Análise | Indiana Jones e o Grande Círculo

Disponível para Xbox & PC

Indiana Jones e o Grande Círculo chegou na reta final de 2024 para fechar em grande estilo o bom ano dos estúdios de games da Microsoft. 

Os anos 80 foi uma década generosa com os heróis de ação. E sem dúvida nenhuma, Indiana Jones foi um dos seus maiores expoentes. Indy é um dos poucos heróis de ação que você pode identificar apenas por sua sombra, em parte devido ao seu chapéu, então se você quer passar a sensação de ser um Indiana Jones, você tem que colocar o chapéu. 

E foi exatamente o que a MachineGames conseguiu realizar, um jogo, com o perdão do infame trocadilho, de se tirar o chapéu, mas em reverência pelo feito da desenvolvedora, que conseguiu fazer um jogo baseado de franquia sem nunca descaracterizar a obra em que é baseado. 

E digo mais, é a melhor coisa já feita de Indiana Jones desde os saudosos tempos em que Indiana Jones e a Última Cruzada estreou nos cinemas. Quando se trata de videogames criados a partir de propriedades já existentes, sempre há algum nível de preocupação negativa envolvida. Muitos jogadores já experimentaram sua franquia favorita em forma de uma adaptação de videogame apenas para descobrir que é apenas uma tentativa de ganhar dinheiro sem alma e mal resolvida. 

Quando a Bethesda e a MachineGames anunciaram uma nova história para Indiana Jones, muitos se perguntaram se poderiam esperar uma nova grande aventura digna após alguns filmes ruins que tivemos do personagem nos últimos anos. As expectativas eram altas, e para nossa alegria, tudo convergiu em mais um belo acerto na mosca da MachineGames, famosa pelas novas aventuras da lendária franquia Wolfeinstein, da qual sou fã. 

Indiana Jones e o Grande Círculo é um jogo de ação e aventura em primeira pessoa onde Indy se propõe a impedir que os nazistas se apossem de artefatos antigos que podem ou não ter grande poder. É uma jornada itinerante que leva você de Connecticut ao Himalaia e vice-versa. A história é extremamente Indiana Jones, tornando as explorações em pequena escala significativas e cada pequena bugiganga que você pega intelectualmente valiosa. 

Antes de tudo, ao iniciar o game, somos presenteados primeiro com o melhor tutorial que joguei em anos: uma recriação interativa da abertura de Os Caçadores da Arca Perdida. É o tipo de coisa que provoca muitas sensações em jogadores que cresceram tendo Indy como uma referência de herói. 

Aqui você vai se familiarizar com os controles e a natureza nada comum do trabalho de Indy. Você vai vasculhar o chão procurando armadilhas e depois encher um saco com areia para compensar uma placa de pressão, ajustando-a com muito cuidado antes de finalmente fazer a troca e agarrar a estátua. Para mim, essa introdução foi um gerador de sorriso instantâneo.

Eu conheço esse templo como a palma da minha mão de tanto reassistir ao filme ao longo dos anos, e imediatamente me senti imerso e confortável com o que o jogo estava tentando me ensinar e dizer sobre a aventura que estava por vir. 

Situado entre Os Caçadores da Arca Perdida e A Última Cruzada no ano de 1936, Jones está dormindo em seu escritório no Marshall College quando ouve uma comoção na área do museu. Ao investigar o barulho, ele descobre que um homem gigante invadiu a faculdade e, apesar de seus melhores esforços para detê-lo, escapa depois de roubar um artefato obtido recentemente.

Com Indiana fazendo um pouco de investigação, ele descobre que o artefato roubado era, curiosamente, um gato mumificado e que seu agressor quase conseguira escapar impune, pois o homem misterioso deixou um pingente com o emblema do Arquivo Secreto do Vaticano. 

Com a ajuda de um velho amigo no Vaticano, Indiana começa a investigar, apesar do lugar ser povoado pelos camisas negras de Mussolini e descobre que há muito mais naquela múmia de gato do que aparenta. Na verdade, Indiana descobre que o antigo objeto está ligado a um mistério religioso global chamado Grande Círculo, com vários locais religiosos formando um círculo perfeito e contendo em determinados locais objetos com pedras misteriosas que podem levar a um poder inexplorado. 

Com a ajuda de uma repórter chamada Gina Lombardi, que está procurando por sua irmã sequestrada, Indiana deve rastrear os outros locais sagrados e o que eles contêm antes que seu misterioso poder seja reunido pelos aliados de Hitler e potencialmente condene o mundo. 

Embora bater na cabeça dos nazistas seja o destaque na maioria dos outros jogos que tem o mesmo tema em relação a ameaça que se deve enfrentar, a verdadeira força de Indiana Jones e o Grande Círculo é sua exploração e quebra-cabeças. Seja uma tumba gigantesca ou um santuário aparentemente insignificante, encontrei imensa alegria em mergulhar nas aventuras fora do comum do jogo, pegando bugigangas, tirando fotos e me intrometendo em tudo o que pude colocar em minhas mãos, realmente como um explorador nato que Indy é. 

Como esperado de um jogo Indiana Jones, um dos destaques do jogo é a solução de enigmas durante a exploração dos cenários. Os quebra-cabeças não são difíceis a ponto de derreter o cérebro, mas são envolventes e intuitivos o suficiente para serem tranquilos de resolver ao se usar foco e atenção aos detalhes. Pois até mesmo descobrir a combinação para uma fechadura nazista pode envolver algum trabalho investigativo leve. 

Dito isso, um pequeno aborrecimento é que sua aliada, Gina, oferece dicas com muita facilidade e frequência. Houve momentos em que eu mal tinha explorado uma área e lá estava ela a falar e indicar uma solução. Não me importo com um empurrãozinho se estiver com dificuldades, mas gostaria de poder pelo menos tentar o quebra-cabeça primeiro. às vezes, Gina é tão chata quanto a Navi em The Legend of Zelda: Ocarina of Time. 

Explorar os cenários é um aspecto interessante em Indiana Jones e o Grande Círculo, pois o design de níveis do jogo é fantástico em manter os jogadores ocupados e interessados nessa exploração e assim desvendar os segredos apresentados. Graças ao chicote de Indy, há muito mais exploração vertical do que se esperaria de um título em primeira pessoa.

O chicote entra em jogo com bastante frequência, pois os jogadores podem usá-lo para balançar através de buracos ou usá-lo como uma corda improvisada para subir ou deslizar para um local. E eu pessoalmente achei que isso não foi feito muito bem, escalar em coisas ou por meio do chicote é a coisa que mais me irrita no jogo, mas com o passar do tempo fui me acostumando. 

Então, posso dizer que uma das melhores coisas do jogo é o icônico chicote. No começo, pensei que era apenas um acessório para fazer o jogo parecer mais com os filmes, mas não é o caso. Foi totalmente integrado à experiência. Seja balançando em lacunas, escalando paredes ou puxando inimigos em sua direção em combate, o chicote é uma ferramenta essencial. O fato de ser tão essencial para a jornada de Indy é um toque agradável que realmente ajuda a tornar o jogo fiel ao personagem. 

Surpreendentemente, o ponto de vista em primeira pessoa não atrapalha a exploração de forma alguma, na verdade, torna alguns elementos mais emocionantes, como balançar entre as áreas e a mudança de primeira pessoa para terceira pessoa é incrivelmente suave para garantir que os jogadores possam se mover rapidamente, se necessário. 

Uma das melhores partes do jogo, porém, é o icônico chicote. No começo, pensei que era apenas um acessório para fazer o jogo parecer mais com os filmes, mas não é o caso. Foi totalmente integrado à experiência. Esteja você balançando em lacunas, escalando paredes ou puxando inimigos em sua direção em combate, o chicote é uma ferramenta essencial. O fato de ser tão essencial para a jornada de Indy é um toque agradável que realmente ajuda a tornar o jogo fiel ao personagem. 

Em sua essência, Indiana Jones e o Grande Círculo se parece com um jogo mais voltado para a furtividade, mas ao mesmo tempo incorpora elementos de jogos de ação, oferecendo várias maneiras de abordar o combate e navegar pelos grupos inimigos. Mas é claro que a principal forma de combate são os punhos, e você pode nocautear os inimigos com aquele som de soco de desenho animado conhecido nos filmes, o que é ótimo. 

O combate mano a mano é muito simples, na verdade, você tem que balançar para a esquerda e para a direita, empurrar os inimigos enquanto eles estão se recuperando, desviar de seus ataques e até mesmo carregar um soco para mandá-los pro chão. É um sistema de combate divertido que eu não esperava vindo da mesma desenvolvedora de Wolfeinstein. 

Mas você não precisa apenas usar os punhos. Você pode pegar objetos aleatórios espalhados pelo mapa para eliminar furtivamente um inimigo. Velas, tacos de beisebol, panelas, sinos… Sim, realmente. Você pode até virar sua arma e usá-la como arma branca. Esses toques peculiares realmente ajudam a capturar a sensação clássica de Indiana Jones, e o time de desenvolvimento fizeram um trabalho fantástico mantendo seu tom alegre, às vezes bobo quando se usa essas coisas. 

Enquanto os desenvolvedores foram capazes de fazer uso da aparência de assinatura de Indy com permissão de Harrison Ford, o dublador de Indy aqui é Troy Baker. Apesar de não ser o próprio homem, Troy Baker faz um trabalho excepcional soando exatamente como os fãs se lembram, com apenas algumas palavras ocasionais soando um pouco estranhas.

Ao lado de Troy Baker, o resto do elenco de voz em inglês, e o elenco de voz estrangeira que fala durante a dublagem em inglês soam perfeitamente bem com seus personagens aqui. Os efeitos sonoros são agradáveis e nítidos, especialmente em termos de estalos de chicote e o barulho carnudo de socar um inimigo ou quebrar um esfregão na cabeça.

Quanto à música de fundo, o título apresenta algumas das músicas-tema clássicas retrabalhadas para se adequar melhor ao jogo e todas soam incríveis, então aqueles que amam a franquia Indiana Jones vão adorar a trilha sonora, especialmente certas faixas que tocam em momentos-chave. 

Em termos de progressão, Indiana Jones e o Grande Círculo oferece missões secundárias, mas igualmente bem-feitas, que permitem ao nosso herói ampliar seu arsenal e evoluir a suas habilidades. Indy ganha “Pontos de Aventura” por se entregar a atividades mais cerebrais, como resolver mistérios, encontrar pistas ou tirar fotos que podem ser gastas para estudar livros. Eles desbloqueiam características esperadas, como saúde e resistência aprimoradas, mas também habilidades divertidas, como poder voltar ao combate quando Indy pega seu chapéu de marca registrada depois de perder uma luta. 

Indiana Jones e o Grande Círculo oferece uma aventura divertida e cheia de ação que permanece fiel ao espírito da franquia enquanto oferece uma nova experiência. Para os que gostam de completar tudo no game, o game oferece uma experiência relativamente longa, com cerca de 30 a 40 horas para uma única jogada, se você estiver determinado a descobrir todos os segredos. 

Os quebra-cabeças satisfatórios, a história envolvente e os fascistas balançando na cabeça formam uma experiência perfeita que parece natural e essencialmente Indiana Jones. Um jogo obrigatório para os fãs de filmes e uma aventura soberba para os não iniciados, Indiana Jones e o Grande Círculo faz quase tudo certo e, o mais importante de tudo, acerta em cheio com a força de uma bela chicotada! 

Galeria

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Dando nota

Design visual impressionante - 10
História divertida e envolvente - 10
Excelente construção de mundo - 10
Captura a essência da franquia - 10
Estranha queda de fps durante as cenas - 8
Mecânica de escalada desajeitada - 9

9.5

Aventure-se!

Indiana Jones e o Grande Círculo redescobre tudo aquilo que fez de Indiana Jones um dos personagens mais conhecidos do cinema e traduz para o formato videogame com sucesso.

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