar diferentes formas de vencer o cenário proposto.
É possível avançar em muitas missões sendo bem sorrateiro e discreto, trazendo a tona a emoção que uma ação furtiva oferece. Porém, quando precisa focar na ação, o jogo mantém a qualidade, com combates tensos e que exigem bastante do jogador nas dificuldades mais altas.
Conforme avançamos na história, descobrimos segredos explosivos, com uma narrativa bem-organizada, o que me motivou a querer jogar mais do que as missões dos jogos anteriores.
Mas nem só de uma boa história e uma ótima condução dela vive um jogo de alta classe. Em Black Ops 6 temos o modo Campanha com um aspecto visual muito forte, com cenários realistas e interativos, graças ao capricho dos gráficos.
De vez em quando a animação dos personagens não é a ideal, mas na maior parte do tempo a qualidade gráfica é incrível, especialmente a iluminação e texturas, deixando o visual agradável e imersivo.
É um dos jogos mais bonitos que já experimentei, com atenção aos detalhes e riqueza de elementos, trazendo uma ambientação mais orgânica, e não só na Campanha, diga-se de passagem.
E claro, o time de desenvolvimento também está de parabéns na apresentação sonora. Os diálogos que ouvimos durante a história estão bem escritos e interpretados, ainda que eu tenha sentido falta de regionalidade algumas vezes, que em um jogo com missões em todo o globo eu considero importante.
Mas se tem uma coisa que gostei mais foi a trilha sonora. Todo o barulho de armas e explosões sempre foi de boa qualidade em qualquer Call of Duty, mas em Black Ops 6 eu senti um cuidado maior nas músicas.
Seja uma missão furtiva ou mais agitada, a trilha musical serviu com um perfeito complemento, dando o tom adequado e ajudando muito na ambientação. Mas dizer isso é quase como chover no molhado, a Treyarch sempre foi muito boa no departamento sonoro.
Batalhando e se mexendo
Omnimovement é a habilidade de utilizar mecânicas de movimento já tradicionais de Call of Duty, mas agora em qualquer direção. Em Black Ops 6 , você pode se mover como faria normalmente em Call of Duty, mas em vez de apenas poder fazer certas coisas exclusivamente em uma direção para frente, agora você pode se mover em qualquer direção.
Se você é novo em COD, mecânicas como deslizar e mergulhar podem não ser familiares, mas tudo o que você precisa entender ao começar é que Omnimovement permite que você faça essas coisas em todas as direções horizontais. Se você quiser desviar para a esquerda e para a direita enquanto corre ao mesmo tempo, você pode fazer isso; se você quiser correr para frente ou para trás, você também pode fazer isso.
Agora você pode fazer todas essas coisas enquanto corre a toda velocidade, deslizando para evitar fogo ou escorregar por baixo de um obstáculo, ou mergulhando por uma janela. A única coisa que você não pode fazer em todas as direções é a Corrida Tática. Os operadores só podem usar Corrida Tática enquanto se movem para frente. Só faz sentido ser capaz de correr tão rápido em uma direção para frente, não?
A importância do Omnimovement é dar ao seu operador ainda mais liberdade para executar as manobras de um verdadeiro herói de ação. Mergulhar de lado por uma janela para eliminar inimigos do outro lado do vão e depois no próximo andar, tudo antes de atingir o chão, é apenas um dos exemplos que faz ótimo uso do Omnimovement.
Omnimovement permite momentos muito legais, como por exemplo, quando você está se movendo para trás, e mergulha para trás e fica deitado com as costas no chão, com a mesma visão geral do alvo que teria na posição deitada tradicional, mas agora você tem 360 graus de liberdade de mira e pode se levantar e se mover enquanto está no chão com muito mais facilidade. Usar o novo recurso gera cenas que podem tanto ser legais como um filme de ação de John Woo, ou cômicas como uma videocassetada, vale a pena experimentar com certeza.
Progredindo em todos os campos de batalha
A progressão cruzada continua, obviamente, unificando sua progressão à sua conta Activision, permitindo que você continue sua progressão no Black Ops 6 ao jogar em qualquer plataforma vinculada à mesma conta Activision.
Então, dá pra jogar no Xbox, e quando for, por exemplo, jogar no PC, seu progresso vai ser retomado sem nenhum problema. Mas atenção, esse ano, ao contrário do ano passado, não há nenhuma transferência de recompensas ou desbloqueios obtidas no jogo anterior. Tudo vai começar do zero mesmo.
E conforme você avançar em Black Ops 6 nos modos Multijogador e Zumbis, isso lhe dará XP para progredir por 55 Níveis de Armas, Equipamentos, Scorestreaks, Operadores e muito mais. A partir da Temporada 01, a jogabilidade do Call of Duty: Warzone também contará para sua progressão geral de jogador, bem como para a progressão do Passe de Batalha.
Black Ops 6 também marca o retorno do Prestígio Clássico, onde os jogadores que alcançam e completam o Nível Máximo 55 têm a opção de entrar no Prestígio e reiniciar sua jornada de nivelamento em troca de um pouco de Prestígio e recompensas exclusivas.
No modo Multijogador do Black Ops 6, os jogadores testarão suas habilidades em 16 novos mapas no lançamento, incluindo 12 mapas principais 6v6 e 4 mapas de ataque que funcionam em jogos 2v2 ou 6v6, com a clássica Nuketown sendo adicinada a partir do dia 7 de Outubro.
Para muitos jogadores, o Multijogador é o supra-sumo da experiência de um jogo Call of Duty, e Black Ops 6 não é diferente. Conheço gente que compra o jogo somente para jogar o multiplayer e nunca jogou uma Campanha, por exemplo.
Esse ano, a ação no Multijogador está insanamente rápida, ao menos nesses momentos iniciais. Enquanto no ano passado era possível jogar de maneira mais cadenciada, em BLack Ops 6 não dá para ficar de bobeira. Graças á movimentação mais dinâmica, mapas mais curtos, e armas que matam mais rápido, é difícil puxar o saquinho de Cheetos enquanto você está tenso em cada momento da partida.
Obviamente, o modo Multiplayer vai sendo construído durante as temporadas do jogo, que adicionam cada vez mais novidades. No momento, ainda há poucos mapas, modos e operadores, e todos ainda estão se acostumando com o ritmo, então é uma bora hora para procurar ganhar bastante XP, nivelar as armas, que se hoje a cadência de andamento das partidas já é rápida, acredito que tido vai se acelerar mais ainda.
O que eu senti falta mesmo é de mapas grandes, tanto para fazer os habilidosos snipers brilharem, quanto para partidas mais estratégicas. As vezes fica meio difícil pensar em boas jogadas no meio da loucura dos mapas pequenos e médios.
Call of Duty: Black Ops 6 – Quanto tempo dura o jogo?
Focando nos objetivos principais, Call of Duty: Black Ops 6 tem cerca de 8 horas de duração. Se você é um jogador que se esforça para conhecer mais detalhadamente sobre o jogo, provavelmente gastará cerca de 11½ horas para obter 100% de conclusão.
A campanha é composta por 11 missões principais, intercaladas por intervalos na The Rook (Casa Segura), onde os jogadores podem realizar outras pequenas atividades extras. Ao longo da campanha, é possível desbloquear itens cosméticos como Calling Cards, skins de Operador e até três projetos de armas para uso no Multiplayer, o que aumenta o tempo que se passa no jogo.
Para aqueles que completam a campanha com 100% de progressão, há uma recompensa exclusiva: a Calling Card “The Truth Lies”. Já os modos multiplayer obviamente não estão presos a uma média, dependendo mais do engajamento do jogador com o modo escolhido.
Zombis, um modo cada vez mais vivo
É impressionante pensar no que o modo Zumbis se tornou dentro da franquia Call of Duty. O que era apenas um modo extra inspirado em Resident Evil lá em Call of Duty: World at War, se tornou um modo gigante, com uma história própria e uma legião de fãs.
Se tem que compre um CoD pela Campanha ou pelo multiplayer clássico, hoje em dia tem muitos jogadores que o fazem tendo o modo Zumbis como principal atrativo. O modo Zumbis do Black Ops 6 apresenta dois mapas totalmente novos: Terminus, um complexo prisional transformado em estação de biopesquisa, e Liberty Falls, uma pequena cidade na Virgínia Ocidental.
A história em si é uma sequência direta da campanha Zumbis no Black Ops Cold War de 2020, e se você, como eu, esqueceu em grande parte o que aconteceu nos quatro anos que se passaram, recomendo ir atrás de uns vídeos de resumo, pois o jogo não vai lhe recordar muito do que aconteceu antes.
Omnimovement, a reformulação completa da mecânica básica de movimento, obviamente está presente no modo Zumbis. Você pode correr, deslizar e mergulhar em todas as direções, fazer movimentos em 360 graus.
O que significa que você pode fazer coisas legais aqui nesse modo também, como correr para trás, fazer um mergulho em retirada, derrubar os zumbis que se aproximam de você de todos os ângulos e, em seguida, levantar e continuar se movendo antes que eles cheguem perto.
Diferente do modo Zumbis do ano passado, que trouxe elementos do modo DMZ de MWII, aqui temos uma abordagem mais tradicional, um grande mapa que vai se expandindo conforme sua progressão e habilidade em descobrir segredos, em rodadas de tensão cada vez maior com as hordas de zumbis ganhando cada vez mais força.
Esse ano temos easter-eggs bem legais, e eu gostei bastante do boliche de zumbis. Ajuda a aliviar a tensão enquanto corro contra o tempo e de mandíbulas secas sedentas pelo meu cérebro.
Aliás, falando em cérebro, os puzzles aqui continuam a manter um bom nível, como resolver as equações matemáticas no laboratório de ciências de Terminus para construir sua Arma Maravilha (uma arma incrivelmente poderosa que você precisará para progredir na Missão Principal). Ou usar essa mesma arma para atirar em alguns tentáculos do teto que você invocou para encontrar o disco rígido que eles comeram.
E óbvio, é muito importante ter um grupo formado e engajado para jogar o modo Zumbis. Todas as vezes em que tentei jogar com jogadores aleatórios, foi frustrante, pois a maioria não tinha ideia do que era preciso fazer, ou simplesmente não colaborava do jeito que era preciso.
Zumbis é um modo divertido, mas para se ter total proveito é preciso juntar os amigos e treinar as estratégias. Então, você precisará de uma equipe, com todos focados ao mesmo tempo, tendo algumas horas livres e torcendo para que nada dê errado.
Chegar perto do fim de um mapa e morrer é desanimador, não porque você morreu, mas por causa do tempo que pode levar para se fazer tudo de novo.
Certa noite, passamos pela maior parte de um mapa, o sono já era nosso maior inimigo, morremos e então… tentamos novamente por cerca de cinco rodadas antes que percebêssemos que estávamos parecendo os próprios zumbis do jogo de tanto sono, e decidimos retomar a jogatina outro dia.
Tendo em vista a importância e maturidade que esse modo de jogo possui atualmente, não é à toa que alguns fãs pedem que o modo seja desmembrado e tratado com um spin-off com vida própria, algo que concordo e apoiaria muito essa iniciativa.
É realmente legal ter um jogo cooperativo que seja desafiador e ao mesmo tempo fácil de jogar, com recursos e segredos escondidos para os mais detalhistas, mas que não seja tão punitivo com novatos.
O novo COD está lhe esperando!
Como já tradição, entra ano, sai ano, temos um Call of Duty novo, e dessa vez dá pra jogar até mesmo via Gamepass e em nuvem, ou seja, muito mais acessível! De fato, esse é um dos grandes atrativos do jogo esse ano, graças a definitiva incorporação da Actvision dentro do Xbox Game Studios. Então, bora voltar pros anos 90 meter chumbo!
Galeria
Dando nota
Visuais espetaculares e ação cinematográfica. - 10
O sistema Omnimove é divertido e chamativo. - 10
Uma excelente sequência de missões que oferecem variedade e flexibilidade. - 10
Falta contextualizar os eventos dos jogos anteriores, sobretudo no Zumbis. - 6.5
Modo multiplayer brilha, mesmo com poucos mapas grandes. - 8.5
9
Tiro-Porrada-Bomba
Com o Black Ops 6, a Treyarch e a Raven Software pegaram quase tudo de melhor da clássica experiência Black Ops e conseguiram fazer um jogo para figurar entre os melhores da franquia.