Análise | Tomb Raider IV-VI Remastered

Tomb Raider IV-VI Remastered, finalmente! uma coleção que reúne três títulos clássicos da série: The Last Revelation de 1999, Chronicles de 2000 e The Angel of Darkness de 2003. Esta coleção estaá disponível desde 14 de fevereiro de 2025 para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC, disponibilizada para nós por meio da Aspyr e a Crystal Dynamics.

Os três primeiros jogos Tomb Raider foram reunidos em uma primeira coletânea, a qual abordamos nesse post. Nessa segunda coletânea, mais jogos posteriores foram remasterizados e apresentam visuais melhorados, controles modernizados e a inclusão de um Modo Foto. Os jogadores também tem a opção de alternar entre os gráficos originais e atualizados durante o jogo. Além disso, foram adicionadas funcionalidades como a possibilidade de pular as cutscenes, novas animações e a ferramenta Flyby Camera Maker.

O que vem na coletânea?

• Tomb Raider: The Last Revelation – Lara Croft descobre a tumba perdida do deus egípcio Set, libertando-o involuntariamente e cumprindo uma antiga profecia que vai mergulhar a humanidade nas trevas.
• Tomb Raider: Chronicles – Após os eventos de The Last Revelation, Lara Croft é enterrada em uma tumba egípcia e dada como morta. No memorial, pessoas próximas relembram segredos do passado dela.
• Tomb Raider: The Angel of Darkness – Lara é acusada de assassinato e se torna uma fugitiva enquanto investiga uma sinistra conspiração envolvendo experimentos de alquimia e a busca por artefatos antigos.

A tumba de Lara Croft

Ah sim, essa coleção tem The Angel of Darkness. Por muitos anos eu evitei totalmente a série Tomb Raider. Até hoje, na verdade, embora de tempos em tempos eu insistia em jogar.

Não gostava nem um pouco, principalmente por causa dos controles, que me frustravam toda vez que eu tentava jogar esses games.. E lá fui eu experimentar essa mesma sensação novamente, inclusive jogando The Angel of Darkness em Tomb Raider IV-VI Remastered com os controles clássicos de “tanque”…

Você não imagina o quanto estou feliz que essas coletâneas tenham um esquema de controle moderno. Caso contrário, meu controle já teria se espatifado na parede depois de (máximo) cinco minutos. Sério, não suporto esse controle de tanque.

Às vezes me pergunto como antigamente costumávamos tolerar isso. Ok, era uma outra época, mas, meu Deus… pelo menos em termos de controles, esse definitivamente não é um belo caso de nostalgia. Esse esquema de jogabilidade me afastava também de Resident Evil, e imagina a minha alegria quando Resident Evil 2 chegou no Nintendo 64 com esquema de controle alternativo.

Mas se você nunca se queixou dos controles naquela época pode ficar tranquilo, pois é claro que ainda tem a opção de controle tanque, e o aproveitamente dessa coleção será muito mais abrangente.

A aventura rumo ao seu quase fim

Tomb Raider foi um sucesso estrondoso, e suas sequências ainda continuaram vendendo bem, mais aos poucos, o caminho tomado pela Eidos foi ficando terrível, com o jogo vendendo cada vez menos e a qualidade dos jogos decaindo sem parar.

E esse talvez seja o aspecto que mais chama atenção nesse segunda coletânea de jogos, que engloba essa fase menos empolgante, se salvando mesmo somente com o quarto jogo. Jogando esses títulos, podemos ver claramente a franquia se perdendo, falhando em atender mesmo a sua premissa mais básica.

Muitos defendem que essas novas remasterizações deveriam ser um só pacote englobando os quatro primeiros jogos, mas por outro lado, se olharmos sob a ótica de preservação dos jogos, é importante termos todos eles ganhando um novo fôlego.

A filosofia de remasterização da Aspyr permaneceu fundamentalmente a mesma de Tomb Raider I-III Remastered. Os menus originais e a apresentação visual permanecem intactos, embora muitos elementos dos jogos tenham recebido um polimento extra, alguns mais bem sucedidos que outros.

Texturas de resolução muito mais alta, modelos mais detalhados (para Lara, especialmente), mas ainda com a estrutura clássica “em blocos” e a sensação de cada nível inalterada. Um punhado de mudanças de geometria pode ser encontrado em certos lugares, mas na maior parte, é virtualmente idêntico, com as texturas de resolução mais alta aparentemente usando uma técnica de IA.

Nenhum conteúdo novo foi adicionado a nenhum dos jogos além de The Angel of Darkness, mas como citado anteriormente, um novo método de controle foi introduzido em ambas as coletâneas, com os jogadores sendo capazes de usar entradas analógicas adequadas para se mover, em vez de ter que desviar manualmente e alinhar cada salto como nos velhos tempos.

Parece um pouco mais moderno jogar dessa forma, mas os controles desses jogos ainda parecem um tanto arcaicos. Divertido, mas objetivamente ultrapassado. E felizmente, todos os recursos clássicos estão intactos, pelo menos, incluindo os códigos de trapaça.

Resgatando relíquias perdidas

Talvez, de maneira bizarra, o grande propósito dessa segunda coletânea seja tentar consertar um pouco o The Angel of Darkness, adicionando áreas que foram cortadas no lançamento original, e corrigindo coisas bestas como a Lara portando apenas uma arma, mas todo esse esforço não resulta em um jogo melhor, infelizmente.

No final das contas, embora a qualidade dos jogos neste pacote seja variada, e mesmo com o esforço investido no processo de remasterização real também, esta dificilmente é uma compra essencial.

No entanto, é um pacote que é bom para fãs hardcore da franquia, e também para aqueles que querem redescobrir o clássico mais “classudo” de Tomb Raider (o IV, claro), conhecer a bizarra parte da história dos jogos que é Angel of Darkness… e também Tomb Raider V, eu acho.

Às vezes, até mesmo jogos que podem ser perdidos valem uma remasterização sólida, então, o saldo é positivo. E agora, um olhar para o futuro pode indicar que essa não é a última coletânea, já que existe espaço para incluir Legend, Anniversary and Underworld.

Portanto, é recomendável prestigiar Tomb Raider IV-VI Remastered, pois essa coletânea pode render bons frutos no futuro, e todos queremos que o legado de Lara não se torne uma relíquia perdida, não é mesmo?

Galeria

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