Análise | Dynasty Warriors: Origins

Disponível para PlayStation, Xbox & PC

Eis o décimo título da série Dynasty Warriors, desenvolvido pela Omega Force e publicado pela Koei Tecmo Games sendo dos gêneros musou e hack-and-slash, Dynasty Warriors: Origins chegou agora em 16 de janeiro de 2025 apenas para PlayStation 5, Windows (Steam) e Xbox Series X|S, nada de versão para o saudoso PlayStation 4 dessa vez.

O último jogo da série, Dynasty Warriors 9 saiu em 2018 apenas para PlayStation 4, Xbox One e Windows e sua expansão que acabou sendo vendida como um jogo solo, focado na parte estratégica, recebeu o nome de Dynasty Warriors 9: Empires e chegou em 2022 para PlayStation 4 & 5, Stadia, Xbox One, Xbox Series X/S, Nintendo Switch e Windows (Steam). A sua sequência, que seria Dynasty Warriors 10, acabou sendo transformada em Dynasty Warriors: Origins.

Como os outros títulos da série, Dynasty Warriors: Origins é baseado em um romance, desta vez no romance chinês “Three Kingdoms”. Mas, segundo informações fornecidas pelo produtor Tomohiko Sho, o game se baseia apenas na primeira parte do romance (para poder trazer uma história mais profunda e completa), o que traz a nomenclatura Origins e acaba deixando claro que o restante do romance pode dar as caras em uma sequência direta desse jogo.

Um ponto que chama a atenção, mas de forma não positiva para nós aqui do Brasil é que não contamos com dublagem ou legendas em português, então teremos que nos virar no inglês para entender a história que será contada aqui. Não deixa de ser uma pena, considerando o tanto de jogos grandes (e pequenos) que atualmente tem recebido localização em nosso idioma. Difícil justificar tamanha ausência.

Jogabilidade mista

Temos aqui a clássica jogabilidade hack-and-slash com elementos estratégicos. O jogador controla um personagem principal (desta vez um desconhecido sem nome, mas explico isso mais adiante), mas pode emitir comandos para as tropas no campo de batalha, também é possível selecionar outro personagem jogável, geralmente um comandante ou general, o que acarreta em toda uma caracterização distinta de armas e golpes disponíveis.

Mas, vejamos… sair atacando o que vem pela frente sequencialmente é o que caracteriza um hack-and-slash, mas temos que ver que aqui também temos o gênero musou, e para quem não está ligado, jogos musou trazem o combate de hack ‘n slash ao mesmo tempo em que traz foco em montar estratégias no campo de batalha.

Outra grande característica é apresentar, dezenas, centenas e milhares de inimigos para serem derrotados pelo protagonista e seu grupo, o que convenhamos, permite uma infinidade de temáticas, e nos faz lembrar de outros jogos famosos na mesma temática, como todos os One Piece: Pirate Warriors, Fire Emblem Warriors, Hyrule Warriors, Samurai Warriors e os próprios Dynasty Warriors, uma fórmula com várias abordagens e roupagens, que atente a todos os gostos.

Devemos lembrar que quem popularizou o musou foi exatamente a Koei Tecmo, através de suas franquias Samurai Warriors e Dynasty Warriors. O próprio nome “musou” em si veio em decorrência desses jogos, onde existe um golpe super poderoso que recebe exatamente esse nome, golpe que somente pode ser utilizado após encher uma barra do personagem, após derrotar muitos inimigos. O golpe obviamente muda conforme os personagens em si, a temática do jogo, mas ele é um daqueles golpes com uma super animação e que varre muitos inimigos do campo de batalha, ou causa danos altos nos chefes.

As “fases” são campos de batalha com várias formações, bases inimigas e territórios que precisam ser dominados, geralmente com a eliminação das centenas de inimigos que protegem o local, além de generais ou chefes que estejam protegendo a área. Muitas vezes temos que ajudar companheiros pois caso eles sejam derrotados a missão falha ou alguém importante morre, é capturado ou coisas do tipo, variando conforme a temática do jogo e o ambiente.

Por último, vale destacar o elenco de personagens, são muitos em todos os jogos, basta ver os jogos de One Piece Warriors, onde podemos jogar com praticamente todos os personagens que tenham alguma relevância no quesito combate ao longo do anime/mangá, cada qual com sua jogabilidade, equipamentos e especiais diferentes, o que lhe coloca naquela linha de continuar jogando, subindo de nível e melhorando cada vez mais.

Mas todo hack-and-slash este também conta com suas doses de aventura, estratégia e RPG, o que já era de se esperar de um título da série Dynasty Warriors, para poder nos contar um pouco do romance no qual é baseado.

Predestinado

Falando francamente, do ponto de vista de sua história, Dynasty Warriors: Origins cobre apenas a primeira metade do lendário romance Três Reinos. Do estrategista Cao Cao ao benfeitor Liu Bei, todos os personagens famosos aqui estão no início de suas respectivas jornadas.

A história apresentada então, narra o início da formação dos Três Reinos, tudo isso sendo observado e vivenciado a partir da perspectiva de um guerreiro chamado de Wanderer (que em tradução livre seria “andarilho”) com amnésia (o personagem controlado pelo jogador no caso) que vai se recordando das coisas com o passar do tempo e de pessoas que aparecem para falar com ele, como se fossem velhos amigos, mas que ele de primeiro momento não os reconhece.

Mas além de ter amnésia, nosso protagonista não é qualquer um, já que possui um poder oculto, chamado de Eyes of the Sacred Bird, cujo qual pode mudar o destino das batalhas. Explicando  um pouco, em determinadas batalhas, o exército inimigo faz uso de “névoas” que conseguem enganar as pessoas comuns, fazendo com que tenham uma espécie de alucinação/ilusão coletiva, vendo coisas fora da realidade se apresentarem no campo de batalha, como soldados feitos de sombras e intangíveis, tornados de areia e coisas do tipo.

Todas essas visões não existem, mas você pode lutar contra elas, os guerreiros vão lhe causar dano, o tornado vai lhe arremessar para longe e etc, mas o protagonista com seu poder, consegue enxergar de onde vem a névoa (geralmente de vasos/urnas em locais altos do cenário) e cabe a você chegar até tais elementos e destruí-los, libertando a todos da ilusão coletiva, revelando os verdadeiros soldados que estão ali para lhe enfrentar, os Yellow Turbans – os turbantes amarelo, que surgem na história  inicialmente como uma força de revolta do povo, mas que são rapidamente corrompidos e se tornam o terror da região, oprimindo justamente aqueles que deveriam proteger.

No entanto, Wanderer com sua história misteriosa, intriga o suficiente para encorajar o jogador a continuar indo em frente, afinal, qual a verdadeira identidade do guerreiro? Por que ele tem amnésia? De onde ele vem? O que é esse poder que ele tem? Quem são seus verdadeiros inimigos e quem são as pessoas que surgem e desaparecem dizendo que ele é especial? Muitas perguntas que precisam ser respondidas.

Contudo, nem tudo são flores, e em meio a isso tudo, o jogo acaba algumas vezes forçando o jogador a realizar tarefas por vezes mundanas, como coletar recursos no mapa de mundo aberto e ficar indo e vindo de locais já visitados. Aliás, o mapa do mundo aberto é bem interessante e podemos ver exatamente para onde estamos indo e escolher os locais onde iremos batalhar.

Mas como fica na cara, todo jogo musou se baseia em uma coisa acima de tudo: esmagar os botões do controle e com isso dar cabo de inúmeros soldados e enormes exércitos e acabar com todos eles o mais rápido e eficientemente possível. E isso é deveras relaxante para terminar um dia não muito bom no mundo real, já que ali podemos soltar alguma fúria reprimida sem ter danos colaterais no mundo à nossa volta.

Podemos arremessar os inimigos para o alto com golpes poderosos e ver todo o exército se dispersar de forma rápida, é uma daquelas cenas magníficas que só podemos ver em Dynasty Warriors. As batalhas são intensas e caóticas, o que é um ponto positivo e negativo ao mesmo tempo. Essa correria no campo de batalha faz com que você preste mais atenção a cada movimento e tome decisões lógicas cada vez com mais rapidez. Mas este campo de batalha caótico também acaba lhe pegando de surpresa em determinados momentos, e assim, em poucos instantes de bobeira toda a sua estratégia pode ser jogada fora e a derrota vir a galope lhe buscar.

Arte da guerra

Não tem como se perder, o jogo dá inúmeros tutoriais e vai lhe levando pela mão até que seja capaz de se virar sozinho. Nunca estamos desarmados nesses campos de batalha, podemos trocar de armas durante a jornada, as primeiras a aparecerem são a espada com a qual já começamos o jogo e a lança que recebemos logo em seguida, podemos encontrar novas armas mais poderosas, inclusive algumas com habilidades passivas, como melhorar o dano causado, recuperar energia após determinado número de oponentes derrotados e muito mais.

As novas armas podem ser encontradas durante as batalhas ou compradas em lojas espalhadas pelas cidades do jogo. Junto a isso ainda vamos recebendo pontos de habilidades que permitem abrindo ramos em árvores de habilidade específicas, além de novos novos combos de ataques especiais, tudo isso para controlar o caos do campo de batalha. Seus golpes ainda preenchem a barra de bravura (musou) e permitem que movimentos especiais sejam utilizados pelo jogador. Esses movimentos podem ter efeitos diferentes, desde controlar multidões e romper as defesas inimigas até interromper ataques inimigos em andamento.

Temos ainda habilidades que vão sendo habilitadas antes desse golpe musou, para utilizar precisamos apertar um dos gatilhos do controle e o direcional específico, mas somente quando aparecer na tela que podemos utilizar os mesmos. Por exemplo, você pode ter um movimento que atordoa os inimigos antes de lançar um ataque pesado, uma habilidade que os puxa em sua direção para que você possa acertá-los com seus golpes, causar uma quebra na defesa do inimigo mais forte (os comandantes dos acampamentos inimigos por exemplo, normalmente eliminar esses guerreiros resulta na derrota do esquadrão todo dele), passar correndo por um grupo de inimigos mais numerosos e outras técnicas nesse estilo.  Podemos criar combinações de habilidades diferentes para cada uma das armas, o que cria todo um leque de opções para o jogador.

Mas as batalhas também são travadas fora dos campos de batalha, nas partes diplomáticas. Teremos guerreiros de diferentes facções se encontrando, já que o jogo é cheio de personagens, onde cada um deles conta com suas próprias motivações e objetivos de estar se envolvendo no conflito. Podemos conversar com eles e tentar formar relacionamentos que além de abrir novas missões vão disponibilizar novas atualizações na jornada e no seu destino final. Obviamente todas essas interações por meio de conversas e animações seriam melhor aproveitadas se tivéssemos o nosso idioma disponível aqui, conforme já mencionei mais acima.

Batida da batalha

A trilha sonora de Dynasty Warriors: Origins combina muito bem com a escala grandiosa das batalhas que o jogador e seus aliados enfrentam em cada evento. Grande parte das músicas é composta por instrumentos de sopro e guitarras elétricas, embora possa não parecer, ao ler aqui, esses instrumentos combinam e criam uma trilha que combina com a atmosfera das batalhas do jogo.

A música é alta, rápida e conta com uma poderosa batida, sendo exatamente o que se espera para adquirir confiança no campo de batalha. E convenhamos né, se existe algo melhor do que um solo poderoso de guitarra enquanto você corre para a batalha eu desconheço. Apesar de ouvirmos a mesma música repetidamente, não cheguei a me incomodar com isso.

Conclusão

Dynasty Warriors: Origins nos apresenta combates emocionantes e viciantes, músicas cativantes e cenas fantásticas e uma história de mistérios que vai se abrindo aos poucos envolta do protagonista com amnésia, este jogo fez o melhor que pôde para proporcionar uma experiência única a quem decidir investir seu tempo nele, embora acabe não sendo exatamente o que os fãs esperavam, justamente por deixar em aberto sua história e não concluindo ela ao final do jogo.

 Galeria

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Dando nota

Fazer grind para melhorar atributos lhe fará ver os mesmos inimigos milhares de vezes, falta variedade - 7
Mapa do mundo torna agradável ir de uma batalha a outra e ainda poder fazer coisas extras no caminho - 8.5
Combate fantástico devido a ampla variedade de armamentos e habilidades - 9
Não conta com localização para o nosso português - 6
A história não termina nesse jogo, o que pode frustrar um pouco - 7
Missões secundárias acabam se tornando repetitivas - 7
Valor de replay altíssimo, sempre tem alguma missão para cumprir - 8

7.5

Bom

Dynasty Warriors: Origins nos apresenta combates emocionantes e viciantes, músicas cativantes e cenas fantásticas e uma história de mistérios que vai se abrindo aos poucos envolta do protagonista com amnésia, este jogo fez o melhor que pôde para proporcionar uma experiência única a quem decidir investir seu tempo nele, embora acabe não sendo exatamente o que os fãs esperavam, justamente por deixar em aberto sua história e não concluindo ela ao final do jogo.

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